Training Wheels
Ligo para Sofya e fico impaciente esperando ela atender, estava desesperado olhando para Noah ali no chão.
– Noah, fala comigo... – coloco uma mão em seu peito.
– Está... tudo bem – ele diz com a voz fraca, com uma mão no lugar onde estava sangrando.
– Eu vou chamar alguém, não se preocupe – falo tremendo.
Sofya atende.
– Sofya qual é o número de emergência daqui e como vou me comunicar se eu não sei falar russo.
– Mas pra que você quer isso agora, está tudo bem? – ela pergunta e detecto confusão em sua voz.
– Sofya, por favor, é o Noah, só me ajuda – falo olhando o rosto de Noah, escorria algumas lágrimas sobre seu rosto.
– Ok, aonde vocês estão? – Sofya me pergunta
– Estamos na frente do Izmailovsky Park, rápido Sofya, por favor – falo com a voz trêmula.
Ela desliga e eu volto minha atenção para Noah.
– Ei, fala comigo – seguro sua mão – Aonde está doendo?
– Mi... Minha cabeça – ele fala fraco – mas está tudo bem – ele faz um movimento ameaçando se levantar.
– Não, fique deitado, só respira – digo impedindo ele de se levantar – a Sofya vai chamar a emergência.
Sofya me liga e eu atendo.
– Josh, eles vão chegar em cinco minutos, eles falaram que vão mandar enfermeiros que sabem falar inglês – Sofya informa.
– Ok, obrigado mesmo – agradeço e começo a relaxar mais sabendo que a ajuda estava a caminho.
– Mas o que aconteceu com o Noah? – Sofya pergunta.
– Eu não sei, eu entrei no parque para ir ao banheiro e quando retornei, ele estava no chão com a cabeça sangrando – falo com um pouco de desespero na voz.
– Meu Deus, como assim? – ela pergunta, percebo um tom de surpresa em sua voz
– Eu não sei como aconteceu, Sofya – falo enquanto olho para Noah que respirava fundo e me olhava sem expressão – Por favor, avisa a Yonta.
– Tá bom, vou avisá-la agora – repondo um "ok" e desligo.
Após poucos minutos, a ambulância chega e eu me levanto e começo a acenar para eles. Eles param na nossa frente e dois homens saem da parte de trás. Eu me afasto e deixo eles fazerem o que era necessário.
Já na ambulância um dos socorristas me pergunta o que havia acontecido, ele falava em inglês, mas era bastante notável seu sotaque russo. Explico o que havia acontecido e eles me acalmam dizendo que não era algo grave, com isso sorrio para Noah que retribui fracamente. O celular e o ursinho de Noah estavam em minhas mãos.
Um pouco antes de chegarmos ao hospital, meu telefone começa a tocar.
– Alô – atendo, era Yonta.
– Josh, o Noah está bem? – ela parecia preocupada.
– Sim, ele vai ficar bem, não é nada muito grave – falo tentando tranquilizá-la um pouco.
– Ok – a escuto expirar – me fala qual é o nome do hospital que estão indo.
Pergunto o nome do hospital para o enfermeiro e depois falo para Yonta.
Chegamos no hospital, Noah é levado para um pequeno quarto e eu fico esperando ele na sala de espera. Felizmente não era nada muito ruim e ele precisaria apenas de uns pontos e um curativo. Segundo os médicos, Noah entrara em choque por causa do momento e não conseguia falar muito ou fazer movimentos muito bruscos.
Depois de alguns minutos Yonta chega.
– Aonde ele está, Josh? – ela pergunta e era impossível não perceber o tom de preocupação em sua voz.
– Ele está em um quarto fazendo curativo – falo olhando para ela.
– Está bem, eu vou lá vê-lo e depois quero saber o que aconteceu – ela passa a mão em meu cabelo e depois vai em direção a enfermaria.
