Castelo de Pedra - Capítulo 2

Nota da autora (kailandra123): Olá!

Mais um capitulo de "Castelo de Pedra" com a Sarah de protagonista, espero que gostem.


Você está certa disso?

Status: Animada!

Horário: O melhor de todos a noite!

Vestuário: Jeans, uma blusinha preta, decotada com tiras grossas nas costas e alças finas, ou seja vestida para matar (nem que seja de rir).

Cabelo: Solto e tentando controlar o volume.

Local: No bar com as amigas, aí sim!

Era sexta à noite, estávamos eu, Taty e Sabrina na mesa de um barzinho que tinha perto da faculdade onde Sabrina e Taty estudavam, Taty tinha vinte e três anos igual a Sabrina, elas estudavam em cursos diferentes Sabrina estava cursando administração e Taty cursava pedagogia. O aniversário de Samantha foi uma grande porcaria, como o esperado, eu fui obrigada a ir. Minha família ficou o tempo todo com aquele tipo de comentário infeliz "cadê o namorado?". Eu não entendia essa obsessão por namorados, se você tem namorado muito cedo eles reclama, se você não tem eles reclamam, é possível entender? Eu vivia em uma linha tênue, parte de mim queria muito um namorado, e a outra parte estava bem assim, pensar que eu teria que levar um rapaz na minha casa para conhecer meu pai me assustava, eu vi isso acontecer com Samantha e agora me assustava.

Quando Samantha levou o primeiro namorado em casa, eu era uma criança, mas lembro o sermão que meu pai passou no rapaz, e eu não estava inclinada a passar por algo assim. Olhei ao redor, nenhum dos homens nas mesas me interessava. Fazia três meses que eu estava na escola nova e graças a Fernando e Derick eu estava completamente adaptada. Daniel insistia em me irritar por qualquer coisa, acho que aquele meu amor platônico por ele tornou-se birra. Mas mesmo não querendo eu ainda ficava pensando nele, quando ele jogava basquete sem camiseta era algo do outro mundo!

- Eu quero conhecer ele - disse Taty me tirando de meus devaneios sobre Daniel sem camisa, ela encheu sua caneca de cerveja e completou a minha.

- Ele quem? - perguntei desinteressada pegando minha caneca e bebericando.

- O Daniel, quem mais? - disse Taty rindo, Sabrina estava apenas observando.

- Mas porque esse interesse repentino? - perguntei bebericando mais.

- Repentino? Isso é piada? Você só fala dele a meses Sá - disse Taty rindo e virando sua caneca em sua boca dando grandes goladas.

- Mentira! - exclamei sentindo minhas bochechas esquentarem.

- Isso apenas, porque a Taty não viu como você fala dele em casa para mim - comentou Sabrina rindo.

- Quero ver se ele é tão lindo assim - disse Taty rindo e eu virei o rosto para o lado.

- Ele é muito bonito, mas só um bom amigo. E tem mais, eu falo dele porque ele é irritante, desagradável, babaca e várias outras coisas ruins - eu disse bebendo todo o conteúdo da minha caneca, ao final senti minha visão meio turva, a velha sensação do álcool agindo em minha mente.

- Lindo e gostoso está na lista também? Não vi você citar - brincou Taty. Ela tinha cabelos louros, olhos verdes e ela era bem bonita.

- Pelo que sei ele é o mais afastado dos seus amigos, não custaria nada dar uns "pegas" nele - disse Sabrine rindo.

- Ele não está interessado em mim - eu resmunguei servindo-me de mais cerveja. Eu não gostava de beber cerveja, eu gostava mesmo de bebidas doces, destilados, drinks, mas isso tudo era muito caro e era o que eu tinha à mão.

- Isso porque ele não conhece a versão "vestida para matar" da Sarah - brincou Taty, se referindo a mim agora.

- Vestida para matar de rir, só se for - eu disse rolando os olhos.

- Não fale assim, você é linda Sá - disse Sabrina sorrindo.

- Linda? Talvez depois de uma transfusão de alma, e veja bem que será para o corpo de uma atriz famosa - eu disse e elas gargalharam, bebi mais um pouco.

- Não seja ridícula, eu ainda quero conhecer o tal "Danilindo", eu proponho um brinde - disse Taty erguendo sua caneca, Sabrina encheu na dela e ergueu também.

- Brinde ao que? - perguntei completando a minha.

