𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑 𝐀𝐍𝐃 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐋𝐀𝐍.


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AS AULAS NA ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS voltado há pouco mais de um mês e tudo voltava ao normal aos poucos, com os alunos tornando a se acostumar com a rotina das aulas.

Naquela tarde, Maya estava sentada em um dos bancos de pedra dos jardins do castelo tentando terminar o seu desejo de astronomia que teria de entregar naquela noite. Veja bem, ela não era do tipo de pessoa que costumava deixar as suas atividades para última hora, mas aquela ocasião havia sido uma exceção.

A garota já não usava mais o uniforme feminino habitual da sua casa de Hogwarts, Hufflepuff. No lugar disso, ela usava um vestidinho rosa claro que ia um pouco acima do joelho, suas botinhas de cano curto preto e os cabelos loiros presos em uma trança raiz decorada com algumas flores que ela havia colhido há pouco tempo atrás.

Precisava dar um jeito de terminar aquela atividade o mais rápido possível, afinal os testes para o time de quadribol da sua casa aconteceriam mais tarde e ela não queria perder o seu posto de artilheira.

Ela terminava de responder à questão sobre as características da constelação de Orion quando escutou o barulho de pequenas asinhas batendo. No início, ela nem mesmo levantou a cabeça, pensando que era apenas mais um dos vários pássaros que viviam ali. Porém, quando o barulho se tornou mais alto, Maya levantou o olhar da folha de pergaminho e deu de cara com uma folha de papel levemente rosada voando em sua direção.

A primeira reação que a caçula Lovegood teve foi pousar a sua pena de lado e esticar a mão para pegar a folha no ar, logo girando os olhos ao seu redor para tentar ver quem a havia mandado. Não havia ninguém. A folha havia sido cuidadosamente dobrada, de modo a assumir a forma de um beija-flor.

Estava explicado o motivo do barulhinho de asas batendo.

Depois de alguns segundos, a garota concluiu que não haveria mal algum em abrir o bilhete e o fez, logo começando a ler o seu conteúdo em voz baixa.


"Querida Maya,

Antes de tudo, peço perdão por estar me comunicando com você pela primeira vez através de uma carta. Porém, acredito que esse seja o meio mais fácil de me comunicar com você sem que eu trave na sua presença.
Soube o que aconteceu entre você e o menino Chang, e fiquei muito furioso com isso. Você é uma garota tão doce, tão amigável e gentil com todos a sua volta, com certeza não merecia uma coisa dessas.
E digo também que, se eu tivesse a sorte que o Chang desperdiçou de sair com você, faria de tudo para não estragar nada. Faria de tudo para ser o príncipe encantado que você merece.
Gostei muito dessas flores no seu cabelo, você está parecendo a princesa que é.
Agora, eu preciso ir, conversaremos de novo em breve, ok?
Eu prometo."

Maya precisou ler o conteúdo daquela carta pelo menos umas cinco vezes para ter certeza que não estava lendo coisas. Era impressão dela ou havia acabado de receber uma carta de galanteios de um suposto desconhecido? E o pior, por que diabo do seu coração havia ficado quentinho enquanto lia ss palavras dele ou dela?

A carta não havia sido escrita à mão, de forma que ela não poderia reconhecer a caligrafia — sim, ela conhecia a caligrafia de todos os seus amigos. Droga. A pessoa que havia escrito aquilo realmente havia pensado em tudo.

Um sorriso bobo surgiu nos lábios da garota ao guardar a carta entre os seus pertences, concluindo que falaria com Rose mais tarde sobre aquilo. Ela com certeza saberia o que fazer.

Ainda sorrindo boba, a garota juntou os seus materiais e partiu para o castelo, não conseguia mais se concentrar nos deveres de astronomia.

— James, bro, você tem certeza disso?— Lorcan perguntou baixinho, encarando o garoto de cabelos escuros e sorriso maroto sentado ao seu lado em uma das mesas da biblioteca. Estava com o uniforme da sua casa, Corvinal, cujo colete estava virado ao avesso. Ninguém havia se preocupado em avisá-lo disso.

— Claro! Pelo que eu saiba, ninguém nunca pensou nisso. — James disse dando de ombros. Estava sentado relaxadamente na cadeira, com os primeiros dois botões da camisa aberta e  gravata da Grifinória frouxa no pescoço.

— Acho que ninguém pensou nisso por ser arriscado demais. — Respondeu Jane, a mais nova agregada do grupo. Seus cabelos ruivos estavam presos em um coque frouxo e ela usava um casaquinho de lã preto no lugar do sobretudo do uniforme. — O Filch nos mata se descobrir o que estamos tramando.

— Não, não é por isso. Ninguém jamais pensou nessa ideia porque ninguém é tão genial quanto eu. — James disse presunçoso, lançando a prima um de seus sorrisos Marotos enquanto bagunçava o cabelo. Jane revirou os olhos. — Eu pensei nisso também. E é nessa questão que os dois vão entrar. — Ele apontou para os gêmeos scamander.

— Nós? — Lysander apontou para ele e para o irmão, franzindo o cenho. James confirmou com a cabeça. Usava uma camiseta bege com jeans e estava com os cabelos meio molhados, afinal havia saído do banho há pouco tempo. — O que teremos que fazer?

