Depois de dois dias, minha mãe e meu pai chegam e Noah e eu começamos a tomar cuidado em relação a sermos muito íntimos na frentes deles.

Noah e eu esperávamos, sentados em minha cama, o jantar ficar pronto. Eu usava meu celular enquanto ele mexia na pulseira em seu braço.

- Tudo vai acontecer quando ninguém estiver vendo, né? - volto minha atenção para ele e sorrio fraco.

- Vai ter que ser assim, por enquanto - me deito na cama - a vida é injusta.

- No "sigilo" - Noah faz as aspas com os dedos e depois bufa - eu odeio essa palavra.

Ele se deita ao meu lado, e faz carinho em meu rosto enquanto encara meus olhos.

Alguém bate na porta e Noah se senta rapidamente na cama. Minha mãe abre a porta.

- A comida está pronta, meninos - ela sorri para nós.

- Tá bom, mãe, já vamos descer - sorrio para ela e me levanto da cama.

Ela sai do quarto, mas deixa a porta aberta.

- Viu? - Noah fala sério.

- Vamos - seguro suas mãos e o puxo fazendo-o ficar em pé.

Descemos para a sala de jantar, me sento em uma das pontas da mesa e Noah se senta ao meu lado direito na mesa. Meu pai sorri para nós quando sentamos.

Sem muita cerimônia começamos a nos servir e comer.

- E essa pulseira? - minha mãe pergunta olhando pra mim.

Termino de engolir a comida e encaro Noah por alguns segundos.

- É uma pulseira de amizade - sorrio para minha mãe.

- É, todo mundo do grupo tem uma - acrescenta Noah.

- Legal, é muito bonita - minha mãe sorri para nós dois.

Após terminarmos de jantar, Noah sobe ao quarto para pegar sua mala. Ele volta a sala de jantar e se despede dos meus pais.

A caminho do aeroporto, Noah assobiava a música que tocava no rádio.

- Odeio essas despedidas - falo olhando para ele de relance.

- É só uma semana - Noah coloca uma mão na minha nuca - sabia que essas distâncias são boas, tornam o relacionamento saudável, porque assim não ficamos sempre grudados e assim não enjoamos. Sei disso porque as vezes, Zoe e eu ficávamos algum tempo afastados e tudo melhorava depois – ele sorri para mim.

– Entendi, provavelmente sim, eu não entendo muito de relacionamentos amorosos, você é meu primeiro – sorrio para ele e ele retribui.

– Bom, é relativo, cada relacionamento tem sua dinâmica, a gente só tenta aprender com os que já foram – ele fala enquanto eu estaciono.

Descemos do carro e Noah pega sua mala no banco de trás. Caminhamos para dentro do aeroporto esperamos mais ou menos até o avião de Noah chegar as 22:30. Quando o voo é anunciado, eu sorrio fraco para Noah e ele faz o mesmo para mim. Nos abraçamos fortemente.

– Te amo – ele fala em meio ao abraço.

– Eu também – dou um beijo discreto em seu pescoço.

Nos separamos do abraço e sorrimos um para o outro. Ele pisca pra mim, se vira e vai para a plataforma. Quando ele desaparece da minha visão, eu caminho para o carro.

Quando chego em casa, meu pai e minha mãe estavam sentados na sala vendo TV. Me viro para subir a escada.

– Josh – era a minha mãe – vem aqui?

Me viro e vou em direção a eles, minha mãe abre espaço para eu me sentar no meio deles no sofá. Me sento.

– O que foi? – olho de um para o outro.

– Isso é meio imprudente – meu pai fala examinando meu rosto, percebendo que não compreendi, ele continua – você e Noah.

– Como assim? – tento fazer uma cara de confuso para disfarçar o desespero que estava chegando.

– Nós te conhecemos filho, você está diferente desde que o conheceu – minha mãe me encara – você está mais feliz, está em um estado de espírito melhor, ou melhor numa vibe melhor, não é assim que vocês falam hoje? – minha mãe sorri.

– Amizades trazem felicidade – falo tentando parecer indignado.

– Filho, nós conhecemos o amor – minha mãe volta a falar – acha mesmo que caímos na ideia de que isso é pulseira de amizade – minha mãe aponta para a pulseira em meu punho.

– Você não precisa esconder nada da gente, é tão bom poder admitir que você está apaixonado por alguém – meu pai acrescenta – eu só estou preocupado com o profissionalismo de vocês.

Fico quieto por algum tempo e depois olho de um para o outro.

– Tá bom – bufo – eu juro, nós éramos amigos, mas a amizade evoluiu e...

– Nós sabemos como funciona o amor – meu pai sorri – Só queremos que saiba que vai ser difícil, mas estaremos com você, se vocês decidirem ficar quietos sobre, então ficaremos também, se decidirem falar então os apoiaremos.

– Só que você lutou tanto para conseguir chegar aonde está hoje, não queremos que você perca tudo – minha mãe sorri fraco – só pense, não quero que você largue o Noah porque vocês se amam e merecem estar juntos, apenas sejam cautelosos em suas escolhas.

Eu sorrio fraco para os dois, era tão bom a sensação de alívio que estava tendo naquele momento.

– Aqui dentro vocês podem ser quem são, tá bom? – meu pai fala.

– Tá bom – sorrio para ele.

– Te amamos, filho – nós três nos abraçamos.

– Também amo vocês – digo quando me separo do abraço.

– Vocês estão se protegendo, né? – minha mãe pergunta parecendo séria.

– Mãe... – falo bravo para ela e me levanto – Já vou indo – subo para o meu quarto e deixo os dois conversando, provavelmente sobre mim, mas eu não me importava.

Chego ao meu quarto e me jogo na cama, penso em enviar uma mensagem para Noah sobre a conversa que acabara de ter com meus pais, porém me lembro que ele ainda estava no voo, então apenas vejo alguns stories no Instagram.

Já sentia falta de Noah, mas não demoraria para vê-lo novamente, em poucos dias estaríamos reunidos na Coreia do Sul para gravar um novo clipe. Nosso primeiro clipe lançado "Summer in the city" estava indo bem nas visualizações do youtube, o que nos deixava muito animado em relação ao rumo das coisas...

No Instagram, vejo alguns stories de Any, o que me faz lembrar que fazia tempo que não conversávamos. Respondo um stories dela com sua irmã.

Josh: Queria ter um irmão pra irritar.

Depois de onze minutos Any me responde.

Any: Está dizendo que eu sou irritante

Josh: Não coloque palavras na minha boca haha

Any: Haha, na verdade é ela quem me irrita

Josh: Sei sei... Saudades

Any: Muita, mas nos veremos em poucos dias

Josh: Sim

Any: Não vamos nos afastar, né?

Josh: O que? Claro que não, nossa amizade é muito importante pra mim

Any: Pra mim também, tenho que ir agora

Josh: Ok, tchau, beijos

Any: Beijos

Eu esperava muito que as coisas entre Any e eu não mudassem, ela era uma amiga muito especial para mim. Eu torcia para que ela tivesse se enganado sobre seus sentimentos por mim.

Coloco meu celular para carregar, visto uma roupa mais casual e volto para a cama. Após alguns minutos rolando para lá e para cá, eu adormeço.

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Desculpa por não ter um padrão de lançamento, eu vou escrever e postar o que fizer haha.