‹⟨ Episódio 10 ⟩›

—Alfred, quando atender, saiba que preciso falar com você. O que eu queria que não se confirmasse, se confirmou. Por favor, me encontre na mansão—digo pelo telefone.

Aguardo o táxi em uma rua deserta. Bato o pé apressado e ansioso para chegar em casa. Finalmente o veículo chega e eu o adentro.

—ansioso com algo, Sr. Wayne?—ouço o motorista.

—assustos para resolver, somente isso—respondo encarando a janela.

—entendo... Também tenho muitos problemas, muitos mesmo.

—é... Todos temos—respondo.

De repente o carro para, ao olhar pelo vidro, parece que estamos em um lugar isolado com containers.

—acho que você errou o caminho—digo olhando para frente.

Só consigo ver seu ombro e sua silhueta no banco, ele nada responde. Apenas pega uma bolsa de couro e dela retira algo.

—não, Sr. Wayne, eu não errei...—diz terminando como um sussurro. Serro os olhos e o homem sai do carro.

Assim que ele sai, o silêncio domina. Nada surge na minha vista quando tento ver pela janela. Sem paciência, abro a porta do carro e saio do veículo. Olho o horizonte à minha frente, percebendo que estamos nas docas. Um lugar isolado, silencioso, sem nenhuma alma vida por perto... Um local perfeito para um assassinato...

—te peguei!—escuto a voz e me viro na direção, sou recebido por um golpe com algo metálico diretamente na cabeça. Sou atirado no chão com dor. A batida foi forte, me deixando desorientado. Minha visão fica embaçada e sem foco. Apenas consigo ver as cores da roupa dele... Capuz Vermelho...—é, te peguei—ele me agarra pela mão e ele ergue, sem noção, meu corpo é mole ainda pelo golpe recebido—eu trouxe umas armas medievais para nos divertimos. É quase excitante—quando levanto meu rosto, cuspo nele—heh, você é mesmo um mimado.

Sou jogado no chão e começam a bater em meu corpo, com clavas e tacos, várias armas medievais, eles as usam para me espancar. Batem com pedaços de ferros, espadas, lanças... Tudo usado para me machucar. Meu corpo se torna praticamente dor, com sangue sendo arrancado de mim. Deixo meu rosto no chão frio, cuspindo sangue e tossindo sem parar. Tenho a sensação que para a dor parar, tenho que arrancar as partes que doem... Viro meu corpo quando eles param de me bater. Não consigo me mover, meus olhos mau se abrem e só consigo ver pouco do líder deles.

—deve ter sido o pior dia da sua vida, o dia que eles morreram. Além de hoje, claro.

—cof, cof, já t-tive piores...

—acredito... Bom, isso vai te chocar, Bruce, mas aquele dia também me mudou... Mudou a minha vida pra sempre, a morte dos seus pais mudou tudo. Martha e Thomas Wayne, herdeiros da cidade, benfeitores, titãs. Baleados por um ninguém e sem motivo algum—diz enquanto um dos seus homens trás um grande quadro com as fotos de meus pais, o Capuz Vermelho entrega para o Capuz Vermelho 1—eu lembro dos meus pais adotivos comprando uma trava para a porta, no dia seguinte, nossos vizinhos inventaram uma noite especial de sábado... Porque no final do dia, o que as pessoas tinham medo é do nada. Do acaso. O centro vazio. Olhe pra isso e gente acha o significado—indica com a mão todos os membros da Gangue presentes—você vai ficar louco. Tudo que se pode fazer é temer e sobreviver. Isto é o que esta Gangue é...—ouço poucas risadas vindo deles—viu, Bruce? Eu criei a ideia dela no despertar da morte dos seus pais. Naquele momento maravilhoso... Aquele momento verdadeiro, bem depois. Viu? Usamos o Capuz Vermelho para cortejar o lobo em vez de nos esconder—deixa o quadro em sua frente, na minha visão, cobrindo suas pernas. Me apoio com as mãos chão, pingando sangue—nos comer, digamos, comer todos nós. Agora, de vez em quando, alguém vira e irá atirar em sua cabeça por futilidade e isso é sempre excitante. Por exemplo, tem essa morceguinho que banca uma de herói salvador, que salva pessoas achando que é o todo poderoso. Aposto que ele é muito perturbado, ele devia estar internado no Arkham. Mas ele é um herói para os menos afortunados, você me lembra um pouco ele. No fim, porém, vamos pegá-lo...—se abaixa ficando próximo de mim—assim como pegamos você, heh.

