O parceiro - Vampiro (part 2)
Não demorou muito para encontrarem o primeiro obstáculo, ou melhor, inimigo: o orc de momentos atrás. Leony olhou receoso para o grande ser, sabia das habilidades de Victor, afinal tinha visto como ele agira no bosque semanas atrás, contudo... Será que um vampiro conseguiria lutar contra quase 300 kg de gordura e mais de dois metros de altura? Pelo visto, Redcliff não compartilhava das preocupações de seu companheiro, empunhou suas espadas gêmeas ao mesmo tempo em um movimento, avaliado pelo ruivinho, quase artístico, semelhante ao um gesto de dança. Delicado, mas preciso... E mortal. Os passos do vampiro eram silenciosos, contrastando o andar desengonçado de Leony (não podia culpa-lo! Apesar de querer ajudar o seu irmão na batalha, ainda tinha medo daqueles javalis gigantes e vestidos de armaduras!) que alertou o orc da presença da dupla, este virou lentamente, ainda tendo o grande dedo no nariz.
– Eca! – lamentou Leony, desta vez não tivera a oportunidade de fechar os olhos, infelizmente.
– Hã? Mais humanos? E quando se pensa que o serviço acabou... – suspirou o orc inspecionando o dedo (sim, precisamente o dedo que tivera "trabalhando" na limpeza nasal segundos atrás) com muito interesse... O que ele esperava encontrar aí? O ruivinho nem queria imaginar.
– Errou na minha classificação. – foi a única coisa que Victor disse antes de se tornar um completo borrão na visão do aspirante a caçador. Um momento o vampiro estava ali, logo ao seu lado, e agora tinha surgido logo acima do orc, ou melhor, tinha escalado a muralha de banha suína e placas enferrujadas de metal (se podia denominar "armadura" para alguns), jazia sobre um dos grandes ombros do orc, uma das suas espadas tinha a lâmina sob a papada/pescoço do adversário.
O orc soltou um guincho de surpresa, mirou de relance o esguiou oponente.
– V-vampiro? O que está fazendo aqui?
– Eu meio que estou me perguntando isso já faz algum tempo... –resmungou Victor, mas era algo que dizia para si mesmo e não para o orc.
– Olha, meu chefinho não disse nada sobre capturar vampiros, sabe? Então... Não tem para que lutarmos!
– O que você quer com os humanos, afinal? Vocês só fazem pilhagem, logo, se a população fugir o processo se torna mais fácil, não? – questionou erguendo uma das sobrancelhas.
– O chefinho não concorda... Disse que humanos podem ser bastantes uteis quando capturados também.
– Vocês não comem humanos, não é? – quis saber Leony.
– Comer humanos? Bah! Que nojo!
O garoto franziu o cenho... Nojo? Para alguém que limpa tão bem a grande narina seu conceito sobre asco não deve ser bastante profundo, não é mesmo?
– Então, o que fazem? – insistiu Victor.
– Eu não preciso responder a vocês! – urrou levando uma das suas grandes mãos, tentando agarrar o vampiro, contudo havia uma grande diferença entre eles, não era precisamente relacionado a força e sim a rapidez, enquanto o guerreiro orc ainda levantava o braço, Victor já havia saltado, ainda dando uma cambalhota no ar, pousado a sua frente e fazendo a espada cortar...
– Não! Não o mate! – exclamou o ruivinho.
Inconsciente o vampiro obedeceu, sua lamina se reteve, errando propositalmente o alvo... Bem, mais ou menos.
Leony só ouviu o som do metal caindo no chão. Depois, seus sentidos ficaram incapacitados de detectar o resultado final do ataque de Victor. Sim, incapacitados pelo trauma.
– Tsc. – o dito caçador-vampiro estalou a língua contrariado – Viu o que você me fez fazer?
O orc levou as mãos para frente ocultado o seu... Enfim, pelo visto a espada pode não ter acertado a barriga proeminente do ser meio-suíno e sim a parte de baixo do seu uniforme/armadura. Tratava-se de uma espécie de "tanga" feita de chapas metálicas, o mais surpreendente era que o orc não parecia saber o conceito de roupa de baixo. Leony se virou, tão rápido, mas o mal já estava feito! Nunca tiraria aquela imagem de sua pura mente! Nunca! Aquilo mais parecia uma anaconda do que...
