Capítulo 19


Os meninos chegaram com dois pés no peito do delegado.

Evander realmente queria acabar logo com isso.

Precisa viver em paz e finalmente começou a aceitar que tinha pessoas doidas em volta. Primeiro foi a prostituta que seu pai tinha apresentado para que ele possa ter sua primeira vez, depois a mulher, acho que ia ser a baronesa, matando todas as suas esposas, menos Giselle, depois veio a notícia de que seu pai comprou o veneno para a mulher matar suas esposas e por fim descobriu pela madame que saiu do prostíbulo para a delegacia, contando que Ana, sua amante, é na verdade sua meia-irmã e que seu pai, no final das contas, ia dar um jeito dos dois se casarem.

Doido, não?

Evander ficou olhando sua vida no meio do nada, passando como um filme de terror, imaginando que seu pai o queria destruir por pura alegria, já que Evander, mesmo com todas as dificuldades, conseguiu vender na vida, pelo menos na parte econômica. Evander cuidava das suas terras com muito carinho e todos os seus colonos que tratavam de suas fazendas tinham mais direitos que os funcionários da cidade.

E tudo isso o deixou branco e longe dos demais que discutiam.

- Então Giselle Bittencourt de Mello foi a pessoa que conseguiu decifrar tudo? – O delegado encarou os homens à frente surpreso. – Mulher boa essa, acredito que fez isso para melhorar a imagem do título. – Aquilo fez Evander fechar a cara.

- Acredito que foi por muito mais coisas que esse detalhe. – Quélvim, por fim, deu um corte rápido. – Mas o importante é que precisamos que prenda essa mulher. – O delegado deu uma lida em todos os documentos, toda a investigação, todas as provas, tudo que eles poderão colocar eles coletaram, e com aceno três policiais acompanharam Jesus e Quélvim para o prostíbulo, deixando Evander com o delegado.

- Não falou nada desde que surgiu aqui. – O homem serviu café ao mesmo, enquanto tudo que Evander foi fazer foi olhar as pinturas dos principais delegados que estiveram em Mogi Mirim. Olhando o homem de perto, lembro que o mesmo já tinha trazido o homem para um interrogatório quando Jade morreu e os pais queriam a cabeça dele numa bandeja.

- Estou pensando como minha vida pode mudar de forma rápida. – Voltando ao mesmo que se encolheu.

- Bom, devo pedir desculpas a você pelo que aconteceu anos atrás. – Evander pensou que ele devia mais do que desculpas fajutas. Quando Giselle começou a andar pelos corredores para ter uma base social, a mulher dele fez um inferno para que Giselle voltasse a pensar que Clara tinha uma classe que ela nunca ia conseguir entender.

- Acredito que a cidade toda deve alguma desculpa. – Murmuro aborrecido.

- Sim, sim, isso é verdade. – O delegado parecia meio atormentado e Evander, por fim, se levantou decidido a voltar para casa. – Aonde vai?

- Vou para minha casa, cansei disso aqui. – Evander simplesmente saiu pelas portas longas de madeira com a tinta descascando enquanto o prédio por fora parecia em bom estado com a cor salmão, por dentro o lugar parecia cair aos pedaços.

Evander caminhou com rapidez para casa, ele queria um pouco de normalidade no meio de tanta bagunça, ele queria um pouco de tempo com Giselle, queria passar a mão na barriga dela e sentir o bebê que ainda não tinha tamanho para mostrar seu sinal de vida, mas ambos sabiam que ele estava lá.

Então, tudo que fez foi andar quase correndo pelas ruas, na direção da sua casa.

...

Giselle já tinha andado por todos os lados na sua casa, abaixando sua ansiedade.

Queria saber o que estava acontecendo, se aconteceu algo com aqueles familiares, com seu marido e até mesmo com aquela mulher com mente perturbada. Bom, Bela tentou de tudo acalmá-la, mas pouco parecia adiantar, porque até mesmo a senhora tinha a mesma preocupação.

