24. Brigadeiros cósmicos
𓅯 Capítulo 24 | O Canto dos Pássaros 𓅯
Ele não se lembrava muito bem do momento em que voltara para o quarto, mas sabia que já era tarde da noite quando acordara e percebeu, com certo pesar, a ausência de Beatriz. Recordava-se da voz de Pedro orientando-o a subir as escadas com cuidado; pois Lucas se sentia fraco e sonolento. O rapaz acordou no dia seguinte com a cabeça pulsando de dor; e uma intensa fadiga imperava em seu corpo e em seus músculos como se Lucas houvesse trabalhado ininterruptamente no dia anterior. Ele gemeu de dor e cansaço, remexendo-se na cama. O colchão usado por Pedro estava do outro lado do quarto, próximo à porta; as cobertas perfeitamente dobradas.
De súbito, o cheiro de cafeína adentrou pelo quarto e Pedro surgiu com uma xícara fumegante.
— Bom dia, Senhor Zumbi — ele disse, sentando-se na cadeira giratória. — Dormiu bem? Você apagou na sala.
— Acho...acho que sim — Lucas respondeu, semicerrando os olhos. Então, Beatriz havia ido embora antes de Pedro chegar. Aquilo atenuou a súbita preocupação que começara a importuná-lo. Ele não saberia explicar porque estava tão próximo de sua vizinha.
— Beatriz me disse que você teve uma crise de ansiedade — Pedro declarou, bebericando o café e fitando o irmão por sobre a xícara branca. Lucas gelou, desviando o olhar e ciente do rubor de seu rosto. Contudo, era Pedro; aquele o qual o rapaz confiava seus maiores segredos. Mas não quando se tratava de garotas. Pedro e Lucas nunca haviam tocado nesse assunto.
— Eu, hã...quê? — Lucas tentou raciocinar, pensando em uma desculpa favorável para a presença da moça (na sala, à noite, sozinhos), mas fora inútil. De repente, ele teve uma ideia brilhante: fingiu amnésia. — Quem? Beatriz teve uma crise?
Pedro ergueu uma das sobrancelhas.
— Não, você teve uma crise — o irmão confirmou, sem malícia. — Lucas...por que não me diz o que está acontecendo?
— Não está acontecendo nada — ele negou mais rápido do que pretendia. — Eu só estou estressado com a faculdade. Só isso.
— Certo — Pedro assentiu. — Não vou pressioná-lo. O café está pronto, caso queira — ele se levantou, desistindo de qualquer conversa esclarecedora com o irmão. — Escute, Beatriz me disse que o convidaram para o aniversário de Raoni hoje à tarde. Seria bom você ir para se distrair um pouco. Todos lá gostam muito de você. Pense bem.
— Aniversário de Raon... — Lucas franziu o cenho. Lembrou-se de que Beatriz havia mencionado sobre isso em algum momento. Rapidamente, pegou o celular e abriu o grupo que estava ignorando há alguns dias. Lá estava Raoni e suas mensagens entusiasmadas, convidando a todos do grupo para participarem de sua festa de vinte e três anos. E é claro, seria temático. — O tema vai ser...Extraterrestres?
Pedro deu de ombros, segurando o riso.
— É um ótimo tema.
— Eu não tenho nem presente e nem roupa de alienígena — Lucas jogou o celular ao lado. Com uma incerteza clara na voz, ele completou: — Eu não vou.
Cético, Pedro tomou o último gole de café e saiu do quarto. Ele sabia que Lucas queria ir, e não era por Raoni. O rapaz sentiu-se um idiota egoísta ao constatar que não estaria lá pelo aniversariante, e sim por Beatriz. Não importava o quanto estava cansado ou ansioso. Não importava se ele sofresse outra crise. Pelo menos, ele estaria perto de casa; e estaria com Beatriz.