- Ao seu amigo gostosinho, que a saúde esteja sempre com ele - ela disse rindo dando ênfase no saúde, nós brindamos dando um grande gole.

- Você é muito boba Taty - eu disse rindo.

- Jogo da verdade! - gritou Taty batendo na mesa, nem reparei se alguém olhou para nós.

- Oh não! - eu exclamei rindo.

- Oh sim! - exclamou Sabrina dando um grande gole.

- Xô mal humor Sarah, você pegaria o Daniel? - perguntou Taty.

- Não pensaria duas vezes - eu disse rindo.

- Ai que fofo! Sariel? - brincou Sabrine.

- Que merda é essa? - perguntei rindo.

- O nome dos filhos, Sariel e Danah - disse Taty engasgando de rir e eu rolei os olhos, mas ri.

- Ele nem gosta de mim - eu disse dando de ombros.

- Impossível não gostar! Sabe o que faremos? Vamos convidar ele para uma balada - disse Taty animada.

- Não estou afim de ver ele ficar com outras na minha frente igual na escola - eu disse deprimida.

- Se ele ficar eu chuto o saco dele - disse Sabrina dando de ombros e eu gargalhei.

- Mas agora mudando de assunto, Senhor! O que é isso? Esse lugar está infestado de "pébas" - comentou Taty.

Péba, eu não sei de onde surgiu, não sei nem se em algum lugar essa palavra existe, mas para Taty significava que só tinha homem feio ao nosso redor.

- Verdade, vamos pagar a conta e voltar para casa, para ver homem feio eu fico no bairro mesmo - reclamou Sabrina.

- Eu vou ao banheiro - eu anunciei, então me levantei e esvaziei minha caneca e rumei para o banheiro.

Sempre que eu bebia muito eu me concentrava para não parecer ridícula e principalmente para não parecer bêbada, então eu andava normalmente. Fui ao banheiro e quando fui lavar as mãos me olhei no espelho, um fato curioso que ocorre quando se está embriagada é que seu rosto parece pálido, eu parecia muito branca no espelho, mas o lápis de olho estava ok.

Eu não usava mais do que isso porque eu tinha alergia a maquiagem e como é de costume maquiagem antialérgica é cara, logo eu não possuo, mas eu não me importava com isso.

Saí do banheiro e Sabrina estava sozinha, me aproximei dela e ela rolou os olhos para mim.

- Onde está a Taty? - perguntei.

- Ela está alí, beijando o rapaz que antes ela disse que era um "péba" - disse Sabrine rindo.

- Irônico não? - perguntei e nós duas rimos.

Era comum a Taty não ser uma pessoa seletiva, para ela caiu na rede é peixe, Sabrina era ainda mais seletiva que eu, eu acho que era de família, nós ainda esperávamos o príncipe encantado. Claro que a Samantha não era assim, afinal ela casou-se com o sapo.

- Então quando você vai fazer trabalho com seu amigo Daniel? - ela perguntou e eu bufei.

- Não sei Brina, que obsessão - eu reclamei e ela riu.

Esperamos a Taty voltar e rumamos de volta para casa, pegamos um ônibus para casa, Taty não morava no mesmo bairro que nós então ela continuou no ônibus quando descemos.

- Como se sente? - perguntou Sabrina.

- Já passou quase toda a bebedeira - eu disse sorrindo.

- Perfeito, assim passamos despercebidas pela mãe - disse Sabrina rindo.

Caminhamos pela rua, Sabrina estava se queixando do chefe dela no serviço e eu dei uma olhada para a casa do Daniel, era uma casa bonita no começo da rua, grande e estava iluminada.

- Ele mora aqui? - ela perguntou alto demais pro meu gosto.

- Fala baixo saco! - eu exclamei com a voz baixa e ela riu.

- Quase vizinho nosso - ela disse baixinho.

- Você não perde nada em? - perguntei indignada.

- Faz parte do meu trabalho como irmã mais velha - ela disse rindo.

- Irmã mala! - eu exclamei e fomos para casa.

Chegamos em casa e minha mãe estava jogando paciência no computador, enquanto meu pai estava vendo um filme velho na TV. Eles nos cumprimentaram e nós passamos para os nossos quartos, fui direto para o meu quarto, me despedi da minha irmã quando terminamos de subir as escadas. Entrei em meu quarto joguei meu celular na cama e fui tirar essa roupa desconfortável. Liguei o rádio enquanto vestia o pijama, joguei-me na cama e peguei meu celular para desligar o despertador, eu não estava disposta a acordar cedo amanhã.

