O Parceiro - O vampiro (Parte 3)


– Eu tenho que parar de ficar desmaiando por aí! – Reclamou Leony se levantando com dificuldade, seu corpo estava pesado e dormente, era como tivesse corrido uma maratona, algo que seria impossível fazer estando desfalecido.

"Será que é o efeito da mordida?" Se questionou levando a mão ao local, sentiu um calafrio percorrer a espinha, a sua pele ainda estava sensível. Ainda podia sentir os dentes de Victor...Sua língua lambendo o ferimento, sugando.

– Deuses! – Exclamou envergonhado da própria reação de seu corpo...Estava ficando excitado só por recordar da mordida!

"Deve ser tipo um efeito colateral..." Tentou se tranquilizar, ainda mais, não era só a mordida que fazia o seu coração bater forte...Era quem tinha efetuado a ação de morder.

O vampiro do xixi de nome Victor Redcliff.

Sacudiu sua cabeça para os lados, tentando dissipar aquela estranha conclusão que sua linha de pensamento tinha chegado.

– Francamente...Eu e o Victor? – Deu uma risada nervosa, mas logo olhou em volta e só então notou que estava sozinho. O referido vampiro não estava à vista.

– Não acredito que ele me abandonou! – Exclamou indignado. Já estava cansado de sempre ser deixado de lado! Primeiro foi seu irmão e a Silv e agora o Victor também entrou no clubinho: vamos excluir Leony das aventuras! Em meio ao seu ataque de raiva quase passou despercebido um pergaminho posicionado ao lado do jovem "aprendiz" de caçador.

– Espera... – Leony paralisou de imediato, não se recordava de ter retirado aquele precioso pergaminho do bolso. Se ajoelhou para examina-lo, esperava que não tivesse sujado ou rasgado com toda aquela confusão anterior!

Mas havia sim indícios que o documento não estava tal como tinha visto pela a ultima vez. Havia manchas escuras na parte final do pergaminho...Isso seria sangue?

– Meus deuses... – Balbuciou assombrando, sabia muito bem o significado daquilo... O contrato. A ligação magica entre os parceiros havia sido feita – Mas quem?

Leony tocou, com a mão trêmula, a mancha sobre o velho papel. Será que o sangue do Orc havia caído por acidente sob o pergaminho? Isso seria um grande desastre... A imagem de Victor, entretanto, surgiu em sua mente. Aquela expressão orgulhosa estampada no rosto nobre e belo. Os olhos de íris rubra e hipnotizantes. Sem saber explicar como, detinha total certeza aquele sangue que ali estava não era de nenhum monstro meio-porco meio homem...Era do vampiro!

– Mas por que? – Sussurrou confuso – Pensei que ele não gostasse de mim... Digo...Não ao ponto de se tornar o meu parceiro!

"Bem, ele cruzou metade do nosso mundo a minha procura...Ficou com fome durante essa jornada...Isso não podia ser só para pedir desculpas, não é mesmo?" Seu coração começou a acelerar com aquele pensamento.

– Bem, independente disso...Agora que o contrato foi assinado e nos tornamos parceiros de fato, isso significa que não posso ficar para trás quando ele está...Só os deuses sabem aonde! – Resmungou se levantando e dobrando com carinho o contrato o guardando novamente no bolsa da calça. Pelo que se lembrava das explicações feitas pela parceira do seu irmão, o contrato impedia que os parceiros se separassem, havia um limite preciso de quantos metros de distância um podia ficar longe do outro, as consequências por tentar burlar tal clausula do documento mágico variavam desde diarreias a até dores intensas. Victor não devia estar longe já que Leony não sentia nenhum desses sintomas...

Ouviu gritos não tão distantes, ali em cima do telhado de uma das rusticas casas do vilarejo pode ter uma visão privilegiada do que estava ocorrendo. A praça principal brilhava a luz de uma grande fogueira... Havia também sons de luta. Ali era o epicentro de toda aquela zorra! Ali era onde seu irmão e Silv deveriam estar... Também Victor, afinal, o vampiro parecia querer resolver todos os problemas que Leony porventura desejasse adentrar, evitando assim que o humano se machucasse ou algo pior.

– Mas esse humano não é do tipo de ficar assistindo! Eu sou um caçador! – Disse com confiança, tecnicamente se tinha um parceiro isso o fazia ser um caçador. Sim, era verdade não se sentia tão diferente de horas atrás... Ainda era um garoto que mais tropeça nas próprias pernas do que empunhava alguma espada e atacava com fervor o seu inimigo. Ainda tinha muito que aprender, não iria negar...Mas isso não parecia uma justificada forte o suficiente para fugir!

