Quando tudo vai bem...
Depois de tantas descobertas Violet e Hian se uniram ainda mais. O amor entre eles era nítido a todos.
Como uma brisa fresca em um dia de calor sentimentos de alegria, otimismo e paz rondava por todo o Clã.
Violet cavalgava alegremente pela vila. Como Senhora do Clã ela tinha muitos deveres e cuidar das necessidades de seu povo era um deles.
Uma vez por semana ela fazia visitas, conversava com as mulheres e crianças e assim com sua alegria e simplicidade descobria o que cada família realmente precisava. Um conserto no telhado, um cômodo novo já que a família tinha aumentado, mais lenha para um casal de idosos... Afinal eram as mulheres que ficavam mais tempo em casa então eram elas que sabiam dos problemas.
Hope e Evelyn iam com ela as vezes.
Hope logo se juntava as brincadeiras, ela tinha vários amigos. Durante estas visitas Violet percebeu que sua filha era uma negociadora .Com orgulho percebeu que ela não chantageava, não fazia birra, expressava suas opiniões, mas também ouvia as opiniões das outras crianças e após conversarem chegavam a uma decisão entre todos.
Ela estava quase voltando ao Castelo a manhã ensolarada já estava quase no fim, logo seria o horário do almoço e Hian a esperarava. E como sempre ao pensar em seu marido um sorriso se formou em seu rosto.
Sua última parada seria na casa de Aquisa, sua amiga filha de Ada. Levava alguns livros para as crianças. Josh estava aprendendo a ler.
Sorriu ao avistar os pequenos correndo ao seu encontro.
- Senhora Violet! Senhora Violet!
Ao observar seus rostos Violet ficou apreensiva e acelerou o trote de seu cavalo. Sem fôlego as crianças pararam com as mãos no joelho.
- O que aconteceu?
- Senhora Violet uma mulher no final da rua precisa de sua ajuda!
- Calma crianças! respirem fundo e me conte o que está acontecendo.
-Nós estávamos brincando no bosque e quando estávamos voltando vimos uma carroça coberta. Um homem estava olhando a roda e nos pediu ajuda, disse que sua mulher estava em trabalho de parto e que a roda tinha quebrado enquanto vinha trazer ela para a Vila.
-Quem é esse homem? Ela não estava gostando nada daquela história.
-Nunca vi ,mas ele pediu para procurarmos a curandeira então corremos até você.
A mente de Violet já estava visualizando vários cenários e nenhum era bom. Oh! uma carroça não era um bom lugar para se fazer um parto, a mulher com certeza não conseguiria cavalgar ou andar até a vila.
-Josh tome esses livros que eu trouxe para você. Os olhinhos dele brilharam ao segurar os livros com cuidado. -Quero que me faça um favor encontre um homem e peça que vá ao Castelo e traga uma carroça para levarmos a mulher até a vila. Ela já terminou de falar em movimento queria chegar logo onde estava a pobre mulher e ajudá-la.
Saiu da Vila e ao virar para o bosque viu a carroça à frente, ficou admirada ao ver dois lindos cavalos em comparação com o estado deplorável da carroça. Um homem andava em volta nervoso.” Deve ser o pai pensou.”
-Bom dia ! O senhor que pediu pela curandeira?
- Sim foi eu mesmo, mas você não se parece com uma simples curandeira. Violet sentiu seus cabelos arrepiarem com o olhar do homem que a analisava de cima a baixo.
- Me chamo Violet e apesar da aparência sou a curandeira. Ela percebeu um balançar na carroça e esquecendo o mal-estar saltou do cavalo e se aproximou.
- Sua esposa está deitada aí atrás?
- Sim, e vai gostar de te ver.
Ao erguer a velha cortina que tampava a parte de trás da carroça foi surpreendida por braços fortes, não conseguiu nem gritar antes de ter a boca tampada.
- Dessa vez você não vai conseguir fugir e voltar bastarda.
Logo ela se viu amordaçada, vendada e com os pés e mãos amarrados, atordoada percebeu ter caído em uma armadilha.
Como um saco de mantimentos se viu jogada sobre um cavalo.