– Q-q-que tipo de ataque foi esse? – choramingou o suíno, guinchando indignado.
– Devia agradecer que ainda esteja respirando. – alertou Redcliff cutucando o orc com uma das espadas – Mas na próxima o humano idiota aqui não irá fazer com que me contenha. Então, me diga quais são as intensões do seu chefe.
O orc bufou, devido as suas grandes narinas o som emitido era bastante semelhante ao som do sopro de um trompete abafado.
– Ainda não entendo por que se importa... Só são humanos!
– Ei! – Leony ainda não tinha conseguido reunir coragem o suficiente para se virar, mas ainda podia manifestar sua opinião – Como assim só humanos?
– Ora, o chefinho disse que humanos são como pragas, sabe? Desde que surgiram no mundo só se alastram mais, construindo suas vilas, cidades, reinos, enfim... Forçando criaturas como nós a escapar para locais cada vez mais remotos. Chamam os orcs de ladrões? Pois são os humanos os verdadeiros usurpadores de nosso território! E o pior! Criaram os caçadores! Agora além de monstros somos caças!
Victor soltou um suspiro, realmente não estava com paciência para aquelas lamúrias.
– Isso é mentira! – rosnou Leony – Generalizar os humanos dessa maneira! Isso é errado! Veja minha família por exemplo, na nossa fazenda, quando meu pai reivindicou a terra doada pelo líder da vila, descobriu que havia uma elfa anciã morando junto ao bosque, nos limites de sua terra, sabe que ele fez? A adotou! Ela é praticamente a minha avó, chamo ela de vó Teté, pois não sei pronunciar o nome dela... A língua elfa é difícil e vó Teté é muito ranzinza e não tem paciência de ensinar. Enfim, humanos e seres sobrenaturais podem sim conviver pacificamente. Minha família não é uma exceção! Além disso, você citou os caçadores, não sei se você sabe, mas nós caçadores precisamos de parceiros sobrenaturais para exercer a nossa profissão! É uma parceria entre os dois mundos! Não se caça unicamente "monstros" como você citou... Os alvos dos caçadores são tanto humanos como sobrenaturais! O quesito de escolha é serem malfeitores!
O orc ficou em silencio por alguns instantes, talvez ponderando a informação recebida.
– E alguém pequeno e magrinho como você é um caçador? – obvio que sua conclusão final seria referente a aparência de Leony.
– E-eu sou ainda um caçador em treinamento! – se defendeu, prontamente.
– O garoto pode ser tolo em vários quesitos... – começou a falar Victor.
– Ei! – reclamou o ruivinho, mas foi ignorando.
– ...Mas nisso ele está certo. Nós vampiros também poderíamos ser considerados pragas, não é mesmo? Já invadimos territórios de outros seres no passado tentando escraviza-los. Lobisomens já organizaram grupos especializados em atacar humanos que viajavam em comitivas para colonizar terras longínquas... Vocês Orcs vivem brigando entre um clã e outro, buscando a liderança e quando tem suas batalhas destroem tudo pelo caminho. Nenhuma raça é isenta de culpa, entretanto nem todos os seus representantes devem carregar o fardo dos erros passados.
Leony estava impressionado com o minidiscurso do vampiro. Na verdade, outra emoção que estava sentindo era culpa, julgara mal Victor, não imaginava que ele fosse apoia-lo, afinal ele só o criticava até o momento... De certa forma, ainda o criticava! Mas não tinha opiniões tão destoantes quanto presumia. Um sorriso se formou nos seus lábios, resolveu dar uma espiada no vampiro, todavia viu seus olhos cruzarem com outro olhar, íris vermelha quase hipnotizante: Victor estava o observando, tentou em vão ocultar o fato virando o rosto (agora levemente corado) para o lado e reproduzindo um sonoro "TSK"... Aquilo só fez Leony sorrir ainda mais.
– Vocês estão fazendo minha cabeça doer! – reclamou o orc – Não gosto quando ela dói! Parem de me fazer pensar!