Eu ficava tentando assimilar as coisas que haviam acontecido, Noah estava sozinho antes de eu entrar no parque e quando voltei haviam dois garotos correndo e Noah estava no chão machucado. Aqueles garotos tinham algum motivo para machucar Noah?
Meu celular começa a receber mensagem, o que me faz parar de pensar nessa possibilidade. Tiro meu celular do bolso e vejo mensagens dos garotos perguntando como Noah estava, Sofya ou Yonta devia ter avisado para eles.
Josh: Pessoal, não foi nada grave, Noah está bem, só precisou levar alguns pontos na cabeça, daqui a pouco estamos de volta.
Envio mensagem no nosso grupo.
Minutos depois Yonta retorna.
– Josh, eu vou pedir para virem te buscar – Yonta fala dando um sorriso fraco – Você precisa descansar, porque tem que pegar um voo amanhã cedo.
– Não, e o Noah? Eu quero vê-lo – falo me levantando e olhando sério para ela.
– Noah está bem, ele só vai ter que ficar aqui por mais algum tempo – ela fala calma e sorri para mim.
– Tá bom, mas me deixa vê-lo – peço com uma cara de dó.
– Tá bom – Yonta respira fundo – vou perguntar ao médico se você pode vê-lo.
Ela sai por alguns minutos e logo retorna.
– Vamos – ela fala e nós caminhamos para o quarto que Noah estava.
Yonta fica do lado de fora e eu entro no quarto. Noah estava tentando olhar o curativo em sua cabeça por um espelho.
– Ei – falo me aproximando, ele me olha e sorri, era um daqueles sorrisos que quase me quebravam em dois.
– Eai, gostou do meu novo visual? – ele ri e eu me sento do seu lado sério.
– Não brinca com isso – olho ele sério – Como você está?
– Estou bem – ele sorri.
– O que aconteceu? – pergunto apreensivo.
– Bom, quando você entrou dois garotos se aproximaram e começaram a me xingar de viado, essas coisas e então começaram a me empurrar – enquanto ele falava, mantinha os olhos em suas mãos – Enfim, um deles, passou o pé em mim e eu acabei caindo e batendo a cabeça em uma coisa bem pontuda, acredito que era uma pedra, foi uma dor horrível.
Eu estava totalmente agoniado e agora cheio de raiva por causa do que acontecera.
– Me desculpa – falo e ele olha em meus olhos.
– Por que? – ele pergunta confuso.
– Por isso, por ter deixado você sozinho – começo a falar – e...
– Para – Noah me interrompe e pega minha mão – Não é culpa sua, é a vida, existem pessoas horríveis e você não é culpada por elas serem desse jeito – ele aperta minha mão.
– Tá bom, mas eu me sinto um pouco culpado – sorrio fraco para ele – Ainda bem que amanhã iremos para a Alemanha, se não eu seria capaz de ir atrás desses cretinos – nós rimos.
– É... Eu não vou pra Alemanha, amanhã tenho que depor, o médico me mandou descansar e minha mãe quer que eu volte para casa – Noah sorri fraco para mim e dá de ombros, acredito que minha expressão não havia sido tão boa, porque Noah volta a falar – A gente se vê daqui alguns dias, tá bom?
– Tá bom, vão ser longos dias – sorrio fraco e beijo sua mão – vou sentir sua falta.
– Também sentirei a sua – ele sorri
Yonta entra no quarto e nós separamos nossas mãos.
– Josh, você precisa ir – ela fala me olhando normal.
– Ok – sorrio fraco, me levanto, Noah se levanta também e me abraça – Tchau
– Tchau – nos afastamos e sorrimos um para o outro.
Yonta me acompanha para fora do hospital onde havia um carro me esperando, entro no carro e volto para o hotel.
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Me desculpa pela demora, minhas aulas vão voltar nessa semana e não sei se terei muito tempo para escrever, mas não desistam de mim.
https://youtu.be/OKBB1VufWCg
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