-Vamos sair rápido daqui antes que alguém apareça!
Todo o corpo doía. A cada passo do cavalo seu corpo sacudia. “Para onde será que estão me levando?”
Depois do que pareceram horas eles pararam. Violet foi tirada do cavalo e jogada sobre o ombro de um dos homens que a carregou até colocá-la sentada sobre uma cadeira, que ela viu após ter os olhos desamarrados era praticamente o único móvel do lugar exceto por uma cama velha com um colchão de palha rasgado.
Parecia que ela tinha sido trazido a uma cabana de caça.
Haviam tantos buracos no telhado que pontinhos dourados salpicavam o chão empoeirado. O cheiro de madeira podre chegava forte ao seu nariz. Ripas pregadas nas janelas antes firmes, agora pendiam e galhos e passavam por elas.
Violet apurou seus ouvidos, contudo além da conversa baixa dos homens e um relincho de cavalo não ouvia nada mais.
“Oh Deus! ajude Hian a me encontrar”. orou em desespero, pois a fala do sequestrador não saía da sua mente... E como eles a trouxeram para o meio da floresta e não a estavam levando para outro lugar como da outra vez, temia pelo pior.
Castelo Clã Donald
Hian estava preocupado. Violet nunca se atrasaria assim para o almoço. Não sem avisar. Desde o casamento eles Tentavam fazer todas as refeições juntos.
Ele não tinha conseguido comer quase nada. Em seu coração sentia que algo estava errado...
-Senhora Davis!
- Pois não senhor?
-Violet não mandou nenhum recado?
- Não senhor, e se me permite dizer também estou preocupada.
-Obrigado! pode voltar ao seu serviço, mas se chegar algo me avise imediatamente.
-Sim senhor.
Não conseguindo mais ficar sentado saiu da mesa. O salão já estava praticamente vazio, apenas algumas criadas permaneciam cuidando da limpeza.
Passando a mão pelo cabelo caminhou em direção ao escritório, porém uma comoção na entrada o fez virar. E ao ver Ronald e um aldeão entrarem correndo no salão e olhar em volta até encontrá-lo o levou a estar em alerta máximo.
Se esforçou a ficar parado, com as mãos em punho esperou que eles se aproximassem.
-Hian estamos com um problema. Ronald não o olhava nos olhos e o aldeão retorcia o chapéu entre as mãos enquanto olhava para o chão.
-Fale de uma vez! o que aconteceu com a minha esposa? Ele viu os olhos dos dois se arregalarem ao ouvir suas palavras.
- Desculpe senhor, meu filho tem apenas sete anos e ficou tão entretido nos livros novos que a Senhora Violet levou que esqueceu do recado, só quando cheguei em casa para o almoço foi que ele se lembrou.
- Pare de enrolar e fale de uma vez! Ronald? questionou olhando o seu segundo.
-Hian parece que Violet caiu em uma armadilha. Soltou de uma vez .
Hian socou a parede fazendo os dois se encolherem. Ele nem sentiu a dor. Em seu interior doía mais. "Deus eu não posso perdê-la.”
Pensamentos negativos eram soprados em seus ouvidos como um enxame. Ele mal ouviu toda a história que Ronald contava tamanho era o burburinho de seus pensamentos.
Um estrondo na porta o tirou da dormência. Kyle avançava em sua direção.
- Pode tirar essa cara de velório! nós vamos encontrá-la. Hian, reage amigo não escute esses pensamentos. Deus te deu uma segunda chance, ELE não vai permitir que você a perca agora.
Era tudo que Hian precisava ouvir, só de vê-lo Kyle sabia o que ele estava pensando, afinal foi ele que sempre esteve ao seu lado.
- Vamos começar a procurá-la. com um olhar de gratidão acenou para Kyle e ele acenou de volta em reconhecimento.
Em pouco tempo os melhores soldados do Clã estavam prontos para partir. Eles iriam se dividir em três grupos com Hian, Kyle e Ronald na liderança.
Na cozinha um grupo clamava a Deus por sua Senhora. Elas não poderiam entrar na batalha real, mas lutavam por Violet com outras armas .
