O parceiro - demônio
Leorion olhou para trás, estava fazendo isso várias vezes ao longo da viagem, observou seu irmão se arrastando cabisbaixo. Desde que tinham retornado do "Portal do inferno" seu irão falara muito pouco, só tinha anunciando que o encontro com o seu possível parceiro não dera certo, o que era bastante evidente, afinal tinha presenciado toda a confusão sem poder interferir: o demônio que fora invocado de maneira errônea e a luta que se deu entre este com Asmeram, o demônio amigo de Silvanna. Realmente foi surpreende o resultado advindo do ataque final de Asmeram quase destruiu o local criando uma imensa cratera, sem dúvida o poder daquele ser era muito além do que o jovem caçador imaginara. Leorion pensara que iria ficar feliz ao ver o fim de toda aquela jornada maluca, contudo ver seu irmão sofrendo a cada passo dado lhe partia o coração. Diminuiu o passo para ficar ao lado de Leony, este nem o notara, andando com a cabeça baixa, nem notava o que acontecia a sua volta.
–Ei... Se quiser, podemos parar na próxima cidade! Que eu saiba lá tem uma biblioteca antiga cheia de histórias de aventuras fantásticas que você tanto gosta e...
–Não. –Cortou o ruivinho sem encarar o irmão –Isso é uma perda de tempo... Só são histórias bobas...Vamos continuar até chegarmos em casa, sem paradas.
Leorion mordeu o lábio inferior, a voz do seu irmãozinho soava tão fria e distante, isso não combinava com ele! Leony sempre foi imaginativo, teimoso e alegre. Mesmo com suas limitações, enfrentou grandes obstáculos e sobreviveu. Mesmo não conseguindo encontrar o seu parceiro ideal, não significava que todo o seu esforço fora em vão...
"Droga! O que estou pensando? Eu devia estar feliz...Desta forma ele não irá se meter em perigo e irá viver uma vida segura e..." Olhou novamente para o irmão, podia ver marcas húmidas em sua bochecha indicando que anteriormente ali passara lágrimas, e tal fato ocorrera recentemente " E... Triste..." Completou a frase em seus pensamentos.
–Leony...Eu tenho algo para te dar. –Falou interrompendo bruscamente
–Ah? –O menor finalmente levantou os olhos para fitar o seu irmão.
–Aqui...-O caçador tirou algo do bolso de trás de sua calça. Silvanna tinha parado também e observava os dois irmãos apreensiva. Leony pegou o papel oferecido pelo o ruivo mais velho.
–O que é isso? –Perguntou enquanto tentava ler o que estava escrito, mas tratava-se de uma língua que desconhecia.
–O contrato...
–Contrato? Do que?
–Para ser assinado por você e seu parceiro.
–Ah? Mas... Não! Eu não quero isso! Pensei que já tivéssemos terminado com essa loucura!
–Quando eu iniciei a minha jornada para ser um caçador, logo quando sai de casa... Eu não encontrei de imediato meu parceiro. Primeiro eu tive que treinar, aumentar a minha força física... Estudar para que ampliasse meus conhecimentos acerca dos seres sobrenaturais, até acompanhei alguns caçadores em suas missões somente para observar e aprender... Depois, conclui que deveria buscar meu parceiro e com muita dificuldade encontrei a parceira perfeita. –Sorriu para bruxa fazendo com que essa corasse –Eu tive muitos obstáculos... Estive ao ponto de desistir em diversos pontos... Fracassos? Eu também tive...Mas eu não desisti.
–O que queres dizer com tudo isso?
–Que nem você deve desistir...
Leony encarou o irmão surpreso com aquelas palavras, afinal fora ele o maior opositor da ideia de se tornar um caçador, ao longo da busca por um parceiro fora ele que colocou entraves e tantas vezes o persuadira a desistir.
–Mas...
–Você tem um sonho, Leony... Não deve ser eu ou ninguém que deverá impor limites a você. Sei que me preocupo com sua proteção, o meu maior desejo é te ver bem... Mas também desejo te ver feliz... Por isso, quero te incentivar a não desistir de algo que seu coração anseia! Estarei sendo hipócrita...
–Leorion... –O ruivinho olhou para o papel a sua frente e depois fitou o irmão –Tem certeza disso?
–Maninho...É você que tem que decidir o que deve fazer com esse contrato, se queres rasgar, ficar, jogar fora? Você que deve decidir...Eu dei a você.
–B-bem...Supondo que eu o aceite...O que devo fazer caso encontre um suposto parceiro?
–Ele deve assinar o final do papel com sangue, tal como você também... –Começou a explicar Silvanna se intrometendo na conversa dos irmãos -A assinatura não precisa ser algo escrito, basta o contato das gotas de sangue de ambos, assim o selo magico é ativado e conjura uma espécie de elo entre os dois indivíduos, assim eles estarão ligados para sempre!
–E se eu rasgar o contrato?
–Depois que ele é assinado não pode ser rasgado, queimado ou destruído. A magia do selo impede que danos sejam feitos ao papel.
–Ohh... –Leorion logo identificou o brilhar dos olhos do seu irmão, reconhecendo a ativação da curiosidade do mesmo. Um sorriso se formou nos lábios do caçador, era bom ver que seu irmãozinho estava retornando o que era anteriormente.
–Mas tome cuidado com quem irá assinar esse papel...Você não irá querer que outro ser que não o seu parceiro deixe o seu sangue sobre o papel junto com o seu, assim o elo será feito... E para quebra-lo será um processo muito difícil. –Explicou o ruivo mais velho.