– Agora eu só preciso descobrir como devo descer daqui...– Olhou para baixo e sentiu vertigem. Para um vampiro era fácil ficar saltando por aí, mas Leony não tinha sangue felino em suas veias, tinha quase certeza que não cairia em pé se saltasse daquele telhado! (era bem provável que caísse de bunda, algo recorrente em seu histórico de quedas!)

– Bem...Esse é meu primeiro obstáculo a ser transporto! – Não iria se deixar desanimar. Começou, com muita relutância a escalar... E era assim que começava a sua épica jornada como caçador? Pelo visto sim...

***

Leorion limpou com as costas da mão o sangue que vertia do seu lábio cortado. Seus olhos miravam os seus inimigos, tinha combatido vários Orcs, alguns dos seus corpos jaziam próximo, mas o número de derrotados era bem menor do que ainda persistia em pé, prontos para lutar... Estava em clara desvantagem.

– O que devemos fazer? – Inqueriu Silvana ofegante, a própria bruxa estava machucada, algo que deixava Leorion ainda mais furioso, era o seu dever protege-la enquanto Silv lançava seus encantamentos e feitiços, mas a situação tornava difícil exercer sua função – Recuar?

O caçador deixou seu olhar vagar para além dos homens-porcos, para os civis capturados...

– Não podemos abandona-los!

– Mas... – A bruxa mordeu o lábio inferior, antes de aceitar ser parceira de Leorion provavelmente iria optar por fugir, afinal, não era o tipo de garota que pensa em se pôr em perigo pelos outros, era o total oposto do altruísmo...Sim, tinha vergonha desse seu passado, fora uma garota frívola que adorava festas! Nem mesmo o estudo da magia lhe chamava a atenção. Todavia, tudo mudou quando esbarrou com o jovem Leorion em um festival da colheita! Imaginar que ficara caidinha por um musculoso humano e seus ideais ao ponto de aceitar a proposta de se tornar sua parceira? Não estava se arrependendo, a verdade era que, por fim, havia conseguido encontrar um objetivo em sua vida promíscua e festeira.

– Somos caçadores, Silv... – O ruivo deu um meio sorriso – Somos a única esperança desse povo e, além disso, se vencermos aposto que ganharemos uma grande festa com direito a bebida de graça e muita comida, do jeito que você gosta...

A bruxa devolveu o sorriso e assentiu.

"Eu não ligo mais para essas festas..." Pensou "Só quero que sobrevivemos para que possa passar mais tempo desta vida ao seu lado...".

Silvana não teve tempo para externar seus reais sentimentos, pois os Orcs começaram a gritar (ou guinchar, se preferir), como estivessem se preparando para um ataque.

Um ataque que não ocorreu, pois, os homens-porcos se afastaram, dando espaço a passagem de um grande e obeso Orc, pela a quantidade de lataria que constituía a sua armadura e o imenso machado que segurava em uma de suas mãos, além de adornos de ouro que enfeitavam as presas que saiam de sua boca, aquele só podia o chefão daquela turba.

– Oi! Nanicos! – Saudou o grande Orc – Olha, por mais que goste de ver uma boa luta ocorrendo, acho que vocês estão se machucando atoa! Digo, eu não sou o Orc malvado, quero mantê-los saudáveis e sem muitos arranhões!

– E por que seria isso? Não está irritado por eu ter acabado com os seus homens? – Quis saber Leorion, meio desconfiado com aquela estranha fala proferido pelo seu oponente.

– Bem, confesso que me incomoda um pouco... – Coçou sua cabeça careca – Afinal, não é tão fácil recrutar Orcs hábeis para o trabalho...Muitos são meio que lentos para entender algumas ordens, sabem? Mas, com essa pilhagem irei conseguir muito dinheiro e poderei encontrar mais guerreiros Orcs, ainda mais quando consegui tantos bens de alta qualidade...

– Que bens? – Loerion franziu o cenho – A única que vocês acumularam, pelo que vi, foram os aldeões e...

– Oh! Pela calcinha de Merlin! – Exclamou Silv com horror – Você pretende vender os humanos?

– Escravos... – Sussurrou o caçador, cerrando os punhos na empunhadura de sua espada.

– Pois é, existem muitos seres sobrenaturais por aí que gostam de de humanos para serem seus bichinhos de estimação ou até mesmo como comida, sei lá...Eu não pergunto. – O grande Orc deu os ombros – Só sei que é uma atividade altamente lucrativa!