Haviam mensagens na caixa de entrada, eu fui ver se eram da operadora cobrando que eu colocasse mais créditos. Para a minha surpresa não eram mensagens da operadora e sim mensagem dos meus amigos, achei estranho Daniel também ter me enviado mensagem. Lógico que eu abri primeiro a do Daniel.

"Se você tivesse tecnologia suficiente estaria no grupo e poderíamos saber se você vai amanhã? Minha casa às duas da tarde! Ass - Daniel"

Nossa que decepção, mas o que eu esperava? Alguma mensagem romântica? Fazer o que na casa dele?

Abri a mensagem do Fernando.

"Vamos jogar na casa do puto do Daniel? Vamos? Vamos? Vamos? Vai? Beleza eu vou aí te buscar de qualquer forma kkkk bjunda Fernando"

Eu não pude deixar de rir o Fernando era muito engraçado, abri a mensagem do Derick.

"Oi Sá! Vamos amanhã na casa do Dani? Vamos jogar e falar merda (afinal você conhece o Fernando), espero que você possa ir. P.S: almoce primeiro, porque o Daniel é um bundão e nunca tem o que comer lá, beijos Rick"

Olhei o meu saldo e eu tinha o suficiente para uma mensagem apenas, eu escolhi um deles e respondi.

"Pode ser, eu apareço aí, avise os outros, por favor. Eu estou com poucos créditos" respondi e enviei. Senti meu coração acelerado, eu escolhi responder para o Daniel, claro que seria ele! Quando meu celular vibrou eu quase dei pulinhos.

"Vou avisar ;) até amanhã! Bjo" - ele respondeu e eu fiquei igual uma boba olhando a mensagem. Me senti nervosa, o que eu ia vestir? Eu não poderia ousar demais no look, afinal teria o Fernando e o Derick também, eu não queria chamar a atenção deles, eu queria... A se ferrar Sarah deixa de ser imbecil! O Daniel te acha uma amiga legal, vista algo confortável e pronto, eu me repreendi e me deitei para dormir.

Eu fiquei me revirando na cama até pegar no sono, sabe aquela sensação de ansiedade quando você fará algo importante? Então era assim que eu me sentia, mas nem era algo importante, como eu sou besta!

Quando finalmente peguei no sono dormi profundamente e acordei com um berro da minha mãe.

- SARAH! SABRINA! ESTÁ NA HORA, ACORDEM! - ela gritou e eu me virei na cama, quando ela gritou pela terceira vez e ameaçou subir eu me levantei.

Fui para o banheiro, escovei os dentes e me olhei no espelho, meu cabelo estava para cima, dei de ombros isso era normal, saí do banheiro e Sabrina entrou logo que eu saí.

Voltei ao meu quarto e prendi meu cabelo, o que eu devo vestir? Algo para ficar em casa ou ficar pronta para sair? Porque sempre existirá a roupa de sair e de ficar em casa, para ficar em casa você escolhe modelitos bem pitorescos, como aquela camiseta que é tão confortável que parece que você não está usando nada, mas ela tem mais furos que uma peneira, um short furado, o bom e velho chinelo, ou se estiver frio aquele moletom que um dia teve uma cor, mas agora ele adquiriu uma cor que nem você saberia dizer qual é.

Para sair a coisa muda, é elaborado, não pode tem furos na sua roupa, e todas essas coisas. Aliás a roupa de sair que ficou velha e ganhou um furo, vira sua roupa de ficar em casa, sempre assim.

Abri a janela do meu quarto e olhei para fora, era um dia agradável, estava sol olhei no relógio, eram nove horas, então faria calor. Resolvi vestir um jeans mesmo assim, vesti uma camisetinha preta regata de alças grossas. Preto porque se eu me sujar dá para remediar. Vesti o tênis, saí do meu quarto, desci as escadas e me dirigi para a cozinha, minha mãe me olhou.

- Vai sair? - ela perguntou com a sobrancelha erguida, lembra quando eu falei da roupa de ficar em casa? Minha mãe usava um modelo clássico, era um vestido enorme, feio e florido.

- Vou, depois do almoço vou na casa dos meus amigos aqui da rua - eu disse sentando à mesa e pegando o saco de pães.

- Nem pensar você tem que ajudar, vamos limpar a casa - ela disse brava.