–Além de doloroso...-Acrescentou a bruxa fazendo uma careta de desgosto.
–Entendi...-Sorriu o menor, aquilo lhe significava tanto, sentia seu coração ficar mais leve, como se um peso imenso tivesse sido tirado de dentro de si. De fato, queria –Obrigado... Eu...Realmente...
Antes que o ruivo completasse sua frase um urro foi ouvido, logo chamas surgiram no céu advindo de um dos lados da estrada. O som abafado de grandes asas batendo também foram ouvidas...Leony ficou apreensivo, um estranho silêncio se instaurou, tal como esperassem que algo ocorresse. Leorion já segurava uma das suas espadas e Silvanna tinha conjurado seu cajado. Ambos estavam prontos para o ataque, o que deixava o ruivinho apreensivo era: o que eles iriam enfrentar?
Novamente o urro foi ouvido, o pequeno grupo pode observar que as árvores ao lado da estrada foram derrubadas por algo grande que se aproximava.
–Loeny... Para trás! Fuja!–Mandou o caçador em um sussurrou.
–Mas...V-vocês...-O menor não queria abandona-los, afinal nem sabia ao certo que eles iriam enfrentar. Aquilo não parecia justo, simplesmente fugir e deixar seus amigos para trás.
–Nós ficaremos bem! Agora vá!
Uma criatura reptiliana emergiu da floresta, Asas grandes estavam recolhidos em suas cotas, sendo essas a possível fonte dos barulhos anteriores. Fumaça negra saia da grande boca do ser.
–Um dragão...-Falou baixo Leorion.
"Pelos deuses.... Isso é um dragão?!" Leony estava paralisado tanto de surpresa quanto de medo, aquela criatura de nada parecia com o que estava expresso nas figuras dos livros. Aquele lagarto era bem maior, não tinha o ar majestoso que era contado nas lendas... Tinha um jeito meio desengonçado de andar, contudo inspirava mais medo com sua boca avantajada e dentes serrilhados. Seus olhos eram avermelhados e a pupila amarelada e naquele momento estavam focados no grupo de humanos.
–Leony? Você ainda está aqui!? Eu mandei você fugir! –Bradou o caçador, contudo o dragão aproveitou o momento de leve distração para expelir uma rajada de fogo. Leorion se lançou sobre o irmão, assim ambos escapam das chamas. Silvanna lança um raio de energia de seu cajado atingindo o dragão que urra de dor e raiva.
–Leony... Fuja daqui! Nós cuidamos disto! –Disse o ruivo mais velho se levantado –Droga... –Resmungou tentando suprimir a dor que sentia em suas costas devido ao ataque do dragão, mesmo que as chamas não o tivessem acertado o seu calor o havia ferido. Podia sentir queimaduras em suas costas...
–Leorion... –O menor tentou falar alguma coisa, afinal aquilo foi a sua culpa.
–Irmão...Deixe que nós resolvemos essa situação, afinal nós somos caçadores esse é o nosso dever e função! Agora vá!
Leony hesitou, contudo sabia que nada poderia ajudar o seu irmão se permanecesse ali...Não era um caçador...Só iria atrapalhar e ocasionar mais ferimentos ao seu irmão. O menor, então, correu, tentando não olhar para trás... Podia ouvir mais raios sendo lançados por Silvanna e ataques dados por seu irmão. O dragão urrava, mais chamas eram emitidas.
"Droga...Se eu tivesse conseguindo um parceiro meu irmão e Silvanna não estariam lutando sozinhos!" Pensou enquanto parava no alto de uma colina, olhou para baixo. Tentou suprimir um grito de dor, seu irmão estava caído no chão, tentando usar as espadas como suporte para levantar. Silvanna, por sua vez, estava diante dele usando uma espécie de escudo mágico para protege-los do fogo lançado pelo dragão. Eles estavam perdendo! Leony podia notar que a bruxa não podia resistir por muito tempo, seus braços tremiam e a luz emitida pelo cajado oscilava.
–E-eu tenho que fazer alguma coisa! –Realmente não podia ficar ali só observando tudo o que ocorria, não podia ficar imóvel enquanto seu irmão e namorada sofriam.
–Posso não ser um caçador...Mas isso não impede de eu protege-los! –Disse resoluto.
–EI! DRAGÃO! AQUI! –Gritou alto o menor, esse era o seu plano? Chamar a atenção do dragão e livrar seus amigos do perigo...
O dragão interrompeu o seu fogo e olhou para cima, percebeu a presença do humano e emitiu um leve rosnar.
–SIM! ESTOU FALANDO COM VOCÊ! DRAGÃO IDIOTA! EU ESCAPEI E VOCÊ NEM VIU! QUE GRANDE PREDADOR É VOCÊ, NÃO É MESMO?
Agora o grande reptiliano rosnou mais, fumaça era emitida de sua boca tal como uma chaminé.
–N-não! Leony! Pare com isso! –Murmurou Leorion, sangue escorria de seu braço machucado e tentava, em vão, manter-se em pé. Silvanna logo o ajudou, ambos estavam exaustos... Um dragão era uma fera forte demais para batalhar unicamente por duas pessoas –Silv...Temos que chamar a atenção do dragão para nós! Não podemos deixar que o meu irmão faça essa besteira...
–Mas...-A bruxa mordeu o lábio inferior, sabia que não tinham condições para lutar e nem resistir a grande fera, se assim o fizessem iriam morrer.
