Castelo de Cinzas - Sinopse e Prólogo
Nota da Autora (CarolMunhoz6): Bom dia minhas lindas!
Primeiro gostaria de agradecer cada uma que esta lendo, vocês nos fazem imensamente feliz!
Esse projeto é algo muito, muito amado por todas nós, e cada uma criou alguém especial para que vocês conhecessem e amassem assim como nós.
Eu espero que vocês gostem da Natalie, e de seus dramas!
Vejo vocês la em baixo..
Boa Leitura!
Sinopse:
Se alguém me dissesse meses atrás que minha vida mudaria tão drasticamente, eu com toda certeza iria rir dessa pessoa.
Tinha a vida perfeita. Filha única, pais maravilhosos, estudava na melhor escola... Enfim, tudo que uma garota normal e rica tinha. Mas normal era tudo o que eu não era. Não agora. Não nunca.
Sabe aquelas coisas que só acontecem em novela? Elas acontecem na vida real também. E eu sou prova viva disso.
Meu nome é Natalie Johnson, tenho 17 anos e tudo o que eu queria era que meus pais chegassem daquele maldito jantar de negócios para enfim planejarmos nosso fim de semana no campo. Mas isso nunca aconteceu. A única coisa que bateu a minha porta naquela noite foi a dor, o luto. Não se sabe ao certo como foi, nem mesmo a policia soube dizer, mas o carro em que eles estavam caiu em um precipício e explodiu. Simplesmente assim. E só o que restou foram as cinzas. Cinzas do que um dia eu fui.
Agora estou seguindo rumo a um novo lar, morar com uma família que nem sabia que tinha. o que o futuro me reserva? Um amigo na pessoa mais improvável. Um amor inesperado, e um novo começo .
Prologo
Se alguém me dissesse meses atrás que minha vida mudaria tão drasticamente, eu com toda certeza iria rir dessa pessoa.
Tinha a vida perfeita. Filha única, pais maravilhosos, estudava na melhor escola... Enfim, tudo que uma garota normal e rica tinha. Mas era exatamente isso que eu não era mais, a palavra normal não se adequava mais a minha realidade. Não agora. Não nunca.
Era como se eu tivesse vivido a vida toda em um castelo, afinal sempre fora a princesinha do papai, e de repente esse castelo se resumisse a cinzas. As cinzas do carro em que eles faleceram.
Meus pais. Eu os perdi em um maldito acidente de carro que nem mesmo a polícia sabe como aconteceu. Apenas sabem o mesmo que me disseram na noite anterior, quando o Sr. Marcus, advogado e amigo do meu pai, bateu a minha porta as três da manhã, acompanhado do delegado Martins.
Na hora em que os vi a minha porta, e olhei o horário estranhei que minha mãe não tivesse me chamado para ir dormir na minha cama, como ela sempre fazia quando eu adormecia na sala. Notei que o sobretudo do meu pai não estava no cabideiro de mogno que fica ao lado da porta. Eu não entendia, mas sabia que tinha algo de errado.
- Senhorita Natalie, eu sinto muito, mas não trago boas notícias. Podemos entrar? - disse o delegado. Assenti e indiquei o sofá, em que antes eu estava deitada.
- Natalie, não gostaria de ter que lhe dar essa notícia, mas infelizmente preciso te pedir que seja forte querida. - disse o advogado, com a cabeça baixa, mirando seus pés. Tem algo errado, muito errado.
- Ser forte? Não estou entendendo. - comecei a falar mas fui interrompida pelo delegado que estava ao seu lado.
- Senhorita Natalie, houve um acidente na rodovia SC -401,um BMW Z4 preto com a placa LGF-135 caiu em um precipício, ao que tudo indica o motorista perdeu o controle do carro. Este é o carro dos seus pais? - ele tirou uma foto onde um carro estava completamente retorcido no chão, cobertos com lonas amarelas podia se distinguir as formas de duas pessoas mortas. E ao lado do segundo corpo, estava o casaco de pele branco de mamãe, o casaco que eu havia dado de presente em seu aniversário no mês passado. Não pude me controlar, a dor foi mais forte e o soluço que saiu de minha garganta foi o som mais alto e doloroso que eu ouvi em toda minha vida.
