Capítulo 8
Oiii, só lembrando que hoje eu irei postar vários capítulos, que serão desbloqueados conforme vocês forem curtindo e interagindo, então por favor, não esqueçam de curtir e comentar.🫶🏼
POV's Barbara
Eu sei que a maioria das pessoas acham que os pacientes da ala psiquiatra são loucos mas eu sempre vi muito além, cada dia eu me apaixonava mais pelo meu trabalho ali no hospital, claro que estar fazendo residência no melhor hospital de São Paulo ajudava muito mas estar aqui diariamente com esses pacientes me dava forças para continuar, todos os dias eu conheço histórias de pessoas diferentes, pessoas que são filhos, netos, pais, irmãos, pessoas que são amadas e que amam alguém, mas algum motivo acabou tirando a paz desses pacientes, basicamente todos pacientes que estão aqui tinham tudo na vida mas perderam o principal que é a si mesmo.
E isso me mostrava que mais do que nunca, eu não quero me perder, muito pelo contrário, eu quero me pertencer, quero ser suficiente, só assim a gente poderá ser suficiente para os que nós amamos.
- Barbara? - A doutora Clarisse me chamou me tirando dos meus pensamentos.- Uma moeda pelos seus pensamentos.
- Estava pensando nesses pacientes, em como a vida deles mudaram, me pergunto qual foi o dia específico que fez eles não suportarem mais e chegarem nesse estado...
- Você é apaixonada pela psiquiatria, eu me vejo em você sabia? Quando eu tinha a sua idade eu tinha as mesmas perguntas e passava horas estudando os casos dos pacientes e acredite em mim, para alguém chegar nessa situação, é preciso lutar muito contra você mesmo, é preciso ser muito forte por anos na maioria dos casos.
Passei bons minutos conversando com a doutora e aquela conversa me fez tão bem, passei as últimas horas da residência feliz como não ficava há muito tempo, quando olhei no celular já tinham se passado 15 minutos do meu horário então me despedi dos meus pacientes e de todos que estavam no plantão.
Assim que cheguei em casa eu fui tomar um banho relaxante e deitei, acordei no outro dia com o meu celular despertando e confesso que eu ainda cansada mas me confortava saber que hoje eu estava de folga do hospital.
- Bom dia!!! - Falei empolgada para a Isabel.
- Bom dia meu amor! - Ela me abraçou forte.- Tá com uma carinha boa.
- To feliz, estou grata por tudo o que tenho. - Dei meu melhor sorriso para ela-
- Fico tão feliz de te ver assim.
- Se senta para tomar café comigo.
...
- Bom dia!!! - Doutor Marcos disse assim que entrei na sala.
- Bom dia! - Coloquei minha bolsa na mesa e me sentei.
- Preciso de um favor seu, será possível?
- Claro, claro que sim, o que seria?
- Abel pediu para conversar com um médico hoje, provavelmente para tratar dos jogadores lesionados, você pode ir lá assim que começar o treino?
- Posso sim, será um prazer.
- Obrigado Barbara, juro que depois que você chegou aqui a minha vida melhorou muito. - Doutor Marcos é um querido, muito atencioso, me ajuda em tudo que eu preciso, com certeza é o melhor colega de trabalho que já tive na vida.
- Eu que te agradeço, eu me sinto tão bem aqui que o dia passa voando.
- Você é muito jovem porém é muito sábia, muito inteligente, muito culta... gosto de conversar com você, até conselhos você me dá. - Ele ri e tira seu óculos colocando encima da mesa.
- Eu tento né, não sou muito boa em conselhos.
- É sim, tenho certeza que os seus pacientes no hospital desabafam muito com você. - Ele me olhava com um sorriso enorme no rosto.
- Isso é verdade, não posso negar mas a alegria é toda minha quando alguém se sente confortável em conversar comigo.
- Vamos tomar café? Lá podemos conversar melhor. - Ele se levanta e abre a porta, me dando passagem para ir na frente, um cavalheiro eu diria.
- Digamos que eu não tenho muita sorte com esse lance. - Marcos e eu conversávamos sobre relacionamentos e eu não menti, nem tinha o porquê.
- Mas você é jovem, logo encontra alguém que te faça mudar de ideia, pior sou eu Barbara - Ele ria enquanto falava- Fui noivo duas vezes já e nunca passei dessa etapa e eu já tenho 32 anos!
- Pode ter sido livramento. - Eu fui na onda dele e disse de forma divertida.
- Para elas, né?! - Não evitei a risada alta, Marcos podia ser extremamente engraçado quando queria.
- Claro que não, acho que você não está frequentando os lugares certos, tem muitas mulheres que dariam a vida para sair com você.
- A maioria das mulheres me acham um porre, sabe como funciona encontro com médico, né? Não consigo desconectar, falo de trabalho, falo de arte...
- E falar de arte é algo ruim? - Eu realmente sou uma apaixonada por arte e tudo o que pode parecer uma tortura para muitas pessoas.
- Acho que sim, semana passada eu chamei uma mulher, lindíssima por sinal, para ir assistir um concerto comigo e ela simplesmente não me respondeu mais. - Ele se divertia contando dos seus encontros desastrosos e eu não pude deixar de perceber o quão encantador ele era, quando ele tirava o óculos para falar algo então...
- Ahh, eu não acredito, ela iria amar se fosse, eu tenho certeza!
-Bom, eu ainda tenho esse ingresso sobrando, é para daqui um mês, se você quiser ir...
- Eu adoraria. - Sorri simpática.
- Balada hoje??? - Veiga se senta ao meu lado, junto com o Joaco- E aí doutor?
- Tudo joia? -Marcos sorri para eles.
- Você vai né, Barb? -Joaco diz mexendo nos meus cabelos.
- Só se for naquela balada que eu falei para vocês!
- Por mim tá fechado! - Veiga batia na mesa, animado, fazendo um catuque.
- Vê se não chama sua ex, ok? - Joaco não perdia tempo de zuar o Veiga que sempre recaía e tinha remembers com a Bruna.
- Sair com ex está fora de moda! - Olhei de canto de olho para Veiga.
- Ok, eu não vou chamar ela, na verdade eu não quero mais falar com ela e...
- Essa mesma história de novo? - Joaco revirou os olhos.
- Já ouvimos isso antes! - Tomo um gole do meu suco de laranja e faço careta por estar sem açúcar.
- Estou falando, dessa vez é para valer, eu não vou ter recaída, eu já estou cansado de sempre ficar nesse "chove e não molhe".
- É assim que fala!
- Vamos encher a cara então!!! - Joaco já gostava de beber e ainda tendo uma companhia, já era.
- Vamos de táxi então, eu não quero ter que dirigir para trazer dois bêbados.
- Ei, respeita os bêbados. - Joaco brincou, fingindo estar chateado.
- Vamos com nós, doutor? - Veiga chamou Marcos que negou com a cabeça.
- Obrigado pelo convite mas eu vou passar, estou muito velho para essas diversões. - Ele diz simpático.
- Ah, para né, você deveria sair com a gente, sabia? - Digo sincera
- Talvez um dia, quem sabe?!
- Vou cobrar!
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