Lucas se preparou para aquela ocasião durante toda a tarde. Entupiu-se de remédio para dor de cabeça e tomou bastante café; o que piorou a sua agitação. A ansiedade ardia dentro dele, como sempre acontecia quando tinha algum compromisso importante. Respirando fundo, ele olhou para o relógio. Lucas queria ter o poder de acelerar o tempo, controlando os acontecimentos ao seu redor. Mas ele era apenas um garoto sem poder algum; nem sobre si mesmo.
✦✦✦
Beatriz o esperava na calçada, acompanhando-o com o olhar e um sorriso de boas-vindas. O pôr-do-sol já havia passado de seu ápice radiante, deixando seus rastros sobre as casas e as árvores. Sem indícios de chuva, a noite prometia ser agradável. O clima estava propício à uma caminhada ou a um piquenique romântico — o que, infelizmente, não seria possível naquele dia. No entanto, a vontade de Lucas era agarrar a mão de Beatriz e sair correndo pelas ruas, enfiando-se em meio às árvores; onde poderiam ficar sozinhos contemplando aquele fim de tarde.
Quando se aproximou, a moça deu-lhe um abraço. Surpreso, com o coração aos pulos, Lucas ficou sem saber como retribuir. Ele não estava acostumado a abraçar pessoas. Sentia-se sem jeito, inibido, não sabendo exatamente onde apoiar os braços ou se deveria apertá-la mais contra seu corpo. Apesar de tudo, aquele fora talvez o melhor abraço que recebera.
— Você está melhor? — Beatriz perguntou, distanciando-se dele. Lucas respondeu maneando a cabeça em sinal positivo, tímido demais para olhar diretamente para ela. Então, fitou a estampa da blusa preta que a moça usava: pequenas estrelas e um planeta com anéis enfeitava o tecido. Era impressionante como ela conseguia ficar bonita aos seus olhos apenas com uma calça jeans e uma blusa comum. — Acho que pensamos iguais hoje. Você fica bem de preto.
Lucas sorriu e a acompanhou até a varanda da casa. A porta estava aberta, e o vozerio alegre dos jovens moradores podia ser ouvido da rua. Inicialmente, ele não conseguiu ver nada naquela escuridão, mas sua visão logo se acostumou ao ambiente. A sala, como esperado, havia sido transformada em uma simulação (não tão fiel) do espaço sideral. Balões verdes fluorescentes estavam espalhados pelo chão e presos nas paredes. Estrelas, cometas e naves alienígenas brilhavam no teto e na mesa principal. Luzes brancas piscavam nas escadas; e o mais surpreendente de tudo era uma nave espacial, feita de materiais recicláveis — e bastante papel alumínio — no centro da sala. Raoni, vestido com uma fantasia de Mestre Yoda, surgiu da escuridão com Fred no colo. O gato não parecia muito feliz.
— Saudações! — Raoni levantou o gato acima da cabeça. — Aqui está um Felino de Sírius, o anfitrião da festa. Eu sou um mero aniversariante. Bem-vindo à nave, terráqueo! — o rapaz passou o braço pelo pescoço de Lucas, afastando-o de Beatriz. Fred soltou um miado estridente e saltou do colo do Mestre Yoda. — Aqui temos vista privilegiada das plêiades, brigadeiros cósmicos e bolas estelares comestíveis. E claro, nutritivos sucos de frutas marcianas.
— E aí, mano! — Miguel acenou para Lucas da sala. Laura, sentada no sofá, usava antenas alienígenas. Bianca estava com uma máscara de uma criatura exótica, de braços cruzados, no canto da parede.
— Aqui temos um insetoide — Raoni apontou para Bianca. — Ela queria ser o Mestre Yoda, pois detesta insetos. Mas eu queria ser o Mestre Yoda. Então, sorteamos as fantasias, e ela tirou o amável insetoide. Um gafanhoto humanoide, para ser mais específico. Não é tão ruim assim! Mas agora ela se recusa a sair da parede.
— Um inseto fica onde, idiota? — a moça estava zangada; a voz abafada por baixo da máscara de látex.