–Ser um caçador é proteger e implanta a justiça! Caçamos o mal... É isso que fazemos...-Falava, tinha perdido muito sangue, sua visão estava turva, contudo a necessidade de proteger o seu irmão e companheira era o suficiente para resistir todas as dores que sentia.
–Eu sei...-Concordou Silvanna, afinal quando tinha concordado em ser parceira de Leorion sabia que estava se comprometendo com aquela responsabilidade, era o caminho que tinha escolhido trilhar ao lado do seu amado.
–NÃO CONSEGUE NEM CAÇAR UM HUMANO FRAGIL COMO EU? QUE IDIOTA! –Os gritos de Leony continuavam o que fazia o dragão se irritar ainda mais ao ponto de ignorar a dupla de caçadores a sua frente. Suas asas se abriram.
–Não! –Balbucio o caçador, mas fora inútil o dragão já tinha voado e eles nada puderam fazer para impedi-lo.
~~**~~**~~
Leony engoliu em seco ao ver a fera voando em sua direção, sim...Tinha presumido que aquilo iria acontecer, era esse o seu plano, afinal de contas, mas o que deveria fazer agora? Fugir? Foi isso que ele fez, começou a correr para longe dali, mas suas curtas pernas de nada comparavam com a velocidade de voo do réptil voador, este deu um voo rasante, por cima de Leony, fazendo levantar poeira e folhas das árvores próximas. O ruivinho caiu para frente devido ao impacto do vento gerado pelo o dragão.
–Humano estúpido...Achas que pode mesmo falar todas aquelas coisas e não teria punição? –Falou uma voz que mais parecia um rosnado. Leony levantou o rosto para encarar o dragão a sua frente.
–Você f-fala?
–Obvio... Quem é o idiota agora? –Nisso a fera emitiu uma gargalhada, ou pelo menos parecia com uma, já que mais parecia um ronco seco.
–Por que você nos atacou? Não estávamos fazendo nada!
–Um caçador sempre é um perigo! Ou seja, para evitar problemas é melhor elimina-los! Além disso, sabes quanta glória eu posso ter ao matar um caçador? Serei temido e reconhecido! Na verdade eu tinha planejado atacar a cidade próxima daqui... Assustar e comer humanos é um ótimo passatempo, sem falar que aqueles que sobreviverem irão fazer contos, lendas e canções sobre mim! Mas matar um caçador irá surtir o mesmo efeito ou até mesmo melhor! –Novamente emitiu o som rouco que seria de uma risada.
O ruivinho ficou abismado com aquela explicação... Aquele ser só estava buscando uma forma de conseguir fama e para isso atacaria inocentes? Criaturas vis assim existiam... Era por isso que caçadores existiam!
–Você é mesmo uma criatura desprezível...
–O que disse?– O dragão parou subitamente de rir e encarou o pequeno humano a sua frente.
–Desprezível é isso que você é! Desejas se lembrados pelos seus atos de horror, ser temido? Mas meu irmão, caso ele morra, será ainda mais lembrado, sendo glorificado por ter sucumbindo fazendo o seu dever que é proteger a humanidade de seres egoístas e orgulhosos como você! Na verdade, esse ato só irá atrair mais caçadores a sua procura e quero ver se consegues lutar com mais de um caçador por vez...E esse será o fim de seu pequeno momento de fama!
O rosnar furioso do dragão foi ouvido. Leony sabia que tinha falado demais, mas não podia simplesmente ficar calado diante de tudo aquilo. Agora havia uma grande possibilidade que iria morrer por seus atos impulsivo, mas teria valido a pena... Talvez seu irmão tenha fugido ou mesmo se recuperado suficiente para atacar o dragão. Pelo menos teria feito algo útil. Não fora impotente, mesmo sendo fraco tinha feito alguma coisa! Se sentia feliz...
"Irei morrer... Mesmo que não tenha realizado meus sonhos e ambições está tudo bem... Sinto que valeu a pena." Lágrimas rolavam do seu rosto.
O dragão se preparava para cuspir suas labaredas de fogo intenso, não tinha como escapar... Esse era o fim de sua aventura, pelo menos seria um fim digno de uma história heroica.
O fogo fora lançado. Leony fechou os olhos em resposta involuntária ao ataque. Esperou sentir a dor do queimar de seu corpo. Deveria ser uma dor alucinante, pelo menos desejava aos deuses que não sentisse tamanha agonia.
"Mas...Eu não estou sentindo nada" Pensou notando que realmente nem o aumento de temperatura do ambiente tinha ocorrido.
Relutante abre um dos olhos e nota que havia um indivíduo na sua frente. O fogo do dragão parecia passar por eles tal como existisse uma espécie de barreira o impedindo de atingi-los. Leony sabia que já tinha visto aquilo anteriormente... Na verdade...Não fazia tanto tempo assim...
–Asmeram...-Murmurou incrédulo. Não podia ser o dito demônio, afinal não o havia invocado e nem teria capacidade para tal, sem estarem no "portal do inferno" local que gera condições propicias para invocação de demônio principalmente para iniciantes e sem muitos recursos de instrumentos mágicos, tal como Leony. Além disso a pessoa a sua frente usava roupas velhas e meio deterioradas, na verdade eram panos sujos que cobriam-lhe a face um longo casaco negro já maltratado pelo tempo. Asmeram tinha se apresentado vestido somente uma espécie de tanga...
