Castelo de Pedras - Capítulo 4
Nota da autora (Kailandra123): Olá pessoas!
Desculpem a demora, eu passei o dia fora.
Mas vamos ao capitulo de hoje né?
Boa leitura!!
Por que isso importa?
Status: Assustada, apreensiva, com fome, curiosa talvez.
Horário: De tarde
Vestuário: Moletom puído, mini blusa, roupa de ficar em casa.
Cabelo: Preso sempre.
Local: Em casa, com o Daniel... Oi?
Eu me sentei olhando desgostosa para o meu almoço, aquele miojo que parecia mais com uma grande pasta do que um macarrão delicioso. Olhei para Daniel que estava em pé olhando para mim com uma expressão insondável.
- Pode sentar, quero dizer as cadeiras não irão quebrar, não tem pulgas ou algo assim - eu falei indicando o assento à minha frente e ele riu.
- Não, eu estou bem em pé - ele falou e eu olhei para ele com olhar entediado.
- Ok, você vai falar o que quer ou vai ficar fazendo cena? - perguntei tentando ser direta e não transparecer que eu estava morrendo de curiosidade de saber o que ele queria.
- Almoça e depois eu falo, esse "negocio" que você vai comer pode ficar pior se esfriar - ele falou cruzando os braços, dei uma garfada em meu triste almoço e fiz uma cara feia quando senti o gosto.
Sarah, porque você está fazendo tanto drama? É apenas um miojo! Meu drama se dá apenas pelo fato de que ele passou muito do ponto e miojo assim para mim parece que não tem gosto de nada.
Evitei olhar para Daniel enquanto eu comia, com meu olhar periférico percebi que ele estava mexendo eu seu celular, o que me deixou mais relaxada, não é legal comer com alguém te encarando.
Quando terminei de comer, me levantei coloquei meu prato na pia então me virei e o olhei. Depois eu iria conversar com essa louça, agora teria que esperar, eu tinha assuntos mais importantes a tratar.
- Então...? - perguntei alto e ele levantou os olhos do celular e sorriu guardando-o no bolso de sua bermuda.
- Então eu quero falar sobre ontem - ele começou, eu não falei nada esperando o que ele falaria - Sobre o beijo, o que você acha que foi aquilo? - ele perguntou e eu senti minhas bochechas esquentarem. Ora vamos, quem conversa sobre um beijo? Nos filmes os beijos acontecem, em alguns casos o beijo evolui para o status de "relacionamento" e em outros casos apenas nunca mais se veem ou falam sobre isso. Eu não queria falar sobre o beijo com ele, era quase como falar de sexo com os pais, constrangedor!
- Não sei, se preferir pode dizer que eu bebi demais e "ops aconteceu" - eu brinquei e ele caminhou em minha direção, meu coração acelerou, ai céus!
- Mas eu não quero que seja apenas um "ops aconteceu" - ele disse aproximando-se, ele colocou suas mãos na minha cintura e eu arrepiei, a mão dele estava bem mais quente que a minha cintura que estava sem roupa para protege-la.
Ele me puxou para ele e tocou meus lábios com os seus, enlacei seu pescoço com minhas mãos entregando-me completamente a esse beijo que era muito melhor que o anterior, até porque agora parecia até mais real, eu ainda temia que acordaria em minha cama a qualquer minuto e descobriria que esse momento não passara de um sonho, um bom sonho no qual a princesa beija o sapo, o sapo se torna o príncipe encantado e eles viveram felizes para sempre.
A campainha tocou me assustando e nós nos afastamos, eu olhei para ele assustada e ele deu um sorrisinho, eu conhecia esse sorrisinho, era o sorriso cafajeste dele. Eu corri para a sala sem dizer nada e fui atender o portão.
- Derick? - perguntei surpresa, ele estava parado no portão sorridente.
- Vamos jogar? - perguntou Derick indicando sua mochila nas costas e antes de eu responder, Daniel falou. Desde quando ele estava atrás de mim?