Não podia acreditar. Não. Isso é mentira. Uma brincadeira de mal gosto. Não é possível!
- NÃO! - gritava entre meus soluços, o advogado de papai, segurou meus braços quando comecei a quebrar os vasos da sala, acariciou meus cabelos num gesto de carinho, como fizera com sua neta Rachel, meses atrás, quando ela perdeu a mãe. Chorei copiosamente enquanto ele me mantinha em um abraço fraterno, consolando-me e acalmando-me aos poucos.
- Querida, sei que não tive muito contato com você durante esses anos, mas sinto a sua perda, seu pai era como um filho para mim, se precisar de algo pode falar comigo, qualquer coisa, certo? - assenti - Não se preocupe com o funeral, eu providenciarei tudo. - Sr. Marcus tentava me consolar, e agradeci por ele cuidar dos tramites. Eu não conseguiria. Apenas queria que o mundo acabasse e que eu morresse também. Queria ter ido a esse maldito jantar com eles, neste momento eu estaria junto deles, e não com essa dor horrível.
Eles se retiraram, eu nem me incomodei em acompanha-los a porta. Encolhi-me no sofá abraçando minhas pernas como se me protegesse de tudo, e chorei até adormecer entorpecida pela dor e pelas lagrimas.
Acordei com dor nos olhos, mas a dor maior era em meu peito. Eu gostaria muito que tudo não passasse de um pesadelo, mas a foto pairava sobre a mesinha de centro, na direção dos meus olhos. Essa imagem ficaria gravada em minha memória para todo sempre. Já eram quatro e meia da tarde quando levantei-me e caminhei em direção as escadas, precisava tomar um banho e trocar de roupa, já que o funeral seria as seis horas da tarde. O que mais me doía nesse momento era que eu nem ao menos poderia vê-los uma última vez, pois, devido ao estrago do acidente os caixões teriam de ser lacrados, e seria tudo muito rápido.
Entrei no quarto de meus pais, e observei como tudo ali parecia esperar por eles. Como se eles fossem entrar a qualquer segundo por aquela porta, papai ligaria a lareira, mamãe colocaria seu robe preto por cima da camisola que sempre seria de cetim, ela simplesmente amava esse tecido.
Mas ela nunca mais usaria esse robe, papai nunca mais iria colocar a gravata preferida, nem ligar a lareira, e nós três nunca mais iriamos ter finais de semana juntos. Eles se foram e me deixaram aqui.
Abri o enorme closet de mamãe e peguei o vestido preto que ela usara no enterro de vovó. Não me importava que ele ficaria largo em mim, era de minha mãe e isso bastava.
Entrei no banheiro do quarto deles. Não estava pronta para sair dali. Meu pai havia deixado a lamina de barbear no lavatório, e sem pensar em nada a peguei olhando atentamente paro o metal frio, e sem pensar fiz pressão enquanto a apertava firmemente, cortando a palma de minha mão. Por alguns segundos a dor do corte substituiu meus pensamentos, mas não foi o suficiente para evitar que mais lagrimas caíssem enquanto abria o chuveiro e escolhia o shampoo preferido de mamãe para lavar meus cabelos.
Depois de me arrumar, sai do banheiro e desci até a sala, o telefone tocava insistentemente. Era o Sr Marcus, pedindo que eu o aguardasse para uma conversa antes do funeral. Ele já estava a caminho, então apenas aguardei alguns minutos.
A campainha tocou, e eu me levantei para atender, mas quando abri a porta estaquei. Uma mulher muito parecida com minha mãe estava ao lado do Sr. Marcus.
Pedi que eles entrassem e caminhamos até a sala. Pude notar que a mulher estava emocionada. Mas qual seria o motivo? Ela não era a nova mulher dele, disso eu tinha certeza. Mas quem seria essa mulher?
- Natalie, eu sei que não é o melhor momento. Mas quero que conheça sua tia Ana. - Ah, agora entendi a semelhança. Lembro-me de mamãe ter comentado algumas vezes sobre a família dela, nunca entendi realmente o porquê não tínhamos contato. Quando ela falava em "erros do passado'' papai sempre interrompia a conversa, dizendo não ser hora para aquilo. A última vez que mamãe tocou nesse assunto eu tinha treze anos. - Não sei se era do seu conhecimento, mas todo ano seus pais atualizavam o testamento deles. Querida, estou aqui para te informar que por decisão deles, até que você complete vinte e um anos, terá de viver com sua tia Ana, e sua herança só poderá ser desfrutada após sua maioridade. - ele disse. Enquanto a senhora ao seu lado apenas me olhava.