–Olá pequeno virgem...-O rapaz a sua frente virou de relance o rosto, era de fato o demônio, porem apresentava um semblante cansado e até mesmo doente –Pelo visto nos encontramos de novo... Não que eu planejasse o nosso segundo encontro deste modo, realmente eu queria um jantar à luz de velas, mas acho que um dragão cuspindo fogo é meio exagerado, não é mesmo? –Brincou o demônio sorrindo, todavia aquele ato era forçado, Leony podia ver que ele sentia dor.
–C-como... Digo... V-você...
–Sinto muito pequeno, por mais que eu queira conversar com você, esse não é o local ideal! –O demônio se abaixou e pegou o ruivinho no colo e com rapidez saltou dali. A barreira que os protegia antes fora desfeita e o fogo por fim conseguiu completar o seu trajeto. Asmeram pousou a poucos metros dali, pelo menos estavam ocultados pelas árvores com seus grossos troncos e densas folhagens. Leony notara o quanto o demônio estava ofegante.
–Asmeram...Obrigado por me salvar, mas... Por que não simplesmente voamos? Digo você poderia ter me levado daqui e poderíamos encontrar o meu irmão e Silvanna na base da colina, assim...
–Eu não posso voar...-Interrompeu Asmeram limpando o suor de sua testa –Na verdade eu nem sei se terei forças para formar outra barreira... Desculpe, pequeno virgem...
–O que houve? –Leony agora estava preocupado, afinal a semanas atrás quando tinha o invocado, Asmeram se apresentou muito forte, capaz até de destruir grande parte do local, gerando uma imensa cratera com um simples ataque.
–Digamos que um demônio não pode ir ao mundo humano sem ser invocado... Não é natural, afinal não pertencemos a esse mundo...Tal como um germe infecioso, o seu mundo tenta me expulsar desta realidade, por isso não tenho tantos poderes e ...-Começa a tossir um filete se sangue de coloração negra escorre de sua boca.
–Pelos deuses...-O menor rapidamente oferece um lenço para o demônio que força um sorriso aceitando.
–Primeiro presente que meu pequeno virgem me oferece...Estou honrado! –Disse cheirando o pano oferecido e beijando o que fez Leony corar.
–I-idiota... Esse não é o momento para você falar essas coisas...-Resmungou – Eu quero entender o que está fazendo aqui...Se não foi invocado como consegui vir a esse mundo?
–Existem passagens para outros mundos...Locais em que uma linha tênue separa o o meu mundo ao seu, lógico que nenhum humano ou demônio se utiliza destes portais, pois as consequências... Como você pode ver... –Indicou a si mesmo –Não se sobrevive muito tempo desta forma...
Leony engoliu em seco. Sentiu seu coração apertar.
–Idiota! Volte para o seu mundo! Por que veio sabendo que iria morrer se o fizesse!? –Novamente lágrimas rolavam na sua face.
–Eu precisava te ver de novo... – Sorriu o demônio acariciando a rosto úmido do menor – Precisava dizer desculpas pelo o modo que agi... Eu não queria que você se sentisse inferiorizado ou acreditasse que eu estava ridicularizando por desejares ser um caçador...Além disso, quando voltei ao meu mundo, tudo parecia ter perdido o seu brilho...Me deitei com outros demônios, mas nenhum deles tinha o seu mesmo gosto! Eu realmente vicie no seu gosto...Leony... E eu não falo tão somente da minha necessidade de me alimentar... Eu desejo provar unicamente de você...
–O-Oh... M-meu g-gosto não tem nada de especial...-Gaguejou o ruivinho –E não fale destas coisas embaraçosas em voz alta!
–Mas eu não tenho culpa se o seu "leite" foi o mais saboroso que já comi! Realmente ele tem um consistência e textura divinas... Além da coloração cativante.
–NÃO FALE SOBRE ISSO! –Gritou embaraçado, como ele podia falar de seu gozo como fosse alguma comida fina?!
–Ah! Encontrei vocês! Não irão escapar novamente! Não posso ser conhecido como o dragão que deixou que um humano fricote o fizesse de idiota! –Rosnou o dragão, Leony se sobressalta olhou apreensivo para Asmeram que tossiu fracamente.
–Pode deixar, pequeno...Eu cuido do dragão.
–Não! Você acabou de dizer que não tem forças para outra barreira!
–E não tenho...Mas posso distrai-lo o suficiente para que você possa escapar...
Leony o encarou surpreso com aquelas palavras, ele iria se sacrificar para salva-lo? Asmeram tinha abandonado tudo, o seu mundo e seus poderes para vir ao seu encontro, unicamente para se desculpar? Não podia ser somente isso!
–V-você...Não pode fazer isso! –Tentou impedi-lo segurando o seu braço –Deve haver outro jeito! E se eu te invocar e...
–Não dá... Não funcionária pois já estou em seu mundo, a invocação trata-se de uma permissão momentânea para que indivíduos de mundos diferentes transitem e permaneçam em mundos que não são o de sua origem... Ao menos que...
–O que? Ao menos que o que?
–Eu tinha que ter alguma ligação com esse mundo... De alguma forma. Isso funcionaria se eu fosse mestiço, ou seja, que eu tivesse sangue humano e demoníaco em mim... Ou mesmo se eu tivesse algum laço com algum habitante deste mundo, mas isso é impossível, não temos tempo para isso.
Chamas foram lançadas a alguns metros de distância aonde eles estavam queimando as árvores que ali estavam. A fumaça e o calor deixavam Leony ainda mais preocupado com a segurança de ambos.