- Veio aqui só convidar para jogar Rick? - perguntou Daniel, ele estava sendo sarcástico? A voz dele parecia sarcástica, mas como eu saberia?
- Eu trouxe meu vídeo game - falou Derick sorrindo, eu fui até o portão e abri para ele, ele entrou e eu fechei de novo o portão.
- Parece interessante - eu comentei - Chamaram o Fer? - perguntei me virando para entrar em casa.
- Não ninguém chama o Fernando, sabe por que? Porque esses dois são dois boiolinhas malditos do inferno - escutei a voz de Fernando às minhas costas, virei minha cabeça em direção ao portão e ele estava no portão, eu sorri e fui abrir para ele.
- Como soube? - perguntei.
- Pergunta interessante Sarah, eu estava na janela do quarto da minha mãe entediado, foi quando vi o Daniel vir nessa direção, achei suspeito e então fui até o portão e fiquei olhando, quando o Rick saiu de dentro da casa com a mochila nas costas, presumi que seria o vídeo game ou algo divertido e eu corri para participar - falou Fernando rindo.
- Fernando você estava nos stalkeando? - perguntou Daniel erguendo a sobrancelha.
- Eu? Sempre! - falou Fernando entrando e indo para a minha sala - Se eu não fizer isso acabarei perdendo toda a diversão. Eles riram e entraram na sala, eu fechei o portão e corri para dentro.
- Cadê todo mundo Sá? - perguntou Rick indo instalar o vídeo game na minha TV.
- Saíram - eu falei dando de ombros, Derick virou e eu não vi a cara que ele fez, mas ele não parecia feliz com o que eu falei de estar sozinha.
- Vamos matar uns zumbis hoje - gritou Fernando animado estalando os dedos.
- Eu já volto - falei peguei o telefone sem fio e saí da sala com ele, liguei para a Sabrina, esperei ela atender.
"Alô?"- ela falou ao atender.
- Sabrina, tem como voltar para casa? - perguntei baixinho.
"Eu estou fazendo trabalho" - ela falou séria.
- Eu sei, mas acontece que a galera toda baixou aqui em casa, se a mãe chegar e me encontrar com três caras ela vai arrancar meu couro e fazer uma bolsa com ele - eu falei assustada.
"Nossa ela vai pensar que você estava fazendo um filme pornô" - riu Sabrina exagerando.
- Éca! Vem logo vai, a mãe é meio sem noção não duvido nada que ela pense besteira - eu pedi.
"Ok, eu vou continuar fazendo meu trabalho em casa" - ela falou.
- Obrigada Brina, você arrasa!
"Eu sei, até já" - ela disse antes de desligar o telefone, quando voltei à sala Fernando estava sentando no sofá de três lugares da minha casa, feliz jogando sozinho e Daniel e Derick estavam conversando em um canto, ao me ver eles me olharam e Derick sorriu para mim.
- Você será a próxima - anunciou ele eu dei e ombros e me sentei no sofá de dois lugares.
Daniel sentou ao meu lado e eu fingi que nada estava acontecendo, porem que merda está acontecendo afinal de contas? Daniel foi bem vago no que queria e eu não estou entendendo nada, agora o Derick também está agindo de forma estranha, quanto a Fernando além de parecer normal parece que não percebeu que os dois estão estranhos. Derick sentou do meu outro lado no braço do sofá.
- Morre Zumbi do inferno! - gritou Fernando feliz e então olhou em nossa direção - O que tem esse sofá? Não querem ficar perto de mim é? Eu tomei banho, eu sou limpinho - falou Fernando rindo.
- Não sei acho que o Derick quer ficar perto do Dani - eu comentei rindo e me levantei, sentei ao lado do Fernando - Minha vez? - perguntei rindo nervosamente.
- Vai matando aí - disse Fernando me entregando o controle e indo para o outro sofá, ele abraçou os dois - Pronto! Tem Fernando para os dois - falou Fernando contente.