— Ela ama o Mestre Yoda — ele sorriu, consertando as orelhas verdes sobre sua cabeça. — Eu sou o Mestre Yoda.
— Bem-vindo ao maternal, Lucas — Laura aproximou-se, receptiva como sempre, e ofereceu a ele pequenos salgados em formato de bolotas. — O recheio é de queijo e batata. Miguel os preparou.
Ele pegou uma das bolotas, degustando a receita magnífica de Miguel. Orgulhoso, o rapaz passou a mão pelos cabelos loiros quando viu a expressão prazerosa de Lucas. Beatriz se juntou a ele no sofá da sala, e todos se reuniram naquele pequeno e confortável aposento. Apesar de toda a decoração inusitada, era tudo simples demais. Não era uma grande festa, mas havia abundância de bolotas de queijo e brigadeiros cósmicos (Raoni insistia em dizer que não se tratava de brigadeiros comuns) e convidados entusiasmados, o que era suficiente para que todos se sentissem em uma grande nave fraterna. Quando a noite chegou, algumas crianças do condomínio os bisbilhotaram da rua, atraídas pelas luzes neons e a decoração alien. Raoni então distribuía-lhes pacotes de de pipocas doces, garantindo que aquelas maravilhas foram fabricadas em Urano.
Os sentidos de Lucas, mais aguçados que o normal, estavam conscientes da proximidade de Beatriz. Seus ombros se tocavam constantemente; o que de início Lucas achou que fosse ocasional. No entanto, havia espaço o suficiente para ambos. Lembrou-se de imediato do dia anterior, quando Beatriz praticamente puxou-o para perto de si. Ele não queria se iludir, mas o rapaz não via outro motivo a não ser o fato de que Beatriz queria ficar próxima dele. Lucas percebeu que não estava ficando louco quando Raoni apresentou uma das últimas atrações da festa — após a competição envolvendo bolas de chicletes, na qual Lucas foi obrigado a participar e se empenhar ao máximo para produzir a maior bola de chiclete de sua vida. Apesar de seu esforço, ficou em segundo lugar, perdendo para o talentoso aniversariante.
— Aqui em minhas mãos, estão os tickets para visitar o maior e mais potente telescópio da galáxia — Raoni anunciou, mostrando pequenos papéis retangulares. — Vocês poderão apreciar, em primeira mão, desde os grandiosos planetas e as lindas constelações, até o neto do vizinho treinando dancinhas estranhas e sem sentido na janela ao lado. Para que tenham uma melhor experiência, sugiro que vão em dupla. Os bilhetes são limitados! Eu vou com o meu insetoide favorito.
Bianca, cobrindo o rosto novamente, fingiu que não havia escutado. Raoni entregou para Beatriz um dos papéis.
— Você vai com o Lucas — Raoni disse, entregando outro bilhete para o rapaz em seguida. — Tenham uma ótima experiência!
Beatriz riu, levantando-se de imediato. Sem saber o que fazer, Lucas permaneceu no sofá. Olhou para o pedaço de papel, onde letras estranhas de um idioma desconhecido haviam sido escritas. Quem sabe um dialeto alienígena.
— Você não vem? — a moça perguntou, erguendo a palma para ele. — Ele está falando sério sobre o telescópio.
Lucas olhou para a mão dela. De soslaio, viu Raoni apertar as bochechas do insetóide, e Laura conversar com Miguel sobre receitas e os melhores queijos do mercado. O rapaz então se levantou, tocando em sua mão — o que, para o seu desalento, fora apenas um gesto para motivá-lo a se erguer.
