Capítulo 6 - parte 9 (não revisado)
No dia seguinte, após o enterro do amigo, a turma junta-se, ainda todos muito abatidos. Denílson aparece com o braço engessado e algumas escoriações, mas está bem.
– Ei, negão. Da próxima vez, eu e Rita vamos pessoalmente deixar você em casa primeiro. Caraca! Atrapalhar uma rica noite no motel não tá com nada...
– Você se atreveu a comer minha irmã, seu diabo? – O amigo está realmente zangado. – Será que não lhe escapa ninguém? Deixa eu ficar bom e você vai ver a carimbada que vai levar nesse focinho.
– Ei – Mauro dá uma risada – quem me comeu foi ela, tá ligado? Tô gamado, cara, totalmente apaixonado. E houve uma que me escapou sim – Mauro dá uma risada e fala muito baixo, só para os seus ouvidos – a Sheila. Vai bater no seu cunhado? Pois eu quero casar.
– Qual é, negão. – Carlos dá uma risada. – Ela não é mais criança e é um belo pedaço de mau caminho. Quer que sua irmã seja freira? Até parece que você é santo!
– Tá bom. – Concorda, emburrado.
– E aí, vai sair o ano novo aqui? Vamos ter que comprar bastantes fogos.
– Já combinaram com Henry para manter o bar aberto? – Ana pergunta.
– Sim, Miguel falou com ele. – Responde Carlos. – Também vai participar da festa conosco.
– Caraca, podíamos arranjar mais amigos para a festa!
– Isso, vamos promover um luau de réveillon. – Carlos sorri, muito alegre. – Eu vou encomendar uns doces e sanduíches. O que acha, Florzinha?
– Vai ser ótimo.
Uma viatura da PM para e o policial, já conhecido, desce para falar com os garotos.
– Nós pegamos o quarto ocupante do veículo. Ele portava uma arma e cocaína, mas precisamos que alguém faça o reconhecimento.
– Irei com prazer. – Afirma Carlos.
– Vamos todos – insistem Mauro e Denílson.
Após fazerem o reconhecimento e darem os testemunhos, voltam para o Cantinho, reiniciando a discussão sobre o reveillon.
Passam o resto do dia juntos, e eu, sorridente, acompanho as conversas deles. Vejo tão claramente a paixão do Carlos e Sheila que tenho pena do Mauro. Quando começa a anoitecer, Carlos puxa a namorada e pergunta:
– Quer dormir comigo lá em casa, meu amor? – Sorri para seu rosto e continua. – A saudade vai ser muito grande se não estiver nos meus braços.
– Nada me faria mais feliz. – Sorri e beija-o. Ana está sentada e observa os dois, mas o seu rosto tem um sorriso meigo, feliz pela sua grande amiga.
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Eu decido participar da festa de ano novo com aquela turma maravilhosa. Somos mais de vinte pessoas reunidas no bar, bebendo descontraidamente e comendo a montanha de coisas que Carlos encomendou. Quando dá meia noite, abraço e beijo a minha esposa. A maior parte desses garotos está com as namoradas, cada qual abraçando e beijando o seu par e se abraçando entre si.
Carlos não é exceção e aperta-se muito à namorada.
– Feliz ano novo, Sheilinha, amo você.
– Feliz ano novo, meu Carlinhos-Juan, também amo você e jamais fui tão feliz.
Cheio de amor, beija a garota sem parar.
– Sheila, quer se casar comigo?
– Tá falando sério, Carlinhos?
– Sim, meu amor. – Carlos estende um anel de noivado, ajoelhando-se. Emocionada, deixa-o pôr o anel e o jovem beija-a muito. Depois, puxa a namorada para a praia sob uma chuva de aplausos dos amigos.
Emburrado, Mauro entrega quinhentos Reais para Denílson, que ri a bandeiras despregadas.
– Mas que veado mais cheio de surpresas esse safado do meu amigo. – Comenta, abanando a cabeça. – Não podia ter noivado amanhã, não? Ei, Denílson, me diz aí seis números entre um e sessenta.
– Quer ganhar a mega sena às minhas custas, mano?
– Divido com você, mas me dá os seis números, agora.
Denílson dá os seis números e Rui fica de olhos esbugalhados para, logo depois, cair na gargalhada.
– Qual é a moral, Rui?
– Mano, o negão te sacaneou. Passou os seis números que saíram na mega sena da virada!
– Jura! – Denílson pergunta, aos berros. – Foram esses os números sorteados?
– Sim, eu memorizei.
Denílson começa a gritar e pular feito um louco.
– Ei, negão, alguma abelha espetou o seu traseiro?
– Muito melhor, Mauro. Estou milionário. São os números que eu sempre jogo. – Diz, voltando a pular e gritar, muito feliz.
– Não vai esquecer os amigos, negão.
– Claro que não esqueço, Mauro. – Abraça o amigo ainda aos berros. – Dou um milhão para cada um.
– Daí não sobra para você.
– Cara, são cento e vinte milhões! – Continua rindo. – Farei melhor, darei dois milhões para cada um. Espere e verá.
Sheila pergunta para Carlinhos:
– O que quer fazer?
– Começar o ano na água, amor, e com você. Não faz ideia de como é gostoso transar no mar.
Rindo de alegria e felicidade, o par vai para a água, beijando-se sem parar, em meio a carícias e muito mais, escondidos pela escuridão da noite. Eles sentem que este foi o ano que os transformou, que lhes modificou radicalmente as vidas, para melhor.
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