- Vou fazer um trabalho de escola - eu menti tentando fazer cara de inocente.

- Ah! Então tudo bem - ela disse voltando-se para o fogão - Vai querer um ovo frito? - perguntou ela.

- Claro! - respondi e ela foi até a geladeira pegar mais ovos.

Ovo frito, mil formas de fazer e comer, um clássico da culinária ogra, um dos meus preferidos.

- Vai encontrar aquele seu amigo altão? - perguntou minha mãe.

- Sim, o Fernando - eu respondi.

- Gosto desse rapaz - ela comentou e eu revirei os olhos, claro que ela gostava eles tinham alguns pensamentos semelhantes em economia doméstica.

Resolvi não falar nada, Sabrina entrou na cozinha.

- Eu quero! - ela disse para a minha mãe que sorriu para ela - E o pai? - perguntou Sabrina sentando de frente para mim.

- Ele foi na jogar bola - respondeu minha mãe.

- Bom dia a todas - disse minha avó entrando pela porta da cozinha.

- Bom dia vó - disse Sabrina sorridente quando minha avó entrou na cozinha.

Quando nós nos mudamos, minha mãe comprou uma casa que tinha uma pequena casa nos fundos, onde minha avó morava.

- Nossa vai sair? - perguntou minha avó me olhando, com aqueles olhos invejavelmente azuis. Minha avó tinha olhos azuis, cabelos tingidos de loiro, era baixa e magra.

- Eu vou fazer trabalho com uns amigos - eu mantive minha mentira, Sabrina sorriu para mim.

- Trabalho, sei bem que trabalho é esse - comentou minha avó de forma maldosa.

Sabe aquela visão da avó que é boazinha, faz doces para você, que é legal e etc? Essa não era a minha avó, minha avó era uma senhora amarga e desagradável. Minhas antigas amigas falavam "você é má de falar assim da sua avó, ela é tão boazinha", quando eu dizia que minha avó era venenosa, mas isso porque elas não sabiam o que minha avó falava delas quando elas saiam da minha casa. Minha avó não tinha sangue nas veias e sim veneno.

- Mãe! Não seja má - disse minha mãe.

- Má? Se eu fosse você eu ficava de olho nessa menina, se não ela vai ser uma perdida na vida. É como eu sempre digo "diga-me com quem andas, e eu te direi quem és" - disse minha avó com desdém, me olhando com aquele olhar afiado.

- Ai vó! Que coisa - brincou Sabrina - Vamos ao shopping depois do almoço? Soube de algumas lojas novas que abriram no shopping incluindo uma perfumaria fantástica! - disse Sabrina para desviar o assunto.

- Eu vi, eu gostaria de ir lá, adoro essas coisas - disse minha avó animada.

Minha mãe colocou nosso café da manhã à mesa e entrou na conversa, elas estavam falando animadamente sobre a perfumaria nova. Quando minha mãe e minha vó começaram a falar mal dos familiares que eu nem conhecia, Sabrina olhou para mim e sorriu.

Após o café da manhã a faxina da casa havia sido completamente esquecida, ela estavam se arrumando para ir até a perfumaria, elas sairiam depois do almoço, Sabrina e eu fizemos um macarrão, minha mãe deixou um bilhete para o meu pai avisando que elas iriam ao shopping. Elas saíram antes de mim, eu fui até o banheiro e escovei meu cabelo, ele ficou tão armado que eu resolvi que precisaria de medidas drásticas, eu fiz uma trança, então me joguei no sofá e fiquei mudando de canal até as duas da tarde, quando fui até meu quarto e peguei meu material de desenho, quando estava descendo as escadas com o material, a campainha da minha casa tocou, bufei deixando minhas coisas em cima do sofá e fui ver quem era.

- Derick? - perguntei surpresa.

- Oi Sá, passei para irmos juntos - ele disse sorrindo.

- Ah! Beleza, eu vou pegar minhas coisas, um minuto - eu disse correndo de volta para dentro da minha casa, coloquei meu material de desenho dentro da mochila e joguei a mochila no ombro, nem sempre eu gostava de jogar então eu desenhava.

Corri até o portão, abri e saí.

- Nossa mochila? - ele perguntou quando começamos a andar.

- Sim, vou levar meu material de desenho, se vocês estiverem jogando um jogo que eu não me interesso eu desenho - eu disse dando de ombros e ele riu.

