Capítulo 9

.・。.・゜✭Macy Ortiz✫・゜・。.

Eu estava exausta de ceder a todos os desejos do Dylan. Decidi tomar uma decisão drástica e colocar um fim em toda essa farsa. Não imaginei que fosse me apegar tanto ao Simon, ele era um bebê adorável, mas não era meu filho.

Naquele momento crucial, entrei no quarto onde Simon dormia tranquilamente em seu berço. A luz suave do abajur iluminava seu rostinho angelical, enquanto eu lutava contra as lágrimas que ameaçavam escapar dos meus olhos.

Com o coração apertado, tomei uma profunda respiração e acariciei sua bochecha macia. Ele mexeu um pouco, entretanto, continuou dormindo pacificamente. Senti uma mistura de amor e dor se espalhar dentro de mim, pois sabia que, a partir daquele momento, tudo mudaria.

Meus dedos tremiam enquanto pegava uma pequena carta que havia escrito com cuidado. Coloquei-a delicadamente no travesseiro ao lado de Simon, para que Dylan a encontrasse quando fosse ver o filho. Era uma explicação simples, mas sincera, de que eu não aguentava mais mentir e que estava partindo.

Contemplando aquela cena, senti meu coração se despedaçar. Apegar-me a Simon tinha sido uma consequência não planejada, porém, o amor que sentia por ele era real. Sabia, entretanto, que não poderia continuar nessa mentira, sacrificando minha própria felicidade.

Enxuguei as lágrimas, sabendo que a decisão que estava tomando era a mais difícil da minha vida. Beijei suavemente a testa de Simon e me afastei lentamente do berço, como se cada passo fosse uma tortura. Aquela seria a última vez que o veria, contudo, precisava seguir em frente.

Com um último olhar para trás, deixei o quarto em silêncio, levando comigo a lembrança de Simon e a certeza de que essa era a escolha certa. Era hora de acabar com a farsa e buscar a minha própria felicidade, mesmo que isso significasse deixar para trás alguém que eu amava como se fosse meu próprio filho.

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Sentada na rodoviária, esperando meu ônibus, as lágrimas insistiam em escorrer pelo meu rosto. Eu esperava que Dylan entendesse a minha decisão. Um dia, eu o reembolsaria pelo dinheiro que ele havia me dado para o tratamento do meu pai. Não conseguia entender por que Leon, meu melhor amigo, não havia me emprestado o dinheiro. Agora não era mais hora de ficar remoendo o passado. Eu estava determinada a seguir em frente.

Enquanto olhava para a multidão de pessoas ao meu redor, um turbilhão de emoções tomava conta de mim. O peso da despedida, a incerteza do futuro e a tristeza por deixar para trás tudo o que eu conhecia. Mas também havia uma centelha de esperança e coragem dentro de mim. Era hora de recomeçar.

Segurando minha bolsa com força, eu lutava para controlar o choro. As pessoas passavam apressadas ao meu lado, indiferentes à minha dor. Eu me sentia tão pequena, tão insignificante em meio àquela agitação.

Enquanto o tempo passava, minha mente voltava incessantemente para as lembranças dos momentos compartilhados com Dylan. Quando o ônibus finalmente chegou, eu entrei e segui viagem de volta para casa, para a casa dos meus pais. 

Eu precisava de conforto, e estar com minha família era a melhor opção. Acomodei-me em um assento próximo à janela, observando a paisagem passar embaçada pelas lágrimas que ainda insistiam em rolar pelo meu rosto.

Sentindo um aperto no peito, peguei meu telefone e, sem hesitar, removi o chip telefônico. Olhei para ele por um momento, sabendo que, ao jogá-lo pela janela do ônibus, estava deixando para trás toda a minha vida anterior. Era um ato simbólico de desapego, de dizer adeus a tudo o que havia sido.

Com as mãos trêmulas, abri a janela e joguei o chip para fora. Vi-o desaparecer rapidamente, levado pelo vento, misturando-se aos inúmeros segredos e memórias que eu estava deixando para trás. Foi como se eu estivesse liberando um fardo, cortando qualquer ligação com o passado e abrindo espaço para um novo começo.

Enquanto o ônibus ganhava velocidade, senti uma sensação de liberdade misturada com tristeza. A vida que eu conhecia estava ficando para trás, mas eu sabia que era necessário seguir em frente. Eu ansiava por um recomeço, por encontrar minha paz e felicidade novamente.

Enquanto a estrada se estendia diante de mim, imaginei o abraço acolhedor dos meus pais, o conforto do lar e a sensação de pertencimento. A casa dos meus pais seria o refúgio que eu precisava para curar minhas feridas e encontrar minha força interior.

Respirei fundo, permitindo-me soltar o peso do passado e abraçar o futuro incerto. Eu estava pronta para enfrentar os desafios que viriam pela frente, com o apoio e amor da minha família.

Enquanto o ônibus avançava rumo à minha nova jornada, senti uma mistura de gratidão e esperança. Sabia que estava no caminho certo, deixando para trás as tristezas e decepções, e abraçando a chance de me reconstruir e encontrar a verdadeira felicidade.

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Quando finalmente cheguei em casa pela manhã, corri para os braços acolhedores da minha mãe e desabei em lágrimas. Ela me olhou com preocupação e carinho, tentando entender o que havia acontecido, mas eu simplesmente não conseguia articular as palavras. A verdade sobre o relacionamento falso no qual me envolvi para obter o dinheiro do tratamento do meu pai era algo que me envergonhava profundamente.

Enquanto soluços escapavam de minha boca, senti uma mistura de alívio e angústia. Alívio por estar de volta ao lar, onde me sentia segura e amada. Angústia por não conseguir abrir meu coração para revelar a verdade que me atormentava.

Minha mãe me abraçou com força, tentando me confortar com seu amor incondicional. Senti o calor reconfortante de seu abraço e a familiar fragrância de seu perfume, evocando memórias de tempos mais felizes.

Ela insistia para que eu falasse, querendo entender o que havia me deixado tão abalada. No entanto, a vergonha e a culpa silenciavam minha voz. Como eu poderia contar a ela que havia mentido, usado um relacionamento falso para conseguir dinheiro para o tratamento do meu pai?

Tentei formar as palavras, mas elas pareciam presas na garganta. Olhei nos olhos preocupados da minha mãe, vendo a preocupação e o amor genuíno que emanavam deles. Eu sabia que ela merecia a verdade, entretanto, me sentia tão envergonhada, tão desapontada comigo mesma.

Em vez de falar, simplesmente me agarrei à minha mãe com mais força, permitindo que as lágrimas expressassem o que as palavras não conseguiam transmitir. Ela me segurou com ternura, acariciando meus cabelos, entendendo que as palavras viriam quando eu estivesse pronta.

Naquele momento, senti-me grata por ter minha mãe ao meu lado, mesmo sem entender completamente a situação. Sabia que ela estaria lá para mim, oferecendo seu apoio e amor incondicional.

Enquanto permanecíamos abraçadas, uma sensação de segurança começou a envolver meu coração. Eu sabia que, eventualmente, teria que enfrentar a verdade, compartilhar minha história e buscar o perdão. Mas, por enquanto, eu me permiti encontrar conforto no abraço caloroso da minha mãe e no silêncio compreensivo que preenchia o espaço entre nos. 

— Eu te amo, mamãe! 

— Também te amo, Macy! 

E nada mais precisava ser falado naquele momento...

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