Capítulo 24 - Eu quase a perdi

Olá, amore.

Gostou da capa nova? ( eu amei!! rsrsrs) 

À partir de 09 de julho, Nunca esqueça de nós dois estará disponível na Amazon.com. Deixarei o link aqui para quem se interessar em saber o final desse livro lindo que escrevi com tanto carinho pra você, antes da postagem aqui no Wattpad. Espero que esteja gostando e aguarde as próximas cenas brilhantes do final. 

Beijos e obrigada por me acompanhar. Não escreveria se não fosse por você. 

Beijos

Lya

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− Achei que nunca mais fosse te ver, cara. Mais tu é burro, hein?

Ao olhar para a porta do banheiro, vi Black se aproximar de mim, segurando uma faca.

Estiquei as pernas no chão do banheiro e endireitei as costas.

− Quer dizer, você não aprendeu nada mesmo com a surra que te demos. Vamos ter que te apagar para você aprender alguma coisa.

Black cortou a corda com a faca e segurou meus braços para trás.

− Você parece assustado, cara. Cadê aquele Valentão que eu conheci? – Black zombou de mim.

Tentei me desvencilhar dele, mas era quase impossível me mexer.

− É melhor colaborar, ou Yuri vai ser mais cruel do que imagina.

Ele me levou até a sala e amarrou novamente meus pulsos atrás do corpo com a corda. Colocou a faca na mesa e eu pude ver o segurança armado no portão nos aguardando.

Olhei para o relógio pendurado na parede, marcando 1:45 da madrugada.

Yuri parou a poucos passos de distância e me disse olhando bem nos meus olhos:

− A Lúcia nasceu pra mim. E quem tentar se aproximar eu tiro de cena.

Meu coração disparou, fazendo a base da garganta latejar.

− Já matei dois homens por causa dela. E vai ser bem fácil acabar com mais um.

Lúcia surgiu na sala pela varanda. Notei que sua expressão estava mais assustada do que antes. Tentei umedecer a garganta, mas não encontrei saliva suficiente. Sentia o suor escorrer em minha testa e a camisa molhada nas costas.

− Tudo bem – eu consegui dizer, mesmo com a voz embargada. Não era fácil admitir que você caminhava para a morte sem poder fazer nada.

Seguiu-se uma longa pausa, depois Yuri perguntou:

− Tudo bem o quê? – ele arqueou a sobrancelha.

− Vamos acabar logo com isso – eu disse. Notei que já começava a reavivar aquela sensação de inconsequência que tanto havia me encorajado a defender Lúcia a qualquer custo. Deixei escapar uma risada sombria, quase histérica, e falei: − Podem me matar. Podem me levar para essa porra de acidente.

Yuri começou a estudar meu rosto como se tentasse descobrir uma maneira de entrar em minha cabeça para ver o que se passava nela. Eu o encarava de volta, destemido. Não tinha mais como fugir, então que acabasse logo com tudo para que aquela agonia toda sumisse de uma vez.

Percebendo isso, Yuri desviou o olhar e num tom displicente, como se tivesse papeando com um amigo, disse:

− Eu gosto do pavor, do pânico, do medo que eu consigo causar nas pessoas. Gosto desse poder que eu tenho sobre elas, da sensação de opressão.

Lúcia tinha uma expressão vaga, parecia estar olhando não para mim, mas através de mim, e a certa altura seus belos olhos castanhos tomaram um aspecto sombrio.

− Levante as mãos, Yuri.

Foi quando vi Lúcia mirar a arma na nuca do Yuri. Ela havia pegado a minha arma no carro. Grande garota.

Black e Yuri se viraram perplexos na direção dela.

− O que você está fazendo Lúcia? – Yuri gritou. − Largue a merda da arma agora...

Senti um frio na espinha quando notei como Lúcia tremia. A arma balançava como se estivesse sobre uma gelatina.

− Cala a boca Yuri e faça o que eu estou mandando senão eu atiro. Você sabe muito bem que eu sei atirar. Ou se esqueceu?

Com certa tranquilidade, vi quando ele ergueu as mãos e piscou para Black.

− Nem pense em fazer qualquer coisa, Black. Desamarre o Thomas, ou eu atiro nele.

Ele olhou para Yuri.

− Vai, AGORA! – ela gritou.

− Desamarre – disse Yuri.

Rapidamente, Black me soltou. Mas, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, a luz apagou e um tiro surgiu na escuridão. Lúcia gritou.

− Lúcia? – me joguei no chão ouvindo os tiros saírem por todos os lados da sala.

Me arrastei pelo chão indo na direção em que ela estava, mas várias balas zuniram ao meu redor e resolvi ficar parado, com a cabeça abaixada no chão. Não conseguia ver nada, mas ouvia as balas crivarem nas paredes de gesso, quebrarem objetos de vidro, os cartuchos ricocheteando por toda parte.

Então, a luz acendeu.

Precisei fazer um esforço para acostumar a visão à luz.

Levantei lentamente. Escutei os uivos de uma sirene, aumentando a cada segundo.

Separados por dois passos, Yuri estava caído morto com um tiro bem no meio da testa. Black caiu de joelhos na entrada da sala, estremecendo os ombros antes de desabar por completo e abrir espaço para que eu visse Ryan na varanda segurando uma pistola. O barman. O garoto que só queria defender a irmã das garras do cafetão. O garoto que não queria mais nada além de ajudar a mãe com câncer a pagar o aluguel. O garoto que teve o coração dominado pelo ódio por não ter mais a liberdade de viver me encarava com os olhos aflitos e cheios de lágrimas.

− Você matou eles? – perguntei, sem acreditar no que via.

− Isso foi por todas as garotas que Yuri escravizou – Ryan disse, soltando a pistola no chão e voltando para o portão da casa.

As sirenes agora uivavam mais alto.

Olhei para o lado do sofá e vi que Lúcia permanecia deitada de costas no chão.

− Ai, meu Deus!

Dei um passo adiante, com medo do que poderia encontrar.

− Não, Lúcia. Por favor, não faça isso comigo.

Ouvindo mais sirenes, eu olhava intrigado para o corpo de Lúcia ainda deitado no chão. Seus olhos permaneciam fechados. Uma mancha de sangue aumentava a cada segundo em seu vestido azul na região da cintura. Me agachei ao lado dela e pousei dois dedos sobre seu pulso. Ainda tinha vida.

− Graças a Deus!

Lúcia abriu os olhos. Eu olhei para ela, sentindo o coração pesar. Seus olhos encheram de lágrimas, mas o olhar era mortiço e vago, o olhar de uma mulher em estado de choque e com dor. Eu me abaixei e a peguei em meus braços, ouvindo o seu gemido de dor e tentando ser mais rápido que a morte. Segui na direção da porta. Olhei para o portão e vários policiais já invadiam a casa. Logo vi o carro do resgate e os socorristas, vindo com a maca.

– Aqui, ela precisa de ajuda.

Eu a coloquei sobre a maca com meu coração cheio de ansiedade. Quando o homem do resgate rasgou o vestido dela, não disse uma só palavra. Eu podia ver os olhos escuros e as bochechas rosadas do profissional enquanto cuidava do ferimento de Lúcia. Então o socorrista contatou o hospital pelo rádio, dizendo que era uma emergência. Ele prendeu as amarras e a levou para dentro do carro do resgate.

− Para onde vão levá-la? – perguntei, rezando para que eu pudesse ir junto.

− Hospital Municipal do Guarujá.

Eu olhei para Lúcia, aflito.

− Eu vou ficar bem, Thomas.


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