O rapaz a seguiu. Passaram pela cozinha, atravessando a porta dos fundos; cuja passagem estava coberta por um tecido escuro e cortado aleatoriamente para produzir uma cortina improvisada. As luzes da varanda estavam apagadas e, no jardim dos fundos, sobre uma plataforma de madeira, o tão elogiado telescópio apontava para o céu — mais especificamente, para a Lua crescente. Lucas duvidava que fosse o maior e o mais potente, mas aparentemente era um instrumento qualificado o suficiente para apreciar corpos celestes ou a janela do vizinho. Ao lado do telescópio, uma mesinha redonda sustentava algumas caixinhas (ele supôs ser lentes) e um recipiente coberto por um papel crepom preto. Estava escrito: COLOQUE O SEU TICKET AQUI. Lucas achou melhor obedecer.
— Quer olhar primeiro? — Beatriz ofereceu-lhe, apontando para o telescópio. A moça começou a explicar como funcionava, apontando para as partes que compunham o objeto. Lucas ficou por um tempo analisando a Lua, surpreso com a nitidez na qual conseguia ver sua forma e suas belas crateras.
Em silêncio, ambos revezaram na observação. Lucas gostava de vê-la tão concentrada; gostava de ouvi-la falar sobre o que sabia e suas suposições sobre o universo. Beatriz dissera que não era tão conhecedora de astronomia, mas que lhe trazia certo contentamento ao observar o céu estrelado durante a noite ou a lua cheia no céu. A moça afastou-se do telescópio, dando vez a Lucas. Ele tentou observar outros astros, mas aquilo era mais difícil do que ele imaginava.
— Em breve, será possível observar Vênus e outros planetas — ela contou. Lucas voltou a observar a Lua, e Beatriz ajudou-o a focalizar o instrumento. A proximidade da moça mais uma vez o fez perder a concentração. — Acha que estamos sozinhos?
Lucas ergueu-se um pouco, tirando os olhos da lente. Olhou ao redor, procurando por alguém além deles.
— Não, não — a moça riu, apontando para o telescópio. — No universo. Acha que estamos sozinhos no universo?
Lucas olhou para o céu, balançando a cabeça em sinal negativo. Os dois ficaram em silêncio, e o rapaz permaneceu olhando para cima. Sentiu o olhar da moça sobre ele, mas não conseguia encará-la. Ela estava próxima demais. Podia ouvir sua respiração, sentir o seu cheiro e seus movimentos mais sutis. No entanto, Lucas era incapaz de se afastar ou fazer qualquer coisa. Ele mal conseguiu se mexer quando Beatriz, em um movimento quase imperceptível, tocou em seu pulso. Nos primeiros segundos, Lucas achou que fora acidentalmente. Mas seria estúpido demais permanecer com aquela ideia quando Beatriz segurou a sua mão. Lucas não compreendia... Por que ela estava agindo daquela forma? Apesar do nervosismo, seus dedos corresponderam ao toque, e ele apertou de leve a mão da moça. Lucas tremia, ainda sem coragem para encará-la.
— Você quer olhar mais? — Beatriz perguntou baixinho. Lucas negou. De repente, o celular em seu bolso começou a vibrar sem parar. Ele olhou para baixo, enfiando a mão esquerda no bolso da calça. Estava chegando tantas mensagens que o aparelho travou, reproduzindo um som irritante. Era Wallace. Tinha que ser você, Lucas pensou, colocando o celular com dificuldade no silencioso. Desistindo de enfiá-lo de volta no bolso estreito, pousou o aparelho sobre a mesinha ao lado, quase derrubando-o. — Alguma urgência?
Lucas negou mais uma vez, dessa vez conseguindo olhar em seu rosto. Ele não queria soltar sua mão e nem estragar aquele momento que antes pareceu-lhe quase impossível. O rapaz olhou para a varanda, depois para a moça novamente. Temia que alguém os visse de mãos dadas e os garotos começassem a cantar músicas românticas para constrangê-los. Mas, chegando à conclusão que nenhum deles estavam realmente interessados nos dois, Lucas relaxou um pouco — mas não o suficiente para que ele parasse de tremer. Seu coração tamborilava. Parte dele queria fugir, mas a outra parte queria abraçá-la, queria beijá-la e ficar ali para sempre. Duas partes dele que lutavam entre si, querendo se sobressair.