—temos que ir, Chefe. Devem estar procurando por ele agora—um dos capuzes diz ao líder.

—tudo bem, tudo bem! Parece que temos que ir, Bruce—ele fica de pé—mas obrigado por deixar o cinema com seus pais aquela noite. Vocês me inspiraram—se apoia no grande quadro de meus pais—agora, vamos esperar que o que estou fazendo com você hoje, inspire outros jovens esta noite—ele joga o quadro no chão e dispara com seu revólver, duas vezes, nos rostos de meu pai e minha mãe...—aqui está a simetria. Boa noite, Sr. Wayne—ele aponta a arma para o alto e dispara.

Uma caixa que estava presa em uma coluna levantadora de ferro, despenca com suas cordas cortadas pelo tiro. Ela despenca caindo sobre mim, me cobrindo com os ferros pesados, sendo pior que o espancamento. Com os ferros sobre mim, a última visão que tenho, são a gangue do Capuz fugindo e com minhas últimas forças, retiro meu celular apertando o botão de emergência...

—A-alfred...!—tudo escurece e meu corpo amolece.


POV SELINA

Passando pelo teto, adentro o local caindo em outro teto de vidro. Fico bem perto do vidro, analisando o museu. Abaixo meus óculos e ativo a visão de calor, assim, consigo ver os laser de segurança do local. Com a lâmina do meu dedo indicador, corto o vidro em forma de círculo. Retiro o vidro e adentro o local, caindo com as pontas dos pés no piso. Agarro o meu chicote e o enrolo em meu tronco, assim ele não irá bater nos lasers.

Me encaminho dando piruetas e mortais, desviando dos lasers sem deixar nenhum me pagar. Subo na parede me agarrando com as minhas garras, me encaminho por ela indo pelos corredores. Adentro a sala e caiu do teto, com cuidado e sem fazer nenhum barulho. Há mais lasers aqui. Me encaminho desviando dos alarmes chegando até onde o diamante está.

Ele é protegido por vários alarmes, qualquer toque pode ativa-los. Coloco meu braço entre eles, contraindo meus músculos, conseguindo agarrar a grande pedra. Solto um sorriso de mostrar os dentes vendo a pedra em minhas mãos. Ouço barulho de guardas vindo pelos corredores e uma luz de lanterna.

Uso meu chicote no teto sendo puxada para me esconder. O guarda passa pela sala e verifica a sala. Ele é burro o suficiente para não iluminar o teto. Ele parte embora, aproveito e adentro os tubos de ventilação seguindo para o teto.

Já que terminei o que vim fazer aqui, sigo pelos prédios me pendurando em meu chicote. Chego até um prédio abandonado, velho e sem vida. Adentro o local ficando no topo dele, me sentando na madeira velha. Pego minha bolsa e a abro, pegando meu prêmio em mãos. Brilhante e reluzente.

—miau.

Chego até a porta do meu apartamento e coloco a chave na fechadura para abri-lá.

—fora até essas horas, senhorita Kyle?—me viro para o senhorzinho que sempre está sentado na porta do seu apartamento.

—ah, Josh, oi! Não te vi aí—sorrio—pois é. Tive compromissos até essa hora.

—tem que tomar cuidado—com um cartão premiado, ele começa a risca-lo, desenhando algo—ele domina a noite nessa cidade—mostra o desenho, sendo de um morcego.

—mas eu não tenho medo dele—digo—olha—começo a vasculhar minha bolsa. Encontro 200 dólares—tome. Você merece comprar um lanche—sorrio.

—oh, obrigado...—pega o dinheiro.

—não há de que. Se cuida—me viro adentrando meu apartamento. Quando entro, ouço os miados dos meus cincos gatos—mamãe chegou—retiro meus sapatos os deixando ao lado da porta—estão com fome?—mais miados como resposta.

Vou até a cozinha e coloco ração em seus potinhos. Eles avançam devorando suas comidas. Me encaminho para a sala e me atiro no sofá largando minha bolsa no chão. Uma de minhas filhas sobe no sofá, pedindo carinho.

—ah, Rose, oi. Sentiu minha falta?—rio enquanto ela ronrona com o carinho—mamãe teve uma noite cheia hoje, mas valeu a pena—agarro minha bolsa e retiro a pedra brilhante—lindo, não?—mostro para Rose e ela mia em resposta. Deixo o diamante sobre a minha mesa. Me atiro novamente no sofá e ligo a TV, procurando por algum programa interessante.

