‹⟨ Episódio 12 ⟩›
Em alguma parte da cidade, perto da água que dá para o mar, estão alguns homens da Gangue do Capuz. Eles estão em mais um dos seus roubos, mas o líder não está junto deles.
—andem rápido! Peguem essa coisa logo! Estou ficando velho esperando vocês—diz um deles que ergue um cilindro com as mãos para fora da entrada em cima do prédio.
O outro Capuz Vermelho se aproxima para pegar o objeto. A noite já está presente, com o outdoor emitindo a pouca luz que os ilumina. Nele está escrito 'Bem vindo a Gotham, a maior cidade do país!' com a figura de um homem de propagando sorrindo, com o fundo amarelo.
—vê se relaxa aí, tá? É gás pressurizado. Você bate nele e o disco de refrigeração vai pro saco e...—diz ao se aproximar.
—e o quê? É oxigênio. Vamos respirar um ar um pouco mais limpo—o que segura o objeto, ameaça deixá-lo cair.
—não!—o outro expressa em desespero.
—heh, calma. Tô só brincando. O que você é afinal, um químico?—pergunta entregando o cilindro.
—na realidade eu sou sim. Sabe, eu sou professor de química de um colégio no Narrows e...—o capuz atrás dele estende as mãos o esperando repassar o objeto.
—ei! Eu não quero saber cara! O que há de errado com você? Conhece as regras—diz o que entregou o cilindro, batendo no ar para o seu parceiro de crime parar de falar.
—ah, desculpe. Eu só... Que se foda. Vamos logo com isso! A polícia pode nos ver daqui—ele repassa o cilindro.
—policia, é?—o capuz pega outro cilindro e sobe as escadas para repassar—eu sei do que cê tem medo. Ele tá vindo pra te pegar, professor. Ele tá vindo pra pegar a gente tudo!—diz zoando.
—olha, eu soube que ele pegou sete de nós noite passada. Eu tenho família... Eu fui chantageado para entrar nessa. Minha identidade está em jogo e eu não posso...
—os tiras cuidam dele. Ou os Falcone, já que ele derrubou o pai da família, hahah. Agora vê se vira homem. Vai por mim. Você tem que ter mais medo do chefe do que o que espreita as sombras.
—mas...
—Capuz Vermelho 67, escuta. Meu pessoal vive aqui há oito gerações. Desde que essas terras eram tudo holandesa. Há muito mais coisa para se ter medo do que o Batman, coisas que realmente assustam. Sempre há alguma coisa em Gotham. Bruxas. Corujas. Coisas que realmente valem a pena ter medo. Coisas que assustam desde o início da cidade—o Capuz larga o resto dos cilindros para fora e se encaminha para sair de dentro do local—me escute quando eu digo o que se deve ter medo. E isto que se deve ter medo: a Gangue do Capuz Vermelho. Eu sei o que falo...—se apoia com os braços, saindo de dentro da entrada—sou índio nativo e sei das coisas... 67?—chama o companheiro ao ver que ele sumiu, junto dos outros que estavam aqui—pra onde cê...—inclina a cabeça para o auto, se assustando com o que vê—... Foi?—em sua visão, ele vê o outdoor com seus companheiros amarrados, todos esticados e juntos, formando um morcego sobre o fundo amarelo, mas falta a cabeça para completar o desenho com feito com corpos—gente?—põe a mão sobre a boca, impressionado.
—pssst, ei, você...—uma voz emana. Assustadora e demoníaca como sempre, de outro mundo. Junto dos homens amarrados, surge uma cabeça com cifres tão pontudos quanto uma agulha junto com olhos brancos, uma sombra cobre seu rosto—índio nativo. Chegue mais perto... Meu morcego... Ainda precisa de uma cabeça.
—meu deus!
O Capuz Vermelho corre mas a sombra pula se abrindo com asas de morcego, o capturando e o levantando para o ar. Ele conheceu o verdadeiro medo.
POV CAPUZ VERMELHO 1
Leio o jornal que seguro, com um sorriso, um divertido sorriso... A manchete claro, é sobre nosso Bat-amigo.