— Acho que está um pouco com frio. Vou pegar alguma blusa de frio dos meninos e... — Beatriz ameaçou soltar sua mão, mas Lucas segurou-a firme e a puxou gentilmente para si.
Não, ele disse mentalmente para ela. Eu não estou com frio, eu estou nervoso. Por um instante, Beatriz pareceu tão nervosa quanto ele, o que era inacreditável. Lucas começou a tremer ainda mais, porém, recusou-se a desviar os olhos dela ou afastar-se. Ao mesmo tempo, não tinha coragem de fazer o que mais desejava naquele momento. Lucas simplesmente não conseguia. Pois ele nunca tinha feito aquilo; não de verdade.
Ele olhou para os lábios da moça, tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes. Os dedos de Beatriz passearam pelo seu rosto, acariciando as bochechas ruborizadas e pelos fios de cabelo que cobriam suas orelhas. Lucas fechou os olhos, esquecendo-se de como respirar. Vagarosamente, a moça segurou seu rosto e tocou seus lábios nos dele. A princípio, apenas um roçar inocente e meticuloso, para depois se transformar em um beijo de verdade.
Como de costume, Lucas não sabia exatamente o que fazer. Lutando contra o próprio corpo instável e a mente à mil, ele não conseguiu relaxar. Tentou acompanhar os lábios de Beatriz, sentindo-a mais próxima que nunca; e talvez tudo tivesse sido perfeito se não fosse pelo seu nervosismo. Aquilo era mais do que ele poderia ter sonhado ou imaginado. E se ela não estiver gostando?, ele começou a se perguntar. Será que ela está me achando um idiota, um medroso? Será que ainda estou com hálito de menta, ou de bolotas de queijo? Será que estou salivando demais? Não consigo parar de tremer. E se eu tiver uma crise? Meu Deus, eu acho que bati o meu dente no dela. Droga, droga, droga!
Lucas se afastou abruptamente ao dar-se conta daquele deslize. Encarou o chão, quase caindo da plataforma de madeira a qual estavam. Por que ele tinha que estragar as coisas? Por que ele pensava tanto?
— Lucas... O que foi? — Beatriz perguntou, tocando em seu ombro. — Fiz algo de errado?
Lucas não sabia onde enfiar a cara. Você não fez nada de errado!, ele queria gritar.
Beatriz começou a dizer alguma coisa, mas Lucas sacudiu a cabeça, recusando-se a escutar qualquer coisa. Então, sentindo que poderia começar a chorar como um idiota a qualquer instante, o rapaz saiu correndo. Ao passar pelos degraus que levava à varanda escura, Lucas tropeçou e quase caiu. Recuperando o equilíbrio, atravessou a porta dos fundos com a intenção de sair pela porta da sala. Ele poderia ter dado a volta no jardim e disparado direto para casa, mas Lucas mal conseguia raciocinar.
Ele desejou ter tido aquela ideia antes. Se assim fosse, muitas coisas poderiam ter sido evitadas. Um simples ato impensado o fez escutar a conversa que acontecia na sala; a voz inconfundível de Pedro ressoando em seus ouvidos:
— Agradeço mais uma vez por incluí-lo. Ele precisa disso...
— Ele parece um pouco menos tímido agora... — Laura dizia. — Eu espero que um dia ele consiga falar com a gente...
Aquelas palavras o atingiram como um soco no estômago — como se ele não tivesse sido açoitado o suficiente. Enjoado e com receio de que Beatriz surgisse da porta dos fundos, Lucas deu alguns passos trôpegos e ficou visível para o grupo — e para Pedro. Não esperava vê-lo ali. O sorriso do irmão murchou quando viu sua expressão. Raiva. Dor. Ansiedade. Coração partido. Eram tantas coisas que ele não sabia qual emoção se sobressaía em seu semblante.
Sem se despedir, Lucas saiu daquela casa com a sensação de que nunca mais voltaria.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top