Capítulo 6 - A maior surpresa.
Pisquei algumas vezes enquanto meus olhos se ajustavam à iluminação fraca do interior da boate. A música barulhenta, com uma batida rítmica em meu peito avisava que o tremor agradável iria mexer com minhas expectativas. Nos últimos dias eu tinha me concentrado tanto no trabalho para tentar esquecer minha relação desastrosa com Lúcia, que não foi difícil aceitar cair na farra com João por algumas horas da noite. Aliás, minha intenção era me divertir a noite inteira, sem pensar em Lúcia, sem pensar em nada. Eu nunca estive em uma boate com strippers; aquele reduto de pecados era ideia dele, que aliás, parecia um menino quando vai à Disney pela primeira vez.
− Vai ter só uma dançarina hoje – ele olhou para mim. − Então, você vai ter que se contentar com ela.
− Você está dizendo isso por que?
− Sei lá. Achei que estivesse esperando ver muitas garotas nuas.
− Eu? Acho que é você quem queria ver um monte de mulheres nuas.
− Talvez. Bom, pelo preço do couvert, merecíamos umas quinze garotas no mínimo.
Um longo balcão de madeira estendia-se por todo o comprimento de um lado do ambiente, e grupos de pessoas muito bem-vestidas riam e se reclinavam sobre ele degustando suas bebidas caras. Nos fundos haviam várias mesas ocupadas por homens engravatados, que como eu, deviam estar ali em busca de algum tipo de refúgio que eu, pelo menos, esperava encontrar logo.
Examinei o palco, que dentro de poucos minutos, sabia que o show mais sexy que eu poderia imaginar aconteceria ali. Aliás, aquilo me instigava a beber. Eu precisava de álcool.
− Vamos beber? – João perguntou como se lesse meus pensamentos.
− Demorou.
Rumo ao bar, dei uma olhada cuidadosa ao redor, depois segui meu amigo e sentei em um banquinho, de costas para o palco.
− Oi, o que vocês vão querer? – perguntou a garota do bar. Aliás, ela não era estranha.
Fiquei surpreso com o fato dela ser tão atraente e tão jovem. Tinha a pele impecável, com os olhos verdes e o cabelo loiro perfeito. Vestia uma saia curta e uma camisa amarrada na cintura. Sorriu de um jeito doce para nós, ainda que um pouco hesitante, enquanto limpava o balcão a nossa frente.
− Dois uísques duplos sem gelo, por favor – João foi logo se adiantando. – E coloque na conta dele – ele apontou para mim – É uma velha dívida.
Eu sorri.
− É pra já – ela pegou a garrafa com uma agilidade impressionante. Em menos de trinta segundos serviu os dois drinks para nós.
Então, um homem careca sentou ao meu lado. A camisa de cetim vermelha aberta revelava que ele tinha uma grossa corrente dourada pendurada no pescoço. Ele colocou um palito na boca e chamou a garota do bar.
− Hoje é seu último dia aqui. Quero você naquele palco – ele disse, movendo o palito de um lado para o outro com a língua. – E não quero saber de mais nenhuma desculpa. Ou sobe, ou rua. − Um arroto lhe escapou da boca e o cheiro de cebola flutuou em minha direção. Eu me afastei até onde consegui, mas não havia como fugir.
Então, o homem da corrente grossa no pescoço saiu do meu lado e foi para a entrada da boate. Eu desconfiei que ele deveria ser o gerente, ou até mesmo o dono do recinto, já que a garota não disse nada.
− O que o Yuri queria? – o barman que ainda colocava o avental preto, perguntou para a mocinha bonita do bar.
− Ele quer que eu suba no palco amanhã ou vai me colocar na rua.
− Desgraçado! Ele sabe que precisamos desse emprego.
− Não vamos pensar nisso agora. Depois conversaremos, ok? Vamos trabalhar.
De repente, ouvi o silvo de um microfone. A voz do apresentador no sistema de som tomou conta do ambiente, fazendo com que as pessoas olhassem para o palco.
− Isso vai ser divertido – João virou-se para o palco.
Continuei de costas, tomando meu uísque.
− Bem vindos a essa casa de shows maravilhosa. Espero que aproveitem a apresentação mais esperada da noite e divirtam-se com nosso espetáculo mais aguardado. Com vocês, Mia Lucy.
A música começou em um ritmo lento e eu senti algo vibrar dentro de mim.
Virei-me para o palco e vi a garota sensual, de costas, usando uma capa vermelha que cobria todo o seu corpo. Ela começou a dançar acompanhando o ritmo da música. Um brilho de várias cores invadiu o ambiente, e a garota se mexia como uma profissional experiente, aumentando o movimento do corpo a cada toque da música. Ela usava uma peruca com fios dourados e uma máscara nos olhos. João assistia sentado, imóvel como uma estátua, abatido e paralisado pelos movimentos sensuais da garota. Então, ela tirou a capa e aquilo mexeu comigo até as entranhas.
Porra! Que garota gostosa!
Ela usava um biquíni minúsculo dourado e uma bota de salto alto e cano longo que cobria até a metade das suas coxas.
Minha ereção começou a dar sinal, aquela mulher era fogo puro. Ela balançava o quadril de uma maneira que eu nunca havia visto nenhuma balançar. Gostei de ter aceitado o convite de João, afinal eu precisava me sentir potente novamente. Me sentia com a vitalidade disposta a me dizer que não era só Lúcia a mulher capaz de me fazer excitar. Aquela garota, com o corpo sexy, me deixou cheio de tesão.
E quando o palco ficou totalmente claro, eu arregalei os olhos e me engasguei com o meu uísque.
− Meu Deus... – eu disse ofegante. – É ela... Lúcia!
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