- Fernando, eu não quero seu abraço - falou Daniel rindo.
- E daí? Desde quando eu me importo? - perguntou Fernando.
Daniel levantou-se e voltou a sentar ao meu lado, eu fiquei nervosa, mas continuei prestando atenção no jogo, ele me puxou para os seus braços.
- Eu quero o abraço dela - ele falou me abraçando, eu deixei o controle cair no chão de surpresa, meu coração estava acelerado. Me assustei quando Fernando gritou.
- Nãooo! Porra Sarah! Além de derrubar o controle agora fomos mordidos por zumbis e perdemos o jogo - falou Fernando bravo indo sentar do outro lado e assumindo o jogo.
- Então Daniel está carente? - perguntou Derick com sarcasmo.
Eu esperava uma resposta do Daniel, mas antes que ele falasse qualquer coisa, Sabrina entrou animada seguida de Taty.
- Trouxemos salgadinho para animar essa festa - anunciou Taty.
- Oba! Eu acabei de almoçar, mas sempre tem espaço para um salgadinho - falou Fernando feliz. Eu me desvencilhei dos braços do Daniel e me levantei, juntei-me a minha irmã e Taty que me olharam com curiosidade, morrendo de vontade de perguntar porque eu estava sendo abraçada por Daniel.
Eu ainda não sabia exatamente como reagir ou o que pensar, quero dizer o Daniel estava dando mole para mim ou isso era algum tipo de brincadeira de mal gosto?
O restante do dia foi bem divertido, Derick e Taty engataram uma animada conversa, Sabrina acabou não mexendo em seu trabalho, pelo contrário passou o tempo todo jogando com Fernando, Daniel ainda fazia questão de ficar ao meu lado e tocar em meu braço sempre que possível.
Meus pais chegaram, minha mãe foi direto cumprimentar o Fernando, ela adorava ele, porque será? Eles tinham uns pensamentos bem similares, após dez minutos que meus pais chegaram os meninos resolveram que era hora de ir embora, Sabrina, Taty e eu os acompanhamos até o portão, meu pai assumiu o computador da casa para jogar paciência enquanto minha mãe assistia fofocas na TV.
Abrimos o portão, me despedi de Fernando e de Derick, na hora de me despedir de Daniel ele me puxou para os seus braços e beijou-me nos lábios, sem se importar que estávamos diante de todos nossos amigos. Eu me senti um pouco envergonhada com essa exposição, mas me entreguei ao seu beijo, como não me entregaria? Era o que eu queria fazia meses!
- Não tivemos muito como conversar a sós, amanhã eu falo com você - ele falou beijando minha testa.
- Ok! - foi a única coisa que consegui dizer, ele virou-se para ir embora, Fernando correu na direção dele, enquanto Derick virou-se em direção oposta, indo para a sua casa.
Eu virei e Sabrina e Taty estavam com um olhar cheio de expectativas, elas me puxaram para dentro do quintal sem dizer nada, Sabrina fechou o portão enquanto Taty me puxava para dentro de casa.
- O que vamos jantar? - perguntou minha mãe preguiçosamente deitada no sofá.
- Já faremos um macarrão - anunciou Sabrina entrando e fechando a porta quantanto Taty me puxava para as escadas.
- Seu pai não gosta de macarrão - escutei minha mãe falar alto, lá da sala. Nós já estávamos na metade da escada, Sabrina vinha correndo por último.
- Não Denise, está tudo bem eu como isso mesmo - escutei a voz do meu pai do andar de baixo.
Elas me empurraram para dentro do quarto de Sabrina e me olharam.
- Conta tudo, não nos esconda nada! - falou Taty se jogando na cama da Sabrina.
- Contar o que? Eu estou tão surpresa, quanto vocês - eu falei com frustração na voz, eu bem que queria entender esse surto do Daniel, mas parece que quanto mais eu tento entende-lo, mais frustrada me torno.
- Como assim? Ele apenas te beijou do nada? - perguntou Sabrina.