–Eu tenho que ir agora...-Disse Asmeram sorrindo –Pelo menos tive a oportunidade de te ver novamente...-Acariciou a face do ruivinho.
–Não...Não tem que acabar assim!
–Não tem outro jeito...Meu tempo está acabando mesmo. Pelo menos tenho a oportunidade de te proteger por uma última vez. –Falando isso se levantou e começou a encaminhar para o local aonde estava tendo fogo.
–Você disse que tinha que ter alguma ligação com esse mundo, assim poderia permanecer aqui, não é? –Falou o ruivinho alto o suficiente para fazer com que o demonio parasse.
–Exato... Mas eu já te expliquei que não tem possibilidade para isso.
–E se...- Leony retirou um papel de seu bolso o abrindo rapidamente -... Você assinasse o contrato e se tornasse meu parceiro?
Isso parecia ter chamado a atenção o suficiente de Asmeram pois este se virou e encarou espantado para o papel amarelado que era mostrado pelo humano, um sorriso se expressou em seu rosto.
–Mas... Você mesmo disse que não me queria como parceiro... Digo...Eu te magoei e me aproveitei de você, mesmo que tenha sido a melhor refeição que já tive e senti um estranho prazer que nunca senti na vida...
–Ok...Pare de falar destas coisas embaraçosas...-Resmungou Leony já com as bochechas rubras novamente – Acho que me precipitei...Não posso julgar um parceiro por apenas alguns minutos que o conheci, não é mesmo? Acho que minha tática como um todo estava errado... Você me protegeu e ainda o está fazendo. Eu me enganei...Você não é o que eu imaginei, digo...Ainda és pervertido e fala coisas que são desnecessárias e inconveniente devido o momento, mas...-Abaixou os olhos ficando tímido – Você me buscou, sabendo que podia perder a sua vida fazendo isso. Como posso ficar cego diante de todas essas qualidades?
–Leony...Ao assinar o contrato nossas almas estarão interligadas, terá que conviver comigo por toda a sua vida, digo nossas...Pois depois disso será a nossa vida!
–Eu sei! Eu sei! Meu irmão e Silvanna já tinham me explicado. Olha! Eu não acho que temos tanto tempo para isso! Assine o contrato!
–Mas você tem que ter certeza de que é isso que você deseja...
–Asmeram... Eu não quero que você morra! Não seja teimoso!
–Leo...-Uma explosão de fogo perto deles fez que ambos fossem lançados no ar impulsionados pela a onda de impacto. Leony sentiu ser envolvido por braços, mas essa proteção não foi o suficiente para protege-lo do impacto da queda.
–Não adianta se esconder... Sinto o seu cheiro, pequeno humano! Irei adorar te matar e arrastar a sua carcaça para que seu irmão veja! –A voz rouca do dragão indicava que a fera estava perigosamente perto. Leony levantou sua cabeça para encarar o ambiente a sua volta, havia fumaça, fogo, árvores caídas... Não podiam ficar ali. Olhou para Asmeram, o demônio o havia protegido novamente, seus olhos estavam fechados e mais filetes de sangue negro escorriam de sua boca entreaberta.
–Asmeram...- Sussurrou o ruivinho sacudindo levemente o companheiro mas não obteve resposta –N-não...Pelos deuses...- Rapidamente colocou o ouvido diante do peito do outro, tentando ouvir batimentos ou sentir a respiração...Pelo menos esperava que demônios tivessem a mesma fisiologia que os humanos. Ouviu um fraco pulsar o que fez o menor soltar um suspiro de alivio, estava vivo...Mas por pouco tempo, era evidente que Asmeram estava fraco e não aguentar outro ataque.
–O contrato...- Leony olhou para o papel que ainda segurava em sua mão, essa era a solução. O aspirante a caçador pegou um pouco do sangue do lábio do demônio...Esse era o momento que tanto esperava, tinha por fim escolhido o seu parceiro, aquele que ficaria ao seu lado até o fim de sua vida e que iria partilhar consigo o destino de ser um caçador.
"Será que isso que eu realmente quero? Não tem como voltar atrás depois que essa decisão for tomada..." Pensou, seus olhos levantaram e encaram o demônio deitado ao seu lado, mesmo descordado seus braços ainda envolviam a cintura de Leony como um último esforço para protege-lo.
–Eu não irei me arrepender...-Sorriu colocando o sangue de Asmeram no fim do papel, logo em seguida mordeu o polegar com força deixando que gotas de seu sangue caíssem sobre o contrato, este começou a brilhar, de início fracamente, depois assumiu grande proporção, iluminando toda a área. Leony teve que fechar os olhos, pois tamanha luz estava quase o cegando.
"Será que fiz da forma correta? Do jeito que sou azarado posso ter feito alguma besteira novamente...".
–Não...Desta vez você não fez nenhuma besteira.
Leony abriu subitamente os olhos para encarar um demônio que estava ao seu lado, a cor parecia ter retornado a face antes pálida de Asmeram. Seu sorriso jovial estava novamente em seu rosto, agora mais natural e emitia uma certa energia cativante e que lhe é característico...Outro fato era que...
–Onde está sua roupa!? –Perguntou Leony virando o rosto para o lado tentando ignorar o fato que Asmeram agora tinha retirado os trapos que usava antes, de modo que agora exibia a sua tanga tradicional. O rabo demoníaco balançava para os lados exibindo a alegria do outro.
–Nós demônios somos quentes naturalmente, pequeno virgem, só estava usando aquelas roupas porque antes não conseguia controlar a minha temperatura corporal!