Bufo não achando nada. Direciono o olhar para a mesinha em minha frente, com várias revistas. Uma chama minha atenção pela capa. A pego e observo.

—Bruce Wayne...—é ele que está na capa—"playboy bilionário mais charmoso de Gotham". Até que ele é um gato—mordo os lábios—mas o outro—direciono o olhar para a TV, que corre uma notícia sobre o Batman—esse sim tem seu charme. Um ótimo queixo... Faz tempo que não nos encontramos—olho a TV enquanto a notícia é passada.

POV PHILIP

Arremesso a cadeira pela janela da empresa, que despenca até o chão.

—você não quer fazer isso, Philip—em frente a janela quebrada, aponto minha arma para Edward.

—você mandou aquele maníaco atrás do meu sobrinho! Você o matou! Você matou Bruce Wayne. Eu mal o conhecia, mas posso dizer que ele era um homem melhor que nós dois!

—não há discussão sobre isso, Philip. Precisava acontecer—deixa um sorriso despreocupado surgir em seus lábios, enquanto segura um dos fios vermelhos soltos da sua sala.

—eu estava convencendo ele! O pressionando! Ele teria me ouvido!

—bem, não, ele não teria. Seus pais foram mortos em um beco por uma arma, ele teria voltado para a companhia, mas ele teria tomado ela de você. Não seriam nem cinco movimentos a frente. Seriam dois movimentos. Eu te fiz um favor—brinca com o fio em seus dedos.

—aqui está um movimento a frente—preparo a arma em minhas mãos.

—ah, qual é, Philip. Você não quer fazer isto. Eu acabei de deixar uma mancha no chão, pessoas vão perguntar sobre mim—diz convencido—e você não quer que descubram que alguém com o meu passado estava trabalhando como seu estrategista. O que vai fazer, destruir todos os computadores na sala antes da polícia chegar?—levanta uma sombrancelha duvidando.

—quem disse que preciso destruí-los? Afinal, você sempre trabalhou em um circuito fechado. Nada seu deixou nosso servidor. Por isso, tudo que preciso fazer é apagar o seu registro dessa sala. E assim se houver algum jeito de fazer isso, digo, talvez com uma poderosa corrente magnética embaixo do chão, bem aqui—indico com a mão o piso abaixo de nós—talvez uma que pudesse ser ativada com uma senha, uma palavra que só eu soubesse... Bem, então, seria bem simples apagar todos os seus traços antes de qualquer investigação começar, não é?

—bom, Touché, Philip. Mas ainda assim, não é um assassino—diz despreocupado.

—não me diga o que eu sou!—exclamo voltando à apontar a arma para sua face—você conhece minha família? Sua história? Sabe as coisas que fizermos aqui em Gotham? O que o faz pensar que não sou? Sempre estando passos a frente de todos, Edward, eh?—solto um sorriso—sentado aqui em sua pequena teia. Bem, o que você tem a dizer sobre este desfecho? Hein?

—só uma coisa—seus lábios se estendem em um sorriso—"cain".

—unh!—começo a ser puxado para baixo, com minha cabeça se colando no chão, como um ímã—a senha, como você...?!—mau consigo me mover, apenas sendo puxado por uma força magnética para baixo.

—pesada é a cabeça usa a coroa... Né, Philip?—se abaixa batendo duas vezes em meu crânio com o punho fechado, causando barulhos como "nok, nok"—Heh, se ao menos você tivesse colocado a placa em seu crânio um ano depois, seria aço inoxidável e não magnético. Bem, infelizmente acho que é hora de nos separarmos. Considere isso minha demissão—grudado no chão, vejo Nygma recolhendo suas coisas, principalmente seus livros—o mais vergonhoso é que realmente acredito que você teria me ouvido, poderíamos ter feito desta companhia algo especial. Tsc, acho que você só queria experimentar os poderes da família. Suponho que o virei do outro lado do tabuleiro.

—vá, então, mas saiba, Unh, que toda sua pose, toda sua estratégia é jogabilidade, ainda não são nada mais do que uma sombra. Forçado a se esconder por trás de nomes falsos. Ninguém jamais saberá seu nome nesta cidade, então, do que vale toda essa inteligência e manobras se ninguém saberá quem é você?! Edward Nygma é e sempre será nada mais do que um PONTO DE INTERROGAÇÃO VAZIO!!—ranjo os dentes quando falo.

—...—a porta da sala se abre—adeus, Philip—a porta se fecha e me vejo sozinho nesta sala vazia e fria.

[...]

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