– Eu não vou deixar que você faça isso! – Rosnou o ruivo.

O Orc apenas gargalhou.

– Seja um bom humano e desista, sim? Você seria uma peça valiosa a ser adicionada a minha mercadoria, mas quanto a sua amiga...

Ele apontou o seu machado para Silv que engoliu em seco.

– Não preciso de uma bruxa, então, garotos podem fazer com ela o que quiserem!

Os Orcs guincharam afoitos, alguns já avançavam para brincarem com a garota com fartos seios.

– P-para trás! – Disse ela soltando uma esfera de energia, mas essa se desvaneceu com facilidade, até a magia tinha o seu limite. Os Orcs riram do ataque inofensivo.

– Silvana! – Leorion a puxou para si – Eu vou te proteger!

– M-mas...Mas... Eles são muitos!

– E daí? Acha mesmo que irei deixar eles te pegarem?

– Se continuar me proteger, eles irão te machucar ou até algo pior... Mas se me deixar ir, talvez você tenha uma chance de ... – Os lábios da bruxa foram selados por um beijo dado por Leorion.

– Eu sou seu parceiro, esqueceu? – Sussurrou o humano com um sorriso malandro estampado no rosto – Ficaremos juntos até o final...

– Leoleo... – Silv sentiu lágrimas se formarem em seus olhos.

Orcs se aproximavam, não havia escapatória...Se esse fosse mesmo o fim deles, pelo menos teriam um ao outro e...

– Oh! Céus...Acho que irei vomitar... – Alguém resmungou próximo ao casal. Silv virou o rosto para vislumbrar uma careta de asco.

– Victor?

O vampiro não respondeu ao invés disso interceptou com uma de suas espadas a lâmina de um machado cujo alvo era o casalzinho feliz. Com a sua outra espada atacou, seu movimento foi rápido e preciso, de modo que nem Leorion e tão pouco Silvana viram o que ocorria, só presenciaram a consequência que foi três Orcs mortos tombados no chão...Sem suas cabeças.

– Eu podia ter feito isso... – Sussurrou Leorion meio rancoroso.

– Ora, você tem muito que me agradecer, humano. – Disse Victor rodopiando as suas espadas e as fazendo parar subitamente, o sangue que maculava suas lâminas foi lançado ao chão – Se não fosse por Leony...

– Leony? O que meu irmão tem haver com isso? – O ruivo o mirou desconfiado.

– Victinho! Você não iria nos abandonar, não é? Que coisa feia! – Choramingou Silv – Sou sua amiga! E caçadores vampiros também tem seus códigos de honra...

– A linha de amizade que nos une, Silvana, é tênue e eu mesmo não sei como foi formada! – Confessou rabugento – E não sou mais esse tipo de caçador, logo não sou obrigado a seguir tais códigos de honra...

– Não é mais um caçador vampiro? – Leorion não estava gostando nem um pouco o que estava ouvindo – E por que você está aqui? Não devia estar em Bloody Woods?

– Ora querido... – Silv deu um sorriso malicioso – Acho que sei muito bem o motivo de Victinho esta aqui...

Para a surpresa de ambos o referido vampiro enrubesceu.

– V-vamos mudar de assunto, sim? Se não perceberam estamos em meio a um combate!

– Exatamente! – Guinchou o chefe Orc, pelo visto, agora sim ele estava furioso – Me cansei de perder meus subordinados e ainda mais...Eu não quero seres sobrenaturais como escravos! São difíceis de manter!

– E quem disse que quero ser seu escravo? – Rosnou Victor.

O Orc não quis argumentar ordenou que todos os seus guerreiros atacassem, estava claro que o Chefão tinha desistido de tentar capturar o humano ruivo para ser sua mercadoria. Iria destruí-los totalmente.

– Tsk... – Leorion empunhou sua grande espada – Estamos ferrados.

– Não precisam se preocupar. – Piscou Redcliff em um tom divertido – Eu acabei de me alimentar, estou com muita energia para gastar!

– Acabou de se alimentar? – O caçador ruivo teve se controlar para não atacar o seu novo aliado, mas talvez ele nem precisasse se controlar de fato, pois o vampiro já tinha sumido de sua vista e enfrentava a horda de homens-porcos-obesos.

– Droga! Se eu não tivesse tão machucado e cansado eu poderia ajudá-lo! – Resmungou.

– Claro! Claro! – Sorriu Silv dando tapinhas no ombro do seu companheiro.

– E o que ele está fazendo aqui? Eu ainda não entendi!

– Você não entendeu ou não quer entender?

