Meu celular desperta as 4 da manhã, eu acordo e o desligo. Olho para a cama ao lado e Noah parecia ter acordado com o som do meu despertador também.

– Bom dia, desculpa pelo meu despertador – sorrio para ele.

– Acha, o meu já vai tocar também – ele sorri de volta.

Me levanto e vou para o banheiro, tomo um banho, cuido da minha higiene, enrolo a toalha em minha cintura e saio do banheiro.

Noah estava pegando roupas em sua mala, ele me olha por alguns segundos e depois volta a fazer oque estava fazendo.

– Já posso usar o banheiro? – ele olha para mim.

– Pode sim – sorrio e ele se levanta e entra no banheiro.

Me troco rapidamente e enquanto estou calçando meus tênis percebo que esquecera meu celular no banheiro. Termino de colocar os tênis e bato na porta do banheiro.

– Fala – Noah grita de lá de dentro.

– Eu esqueci meu celular, você pode pegá-lo para mim, por favor? – grito pra ele.

– Estou no chuveiro, pode entrar – ele fala e eu entro.

Tento entrar sem olhá-lo, mas era inevitável. Havia um box e estava embaçado por conta da água quente, não conseguia ver Noah nitidamente, mas, ainda sim conseguia ver sua silhueta. Ele estava olhando para a parede então não perceberá que eu estava observando-o.

Me toco que estava quase babando ali, então pego meu celular que estava na pia e saio do banheiro.

Quando Noah sai do banheiro eu estava deitado em minha cama mexendo no meu celular, fico meio envergonhado quando ele se aproxima de mim.

– O que foi? – ele pergunta.

– Nada – sorrio, me levanto e pego minha mala – Vamos?

– Ok – ele pega a sua mala também e descemos para o saguão do hotel.

A maioria dos integrantes já estavam lá embaixo, só faltavam alguns que não demoram muito para chegar.

Já no aeroporto, nós fazemos check-in e embarcamos. Me sento do lado de Joalin, a garota da Finlândia, e de um senhor desconhecido. Durante o vôo, eu durmo e escuto música.

Depois de 10 horas nós descemos em um aeroporto em Madri e lá esperaríamos 1 hora para pegar o próximo vôo.

Durante esse tempo, nós conversamos e gravamos alguns vídeos. Chega a hora em que embarcamos no avião e dessa vez, me sento do lado de Noah.

Ficamos calado um bom tempo durante o vôo. Então em um momento, tiro meus fones e olho para ele.

– Está tudo bem? – pergunto para ele.

– Sim – Noah fala ainda de olhos fechados e com os fones no ouvido.

Dou de ombros, fecho os olhos e coloco meus fones de novo. Depois de 9 horas pousamos finalmente em Moscou. Devido ao fuso horário já eram 13 horas do dia seguinte.

Saímos do avião e caminhávamos para a saída do aeroporto.

– Noah – chamo Noah que estava a alguns passos a frente de mim, ao invés de ele olhar para mim, ele acelera o passo e se reúne a Sina que estava mais para a frente.

Esperamos na frente do aeroporto pelas vãs que nos levaria ao hotel no centro da cidade, todos estavam com cara de cansados.

Depois de alguns minutos duas vans chegam. Sofya já fora com sua mãe que a buscara de carro. Subimos nos veículos que nos levam até o hotel.

Noah estava na minha frente e faz check-in primeiro e quando é minha vez de fazer percebo que ficaríamos no mesmo quarto.

Pego minha mala e subo para o quarto. Entro no quarto, não era muito grande, mas para quem acabara de passar horas em um acento de avião, as camas pareciam ser confortáveis como nuvens. Haviam duas camas de solteiro forradas com lençóis azuis.

Deixo minha mala na cama vazia, porque na outra já havia a mala de Noah. Noah sai do banheiro e vai em direção a saída do quarto, mas entro em sua frente.

– O que está acontecendo? – pergunto encarando ele.

– Nada.. Como assim? – ele faz cara de confuso – Posso passar?

– Não! Porque está me ignorando – pergunto sério para ele que tenta passar, mas eu continuo bloqueando-o, então ele bufa.

– Zoe terminou comigo – ele continua encarando-me sério.

– E qual é minha relação com isso? – pergunto confuso.

– Nada... – ele se vira e caminha até sua cama – Ela perguntou se eu era gay, porque, segundo ela, eu estou trocando-a por você.

– Mas você não está trocando – encaro ele que estava sentado em sua cama.

– Não mesmo, mas não consegui convencer ela, então ela acabou terminando comigo – ele cerra os punhos – Sabe oque é pior? Ela ligou para o meu pai e falou para ele que terminou comigo porque provavelmente eu sou gay. E então ele também me mandou mensagem perguntando se eu sou.

– Mano, que idiota! Então conta a verdade para o seu pai, fala para ele que você não é! – falo meio indignado.

– Eu estou cansado de mentir – ele fecha os olhos e respira fundo.

– Então... Você é gay? – pergunto confuso e começo a ficar apreensivo com o rumo daquela conversa.

– Eu não sei – ele olha para mim.

Eu respiro fundo e fico pensando em contar a ele sobre os meus sentimentos.

Caminho até minha cama e sento, estávamos cada um sentado em sua cama, mas estávamos virados um de frente para o outro. Respiro fundo e o encaro.

– Sabe Noah... – começo a falar.

– Eu não tenho problema em ser gay– Noah me interrompe – mas para o meu pai tem problema.

– Você precisa viver a sua vida – respiro fundo antes de continuar – acho que é evidente que eu estou gostando de você, não só como amigo.

– Eu sei o que está sentindo, porque estou sentindo o mesmo por você – ele olha em meus olhos. Meu coração estava disparado e sentia minhas mãos suarem – Mas não podemos fazer nada, não só por conta do meu pai, mas porque eu também gosto da Zoe e ela é minha melhor amiga, não quero magoá-la... E nós também temos um contrato que não facilita as coisas...

– Então oque sugere que façamos? Que esquecemos tudo isso? – digo me levantando – Não é tão fácil assim...

– Eu sei, mas deveríamos tentar, isso pode ser passageiro – ele fala olhando para mim ainda sentado.

– Eu sei que não é passageiro, nunca tive esses sentimentos por outra pessoa além de você – falo me aproximando dele.

– Talvez devêssemos nos afastar um pouco e esperar a poeira abaixar – ele levanta.

– Eu não quero isso, Noah – falo sério para ele.

– Josh, o que você não está entendendo, é nosso emprego que está em jogo, é minha amizade com a Zoe e minha relação com meu pai – ele eleva um pouco o tom de voz – Eu vou pedir para que me troquem de quarto. – ele diz e começa a caminhar, mas bloqueio sua passagem.

Ele tenta desviar, mas não o deixo passar. Nós dois respirávamos fundo e meu coração parecia que iria saltar pela minha boca.

Sem pensar duas vezes, seguro sua nuca e o puxo para um beijo. Sua boca era quente e sentia sua respiração em meu rosto, nossas línguas dançavam juntas em harmonia e sinto Noah colocar sua mão em minha nuca também.

Depois de alguns segundo, Noah me afasta e respira fundo.

– Josh, caraio, nós não podemos – ele enfatiza cada palavra da frase.

Respiro fundo e saio do seu caminho.

– Então vai – falo com um tom de voz mais alto que o normal.

Ele me encara por alguns segundos e sai do quarto. Me sento na cama, pensando no que acontecera.

– Droga – bato com os punhos cerrados na cama.

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