–O-ok...Mas isso não é justificativa para ficar nu!
–Eu não estou...Mas se você quiser que eu fique...
–...N-não! –Respondeu já extremamente corado o ruivinho.
–Demorou para responder, isso significa que sentes atração por mim? Queres me ver nu?
–A-Asmeram, sinceramente não é o momento para conversarmos sobre isso!
–Oh...Verdade... Tinha me esquecido da lagartixa. –Como se a "mesma" tivesse ouvido, o urro furioso do dragão fora emitido.
–Maldito humano! Pensa que seus truques irão me enganar? Podes tentar me cegar com essa luzinha fajuta... Mas eu sou um grande dragão! Poderoso e temido! Não sejas covarde e se mostre!
–Tem gente que realmente não se enxerga, não é mesmo? –Resmungou Asmeram negando com a cabeça –Eu vou cuidar do lagarto e você fique aqui.
–E-espera! Eu também quero ajudar! Agora sou um caçador e ...-Antes que o menor pudesse completar a sua fala seus lábios foram selados por um beijo. Leony ficou surpreso de início, mas logo sentiu seu corpo relaxar, não era uma sensação ruim, pelo o contrário se sentia bem, seguro e completo...
–Você salvou a minha vida, pequeno... O mínimo que posso fazer é acabar com esse jacaré super-crescido, não achas? –Sussurrou Asmeram com os lábios ainda rentes a boca do outro.
–Mas...Você estava machucado.
–Eu estou bem...Com os meus poderes de volta posso me curar! –Piscou divertido –Além disso, com esse beijo eu tive um aperitivo, mais ainda me deves o prato principal! –Nisso dá um tapinha na bunda de Leony que solta um gritinho nada masculino.
–Eu não sou comida! –Fez biquinho.
–Eu sei...Você é muito mais do que isso. –Disse Asmeram dando mais um selinho nos lábios do ruivo antes de voar dali deixando um humano bastante embaraçado para trás.
~~**~~**~~
–Onde ele está? –Rosnava o dragão irritado por uma simples tarefa de eliminar um humano estava lhe custando tanto tempo. Na verdade, não sabia muito bem como um ser tão pequeno e frágil tinha escapado de seus ataques, definitivamente não podia deixar aquele garoto vivo, isso acabaria com sua reputação –Não posso perder tanto tempo assim...Ainda tenho que acabar com aquele caçador!
–Tsc tsc...O que a plebe não faz para ter o seu minuto de fama?
–O que? Quem disse isso? –A fera olha para os lados buscando aquele tivera a ousadia de falar daquela forma.
–Além de egocêntrico é burro?
O dragão olhou para cima rosnado, havia um ser flutuando no ar sorrindo de forma provocadora.
–Como ousas falar assim? Sabe quem eu sou?
–Na verdade, não sei... Se realmente fosse importante eu me lembraria.
–Tolo! Sou Azrin, o grande!
–Só se for o grande idiota...-Acrescentou o demônio baixinho.
–O que disse, insolente!?
–Burro, egocêntrico, surdo... O que mais devo acrescentar na sua lista de "qualidades"? –Perguntou contando nos dedos as ditas "virtudes" do outro.
–Já chega! Irá se arrepender de ter falado isso! –Nisso o dragão expele um jato de fogo em direção a Asmeram que devia com facilidade.
–Na escolinha de dragões não te ensinaram que fogo não afeta um demônio? – Riu alto –Acho que agora é a minha vez de atacar... –Nisso inspirou fundo, fumaça começou a sair de suas narinas.
–Iras cuspir fogo? Eu também não sou afetado por isso! –Falou orgulhoso o dragão.
Asmeram nada disse apenas expoliu um jato de chamas negras que atingiram diretamente o dragão, este de início continuava rindo, mas logo tal atitude relaxada se esvaia sendo substituída por horror e agonia.
–AHHHH!? O que é isso? –Rosnou de dor o réptil legendário.
–Digamos que estou lhe dando uma prova do que seria o fogo do inferno...-Sorriu o demônio deixando em evidência seus caninos –Bem mais quente que o seu foguinho, não é mesmo?
O dragão nada respondeu, abrindo as suas imensas asas e as impulsionando para que assim saísse do solo, tentando escapar das chamas negras que o rodeava. Ainda urrando de dor e agonia, o dragão voou dali, buscando em vão a sua salvação.
–Nem tente buscar água... Já que esse fogo não é algo normal, pelo menos não para esse mundo. –Disse sorridente vendo a grande bola de chamas negras voando pelo horizonte.
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Leony observou abismado como Asmeram lidava com o dragão tão facilmente, realmente tinha encontrado um parceiro forte, mas isso não significava que deveria depender dele sempre...Iria se tornar forte para que não precisasse ser protegido tanto por Asmeram quanto pelo o seu irmão.
–Uau...-Falou baixinho fitando a folha do contrato que tinha agora nas mãos –Sou um caçador... –Sussurrou baixinho, o seu sonho tinha sido realizado, depois de todos os obstáculos que tinha enfrentado, finalmente tinha alcançado o que tinha desejado...Ou será que não? –Não...Ainda falta muito para eu ser um caçador completo! Agora que começa a minha real aventura!
O bater de palmas foi ouvido e Leony levantou o olhar para o alto, vendo que Asmeram flutuava sobre si e agora descia, pousando levemente ao seu lado.
–Q-quanto tempo você estava aí em cima me observando? –Perguntou em um tom acusador o ruivinho.