As duas não ficaram sozinhas, elas tinham seu querido Robert.

Mas isso não era para aquela mulher que observava Giselle pelas frestas da parede. Ana tinha a confirmação de Evander de que ela se tornaria a Baronesa e que ele a amaria se Giselle morresse. Claro que o veneno não tinha feito efeito ainda, fazendo pensar em planos alternativos. A adaga em sua mão ia ser bem direto no coração de Giselle, e o filho ela mesmo daria para Evander.

Já tinha tido vários filhos de Evander e os perdido conforme os 10 anos que dormiram juntos, então nada mudaria, perder mais um, não é?

Então, tudo que tinha que fazer era dar um jeito nos empregados e, por fim, matar Giselle. Simples, não é? Bom, Ana, espero que Robert se afastasse e adaga acerto o ombro, fazendo o homem gemer de dor, fazendo Giselle e Bela pularem, se juntando no meio da sala enquanto o único ponto de luz daquele cômodo tinha vindo da lareira, enquanto as velas foram apagadas pelo grito do homem.

- Robert? – Bela gaguejou em terror, segurando Giselle em seus braços com força.

- Não, Bela, quem fala é sua nova senhora. – Ana surgiu com as mãos sujas de sangue perto demais das suas.

- Minha nossa senhora. – Giselle segurou o santinho que vinha em seu pulso. – Que Deus nos proteja. – Olhando diretamente para lâmina.

- Devia se preocupar mais com quem está na frente e aquele que não existe. – Ana, mostrando a adaga. Tudo que aconteceu depois disso foi Bela grudando na mulher e Giselle correndo para cima, correndo para sua vida, ignorando aquele grito de dor que vinha da senhora que foi mais mãe sua do que sua própria.

Em vez de ir para a porta principal, Giselle realmente subiu o mais rápido para seu quarto, entrando e fechando a porta com seu corpo enquanto buscava ar.

- Giselle? – Seu nome foi falado cantado e Giselle tudo que fez foi se apoiar na porta com toda a sua força. Foi no meio de tanto desespero que quase teve um ataque do coração quando viu café bem ali sobre a cama, olhando com seus olhos amarelos.

Está com a presença do gato, ela se sentiu menos sozinha, fazendo-a pensar um pouco no que fazer. Pular a janela não ia dar certo, grávida e desesperada ia dar ruim, lutar com uma adaga não ia dar certo. Olhando pelo quarto, viu um atiçador de fogo da lareira desligado, porque tinha lido uma vez nos livros de Quélvim que feridas defesas não davam cadeia.

Sim, ela ia bater na mulher com atiçador de fogo.

Mas como?

Voltando ao gato que parecia entender seu plano, ele ia ser a distração e Giselle já queria pedir perdão ao amigo.

Saindo no tempo suficiente para a mulher abrir a porta na força do ódio, o gato simplesmente pulou na cara da mulher, fazendo-a ar para trás, e Giselle, com toda a sua graciosidade, acabou pegando um livro com uma capa bem dura, dando na cara da mulher que se atrapalhou com o tapete e saiu rolando escada abaixo.

O grito de dor da mulher foi suficiente para café simplesmente correr para cima, entrando nas saias de Giselle, que já ia pensar num plano para fugir quando a porta foi aberta. A porta da frente está aberta com seu marido, policiais e bem ajuda, fazendo relaxar um pouco.

- GISELLE? – Jesus berrou, entrando desesperado.

- GISELLE! – Evander correu para cima, vendo-a quase desmaiando com um gato muito protetor em volta de suas pernas. – ELA ESTÁ AQUI E ESTÁ BEM! – Puxando para o colo, buscando feridas no corpo. – Nunca mais te deixou sozinha...

- Bela e Robert...

- Vai ficar tudo bem, - Evander a puxo para debaixo de seu queixo. – Tudo vai ficar bem.

..