- Não foi bem do nada, ele agiu estranho a tarde toda - comentei me lembrando de todas as vezes que ele não se importou que nossos braços se tocaram e as vezes que ele fez questão que isso acontecesse, ou ao modo como eu o flagrava me olhando.
- Eu reparei nisso, ele estava muito atencioso. Ele ficou te olhando também - comentou Taty pensativa.
- Mas o que ele te falou depois do beijo? - perguntou Sabrina.
- Que iremos nos falar amanhã - eu falei suspirando.
- Taty sabe o que isso significa? - perguntou Sabrina e Taty sorriu.
- Simmm - Taty deu gritinhos e se agitou animada - Sarah, já para o banho e lava essa porcaria que você chama de cabelo, vamos dar um jeito em tudo - falou Taty rindo.
- Ei! Mais respeito com o meu cabelo, é o único que eu tenho - falei me fingindo de ofendida.
- Apenas vá! - falou Sabrina - Eu vou lá fazer o jantar enquanto a Taty vai dar um jeito no seu cabelo.
- Lutarei bravamente - brincou Taty e eu lhe dei um tapa no braço - Ai sua vadia! Vai logo lavar esse "mutufo" - disse Taty me batendo com uma almofada e eu saí correndo do quarto.
Rumei para o banheiro rindo, elas sempre me alegravam de uma forma incrível. Me despi e entrei no chuveiro. Mutufo era uma das coisas que a Taty e a Sabrina falavam que eu não sabia exatamente seu significado, geralmente elas usavam essa palavra para se referirem a cabelo zoado. Acredito que fosse esse o significado, mas eu nunca perguntei, era apenas engraçado falar "mutufo".
Eu ainda sentia meu coração disparado apenas de pensar em tudo que aconteceu entre Daniel e eu, me lembrei do Rafael e de ontem... Quem é Rafael mesmo? Era assim que me sentia em relação a ele, como se Daniel tivesse me feito esquecer completamente do loiro de olhos claros que trocou o número de telefone comigo ontem. O mais irônico de tudo é que antes minha lagoa estava vazia e agora não parecia mais apenas uma lagoa, era a lagoa mais badalada, cheia de sapos. Tinha o Daniel, o Rafael e eu desconfio que a dor de cotovelo do Rick seja algo nesse nível.
Eu saí do banheiro e me dirigi ao meu quarto para me enxugar e vestir uma roupa, me sentia uma adolescente boba e apaixonada... Espera, mas eu sou uma adolescente, então qual problema em me sentir boba e apaixonada?
Me vesti, peguei meu celular e saí do meu quarto encontrei Taty no quarto de Sabrina folhando uma revista de moda, ela me olhou e levantou-se com o secador de cabelo nas mãos. Me sentei em um banco próximo a tomada do quarto de Sabrina e Taty começou a secar meu cabelo, enquanto cantarolava uma música, verifiquei meu celular e tinha dez mensagens de texto. Fui checar as mensagens.
Cinco eram da operadora me informando que eu estava sem credito e precisava recarregar o celular, entre aquelas malditas promoções como "receba seu horoscopo todos os dias" pro inferno meu horoscopo, posso ver de graça na internet. Abri a primeira das outras mensagens.
"Ei está rolando alguma coisa na sua casa? O Daniel foi até aí! Se forem fazer alguma coisa me chamem estou morrendo de tédio aqui. Cansei de chatear meu irmão mais novo já " Dizia Fernando e eu ri com a mensagem dele, pobre Gustavo - Gustavo era o nome do irmão mais novo do Fernando - o Fernando sempre ficava implicando com ele.
Abri a outra era do Derick e era recente - "Ei você e o Daniel estão ficando ou coisa assim?" eu ri com isso, e respondi mentalmente "Ou coisa assim eu acredito". Abri a próxima que era do Rafael.