O ruivo sentiu o solo tremer levemente, o grande suíno bateu com força um dos pés no chão, como uma criança malcriada. Nesse momento várias coisas ocorreram ao mesmo tempo. Leony se sentiu sendo empurrado para lado, Victor o havia chutado! Mas antes que pudesse tecer um comentário sobre esse ato, o vampiro rodou as lâminas gêmeas em direção ao braço do orc que agora tinha se estendido para capturar o aspirante a caçador (era o mais fraco ali, logo era preferível ataca-lo ao invés do vampiro). O som da lâmina cortando o ar era extasiante, mas o som desta mesma lâmina cortando a carne...
O urro do orc fora tão alto que algumas vidraças de casas próximas racharam. Leony, caído no chão, com as mãos na orelha, observou a queda da grande mão verde a poucos centímetros de si. O sangue era vermelho, mais escuro que o humano, mas ainda vermelho. Seu corpo paralisou, seus olhos fixos no membro decepado, não sabia muito bem o que deveria sentir no momento, suas emoções pareciam um turbilhão confuso afetando a sua reação.
– Minha mão! – choramingou.
Victor limpou as espadas com um pano negro que retirou de um dos bolsos do blaizer que usava, parecia alheio a agonia do seu oponente que segurava o pulso tentando conter a hemorragia.
– Eu avisei. – disse lentamente – Fiz perguntas e não respondeu a praticamente nenhuma, lhe dei oportunidades e descartastes todas. Isso. – apontou para a mão "sem-dono" caída na rua – Foi culpa sua.
– Maldito! – rosnou o guerreiro meio porco.
– Vou te perguntar de novo. Por que estão capturando humanos? – ergueu uma das espadas, o outro hesitou, podia ver o medo em seus pequenos olhos negros.
Leony por fim acordou de seu transe ao sentir o chão tremer novamente, mais orcs estavam a caminho. Se levantou, meio vacilante, isso chamou a atenção do vampiro.
– Vic...Victor! Outros... – falou apontando para nenhum ponto especifico – Orcs!
– Tsk! – foi o único som emitido pelo o caçador-vampiro que rapidamente guardou suas lâminas e carregou o ruivinho em seus braços.
– E-ei! O que pensa que... Olha onde está colocando essa a sua mão! – esperneio, pelo visto já estava totalmente recuperado do pequeno trauma anterior. O vampiro o ignorou e saltou no ar, Leony, nesse meio tempo, deu uma amostra do poder de suas cordas vocais dando um tremendo grito (nada masculino, deve-se ressaltar). A dupla pousou em um telhado de uma casa próxima, mas o "passeio" não tinha terminado, Victor deu mais um salto e mais outro... Desta forma, se deslocavam por sobre as edificações da pequena cidade escapando do provável reforço que o orc sem mão iria receber. Pararam em um telhado, finalmente, para o alivio de Leony que estava meio enjoado, afinal aquela era a sua primeira viagem "saltadora".
Leony estava bastante atento aonde estavam as mãos de Redcliff em relação ao seu corpo, uma delas se localizada bem no meio de sua bunda. Era desconfortável e a cada salto que eles deram podia sentir que o vampiro apertava o "fofo" local, não sabia se era de proposito ou não...
– Acho que... Já podes me pôr no chão. – sugeriu, só então notou o quão ofegante estava Victor – Er... Você está bem?
– Estou ótimo! – rosnou na defensiva, o que só atiçou a curiosidade e preocupação do ruivo que já iria insistir no assunto, quando um som irrompeu.
RONC
Leony mirou surpreso a barriga do vampiro. Reconhecia aquele som, pelo visto seres humanos e sobrenaturais não são tão distintos fisiologicamente um do outro, ambos ainda sentiam fome e reagiam da mesma maneira a ela.
– Victor...
– Já disse que estou bem! Vamos procurar o seu irmão, matar o orc chefe e...
Leony levou suas mãos para o rosto do outro, segurando sua face o forçando olhar para si, milagrosamente o orgulhoso (e teimoso) vampiro se calou, fitando surpreso e aborrecido o pequeno humano que ainda detinha nos braços.