Leorion apenas estalou a língua e fitou, magoado, a maravilhosa batalha que ocorria diante dos seus olhos.

~**~

– Malditos... E cadê aquele papo de livre comercio? Hein? Liberalismo? Só por que tenho um ramo meio peculiar de negócio, não devia sofrer desses abusos! – Resmungou o Chefão, estava começando a ficar preocupado ao ver que um e mais outro de seus Orcs eram derrotados por aquele irritante sugador de sangue. Por isso não gostava de sequer tentar capturar seres sobrenaturais! O prejuízo que eles traziam não podiam ser suplementando pelo lucro da venda em algum mercado de escravos! Humanos, por outro lado, depois de despidos de suas armas, se tornavam presas bem mais fáceis de controlar e eram produtos solicitados por diversos compradores e colecionadores!

– Só sou um honesto comerciante batalhando para conseguir o meu ganha-pão diário! – Continuava a resmungar quando dava passos apressados em direção aos aldeões, estes continuavam amarrados e amordaçados no centro da praça circular – Bem, acho que terei que levar o quanto puder...

– Para trás! – Uma voz esganiçada chamou a sua atenção, um pequeno humano de cabelos cor de fogo se situava a frente dos seus produtos segurando uma adaga em suas mãos – Você não vai levar nenhum deles!

– Ora... – O Orc teve que sorrir, havia humanos que não conseguiam cair na real, não é mesmo? Será que não via a diferença de poder entre eles? – Olha, filhote, eu não tenho tempo para brincar...Alias não sou do tipo que suja as suas mãos com vermes que nem você, por isso eu contrato subordinados! Eu sou um empreendedor e não um proletário, entende?

O filhote humano parece não ter ficado irritado, apesar de suas pernas ainda tremerem e muito.

– Pois, quero ver você tentar captura-los sozinho sem os seus subordinados. – Nisso o ruivinho jogou a arma que tinha em suas mãos em direção aos aldeões, caindo nos pés dos mesmos, estes começaram a cortar as cordas que os prendiam...

– Não! Não! – O Orc voltou seu olhar para o filhote encrenqueiro – Seu parasita...Sabe quanto prejuízo você está me causando?

– Você podia optar por um outro tipo de produtos...Já pensou em criar vaquinhas? – Sugeriu o insolente humano.

O Orc já não detinha o mínimo de paciência para continuar aquela conversa, se eliminasse aquele humano poderia, ainda, capturar alguns humanos e assim fugir. Sim, teria que fazer o trabalho braçal, mas as vezes um grande líder e empresário tinha que se sujar um pouco para alcançar seus objetivos.

– Oh-uh... – Balbuciou o humano ao ver que o grande machado estava direcionado a si, ele até tentou fugir, mas acabou por tropeçar nas próprias pernas.

"Que patético!" Pensou o Orc mirando na sua presa.

A grande lâmina desceu e...

– Mas o que... – O chefão viu o seu golpe ser interceptado por algo...Ou melhor, por alguém.

– Eu não acredito que você ousou vir aqui!? – Gritou o vampiro, com tamanha fúria que até mesmo o chefão Orc pareceu vacilante quanto aquela explosão.

– Eu estava ajudando! – Respondeu o filhote humano.

– Ajudando a me atrapalhar, isso sim!

– Te atrapalhando? Você estava tão ocupado cortando cabeças...Alias, você precisava fazer mesmo aquilo, tipo, podia deixa-los desacordados ou algo do tipo, mas não, você tem que fazer um show de carnificina! Enfim, você estava tão concentrado em seu combate que esqueceu que tínhamos reféns que precisavam ser libertados!

– Tsk... Você quer salvar seu irmão e a Silv! E ainda quer salvar esses humanos que nem conheces? Quer me pedir algo a mais? Tipo, um chá?

– Eu não pedi para que os salvassem!

– Realmente não pediu, mas...

– Er...Oi? Desculpe interromper, mas – O Orc tentou intervir, pois meio que sentia que estava segurando vela.

– CALA BOCA! – Rosnou o vampiro empurrando com as suas duas espadas o gigante machado fazendo o chefão cair para trás – Não está vendo que estou ocupado aqui?

– Não precisa gritar com todo mundo! Pensei que você fosse um vampiro nobre ou algo do tipo...Não está sendo nada educado!

– EU NÃO ESTOU GRITANDO!

O Orc iria aproveitar o momento que o casal estava brigando (eram um casal, não é mesmo?) para escapar. Dane-se os humanos...Tentaria atacar fazendeiros em seu caminho de volta, capturaria novos produtos e...