—muitas coisas estão me chamando atenção ultimamente, sabe?—começo—como o porto. Isso, o porto. O gabinete do prefeito, ao que parece, quer construir um novo porto e estacionamento, bem aqui. No extremo sul de Gotham. Esse foi o mesmo plano no passado, mas o famoso furacão de quatro de julho estragou esses planos. Mas agora, eles querem faze-lo de novo, sabem por que? Isto, é o porquê—ergo um pequeno frasco, com algo especial dentro. O seguro com meu dedo indicador e polegar—líquido da coragem. Viram, é um novo tipo de concreto desenvolvido este ano. É a base de silício. Não é de portland. Você injeta dióxido de carbono no silício tratado e ele endurece em uma mistura vinte oito mais vezes do que o concreto normal. E essa misturinha, será usada no novo porto e estacionamento—entrego o jornal para o Capuz Vermelho 28. Me abaixo, dobrando meus joelhos, ficando em frente aos Capuzes Vermelhos amarrados por uma corda, 5 deles juntos—mas sabem o que realmente quero saber?—formo um sorriso—é que gosto deve ter—derramo o líquido na boca, de cada um deles—dando mordidas? Apreciem o gosto. Mais alguém quer provar?—ninguém ousa se manifestar—não? Bom, o silício tem como base a areia e esta cidade foi construída com base na areia. E ela está querendo destruir nossa Gangue. Vamos fazer isso primeiro. A Gangue do Capuz Vermelho planeja algo bem divertido, eu planejo. Bom, chega de papo—com o pé, jogo os corpos deles direto no mar, eles afundam, sendo esquecidos pelas águas—agora—me viro para os outros Capuzes—vamos fazer essa diversão—sorrio.
POV BRUCE
—eles estão planejando algo, Alfred. Ele está—digo com o mapa da cidade aberto na mesa. Neste grande papel, está os pontos de todos os roubos da Gangue.
—o senhor vê um padrão?
—sim... Não... Eu vejo a construção de um. Suas equipes maiores estão roubando produtos químicos, um carrinho de ácido sulfúrico, um caminhão cheio de isopropílico com base de álcool. Mas as equipes menores estão pegando coisas a torto e a direita. Estão agindo rapidamente, mas pegando coisas que são inúteis. Sem sentido. Pinturas, pó para sorvete.
—parece aleatório, senhor.
—muito aleatório. Estão tentando cobrir os crimes de químicos com esses menores. Afogá-los. Este homem, Capuz Vermelho 1, ele tem um fim de jogo em mente. Eu sei que tem. Meu medo é que Batman tenha que se apressar. Porém não consigo ver isso, Alfred. Não consigo persegui-lo daqui.
—o senhor precisa ir mais alto, senhor... Direto ao topo.
POV SELINA
Abro a janela de vidro e adentro o prédio. Ando com cuidado, atenta a tudo, procurando o que vim buscar. Ouço seguranças que fazem a ronda se aproximarem, sou rápida em me esconder nas sombras, no teto. Os dois homens passam sem me perceberem, eles trocam papos aleatórios sem importância.
Desço das sombras e sigo com cuidado. Quanto as câmeras, retiro um pequeno controle da minha bolsa, em seguida aperto o botão. Isso faz com que na sala de segurança, as câmeras reproduzam imagens de outros meses. Eles não vão nem notar.
Sigo pelos corredores das indústrias Wayne indo para uma porta de ferro, com um teclado para por uma senha específica ao lado. Me abaixo analisando a tecnologia. Pego uma pinça e um bisturi da minha bolsa. Retiro o teclado abrindo seu interior. Com a pinça mexo nos fios, cortando alguns e conectando outros. Mais uma medida eeeee... O sinal verde da porta acende. Liberado. Sorrio e coloco de volta o teclado, logo adentro a sala.
É uma sala grande, cheia de bugigangas que não entendo. Ele me disse que são tecnologias nem lançadas ainda. Sei lá, só tô fazendo o meu trabalho: ser uma ladra.
Passo meu dedo pelas vitrines de vidro reforçados que onde esses equipamentos estão guardados. Sigo o corredor até chegar numa maleta preta com detalhes prateados.
Me abaixo e pego o papel onde anotei a senha que ele me passou. Digito e a maleta se abre, revelando o transmissor potente de grande alcance.
—ulalá...—solto um sorriso.
Pego o equipamento e guardo na minha bolsa. Ando pela sala em busca de outra coisa. Chego até um dos computadores e procuro a entrada de pen drive. O coloco e então o mesmo começa a copiar informações dos servidores da empresa. Pelo que ele tinha dito, achei que seria mais teatral. Uma imagem de carregamento aparece na tela e finalmente chega em 100%. Retiro o pen drive e o guardo.
Saio do mesmo jeito que entrei: sem ninguém me ver. Claro que tirei uma casquinha desse roubo para mim, hahah. Saio dali, indo de encontro com ele...
POV BRUCE
Subo o prédio, chegando no topo, na sala da presidência das indústrias Wayne.
