Ao chegar ao hotel, troco de roupa e me sento na borda da cama. Pego meu celular e começo a escrever uma mensagem para Noah.

Josh: Ei, como você está?

Envio e me deito na cama esperando a mensagem de Noah, após 10 minutos ela chega.

Noah: Ei, eu estou bem, você acabou de sair daqui haha.

Josh: Já estou com saudades.

Noah: Eu também, você precisa dormir.

Josh: Eu sei.

Noah: Então vai, nos falamos amanhã.

Josh: Está me expulsando?

Noah: Não, mas você precisa descansar e eu também.

Josh: Está bem, boa noite, até amanhã.

Noah: Boa noite, beijos.

Sorrio e desligo a tela do celular, coloco-o no criado mudo e me viro para o lado contrário na cama. Não demoro muito para adormecer.

As 5:00 meu celular desperta e eu como consequência desperto também, me levanto e caminho, ainda sonolento, para o banheiro.

Faço minhas necessidades e me arrumo rapidamente, pego minhas coisas e caminho para o hall do hotel. Todos já estavam entrando nas vãs e eu também faço isso.

Fazemos check-in e embarcamos no avião, acabo sentando com pessoas desconhecidas, coloco meus fones de ouvido e tento dormir durante a viagem.

Depois de seis horas no avião, ele finalmente pousa no Aeroporto de Borkum. Ao sairmos do avião e pegarmos nossas malas, somos levados as vãs.

Como todo mundo estava faminto, decidimos ir a um restaurante para almoçarmos.

No restaurante, me sento do lado de Any. Sina nos ajuda a escolher os pratos que iríamos comer. Em geral, não leva muito tempo para a nossa comida chegar.

- Posso experimentar um pouco do seu prato, Any?

- Claro - Any sorri para mim e empresta sua colher para que eu pudesse pegar.

Pego um pouco da sua comida e experimento, não era muito bom. Devolvo a colher para Any.

- Obrigado, você gostou mesmo disso? - pergunto a Any.

- Gostei, ué, você não? - ela pergunta sério para mim.

- Bom, não é tão delicioso assim - dou de ombros e Any ri.

- Eu também não gosto muito - Sina entra na conversa sorridente e me sinto mais aliviado, porque Sina era alemã e se ela não gosta, não é tão ruim eu não gostar também

Após comermos, nós somos levados ao hotel e as 16 horas nós iríamos passar o som e ensaiar para a apresentação que faríamos em um pequeno festival.

Dessa vez o quarto seria dividido entre Lamar e eu. Eu não me importava em dividir o quarto, na verdade eu preferia dividir, porque era meio solitário ficar em um quarto inteiro só para mim.

Bom seria dividir o quarto com Noah e nesse caso, acho que não precisaríamos de duas camas.

Lamar e eu entramos no quarto, coloco minha mala em uma das camas e me sento. Pego meu celular e mando mensagem para Noah perguntando como ele estava.

Noah: Estou bem Josh, como está aí na Alemanha?

Josh: Bem, acabei de chegar no hotel e aí? Quando você volta para casa?

Noah: Bom, eu acabei de dar depoimento sobre o que aconteceu e meu voo está marcado para as 18.

Josh: Como foi o depoimento?

Noah: Eu contei o que aconteceu e os policiais registraram tudo e falaram que vão atrás dos garotos, duvido muito que eles encontre-os.

Josh: Talvez eu tenha que ir atrás deles sozinhos haha

Noah: Talvez você seja meu herói haha

Sorrio ao ler a última mensagem de Noah.

Josh: Estou bem longe de ser herói :/

Noah: Pra mim não, eu preciso ir...

Josh: Tudo bem, até logo, beijos.

Noah: Beijos, Beauchamp!

Após encerrar a conversa, me jogo na cama e fico olhando para o teto pensando nas próximas apresentações e como eu iria posicionar os outros devido a ausência de Noah...

Acordo depois de algum tempo e olho meu celular, eram 15:23 e havia muitas mensagens no WhatsApp.

Entro na conversa em grupo e conforme vou lendo as mensagens meus coração começa a acelerar e o desespero começa a surgir dentro de mim.

Entro nos contatos e ligo para Noah, a ligação vai para a caixa postal o que me deixa realmente apavorado. Aquilo não podia ser verdade, eu já sentia as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

A única coisa em que pensava era em qual era a possibilidade de uma pessoa sobreviver a um acidente de avião. Minha mente não parava de imaginar Noah agonizando no meio das ferragens.

Lamar entra no quarto e me vê ali inquieto chorando. Ele se senta ao meu lado.

– Calma, eles ainda não falaram se alguém morreu ou algo do tipo, vamos torcer para que Noah esteja bem – Lamar coloca uma mão em meu ombro direito tentando me tranquilizar

– Eu não posso ficar aqui, eu preciso fazer alguma coisa – digo me levantando e caminhando em direção a saída do quarto.

Lamar me para segurando em meu ombro.

– Não há nada o que você possa fazer, Josh, só fique calmo – ele olhava em meus olhos com uma expressão triste.

Minhas lágrimas continuavam rolando, depois de longos 3 minutos recebemos mais mensagens.

Yonta: Pessoal, foi relatado que não houve nenhum sobrevivente no voo...

Aquilo foi suficiente para eu me sentar na cama, não sabia como reagir, só queria parar de respirar para conseguir parar de sentir aquela dor que me começava a me sufocar. Eu queria gritar de tanta agonia...

Acordo, meu coração batia freneticamente e meus olhos lacrimejavam. Me levanto rapidamente com meu celular na mão e saio do quarto. Lamar estava sentado em sua cama e me observava confuso.

Ligo para Noah, prendo minha respiração e espero desesperado que ele atendesse aquela droga de telefone.

– Ei – escuto a voz de Noah e volto a respirar.

– Noah – respiro fundo – Está tudo bem? Você está onde?

– No hotel, por que? – ele fala um pouco confuso.

– Eu tive um pesadelo, por favor, não pegue esse voo – digo me dirigindo para fora do hotel, precisava de um pouco de ar.

– Como assim, está tudo bem? – ele parecia preocupado.

– Eu tive um pesadelo – respiro fundo – o seu avião caía, por favor, pega outro voo, não vou conseguir ficar tranquilo se você for nesse voo.

– Ei, fica calmo foi só um sonho – ele falava com uma voz calma – não vai ocorrer nada de errado, ok? E acho que não tem como mudar o voo, já está bem próximo da hora.

Respiro fundo e tento ficar calmo.

– Eu não sei nem o que falar... estou com tanto medo – me sento em um banco na frente do hotel.

– Se acalma, eu não acredito em premonições – ele ri fraco.

– Eu também não, mas é que realmente foi péssimo e tão real – fecho os olhos e abro-os de novo.

– Foi só um pesadelo, só isso, é normal .

– Tudo bem, eu preciso ir me trocar para o ensaio, mas, por favor, me manda mensagem em todos os momentos – falo me levantando.

– Ok, vai se trocar logo, daqui a pouco vou para o aeroporto.

– Uma última coisa, sei que não é tão legal que isso seja dito por telefone – respiro fundo – Eu te amo!

Noah faz silêncio por alguns instantes, penso que ele estaria processando as informações.

– Ok... isso foi meio inesperado – ele ri um pouco – Mas... eu te amo também, não porque você me falou e eu sinta a obrigação de te falar também, mas porque eu realmente sinto isso... – ele para de falar e surge um silêncio.

Olho para o meu celular e ele estava desligando devido a falta de bateria.

– Droga! – bufo.

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