- Vamos jogar juntos, o Dani comprou um jogo para quatro jogadores - disse Derick rindo.

- Sério? Essa eu quero ver! - eu exclamei.

- É uma aventura, você vai gostar. Você gosta mais de aventuras e o Dani também, por isso que ele comprou - anunciou Derick.

- A vá! Ele comprou porque eu gosto?

- Em partes, ele disse que você gostaria e que ele também gosta - disse Derick dando de ombros.

Eu deveria me sentir feliz por ele ter pensado em mim? Não! Não vindo do Daniel.

Paramos na frente da casa dele e o Derick apertou a campainha. A casa do Daniel era de muros altos e um portão grande e do tipo que não mostrava seu interior, eu nunca tinha vindo a casa dele antes, sempre íamos a casa do Fernando.

Daniel abriu o portão, meu coração acelerou, ele estava de camiseta regata e bermuda, porque ele tinha que ser tão malvado assim?

- O Fernando chegou? - perguntou Derick apertando a mão de Daniel que saiu da frente do portão.

- Não - respondeu Daniel dando de ombros, Derick entrou e Daniel voltou sua atenção para mim, eu estendi minha mão para ele e ele pegou minha mão e me puxou, ele me abraçou e eu fiquei sem reação, isso não era normal dele.

- Cadê todo mundo? - perguntou Derick caminhando para dentro da casa.

- Saíram - respondeu Daniel me soltando e voltando para fechar o portão. Eu segui o Derick, acho que eu deveria fazer isso.

Escutei uma gritaria no portão, sabia que Fernando havia chego, Derick se jogou no sofá da casa do Daniel como se fosse a casa dele, eu permaneci parada à porta. Pelo que eles me disseram, Derick, Daniel e Fernando eram amigos de infância.

- Porra Daniel, que bom que eu almocei, se não tem ninguém em casa vamos passar fome - ia dizendo Fernando quando chegou perto de mim.

- Sarah pode entrar tá? - disse Daniel parando antes de entrar - Fernando vai à merda antes que eu me esqueça - disse Daniel, eu entrei na casa dele.

A sala era muito bonita, parecia com aquelas decorações de filme, tinha dois sofás um de três lugares onde Derick estava sentado e o outro de dois lugares que estava vago, sofá era cinza escuro, a mesa de centro era de madeira escura, tinha uma cadeira de madeira escura também e estofado creme, a televisão era enorme e ficava fixada na parede.

- Serio Dan, você vai matar todos de fome - reclamou Fernando.

- Depois pedimos uma pizza - disse Daniel revirando os olhos.

- Pedir? Ficou louco? Vamos comprar aquela pizza da padoca, barata e boa - disse Fernando.

- Boa? Fernando a pizza da padaria de calabresa, tem três fatias de calabresa na pizza toda - reclamou Derick.

- Mas é barata! - exclamou Fernando.

- Sarah pode sentar, o sofá é confortável - disse Daniel para mim ignorando Fernando.

- Dan vai pegar o jogo logo - disse Derick também ignorando o Fernando que se jogou ao lado do Derick no sofá de três lugares.

- Já volto - anunciou Daniel tocando meus ombros e eu assustei, percebi que estava na frente e ele queria que eu saísse de lá, ele meio que me empurrou pro lado para passar e eu caminhei em direção ao sofá de dois lugares, retirei a mochilas das costas e a coloquei entra as minhas pernas no chão.

- Por que a mochila Sá? Vai estudar? - perguntou Fernando.

- Não, é meu material de desenho - eu respondi.

Daniel desceu as escadas, os três começaram a arrumar as coisas para jogar, eu fiquei sonhando acordada com aqueles braços do Daniel, ele tinha mãos tão macias... Era normal homens terem mãos macias? Bom ele provavelmente nunca lavou louça na vida, ou limpou a casa. Será que ele faz alguma coisa o dia todo?

- SARAH! - gritou Fernando me tirando dos meus pensamentos, assustada.

- Nossa que bruto - eu disse e ele riu.

- Estou aqui falando com você a uns dois minutos - disse Fernando.

- Eu me distraí - eu disse me ajeitando.

- Você vai querer a pizza da padoca também né? - ele perguntou e eu rolei os olhos.

- Ainda isso Fê? Eu acabei de almoçar, não estou pensando em comer agora - eu disse.

- Toma! - disse Derick.

