02| O que vem depois de um tiroteio?
Minha respiração entrava em contato com o daquele estranho, por que seus olhos verdes estão mexendo tanto comigo? Por que meu coração está batendo a mil? Ele é um simples estranho, certo? Todos os tiros que estávamos escutando pararam, e antes que pudesse agradecer o meu herói misterioso, ele saiu correndo, tão rápido que só pude ver o seu vulto.
- Hey, espera! Me diz pelo menos seu nome!? - gritei, e foi uma atitude muito tosca e em vão, pois tudo que podia ouvir era barulhos de carros, aquele beco quase escuro estava me dando medo, então eu saí correndo, eu tinha que encontrar o Hugo...
Em poucos minutos, eu já estava na entrada do morro, estava cansado de tanto correr, e meu corpo estava suado e fedido daquela poluição daquele morro. Onde o Hugo estava ? Será que ele tinha levado um tiro e morrido? Não, ele sabe se esconder. E se não deu pra se esconder? E que de repente um tiro acertou-lhe? Antes que eu pudesse pensar ainda mais besteiras, o Hugo aparece, aparentemente cansado, ele também estava me procurando, e em um abraço apertado, tiramos todas as preocupações que ambos tínhamos.
- Você tá legal? - ele pergunta, analisando cada parte do meu corpo, como se ele fosse um Cristal, esse é o verdadeiro Hugo - Eu fiquei tão preocupado, sei lá, se você tivesse morrido eu nunca me perdoaria - e ele me abraça novamente
- Hugo, eu estou bem, estamos bem, não precisa de tudo isso! - digo - agora a gente tem que ir, senão vamos chegar atrasados na aula, e o pai não pode saber disso. - falo, e antes que ele pudesse falar mais alguma coisa, saímos.
* * *
Ao parar na frente da minha casa, tínhamos pego um uber, entro na minha casa sutilmente, cogitando na possibilidade de meu pai não me ver, ele ia surtar ainda mais depois de saber que quase morremos em um tiroteio, e além te-lo deixado nos esperando. Ao chegar no meu quarto, tratei logo de tirar minhas roupas e ir tomar um bom banho, aquele suor estava me deixando tonto.
"Hugo, vem aqui em casa, quero de contar o que aconteceu comigo, vem logo!" mandei uma mensagem de voz para Hugo, logo após sair do banho. Pego uma roupa qualquer no armário e deito na cama, voltando a lembrar do momento em que fui salvo por aquele homem
Ela era tão lindo, mas porque ele me salvou? Ele podia simplesmente me deixar alí, para morrer, eu era um intruso naquele morro, mas por que ele disse mexeu tanto comigo? E se for apenas uma atração? Eu sei que são poucas as possibilidades de alguém se apaixonar a primeira vista, e esse era o meu caso, eu estava sentindo apenas uma atração, eu só o achei bonito e me encantei com seu olho verde, com aquela barba mal feita, aquele cabelo quase ruivo. Sinto meu pênis dar sinal de vida e então paro de pensar nele, nunca mais vamos nos ver, ele foi gentil, somente isso.
Minutos depois de mandar mensagem para o Hugo, ele chegou na minha casa praticamente gritando, sorte que meu pai dormia feito pedra naquelas horas, então não me preocupei.
- Migo, o que você queria me contar? - pergunta ele, entrando subitamente no meu quarto e pulando na minha cama
- Bom, primeiro você tem que me prometer que não vai rir e nem me julgar?
E ele começou a rir, é isso que me irrita nesse garoto.
- Hugo!?
- Tá, foi mal, eu não vou rir, se não for engraçado, é claro. Mas, me conta. - ele se ajeita na cama, pegando um travesseiro e colocando entre suas pernas
Contei tudo pra ele, mesmo que não tenha muitos detalhes, mas o que tinham eu não deixei de falar, e me surpreendi, pois ele não riu.
- Uou, então você está dizendo que... - ele se levanta, ainda com o travesseiro na mão. - Que aquele cara, o que te salvou, não te disse o nome dele e então saiu correndo?
Assenti.
- Isso é mesmo bizarro, não, isso é muito bizarro. Que tipo de pessoa faz isso?
- Eu não sei, mas sei lá, eu acho que não foi nada demais, só um salvamento, e eu queria agradecer
Ele voltou a se sentar.
- É, pode ser - ele pensa um pouco - Maas... Pode ser também, que você vá procura-lo, tipo, perguntar o povo de lá sobre ele - diz ele, isso nunca vai ser possível, naquele morro eu não volto mais.
- Não, isso nunca.
- Você tem outra saída? Se tu quer mesmo rever esse moço, faça o que eu estou te dizendo, e se você acha-lo, dê pra ele.
- Hugo?! Para! - ponho a mão no meu rosto, morrendo de vergonha.
Hugo ficou em casa por mais uma hora, ficamos assistindo séries, e antes que meu pai acordasse ele foi embora. E o que cogitava aconteceu, os questionamentos do meu pai. Ele ficou perguntando sobre o que aconteceu, o porque de eu te o deixando esperando, eu respondi que com uma mentira esfarrapada é lógico, se ele descobrir sobre o tiroteio é capaz de eu nunca mais ir naquele morro.
Eu tinha que ir, eu tinha que agradece-lo...
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top