No pátio os homens decidiram ir até a carroça abandonada e de lá seguir as pistas para começarem a busca.
já montados o grupo armado estava pronto. Os cavalos sentindo a agitação relinchavam e batiam os cascos no chão.
- Esperem! Evelyn descia as escadas correndo na direção deles. Ronald ao vê-la foi ao seu encontro.
- O que aconteceu Evelyn?
- Preciso falar com Kyle. Ronald fez um sinal e imediatamente Hian e Kyle se juntaram a eles.
- Eu sei que pode parecer loucura, mas enquanto orávamos uma coisa veio a minha mente.
- Fale logo Evelyn! Hian não queria ser rude, contudo estava impaciente, em poucas horas iria escurecer.
- Kyle você não notou nada de estranho no clã Rooco? Pois não sai da minha cabeça aquele olhar que a senhora Maísa lançou a Violet no casamento.
- Merda! Como não pensei nisso antes. Kyle se recriminou. – Vocês vão na frente eu vou voltar ao Clã e ter uma palavrinha com aquela senhora.
Hian observou Kyle e alguns soldados atravessarem o portão a galope.
- Muito bem querida! Ronald elogiou deixando Evelyn envergonhada.
- Obrigado Evelyn! Disse Hian. E voltando para seus homens sinalizou em frente e todos partiram. Ele confiava em Kyle, se houvesse algo para ser descoberto no Clã Rooco ele descobriria.
Todavia também iria seguir o plano inicial. Não poderia ficar parado.
“ Aguenta firme amor estou indo te buscar.”
Violet
“ Como posso sentir fome nessa situação?” Refletia Violet ao ouvir mais uma vez o barulho que seu estômago fazia.
Seus braços estavam dormentes. Sua boca seca.
Não sabia ao certo quanto tempo já tinha passado desde que foi deixada ali sozinha.
Os homens se calaram. Havia uma tensão no ar. Eles esperavam algo ou alguém, porém enquanto ficassem ali e eles a deixassem em paz mais chance ela teria de ser encontrada.
Sabia que Hian estava procurando por ela.
Enquanto pensava algo chegou ao seus ouvidos. Um som distante. A esperança de ser encontrada logo começou a crescer conforte identificou o som, um trote que chegava cada vez mais perto.
Todavia suas esperanças foram diminuindo conforme observava a falta de reação de seus sequestradores.
E ao ouvir a saudação deles seu maior medo se concretizou. Sua paz tinha acabado. “Que Deus me ajude!” “ Hian é melhor se apressar”. Orou ao ver o sorriso maligno da pessoa diante dela...
- Sempre quis me livrar de você, agora chegou a hora. Falava enquanto andava ao seu redor como um predador .- Eu poderia mata-la rapidamente, mas que graça teria. Fui obrigada a aturar você por anos, sua mera presença foi minha maior humilhação. Quero que sofra!
Violet nunca tinha visto o olhar de uma pessoa louca, fora de si, mas se fosse para ela descrever seria o mesmo que era direcionado a ela naquele momento.
Seus batimentos aumentaram, sua respiração acelerou.
- Está com medo! Que bom! Disse com uma gargalhada. – Logo vai escurecer. Essa noite será fria, mas não se preocupe você estará aquecida.
- Me tragam uma tocha. Ordenou aos homens que estavam aguardando ao lado da porta.
E prontamente um saiu e logo voltou com uma tocha acesa.
A compreensão do que ia acontecer tirou o ar de Violet que por alguns segundos sentiu tudo girar. Em desespero começou a chorar.
-Ah! Vejo que entendeu.
Violet desesperada tentava soltar as mãos, mas os nos estavam muito apertados e conforme mexia arranhava sua pele.
- Vou começar por aqui. Falava enquanto se aproximava com a tocha da cama. Essa que em pouco tempo estava em chamas.
- Até nunca mais bastarda. Finalizou com desdém dando as costas para Violet e saindo da cabana com os sequestradores.
Ai meu Deus!!! Que sufoco!
Comentem ...
#retafinal...
Uma ótima semana a todos!
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