–Alguém já te disse que você fica muito sexy quando está bravo? –Piscou o demônio fazendo com que o menor assumisse uma coloração avermelhada –E quando ficas embaraçado fica ainda mais sexy...
–J-já chega... Não fale mais essas coisas!
–Terá que aprender a conviver com isso, afinal gora somos parceiro, não é mesmo?
–S-sim... É verdade...-Baixou o olhar a abou por se concentrar em limpar a poeira de sua camisa, tentando se distrair para não encarar o demônio. Agora que tinha um parceiro o que deveria fazer? Como deveria agir?
–A-Acho que devemos procurar o meu irmão... Temos que ver se ele está bem...
–Certo! Vamos e... –Asmeram subitamente ficou pálido.
–O que houve?
–Droga...Eu pensei que não iria sentir isso...Não agora...-Murmurou enquanto se apoiava em um dos troncos de árvore próximo.
–O que? Ainda está ferido?
–Sou um incubus... Como te expliquei antes me alimento de energia sexual... Para me curar e lutar contra o dragão usei grande parte da minha energia, na verdade eu já estava no meu limite... Não me alimentei nestes últimos dias, na verdade mesmo no mundo dos demônios não consegui consumir esse tipo de energia, pois depois que te conheci, Leony, não senti apetite por nenhum outro ser...
Leony sentiu seu coração bater forte em seu peito, o que tudo aquilo significava? Parecia uma confissão...
–Er...B-bem...Eu já disse que meu gosto não tem nada de especial... E...-Olhou de relance para o demônio que se apoiava trêmulo da árvore, não podia deixa-lo assim – Você precisa comer...
–Eu sei...Mas não se preocupe, eu aguento...
–Não! Eu sou o seu parceiro...D-devo te ajudar... –Falou o menor se aproximando do outro, mãos puxavam e amassavam a borda da camisa que vestia nervosamente.
–Leony... Eu realmente agradeço a sugestão, mas não posso permitir que você faça isso...Eu prometi para mim mesmo que não iria me aproveitar de sua inocência.
–E-eu não sou tão inocente assim! –Disse agora irritado o ruivo se ajoelhando diante do demônio.
–Pequeno...O que vai fazer?
–A...A mesma coisa que você fez em mim...Na última vez... –Dizia enquanto tomava coragem para tocar naquilo que estaria escondido na tanga de Asmeram.
–Não precisa se forçar a fazer isso e...
–Asmeram, cale a boca!
O demônio se surpreendeu com a rispidez do comando e imediatamente fechou a boca.
–E-eu sei que posso não saber de muita coisa sobre esses negócios...Que envolvem tocar e...Bem...-Mordeu o lábio inferior procurando palavras para descrever o que sentir –Eu realmente não vejo nada de ruim te ajudar a te alimentar... Na verdade... Acho que não gostei muito de saber que você se deitou com outras pessoas depois de fazer "aquilo" comigo! Digo, não precisa me comparar aos outros e definitivamente não sou uma comida! –Suspirou –O que quero dizer é que... Não ligo em fazer essas "coisas"...Desde que seja com você...-Sussurrou a última parte, realmente era verdade, se sentia bem perto de Asmeram e confiava nele, além disso, não podia esconder que sentira prazer com os toques do outro e até tinha sonhado com ele nos últimos dias, não que fosse dizer isso em voz alta.
–Oh...Você sonhou comigo?
"Droga! Esqueci que ele pode ler mentes!" Pensou tapando os ouvidos, como se aquilo, de alguma forma, impedisse que seus pensamentos escapassem, essa atitude arrancou risadas de Asmeram.
–Não precisa ficar envergonhado...Eu também sonhei com você, então somos iguais...
–Por isso...Me deixe cuidar de você. Por favor. –Pediu Leony aventurando sua mão por sobre o grande volume na parte frontal da tanga, arrancando um rosnado baixo de Asmeram.
–Tsc...Pequeno...Como se eu pudesse dizer não a você...-Sorriu.
Aquilo serviu de incentivo para Leony que tomou coragem e acariciou o local que segurava, podia sentir que algo que era ocultado pelo tecido da roupa estava aumentando de tamanho. Levantou os olhos e engoliu em seco ao ver que a íris de coloração amarelada agora estava totalmente escura, pois a pupila tinha dilatado. O demônio lambia os lábios e estava ofegante. Suas bochechas estavam parcialmente coradas. Somente uma caricia e toques leves podiam causar tamanha reação no outro? Aquela visão fez o corpo do menor tremer de excitação...
–Continue, pequeno...
Leony continuou acariciando, estava gostando de ver o efeito que trazia ao outro. Se sentia mais confiante e tomou a iniciativa de abaixar levemente a tanga. Podia sentir o calor que emanava do corpo do demônio, conforme o estimulava com seus toques parecia que esse calor só aumentava ainda mais. O ruivinho abaixou por completo a mínima vestimenta, libertando a grande ereção de sua prisão.
–Pelos deuses...É muito grande... –Sussurrou surpreso, nunca tinha visto outro membro masculino assim tão de perto. O pênis de Asmeram era longo, pre-gozo escorria da glande. Leony cutucou curiosamente a cabeça arrancando um gemido abafado do maior.
–Tsc... Não brinque tanto comigo, pequeno... Temo que minha resistência deve estar reduzida, ou deve ser o fato que é você está me tocando... Sinto que poderia gozar agora mesmo...-Resmungou baixo.