"Sua irmã me contou que seu celular é uma relíquia, espero que possamos nos falar em breve, me adiciona nas redes sociais, uma hora poderemos nos esbarrar por aí", falou Rafael me passando seus contatos.
As duas últimas eram do Daniel, meu coração quase parou, eu me mexi e Taty reclamou, eu indiquei meu celular para ela, ela desligou o secador e encostou sua cabeça na minha para ler também.
"Oi, o Fernando foi o caminho todo me perguntando sobre nós, se existia o "nós". Recebi várias mensagens do Derick querendo que eu explique o que eu tenho com você, mas então eu lhe pergunto, o que eu tenho com você?".
Ao terminar de ler olhei para Taty que estava com um sorriso nos lábios.
- Abri a próxima! - ela exclamou morrendo de curiosidade, e eu fiz isso abri a próxima mensagem.
"Sabe o que me irrita? Você nunca responde as mensagens, aliás você nunca tem crédito não é mesmo? Acho que teremos que conversar amanhã mesmo. Bjos e até amanhã então."
Taty começou a ter um acesso de gritinhos, Sabrina entrou no quarto e olhou sem entender para nós, eu indiquei meu celular e ela correu e tomou meu celular, quando ela terminou de ler ela ergueu a cabeça e olhou para mim.
- E então o que vocês têm? - ela perguntou.
- Eu não sei, porque eu que preciso decidir? - perguntei.
- Como assim? - perguntou Taty.
- Eu não sei, não é como eu esperava - falei dando de ombros.
- O que você espera? Que ele se ajoelhe diante de você com um anel e perguntei "Quer namorar comigo?" - perguntou Sabrina com sarcasmo.
- Seria bem válido, mas eu adicionaria uns chocolates e um jantar romântico para começar - eu respondi com ironia, Sabrina rolou os olhos.
- O que você quer Sarah? - perguntou Taty e eu contemplei a parede, o que eu queria?
A verdade é que eu sempre quis um namorado bonito e gostoso como o Daniel, mas eu também sabia que isso podia não durar, não porque eu tinha medo de relacionamentos, quando eu era mais nova, eu vi meu pai colocar para correr os namoradinhos da Samantha, meu pai era um homem antiquado e bem sério quando queria, essa atitude do meu pai e o medo dos sermões me fez ter aversão a querer um namorado aqui em casa.
Claro que eu não entendia o meu medo também, eu não posso temer o que nunca tive, e eu nunca tive um relacionamento, mas e se mau pai resolvesse fazer sermão e me envergonhar?
Eu também tinha medo por meus planos futuros, eu finalmente escolhi algo que pensei como carreira e nos últimos meses estava estudando bastante, eu estava focada em conseguir uma bolsa de estudos e cursar veterinária, isso não seria nada fácil e eu não tinha certeza se ter um namorado agora não iria atrapalhar meus planos. Sem contar que eu iria tentar bolsa em qualquer faculdade que fosse possível, assim eu poderia ir morar em qualquer lugar no próximo ano, o que faria as coisas ficarem complicadas demais.
A maior parte dos adolescentes da minha idade estão perdidos sem saber o que fazer de suas vidas a partir dos dezoito anos, mas eu tinha um plano, eu tinha um sonho. Claro que poderia dar errado e eu acabar servindo lanches em uma rede de fast foods, mas eu só saberia se seria isso mesmo que eu queria se eu tentasse.
Diante da minha hesitação Taty tocou meu ombro e ficou na minha frente para me fazer olhar para ela.
- Olha Sarah, se é por causa da faculdade, eu sei que você é uma pessoa centrada, sei que você pode fazer isso, não acho que se privar do que você quer agora possa te impedir lá na frente - ela falou séria.
- Eu estou bem assustada, ao mesmo tempo que sempre reclamei e sempre quis isso, agora eu tenho medo, medo de que esse "lance" me faça mudar, me torne fraca e eu não siga em frente - comentei e Sabrina ficou ao lado de Taty.