– Quando foi a última vez que você comeu? Quando eu estou com fome não consigo me concentrar e fazer quase nada... Suponho que para vocês vampiros deve ser a mesma coisa! Como pretendes lutar dessa forma?
– Achas mesmo que a fome irá me tornar um guerreiro menos apto? – cada palavra foi dita associada a um rosnado.
– Eu não disse isso, bem... Não com essas palavras.
– Já disse que estou bem.
– Então, por que está arfando?
– Ora... – agora Victor deu um meio sorriso arrogante – Por que você pesa muito, é lógico.
– Q-q-que mentira! Eu sou magro quase esquelético! Digo... Não quase esquelético, acho que o termo certo é esguio!
O vampiro riu, mas mesmo a sua risada parecia rouca e com pouca intensidade, o que fez com que Leony esquecesse a sua fúria momentânea, era obvio que Redcliff estava tentando mudar de assunto o provocando! Que afronta!
– Quando foi a última vez que bebeu sangue? – ousou perguntar – Me recordo muito bem da minha experiência no bosque... Aqueles vampiros me atacaram, ávidos por meu sangue. Você mesmo disse que sangue humano provoca esse instinto em vocês...
– Sim, isso é fato! Vocês devem sentir o mesmo quando estão expostos a alguma comida recém saída do forno, suculenta, fresca e pronta para ser deliciada. Mas mesmo assim, nem todos os humanos atacam a dita comida, não é? Ora, se tiverem bem alimentados ou desenvolverem autocontrole, são capazes de ignorar essa tentação! – interrompeu Victor.
– E você não me parece bem alimentado. – analisou Leony apontando para a barriga do vampiro que ainda roncava.
– Está com medo que eu te morda, é?
O ruivinho não soube bem o porquê de ter corado com aquela pergunta. Devia sentir repulsa, não é? Afinal, os vampiros que encontrara anteriormente, os mesmos que ameaçaram sugar todo o seu sangue, lhe causaram medo e não atração. O que estava acontece? Por que imaginar Victor lambendo o seu pescoço... Fincando seus dentes pontudos... Por que essa possibilidade resultava em um acelerar nos batimentos do seu coração? Será que os vampiros afetavam os humanos de alguma forma, os tornando presas mais submissas, todavia, não recordava de ter esse mesmo sentimento quando fora atacado antes.
– Você demorou para responder. – notou Victor com um sorriso arrogante nos lábios.
– E-eu só estava pensando!
– Não danifique seu cérebro com isso... Afinal, não adiantar forçar algo que não está sendo muito usado.
Leony estufou as bochechas e fez biquinho com aquele comentário.
– Sei o que você está fazendo! Pensa que me provocando vai me fazer esquecer que você está sofrendo! – isso pegou o vampiro de surpresa, sua postura audaciosa enfraqueceu.
– Sofrendo? O que você sabe sobre vampiros, afinal?
– O suficiente para saber que a fome é mais forte em vocês do que em nós humanos diante de um suposto pedaço de carne suculento! O sangue para vocês é mais que comida! É a fonte de sua vitalidade!
Victor rangeu os dentes, não contradizendo o argumento de Leony, o que para o humano foi uma grande vitória.
– Mas... Vocês têm uma espécie de soro, não? Um sangue falso desenvolvido pelos vampiros... Feito justamente para conter os ataques contra humanos.
– Acha que eu iria encontrar esse tipo de sangue disponível por aí! Já viu promoção de sangue sintético no comercio? Em uma taberna?
– Certo, já entendi! – nisso Leony, aborrecido começou a desabotoar a camisa que usava. Victor arquejou, se sua garganta já estava seca antes devido a fome agora era a personificação de um verdadeiro deserto.
– O que você... O que você pensa que está fazendo? – balbuciou em um sussurro.
O rapaz não respondeu, pelo menos não com palavras. Puxou a gola de sua camisa e expos seu pescoço alvo e fino. Delicado. Belo... Suculento.
Victor teve que morder o lábio inferior para se controlar. Podia sentir seus caninos perfurando a sua pele. Gosto metálico preencheu sua boca. Não. Esse sangue não servia. Era frio e lhe causava náuseas. Precisa de algo mais...