Leony não sabia se aquilo era um represaria ou um elogio. Resolveu acariciar o membro, tentou se lembrar de como o demônio tinha feito a última vez consigo, sua pequena mão envolveu o tronco do falo e começou a se movimentar de baixo para cima. Asmeram emitiu uma espécie de rosnado mais alto, não era advindo da raiva muito menos relacionado a intimidar seu adversário...Aquilo era como ele tentava suprimir o seu prazer.
"Mas ele não só me tocou..." Pensou. Estirou a língua e lambeu, relutantemente, a cabeça do membro.
–AH...D-droga... –Continuou a rosnar o demônio. Leony resolveu continuar lambendo o membro do outro de cima para baixo, provando o gosto salgado e estranho a seu paladar...Contudo, não era de todo ruim. "Estou analisando o gosto? Eu começando agir que nem ele!". Asmeram riu baixo.
–Prove mais, pequeno...Isso é todo seu...
O menor abriu a boca e abocanhou o membro do outro. Desta vez o demônio urrou, alguns pássaros próximos até voaram assustados. Leony, por outro lado, se sentiu ainda mais excitado, sentiu suas próprias calças ficarem apertadas. Chupou a cabeça e tentou forçar o grande membro em sua boca, mas não conseguira chegar nem na metade do longo pênis.
–Ahh...Leony...Tão bom...Sua boca é tão quente e apertada...Eu não quero sair nunca mais dela...
O ruivinho corou ainda mais com aquelas palavras, realmente não era necessário o seu parceiro dizer aquelas coisas embaraçosas. Começou a chupar. Os dedos longos de Asmeram acariciavam a sua cabeleira ruiva e guiava seus movimentos que consistia em movimentar a cabeça para frente e para trás. De início os movimentos foram lentos mas conforme o casal se perdia dentro do mundo do prazer ambos acabam aumentando o ritmo.
As mãos de Leony agora estavam no interior de sua calça, massageavam seu próprio membro, masturbando rapidamente em sincronia com os movimentos de sua cabeça. Aquilo era tão bom... Quase mágico...
–Isso, pequeno... Chupe e aproveite... Meu membro será todo seu, para sempre...-Arfava.
Agora os movimentos se tornavam mais acelerados, ambos estavam alcançando o seu ápice. Leony fechou os olhos sentindo o seu próprio clímax chegando. Não demorou muito para que gozasse em suas calças devido ao estimulo de suas mãos, seu gemido de prazer foi suprimido pelo rígido membro que ainda estava em sua boca.
–Gozar...-Rugiu o demônio afastando subitamente o membro da boca do menor, ejaculando no rosto corado de Leony. O liquido denso e branco escorria sobre a face suada contrastando com a vermelhidão de suas bochechas.
–Lindo...-Sussurrou meio rouco o demônio se ajoelhando e limpando a face suja do outro com a língua. Leony nada diz, ainda estava tentando processar o que ocorrera...Sua mente estava quase igual a um pudim derretido.
–Eca...-Resmungou Asmeram –Meu gosto é horrível...
Isso arrancou risadas baixas do ruivinho.
–Eu não achei tão ruim assim.- Confessou mas logo tapou a boca com as mãos, só que essas também estavam sujas com o seu próprio gozo o que acarretou mais sujeita no seu rosto. Agora era a vez de outro gargalhar da cena.
–I-idiota! N-não ria!
–Desculpe...Pequeno...Mas você é tão fofo as vezes... –Dizia em meio a risadas. Leony tentava ignora-lo limpando o rosto sujo com a camisa.
–Não tem nada fofo nisso... E...Você está satisfeito?
–Estou saciado...Sim, realmente...Mas ainda tenho fome, acho que acabei de desenvolver o pecado da gula...Tenho fome de Leony!
–J-já disse que não sou comida!
–Eu sei... Como disse antes, você é mais do que isso...-Falou sério Asmeram acariciando com carinho a face do outro.
Leony ainda relutava em perguntar sobre o que de fato ele queria dizer com aquela afirmação, mas iria deixar tais questionamentos para outro momento... Teriam muito tempo para se conhecerem... E teriam uma longa jornada pela frente.
–Então...Quais são as chances entre 0 e 10 que façamos um 2 round disto que acabamos de fazer?! –Perguntou ansioso o demônio, parecia uma criança pronta para pedir um segundo prato de sua comida preferida.
–Sua chance é de -10! –Resmungou.
–Mas...mas...Isso é maldade!
–Temos que encontrar o meu irmão! Vamos logo! –Falou se levantando.
–Er... Vamos encontrar o seu irmão com sua calça suja de gozo? –Perguntou Asmeram ainda segurando o riso apontando para a mancha úmida e esbranquiçada das calças do menor.
–AH?! –Leony sentiu o rubor retornar ao seu rosto, talvez, na verdade o corar nunca tenha atenuado.
–Vamos tomar banho primeiro e depois encontra-los! –Piscou enquanto pegava o pequeno caçador no colo.
–Espere! Quais são as chances que você faça algo impróprio durante o banho?
–Ora, eu não farei nada impróprio...Pelo menos segundo o meu conceito de "impróprio"! –Sorriu expondo seus caninos, Leony realmente não estava gostando daquela situação. Contudo, apesar da irritação que sentia não pode esconder de sorrir também... Dentro de si sentiu um calor, advindo talvez da alegria de ter se tornado um caçador ou talvez por ter encontrado um companheiro...
"Esse é o início da minha própria aventura..."
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