– Onde pensa que vai? – A lâmina do vampiro atravessou o seu ombro e fincou no chão, o prendendo ali mesmo – Não me lembro de ter te dado permissão para sair!

– Victor! – O ruivinho estava ao seu lado e segurava o punho do outro – Não corte a cabeça dele, sim?

– E por que não?

– Ei! Escute o pequeno... – Choramingou o chefão.

– Ele deve ser julgado por seus crimes! Nos caçadores capturamos nossas presas e entregamos para os oficiais de justiça! É assim que trabalhamos!

– Que saco... – Resmungou o vampiro.

O chefão sentiu um imenso alívio, podia estar arruinado, mas pelo menos tinha sua linda cabeça sobre o seu pescoço.

~**~

– Caçadores? – Leorion mancou em direção a seu irmão caçula e aquele vampiro metido a sabichão, tudo havia acabado, muitos dos Orcs remanescente fugiram temendo serem decapitados e os aldeões haviam se libertado, mas tudo isso graças, principalmente, a ajuda daqueles novatos, seu orgulho, além do seu próprio corpo, estavam feridos – Vocês são caçadores?

– Er... – Leony corou e mostrou o contrato, Leorion pode ver as manchas de sangue impregnadas no papel – Pois é...Como pode ver, muita coisa aconteceu essa noite!

– Deuses! Nem me diga! – Silvana se materializou ao lado de Victor que limpava a sua espada com muita concentração – Eu não imaginei que Victinho iria aparecer assim! O poder do amor é realmente impressionante!

– A-amor?! – Exclamou Leony que agora era própria personificação de um tomate.

O vampiro, por sua vez, deixou cair a espada, parecia paralisado.

– Espera um pouco... Esse sanguessuga e meu irmãozinho? Tendo um romance? Eu posso até aceitar que eles sejam parceiros...Mas esse tipo de parceiros, isso não! – Leorion rangeu os dentes, agora entendia o ímpeto que tivera de atacar Victor a momentos atrás.

– Irmão, não tem nada oco... – Leony tentou explicar.

– E desde quando precisamos de seu consentimento para algo? Que eu saiba, Leony já é maior de idade, ou você me enganou nisso também? – Inqueriu Redcliff mirando o ruivo mais novo.

– Hã? Eu não menti quanto a minha idade e...E como assim enganei nisso também? Quando eu te enganei antes? – Era impressionante como Victor despertava aquele lado briguento em Leony, contudo, mais de que isso, seu coração batia com extrema rapidez que o jovem (e novo) caçador sentia que iria desmaiar. Victor estava admitindo ali diante de todos que gostava dele?

– Pois bem... Você me atraiu até aqui com esse seu jeito... E agora sou um novo tipo de caçador que não posso decapitar minhas presas. – Resmungou Victor, estranhamente parecendo um rapaz mimado do que um feroz guerreiro sanguinário.

– Eu não te obriguei a assinar o contrato. – Argumentou Leony – Está se arrependendo de estar unido a mim?

A resposta a essa pergunta foi Victor puxando o menor para si e sussurrando em seu ouvido.

– Eu não me arrependo, mas acho melhor aceitar as consequências de me ter 24 horas ao seu lado, humano.

Leony sentiu seu corpo se arrepiar com aquela "ameaça".

– E tem mais uma coisa...

– O que? – Sussurrou o ruivinho.

RONC!

A barriga do vampiro reclamou sonoramente.

– Você está com fome? De novo? – Estranhamente, aquele fato despertou uma estranha excitação em Leony.

– Tive que usar muito da minha energia para acabar com todos esses Orcs! Isso é culpa sua, humano! – Resmungou Victor contrariado.

– Você tem que acatar com suas responsabilidades... – Acrescentou dando um meio sorriso e expondo seus caninos. Leony engoliu em seco, suas pernas estavam tal como gelatinas.

– Fome? Ei! Ei! Nem pense em morder o meu irmãozinho! Me deixa pegar minha espada, Silv! Vou arrancar as presas desse vampiro!

– Querido, você nem consegue andar direito, como pretende lutar contra um vampiro? – Reclamou a bruxa.

– Eu darei um jeito e... Ei! Aonde pensa que está indo?

Victor já tinha tomando Loeny nos braços e saltava dali deixando para trás um furioso cunhado.

Leony detinha um tímido sorriso nos lábios. Pelo visto, já estava adorando a sua nova jornada como um Caçador


Palavras da autora 

Desculpe a demora pessoal, estava mesmo travada nesse final! Mas agora vai! 

Ainda terá um epilogo! Ok?

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