- Espera, isso quer dizer que além de perder meus pais eu vou ter que ir morar em outra casa? Com pessoas que nunca vi na vida? Não. Isso não vai acontecer. - eu disse séria.
- Natalie, não é apenas outra casa. Sua tia mora em São Paulo.
- Não. Eu não posso ir para lá, eu não conheço nada, e eu nem conheço essa mulher. - eu falava chorando
- Mas querida, eu te conheço, desde pequenininha, sua mãe sempre me mandava fotos suas - ela falava, um pouco insegura - Sei que não me conhece, mas essa era a vontade da sua mãe, era isso que ela queria, e eu te prometo Natalie, vou fazer de tudo para que você fique bem, que você sinta como se minha casa fosse sua casa. O que na verdade é. Sei que não nos conhecemos, mas teremos tempo para isso. Eu entendo a sua dor, eu farei o que puder para aliviar isso, mas você terá que ir comigo querida. Veja, quando você completar vinte e um anos, se for a sua vontade pode voltar. Tudo ficara da forma como está, esperando você voltar, mas até que complete essa idade, você tem que ficar comigo querida, sou a sua única familiar viva.
Ela falava e eu entendi que não tinha o que fazer. Balancei a cabeça e me deixei desmoronar. Ela me abraçou, e foi como se minha mãe estivesse ali, me abraçando também. Eu teria de tentar essa nova vida. Então aceitei meu destino, não havia alternativa.
Ainda faltavam duas horas para o funeral, e como me foi pedido fiz minhas malas. Partiríamos logo após o funeral. Peguei alguns pertences de meus pais. Poucas coisas, mas o essencial para que eu os sentisse comigo.
Saímos da casa com as malas no carro em que o Sr. Marcus viera. Eu ainda teria de enfrentar um pouco mais essa dor.
O padre falou palavras lindas sobre eles estarem no paraíso, sobre Deus acolher suas almas com carinho e amor, almas de pais dedicados e amorosos, de fiéis incomparáveis e toda aquela baboseira que eu no momento não me sentia confortável em ouvir, e sob uma forte salva de palmas meus pais foram enterrados na ala nobre do cemitério São Cristóvão, e com eles ficou meu coração. Depois disso não vi mais nada. Estava no piloto automático, como se fosse uma máquina programada apenas para receber as condolências de todos e seguir caminho, deixando para trás toda a base que eu tinha. Tudo que eu conhecia por família, estava agora debaixo de sete palmos de terra, e eu jamais voltaria a ver ou ouvir suas vozes.
Seguimos para o aeroporto, e não sei se foi a noite em claro, a dor ou o calmante que Ana pediu que me dessem, mas eu adormeci. E só abri meus olhos quando o avião estava pousando.
Era isso, um novo começo como dissera "tia" Ana, uma nova família. Eu teria que limpar minhas cinzas para debaixo do tapete e enfrentar isso com a cabeça erguida o máximo que pudesse. Não conversamos muito no caminho até sua casa, o essencial apenas para ela dizer que seria bem-vinda, e que sua casa era minha, que queria que me sentisse bem apesar de não ter os luxos que eu tinha em Florianópolis.
E cá estou eu, rumando para uma nova vida, com uma família que até dias atrás nem sabia de sua existência.
Sabe aquelas coisas que só acontecem em novelas? Elas acontecem na vida real também. E eu sou prova viva disso.
Meu nome é Natalie Johnson, tenho dezessete anos e tudo o que eu queria era que meus pais chegassem daquele maldito jantar de negócios para enfim planejarmos nosso fim de semana no campo. Mas isso nunca aconteceu. A única coisa que bateu a minha porta naquela noite foi a dor, o luto, e o que restou foram as cinzas. Cinzas do que um dia eu fui.
Meninas, é isso!
Me digam o que acharam!
Aguardo vocês, na semana que vem, com mais Geórgia, Aundrey, Sarah e Natalie!
Bom domingo a todas, e até quinta!
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