Chego na porta, ajeitando minha jaqueta, visto roupas comuns, simples e discretas. Observo a baixa iluminação da grande sala, com vidraças enormes, quadros da família de Philip e de grandes executivos da empresa. Há uma grande pedra no centro da sala, iluminada por uma luz amarela, para deixar a sala mais confortável, também há plantas para a decoração.
—bela vista—digo com a sombra cobrindo meu rosto.
Philip está em sua mesa, apoiado em seu braço com um semblante desanimado e triste. Ao ouvir minha voz, ele se levanta demonstrando um alívio.
—... Você, você!—vem até mim de braços abertos, logo, me dá um abraço—meu deus, eu sinto tanto, Bruce sinto muito por tudo isso. Eu não queria que as coisas acabassem assim. Se eu pudesse voltar atrás...—diz no abraço.
—eu sei, Philip, eu sei. Mas agora preciso que me ouça. A Gangue do Capuz Vermelho... Eles estão planejando algo, algo grande. Preciso que me diga o que você sabe sobre isso—desfazemos o abraço.
—eu não sei de nada, Bruce. Eles não contaram nada—abaixa o semblante, visivelmente arrependido—eu os deixei entrar pensando que poderia controlar as coisas, e... E você estava certo, não tem como controla-los, nem dete-los—ele se vira de costas para mim.
—eu posso dete-los, Philip. Mas preciso saber de mais, se você não sabe de nada, me conte o que eles levaram de você. Eu sei de algumas coisas... Mas não tudo. Preciso saber o padrão—seu semblante se abaixa ao se virar.
—eles só pegaram, Bruce. Qualquer coisa. Agora ele controlam os registros, por isso tudo ficou escuro, sem rastros, sem ninguém perceber.
—mas você deve ter algo, meios secreto de precaução por segurança—seu corpo se move ficando de costas.
—nós usamos, marcamos tudo com uma pequena assinatura magnética. Se algo deixar a instalação designada, começa a apitar nos sistemas. Somente eu e mais alguns homens sabemos disso. Dois dias atrás o Capuz Vermelho 1 o desmantelou. Eu não tenho como saber mais nada. Eu tentei avisar a polícia, mas a Gangue veio atrás de mim, e fizeram isto...—tio Philip se vira abrindo sua camisa, bem na área do seu peito. Arregalo meus olhos ao ver marcas de ferro quente em seu peito... As marcas à ferro quente tem escritas 'RH347'.
—... Eu... Eu sinto muito, Philip—digo pondo minha mão sobre seu ombro. Eu sinto realmente por ele... Acabou se envolvendo com essas cobras e se enrolando mais ainda com elas—ao menos você pode me dar acesso aos sistemas?
—aqui—se encaminha para sua mesa, abrindo a gaveta. O sigo e vejo uma máscara de Capuz Vermelho junto de um revólver. Ele pega um cartão amarelo—as chaves do reino—me entrega o objeto e o guardo em meu bolso. Philip se caminha ficando em frente a grande pedra na sua sala—eu receio que o deixei em ruínas, pra dizer o mínimo heh.
—sabe, Philip, se quiser pode ficar conosco na mansão... Quer dizer, somos família, né?—digo caminhando até ao seu lado.
—não, tudo bem. É tarde demais para isso agora. Vou ficar bem, meu rapaz—da um tapinha em minhas costas.
—espero, tio—ele para, seu olhar se volta para a grande janela na sala, vendo os prédios do alto, daqui, tudo parece pequeno, tudo parece... Insignificante.
—Bruce...—o ouço.
—hm?
—por que voltou?
—como?
—horas, você, eu sei que não quer ficar nos holofotes, banca o Playboy mas nós dois sabemos que é faixada, para esconder o menino de oito anos dentro de você. Você agora poderia ter ficado morto, de verdade, ido embora, construído uma nova vida longe de todo o pesadelo que esta cidade causa. Poderia ter ido para fim do mundo, ou até mesmo para Metrópolis... Soube que é mais azulada do que aqui—solta uma leve rizada—aqui, tudo é cinza e preto, sem vida... Não vale a pena. Mas diga, ainda não me respondeu—se vira para mim. O encaro por um momento, mergulhado em minha mente. Direciono o olhar para a grande janela, vendo a mesma vista de meu tio.
—justamente por Gotham ser assim, acredito que podemos ser melhores... Melhores do que fomos no passado... Nós lutamos, matamos, traímos uns aos outros... Mas podemos reconstruir, podemos fazer melhor. Nós vamos, precisamos...
—você é um homem cheio de esperança... Bruce... Espero que nunca arranquem isso de você—um breve silêncio...—aposto que tem dedo do Pennyworth nisso hahah.
—é... Pode ser—solto um sorriso.
[...]
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