Sacudiu a cabeça tentando dissipar tais pensamentos. Tantos anos de treinamento para conter seu instinto, tudo desperdiçado por aquele humano.
Aquele maldito humano que o fez fazer aquela tola jornada...E para quê?
Suas divagações foram interrompidas por um novo toque em seu rosto. Que atitude arriscada! Ficar assim tão próximo de um vampiro faminto e mesmo assim, não havia medo nos olhos de Leony, pelo contrário...
Que sentimento era aquele?
– Sabe? Eu não acho que você veio atrás de mim só para se desculpar...
Victor engoliu em seco, se sentia impotente, não conseguia falar ou mesmo se defender. Um humano não devia surtir tanto poder sobre ele... Não devia!
– E... – Leony abaixou o olhar, por um curto momento o vampiro imaginou que o garoto finalmente caiu na real para quão perigosa era a situação. Devia se afastar e não insistir nesses toques...
– Agradeço por ter vindo me procurar... – O ruivinho tinha voltado a mira-lo, havia um brilho em seus olhos, algo até momento desconhecido para Victor – Mesmo que tenha trazido tantos empecilhos...
– E-eu já disse que...
A mão de Leony desceu da bochecha se dirigindo ao pescoço do ainda relutante e confuso vampiro o guiando para baixo.
– Posso confiar em você? – o pedido foi sussurrado no ouvido de Victor que se viu diante do pescoço.
– E-eu... Você... Isso é insano! – arfou desistindo de resistir, não podia renegar ainda mais seu desejo e muito menos a necessidade.
– Você não tem condição de lutar com a fome, tão pouco eu poderei servir de muita ajuda, como para proteger sua retaguarda ou algo assim! – admitiu – O máximo que posso oferecer é isso.
– Como pode saber se não vou te matar!?
– Por isso te perguntei se poderia confiar em você, seu idiota!
Victor abaixou o humano. O abraçou. Deixou seu rosto afundar naquela curvatura do corpo. Leony estremeceu, mas não de medo.
– Pode confiar em mim... Meu parceiro. – essas foram as últimas palavras que Leony ouvira antes de sentir a mordida. Antes de sentir a dor mesclada com um pico de excitação. De se ver consumido por uma sensação de perda e ganho, perdia sangue mas também estava ganhando algo mais... Uma estranha ligação estava se formando.
"Ele disse parceiro?" essa pergunta se findou em sua mente agora entorpecida pela tóxica e viciante sensação.
Por fim, desmaiou.
***
O papel absorvera o líquido rubro como se ele mesmo tivesse sofrendo com a fome vampiresca. Victor observou com interessante quando deixava que gotas do próprio sangue sumiam no contrato do caçador. Ao seu lado, adormecido jazia Leony, alheio da ligação que agora o prendia ao vampiro.
– Então, foi esse o real motivo de ter vindo até aqui. – deu uma risada baixa, balançando a cabeça, finalmente entendeu os seus próprios motivos.
Não podia retornar a sua antiga vida e profissão.
Não podia simplesmente abandona-lo.
O contrato só formalizou a ligação que já existia entre eles.
– Por que fui me apaixonar por um humano idiota? – continuou a rir, mas não havia arrependimento naquele questionamento. Com delicadeza apartou uma mecha ruiva do pescoço do seu novo parceiro que agora exibia duas marcas circulares simétricas. A verdade era que pela a primeira vez se sentia saciado, a fome não mais o aplacava.
– Não sei quem é mais idiota: eu ou você. – soltou um suspiro resignado e mirou o céu já meio coberto de estrelas. Um novo futuro o esperava.
.
.
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Mas antes, tinha alguns orcs para fatiar...
~~**~~**Palavras da autora**~~**~~
Sim, estou demorando a postar, mas não sei se vocês estão acompanhando meu feed de notícias, estou no período de fim de disciplinas da faculdade ( eu faço um curso de graduação e mais o doutorado) logo está dificil escrever.
Consegui terminar esse cap, pelo menos (pois hoje terminou uma disciplina!)
Por isso peço desculpas e que tenham paciência, ok?
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