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Quem me dera eu soubesse fazer perguntas mais simples, percebi que essas pessoas que pensam as coisas mais comuns vivem em uma ignorância praticamente invejável. Dessas pessoas que a vida é um ritmo mais agradável, que qualquer coisa no fim de semana delas como sair por aí pra dançar e ver os amigos se torna uma explosão de felicidade que parece que pode ser carregada por uma vida toda. Para elas também parece que ter uma boa saúde, seus braços e pernas funcionando é bom e perfeito demais e que não há mais nada para reclamar, assim está bom, assim não tem incomodo. 

     Quem me dera se eu soubesse fazer respostas mais simples, mas quem eu quero enganar? Nem mesmo eu sei decifrar qualquer estranha tristeza que seja. Me admira quem leva tudo na simplicidade, para mim a vida não passa de uma matemática complexa. Questiono tudo, se eu puder questionarei a maldade e a bondade, estou em um nível de pessoa que eu não acredito muito nas pessoas e muito menos ofereço a minha amizade de mãos beijadas. 

     Enquanto isso, vejo uma colega minha fazendo todas suas alegrias e tristezas, amores e perdições como se fosse um livro aberto. Aí me pergunto, é assim que dá pra ser mais feliz? Quero encontrar alguém que seja de verdade feliz, e que quando me recomendar algo para seguir essa vida não me venha com o óbvio, óbvio de achar Deus e de abrir mais para as outras pessoas, tem dias que eu falo para mim mesma que se eu viver sozinha que assim seja, é menos preocupações. É como naquele poema que tomei para a minha vida :

Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

    Lisboa Revisited se tornou uma prece para mim, e cada verso dói, dói por perceber que isso se tornou a minha vida e meu pensamento. É, tem dias que é sorte, tem dias é incomodo. Estar sozinha pode ser ruim, mas estar com as pessoas simples é quase uma tortura. Enquanto essa for a única verdade que eu acredito vou continuar sendo a sombra distante de cada um. 

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