- Sarah, continue com seu plano. Mas não precisa dizer sim ou não apenas deixe rolar, se divirta um pouco, se acalme isso não é um casamento se não der certo acaba sem filhos e casa para vender - falou Sabrina encostando a cabeça no ombro de Taty.
- Quando for a hora certa você pode ver o que será, existem relacionamentos que ficam bem apimentados com a distância - falou Taty rindo.
- Que seja então - eu falei sentindo que meu coração iria sair do meu peito e dançar pela casa toda.
- Eu vou colocar credito no seu celular - anunciou Taty.
- E eu vou lá ver o molho do macarrão, se alguma coisa queimar a mãe vai me queimar viva - brincou Sabrina rindo e saiu do quarto, Taty usou seu celular e dentro de alguns instantes eu recebi uma mensagem avisando que eu tinha credito. Eu não respondi ainda, estava pensando, o que eu diria? Como eu diria?
Taty voltou ao meu cabelo e quando ela terminou eu me olhei no espelho orgulhosa de mim mesma, estava tão bonita, nem parecia eu. Eu prendi o cabelo para não ter q ficar respondendo perguntas dos meus pais.
Descemos para jantar e após o jantar Sabrina foi levar Taty para a casa dela, voltei ao meu quarto e voltei a olhar a mensagem do Daniel, apertei a tecla de responder e escrevi.
"O que você tem comigo não cabe apenas a mim responder, acho que precisa ser uma resposta mutua" - eu escrevi e apertei a tecla "enviar". Soltei meu cabelo e vesti um pijama confortável, então escutei meu celular apitar avisando que eu recebi uma nova mensagem, corri para ele e fui ler.
"Olha só quem finalmente carregou o celular! Ok, devo entender que temos alguma coisa então? Por que da minha parte, acho que eu já deixei claro que eu quero."
Minha nossa, e com essa mensagem eu percebi que o romantismo havia sido morto e enterrado a sete palmos do chão, por que os homens de hoje em dia, têm tantos problemas com romance? Ele poderia ter sido mais romântico nessa mensagem, mas o que eu poderia esperar dele? Ele era bem mais ogro do que príncipe, sempre foi assim! Apertei em "responder" novamente.
"Romantismo para que não é mesmo? Sabe Dan, você é tão romântico que Romeu se sentiria intimidado perto de você" escrevi e enviei.
"Faço o que posso ;)" ele respondeu segundos depois e eu não respondi mais nada, talvez fosse melhor mesmo esperar até amanhã, afinal eu não estava muito disposta a ficar sem credito trocando mensagens com ele.
Eu deitei em minha cama e me preparei para dormir, claro que dormir não seria fácil, não com tanta coisa acontecendo, não com Daniel e todas as dúvidas me assolando. Minha noite foi péssima, eu fiquei me revirando na cama, pensando em milhares de coisas que poderia ter dito, milhares de coisas que eu iria dizer.
Nós nos conhecemos a alguns meses e só agora ele se lembra que existo? Por que isso? Por que só agora? Eu iria fazer essas perguntas, eu queria explicações antes de aceitar seu pedido de compromisso. Aliás compromisso, outra palavra que estava me assustando, será que eu conseguiria conciliar isso aos estudos e a todo o resto? O que seria desse "relacionamento" no próximo ano?
Quando o despertador tocou eu fiquei confusa, eu dormi? Levantei e me apressei, eu me sentia eufórica, tanto a dizer, tanto a falar. Vesti o uniforme da escola, penteei meu cabelo que estava muito bonito, eu prendi uma parte e fiz uma franja charmosa de lado, me olhei no espelho e aprovei, então desci as escadas.
Meu pai já havia saído, mas ele sempre deixava o café da manhã pronto apenas para comer, ela o suficiente para Sabrina e eu. Escutei um ronco vindo do andar de cima e presumi que minha mãe ainda estava dormindo, ela sempre reclamava que meu pai roncava, mas ela também roncava e tão alto quanto ele.