- Vamos jogar que você esquece essa obsessão pela pizza da padaria - disse Daniel me entregando um controle e apertando para iniciar.

Daniel sentou ao meu lado e eu me encolhi no meu canto, ele pareceu não perceber.

- Você poderá escolher com o que quer jogar, vamos jogar todos na mesma tela e se o Fernando não ficar de sacanagem vamos adiante - me explicou Daniel.

- Eu não sei o que eu quero - eu disse amedrontada.

- Calma, você vai ver - disse Daniel ao meu lado olhando para a TV, ele entrou na tela de seleção.

- O que tem aí? Elfo, elfo, elfo... Humano bárbaro, gostei - comentou Derick animado.

Daniel fez a escolha dele e colocou um nome de Eron no personagem, Fernando começou a rir.

- Mas é um bichinha mesmo, elfo arqueiro? Você é muito covarde Daniel - riu Fernando.

- Xiu, aí Fernando - disse Daniel.

- Eu gosto do aço, vou fazer um bárbaro humano com machado enorme de esmagar a cabeça dos outros, com nome de "Pedreiro do Amor" - disse Derick todo feliz e eu gargalhei.

- Pois o meu será elfo, guerreiro e calem a boca da minha escolha, o nome será "Severino" - vangloriou-se Fernando.

- Porra Fer, Serverino em um elfo? - perguntou Daniel.

- Isso se eu não colocar de "SuperBolado" - disse Fernando rindo - Supeeer Bolado seu amigo, vai salva-lo do perigo - cantou Fernando todo desafinado e eu tive dor no abdômen de tanto rir.

- Se o "SuperBolado" tiver música tema, prefiro Severino - comentou Daniel.

Assim Fernando criou o SuperBolado, o Derick o Padreiro do Amor então chegou a minha vez.

- Não sei que nome colocar ou o que fazer - eu disse entregando na mão do Daniel.

- Vou te colocar esse aqui que pode se curar - disse Daniel escolhendo para mim e me entregando para customizar.

- Que nome que eu coloco? - perguntei.

- Gatinha, florzinha, "VadiaVoadora". Qualquer coisa - disse Fernando rindo.

- Já sei, Xena! - eu disse animada.

- Esse você desenterrou lá do fundo do baú em? - perguntou Daniel.

- Minha irmã mais velha gostava disso - eu disse rindo.

Começamos a jogar, Fernando e Derick brigavam o tempo inteiro, um xingando o outro. Dado momento quando todos morreram, eles começaram a se bater com almofadas.

- Você é muito burro Fernando - disse Derick.

- Você que é cagão Rick - disse Fernando.

- Dan estou com sede - eu disse ignorando a briga deles, esses dois viviam brigando, Derick era muito teimoso e o Fernando gostava de cutucar.

- Vamos na cozinha - ele disse levantando.

-... Se você não fosse bundão teria dado certo - disse Fernando para Derick quando deixamos a sala.

A cozinha dele era grande com moveis planejados, muito bonita, tinha uma mesa de vidro no centro e as bancadas eram brancas com tampões preto, ele abriu o armário e me entregou um copo.

Escutei os dois discutindo na sala ainda, Daniel pegou uma garrafa na geladeira e me entregou, eu me servi de agua e coloquei o copo na pia, ele olhou para a porta para ver.

- Eles estão vivos? - perguntei rindo e ele olhou para mim.

- Eles estão bem - disse Daniel dando de ombros. A campainha tocou e Daniel saiu da cozinha, voltei para a sala e me sentei.

- Vamos comer aquela pizza da padoca agora? - perguntou Fernando e eu ri.

- De novo Fer? - perguntou Derick.

- Sarah! - chamou Daniel lá de fora, eu me levantei e caminhei em direção ao portão.

Quando eu vi quem estava no portão eu não sabia se me sentia constrangida ou feliz, Taty e Sabrina.

- Querem entrar? - perguntou Daniel.

- Não! Viemos buscar a Sarah - disse Taty animada, Daniel ficou olhando para ela e eu rolei os olhos.

- Sá, tem uma festa bem legal para ir, é amigo da Taty - disse Sabrina.

- Oba! Festa? Comida de grátis adoro! - gritou Fernando aparecendo na porta todo animado.

- Vocês querem vir? - perguntou Taty animada, ela estava com uma calça preta e uma blusinha bem colada verde, Sabrina estava com uma saia preta e uma blusa prateada as duas olharam com expectativa pro Daniel.