— Vocês vão distrair o zelador e aquela gata endiabrada dele enquanto nós cuidamos do resto. — Foi a vez de Fred responder. Ele estava sentado na mesa com um olhar distante e comia um saco de salgadinhos de queijo mesmo sabendo que era proibido comer uma biblioteca. Usava um conjunto de moletom cinza e sapatos confortáveis.

Lorcan suspirou.

— Por que nós sempre ficamos com a parte da distração dos planos?

— Porque vocês são os melhores para isso, Scamander. Já teríamos sido pegos muito mais vezes e até mesmo expulsos se não fosse por vocês. — Roxy respondeu, chegando na reunião apenas naquele momento. Seus cabelos também estavam molhados e a garota usava uma camiseta branca de mangas curtas e jeans rasgado com coturno. — Me desculpem pelo atraso, prometo que não irá se repetir. — O restante do grupo sorriu ao vê-la se sentar à mesa e rapidamente puxar o pergaminho onde o plano estava escrito para examiná-lo, acabando por sorrir James assim que terminou. — É perfeito! Você realmente pensou em tudo dessa vez. Mas, quem vai ficar responsável pelos cartazes?

— Eu. — Jane respondeu, interrompendo o processo de rabiscar em uma folha branca com um lápis. — Eu sou muito boa com feitiços de multiplicação, James sabe disso. Consigo produzir todos esses cartazes que vocês precisam em poucos minutos.

— Perfeito! Essa vai ser a pegadinha mais icônica de todas! — James disse todo orgulhoso enquanto terminava de arrancar a sua gravata e a guardava no bolso do uniforme. Olhou para Roxanne. — E, priminha, eu sei que o plano é perfeito, afinal fui eu que fiz! — Ele piscou para ela e todos na mesa riram. Eram grupo de amigos muito feliz.

Nesse instante, a entrada de duas pessoas na biblioteca atraiu a atenção deles, se tratava de Alice Longbottom e Lucy Weasley. James imediatamente ficou tenso.

— Sabe de uma coisa? Acho que você deveria falar com ela, cara. — Fred disse a ele enquanto observava o primo olhando a caçula Longbottom. James estava gostando dela desde o começo do ano passado, mas nunca obtinha sucesso em suas investidas com a garota.

— De novo? Estou tentando chamá-la para sair desde o ano passado, mas tudo que eu consigo são foras! — James respondeu baixinho, retribuindo o aceno de sua prima e de Alice assim como todos os outros na mesa.

— Calma, eu me esqueci como foi o último fora... — Roxy começou o baixinho, se empertigando um pouco na mesa. — Ela disse que tinha mais probabilidade de ela beijar o que do que você?

— Um Trasgo Montanhês adulto. — James arrancou uma risada baixa de todos na mesa. — Calados, isso não tem graça!

— Ah, vai. Tem um pouquinho sim. — Jane retrucou, recebendo um olhar feio do primo como resposta e logo levantando as duas mãos em sinal De rendição como quem dizia "tá bom, tá bom, você venceu. Eu paro."

Alice logo se sentou em uma das mesas mais distantes com Lucy para que ambas pudessem fazer os seus deveres atrasados. James suspirava todas as vezes que ela sorria e tentava disfarçar o fato de não conseguir parar de olhá-la.

— Sabe... Você deveria tentar uma abordagem diferente com ela. — Lorcan sugeriu, logo atraindo toda a atenção do primogênito Potter.

— Do que você tá falando? — James perguntou, parando de tamborilar com os dedos na mesa de madeira.

— Só estou dizendo que se você mudasse a sua atitude perto dela, talvez conseguisse alguma coisa. — O Scamander também se empertigou um pouco para responder, recebendo um olhar confuso de James como resposta. Ele ainda não havia entendido completamente. — Sabe... Passar a se comportar um pouco mais ao lado dela, entende? Mostrar que você não é um garoto que se preocupa só com dar uns amassos em armários de vassouras e fazer pegadinhas. Mostrar o seu lado mais maduro para ela, entende? Ter assuntos em comum.

— Hm... — James fez uma pausa para analisar as suas possibilidades, encarando cada um na mesa. — Vocês acham que isso pode dar certo? — Todos os presentes concordaram e James suspirou, logo deitando a cabeça na mesa e encarando um ponto fixo na parede ao seu lado. — Mas é aí que está o problema, pequeno gafanhoto. Nós não temos nenhum assunto em comum. Eu não sei o que ela gosta de ler, ouvir ou assistir.

— Mas nisso eu posso te ajudar. — Roxy respondeu, encarando o primo que logo levantou a cabeça com um sorrisinho. — Eu posso tentar me aproximar um pouco mais dela, para descobrir o que ela gosta, tenho certeza que a Maya e a Jane podem me ajudar nisso também. Depois, quando já tivermos informações valiosas suficientes, vamos até você e contamos. O que acha?

— Eu acho que tenho os melhores amigos do mundo. — James respondeu, sorrindo largo.

— Que a operação cupido bruxo comece, Bro. — Fred brincou dando um tapinha no ombro do amigo. — Agora vamos voltar para o nosso plano que ainda temos coisas para acertar e não temos muito tempo.

Todos assentiram e o logo o grupo voltou a se concentrar para preparar a pegadinha.

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