Quando eu terminei de comer, Sabrina finalmente desceu as escadas vestida para trabalhar, ela me olhou com olhar mal humorado de todos os dias, acenei para ela e saí da cozinha, peguei minha mochila na sala e saí de casa, estava fechando o portão quando Derick me assustou, parando ao meu lado.
- Bom dia - ele falou e eu dei um pulinho de susto.
- Derick! Não faça mais isso, eu quase enfartei - eu falei e ele riu.
- Desculpe, mas quem mais poderia ser? - ele perguntou.
- Um ladrão quem sabe?
- A claro, eu levaria seu celular de última geração, seu material escolar e talvez ainda faturasse seu pão com atum de hoje? - a ironia nas palavras de Derick eram quase palpáveis.
- Eu gosto de atum, e ele tem baixo teor de gordura - falei brava e comecei a andar rápido em direção ao ponto de ônibus.
- Nada contra, ei está bonita hoje - ele comentou andando ao meu lado sem esforço, ele tinha pernas mais longas que as minhas, já que ele era mais alto que eu.
- Obrigada, quer dizer que todos os outros dias sou feia? - eu perguntei brincando e ele rolou os olhos.
- Não é isso, é só que... Ah você está me zoando, você entendeu - ele falou ficando vermelho e eu ri.
- Sim eu entendi, obrigada - eu falei avistando Fernando e Daniel parados no final da rua nos esperando.
- Ei o que está rolando entre você e o Daniel afinal? - perguntou Derick pouco antes de chegarmos.
- Droga! Vamos perder o ônibus nesse ritmo - eu fingi que não havia escutado e apertei o passo.
- Sarah eu perguntei... - Derick ia repetir a pergunta quando parei diante de Fernando e Daniel, ele se calou e olhou para os dois cumprimentando-os com um aceno.
Daniel veio para perto de mim e me deu um beijo, eu correspondi o beijo e me senti constrangida quando Fernando gritou.
- Vamos parar com esse agarramento no meio da rua? Se um carro passar, eu deixo vocês serem atropelados - brincou ele e eu fiquei vermelha.
Daniel rolou os olhos e tomou minha mão direita na sua esquerda, então começou a andar, o que eu deveria fazer?
- Então vão falar qual é o lance? - perguntou Derick parecendo desgostoso conosco.
- Pois é estou me sentindo o marido traído, sempre o último a saber! - exclamou Fernando.
- Não sei o que exatamente querem saber - enrolou Daniel com um sorrisinho.
- Você e a Sarah o que existe entre vocês afinal? - perguntou Fernando olhando para nós com curiosidade.
Eu teria respondido que ainda precisávamos conversar melhor sobre isso, precisávamos acertar certo as coisas, e ainda não havia sido pedida em namoro.
- Ah isso? Sarah é minha namorada - anunciou Daniel beijando minha bochecha.
O que eu podia dizer? Eu não havia sido consultada e nem dito "sim". Ele apenas me anunciou como sua namorada como se tudo estivesse certo, e se eu não quisesse ser sua namorada? Mas a outra parte da minha mente estava gritando, estava tendo acessos de fofura, então pensamentos fofos e eufóricos invadiram completamente a minha mente como: "ownt que fofo! Ele é meu namorado, AIMEUDEUS eu tenho um namorado, AIMEUDEUS é o Danilicia, lindo gostoso, tudo de bom".
Era isso então eu acabara de ser promovida a um relacionamento sério com Daniel, e eu nem havia sido consultada, mas no fundo eu não me importava, era bom sentir seus braços ao meu redor, muito melhor do que eu imaginei a muito tempo atrás.
Então porque isso importa? Ter sido consultada ou não, não fazia mais diferença, eu seguiria o conselho de Taty e iria deixar a onda me levar, deixar apenas ir em frente e ver onde isso iria acabar.
Nota final da autora: O que posso dizer? Não percam Castelo de Cinzas amanhã e semana que vem estaremos de volta.
O que acharam? Comentem!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top