- Eu vou me trocar agora - disse Fernando animado andando até o portão - Prazer Fernando - ele se apresentando-se quando chegou.

- Tatiana - disse Taty sorrindo.

- Sabrina - disse Sabrina sorrindo.

- Vou pegar as minhas coisas - eu disse sorrindo, corri para dentro e peguei minha mochila.

- Já vai? - perguntou Derick desanimado.

- Sim, eu vou sair - anunciei animada acenando com a cabeça para ele, ele levantou e foi atrás de mim.

- Vamos Derick? Festa! - gritou Fernando no portão como se fosse melhor amigo da Taty e da minha irmã.

- Não posso, eu vou sair com meus pais - disse Derick parecendo chateado.

- Nós encontramos vocês daqui a meia hora na frente da minha casa - disse Sabrina.

- Onde você mora? - perguntou Daniel.

- Ela é irmã da Sarah seu cabeçudo estupido - disse Fernando para Daniel que fez um gesto obsceno para ele.

- Fechado - disse Taty - Até já - disse ela colocando suas mãos em meu braço e me puxando para fora da casa dele.

Descemos a rua as duas não paravam de rir.

- Gente, queria ser alguns anos mais nova - disse Taty rindo.

- Que gracinha Sá - disse Sabrina.

- Ele pareceu mais interessado na Taty - eu disse dando de ombros.

- Com essa trança até eu me interessaria mais pela tapeçaria - disse Taty rindo.

- Mi, mi, mi - eu disse, entramos em casa e elas me mandaram tomar banho enquanto separariam o que eu ia vestir.

Eu tomei um banho rápido, saí do banheiro e entrei em meu quarto para me assustar.

- Você está certa disso? - perguntei erguendo uma sobrancelha.

- Total e completamente - disse Taty sorrindo.

Taty trouxe roupas dela, tínhamos o mesmo manequim, menos no busto, eu tinha mais busto que ela, era coisa de família, Sabrina também tinha bastante.

Uma calça de couro preto, a blusinha era minha, uma blusinha de alças finas vermelha, com decote para realçar meu busto. Taty soltou meu cabelo, passou um monte de coisas dela no cabelo para abaixar e deixou solto, passei o lápis preto nos olhos, um gloss que deixava meus lábios um pouco mais vermelhos.

Acessórios só os brincos mesmo, eu não gostava de colares e pulseiras. Me olhei no espelho parecia realmente bom.

- Arrasou Sarah - disse Sabrina sorrindo.

- Nada de salto, eu fico com o pé doendo - eu disse quando me entregou um par de botas.

- Veste! - ela exclamou e eu vesti, o salto não era tão alto.

- Agora sim, vamos? - perguntou Sabrina sorrindo.

- Vamos arrasar na balada - disse Taty.

Estávamos descendo as escadas quando a campainha tocou Taty correu para atender, Sabrina pegou a chave do carro, nós nos despedimos dos meus pais.

- Toma cuidado - disse minha mãe.

- Cuida da sua irmã - disse meu pai.

- Cuidarei de tudo - disse Sabrina.

Sabrina foi na frente para abrir a garagem e ligar o carro, eu tranquei a porta de casa e fui até o portão. Fernando estava com uma camisa verde limão, e eu ri. Olhei Daniel ele estava usando uma camisa preta calça preta e sapato, ele ficava bonito com qualquer coisa.

Ele ficou me olhando com cara de bobo.

- Nossa Sarah você está linda - disse Fernando rindo ao lado de Taty que estava ensaiando uma dancinha com ele.

- Obrigada, você está... Visível - eu disse e Fernando gargalhou.

- Eu não achei minha camisa havaiana - disse Fernando rindo.

Sabrina tirou o carro da garagem e eu fechei o portão, Taty entrou no carro sentando ao lado da Sabrina, eu sempre ficava com o banco de trás.

Fernando fez questão de sentar atrás da Taty, Daniel esperou eu entrar, eu fiquei no meio e ele na ponta. Eu estava animada com essa festa, eu não sabia o que esperar dela, mas eu geralmente não esperava nada de qualquer forma, o importante era eu me divertir e isso eu sempre fazia quando saída com minhas amigas.


Nota final da autora: Então o que acharam?

Espero que tenham gostado, amanhã temos a Nat com "castelo de cinzas" e semana que vem estamos todas de volta.

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