Foi o maior escândalo de anos naquela região.

Pai tenta ganhar dinheiro com morte de esposas, com isso manchando a vida do filho com uma armadilha mortal, fazendo os pais das jovens moças entregarem a filha e receber uma parte do dinheiro da infernização que iria ganhar do barão.

Aquilo melhorou a imagem de Evander bastante, o fazendo receber muitos pedidos de desculpas, e no final de tudo, Giselle, junto com ele, queimaram todos os diários para que ninguém realmente conseguisse colocar a mão neles.

Evander nem mesmo leu a respeito das mulheres que não teve durante a vida, pelo menos ele teria durante a morte.

Foi naquela mesma noite que teve um sonho estranho: aquela casa não seria mais sua. Além do mais, eles iam sair daquele lugar, iriam viver na fazenda de café, um lugar mais calmo e mais protegido.

O sonho de Evander apareceu num lugar branco e, ao longe, ouviu vozes que fazia tempos que não ouvia há muito tempo, o fazendo andar com rapidez ao encontro das pessoas.

Dando de cara com uma mesa de metal onde em cada cadeira tinha uma esposa, tinha até mesmo sua mãe bem ali.

- Sabe, sempre acreditei em você, querido. – Evander sentiu o toque suave em seu rosto como plumas enquanto Rosellaine voltava às outras damas.

- Me desculpe. – Olho para Cloé e Jade, que sorriram de leve. – Realmente não queria ter sido tão cruel em nossa convivência.

- Evander, você estava em luto e nem ao menos tinha entendido o que aconteceu, então relaxe, nós te perdoamos. – Cléo, por fim, sorriu mais feliz.

- Sim, ela nos salvou, finalmente podemos ir. – Jade simplesmente flutuou para cima, deixando Evander para baixo com Clara, Cloe e sua mãe.

- Ela pode ir, mas não irei agora. – Clara parecia pensativa.

- Como assim? Fizemos justiças, demos um jeito em tudo. – Evander volto a Clara desesperado, ele tinha quase perdido Bela e Robert por causa da Ana. Mas felizmente tudo tinha ficado bom depois de um tempo.

- Ah, querido, irei voltar, só que de um jeito diferente. – Clara acabou rindo, voltando para Cloé. – Claro que não só eu, né? – Cloé concordo.

Evander viu ambas mudando de forma e ficando menores, seus traços delicados como uma boneca de gesso foram virando traços marcantes conhecidos por Giselle, o fazendo quase cair no chão, mas sua mãe o segurou.

- Estou sonhando. – Ele parecia incrédulo.

- Sim, está, - a mãe olhou de longe. – Mas a realidade é uma fina camada longe da fantasia, isso pode ser real, mas pode ser um desejo seu. – Sua mãe simplesmente sorriu e deu um beijo na sua testa. - Nunca me arrependi de ter você, meu amor.

Evander, depois disso, simplesmente sentiu o corpo cair e, bem quando se chocou contra a cama, sentiu o tranco, acordando Giselle, que, levando a cabeça sonolenta, o olhou com os olhos entreabertos.

- Pesadelo? – Sua voz manhosa foi despertando uma preocupação e sentiu o corpo pequeno da mesma indo na direção dele, se comando melhor.

- Acho que foi mais uma viagem. – Com o braço em volta dela, seguro-a com delicadeza. – Acho que sonhei com minha mãe...

- Hm, e o que aconteceu? – Giselle o olhou de leve, já quase caindo no mundo do sono.

- Acho que ela está orgulhosa de mim. – Evander espero uma resposta, mas quando volto para a esposa, a vi com a boquinha aberta e um ronquinho, o fazendo rir. – Acho que ela está nos protegendo, sabe? – Evander puxo a coberta para proteger as costas de Giselle. – Acho que não é só ela, tinha elas lá também, - Evander volto para frente, sentindo o sono começar a pegar. – Acho que elas estão em paz.

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