Castelo de Cinzas - Capítulo 2
Nota da autora (CarolMunhoz6): Bom diaaaa!
como passaram a semana? eu passei me divertindo com a Geórgia, Audrey e Sarah!
eu me diverti com esse capitulo, e acho que vocês vão gostar bastante!
(so não me matem ate semana que vem hein rsrs)
temos novidades para voces!
nas notas finais eu conto ok!
beijos e boa leitura!
Os dias passaram em um borrão, a dor entorpecia tudo, e minha rotina era o quarto e a cozinha. Conversei um pouco mais com minha tia durante aquela primeira semana, tentei de todas as formas entender um pouco sobre o 'tal erro do passado' que minha mãe sempre falava quando eu perguntava sobre a família dela, e meu pai todas as vezes interrompia.
Com Ana não foi diferente, ela apenas dizia que não estava na hora de falar sobre isso, que com o tempo eu saberia, mas que ela não iria falar sobre aquilo naquele momento e sempre inventava algo para fazer. Na sexta feira recebi a ligação do meu advogado, informando que os empregados da casa já tinham voltado da folga que demos a eles por conta da viagem que meus pais e eu faríamos e que nunca aconteceu, disse também que eles ficaram muito abalados com tudo o que houve e que entenderam perfeitamente a dispensa deles.
Fiquei um tanto chateada comigo mesma, como eu pude esquecer-me deles?! Eu realmente nem me lembrei que eu teria que dispensá-los, e fiquei ainda pior por não ter feito nada por eles. Porem a minha situação já não era fácil, ter de cuidar desses tramites iria apenas piorar tudo. Sr. Marcus me informou que as investigações estavam acontecendo com total afinco da polícia, e que ao que tudo indicava o acidente havia sido consequência de cabos de freio soltos. Argumentei que isso era impossível já que como iríamos viajar, meu pai havia feito a revisão no dia anterior. Segundo o que ele me passou, a polícia estava trabalhando na hipótese de que o acidente tenha sido provocado de forma criminosa.
Como alguém teria coragem de fazer uma coisa dessas? Como alguém pode deliberadamente cortar cabos de freio de um carro para matar outra pessoa?! Meus pais nunca fizeram nada para ninguém. Sempre foram boas pessoas. A construtora de papai era uma das mais requisitadas de Santa Catarina, ele era bom e gentil, e sempre disposto a ajudar quem quer que fosse.
A ligação do Sr. Marcus mexeu muito comigo, e desde aquele dia esse pensamento me atormentava. Aquela dor, aos poucos ia se acalmando, mas não sumia, e assim passei os últimos quatro meses. Recebia uma ou duas ligações por mês do Advogado, apenas para informar que a construtora - da qual ele é sócio - continuava bem, e que as investigações foram finalizadas e o caso dado por encerrado por falta de provas. Simplesmente decidiram que não era mais importante remexer no caso porque não encontraram nenhuma evidencia que comprovasse um crime. Apesar de a polícia afirmar que os cabos foram deliberadamente cortados, não encontraram nem uma pista, muito menos um culpado.
Não me conformei com aquilo, mas as palavras do Sr. Marcus foram claras, eles deram por encerrado o caso, e não adiantaria mexer mais nisso, seria a toa, era melhor que eu me acostumasse e fosse adiante com minha vida aqui tranquilamente. Depois disso, resolvi que por enquanto não iria mexer nisso, não até ter vinte e um anos e poder voltar para Florianópolis. Mas algo me dizia que isso estava errado, muito errado.
Meus dias eram resumidos a ficar no meu quarto escrevendo, lendo e escutando músicas. Não aquela música horrível que toca nas rádios daqui. Meu relacionamento com minha tia era o básico, mas era bom. Já tinha certa familiaridade com a casa, e me acostumei com a vida que tinha agora. Ter que realizar trabalhos doméstico não é o fim do mundo e ocupa a cabeça, ajuda a esquecer de algumas coisas... Como por exemplo a vontade de matar meu primo lindo e irritante, por ele tentar roubar meu jantar toda maldita noite! E também pela maldita mania de ficar sem camisa. Argh. O que eu posso dizer dos últimos quatro meses? Foram suportáveis. Apenas isso...
Agora restavam mais quarenta e quatro meses aqui, até que eu pudesse voltar e resolver tudo sozinha.
Passava os dias trancada no quarto, não queria ter que cruzar com aquele demônio chamado Henrique. Estava deitada no meu quarto, lendo "lua nova" tranquilamente quando Ana nos chamou a sala atrapalhando minha leitura. - Como o Edward teve coragem de deixar a Bella?! - e dizendo ter um comunicado importante a fazer.
Levantei-me preguiçosamente e caminhei até o espelho que ficava na parede oposta ao guarda roupa, ajeitei a manga de minha camiseta e joguei meu moletom GAP por cima. Prendi meus cabelos em um coque frouxo enquanto saia do quarto. Eu vi que ela estava na sala e caminhei vagarosamente até ela. Quando cheguei Tia Ana apontou o sofá da sala para que eu me sentasse, e prontamente sentei-me aguardando. Em seguida Henrique entrou na sala, suado de bermuda jeans rasgada e camiseta pendurada no ombro, sentou-se de frente a mim e olhou ansioso para Ana que começou:
- Bom, crianças - serio isso? Crianças? Eu faço dezoito no mês que vem e meu primo está longe da infância! - eu não queria ter que fazer isso, mas preciso viajar para resolver alguns problemas da agencia, será uma viagem rápida, de dez, quinze dias no máximo. Então gostaria de pedir que vocês se comportem, e não briguem. E você Henrique, pare de picuinhas e cuide de sua prima, ela é sua responsabilidade a partir de agora.
Como é que é? Henrique responsável por mim? Só pode ser brincadeira!
- Ah mãe, ta de sacanagem né? Desde quando eu tenho cara de babá? - ele reclamou me olhando intensamente
- Desde quando eu mandei Henrique. Preciso que faça isso para poder trabalhar. - falou calmamente, o repreendendo.
- Mas mãe... - ele começou, alternando olhares entre raivosos para mim e pedindo clemência para a mãe.
- Mas nada, Henrique. Você vai fazer o que eu mandar, já que é um rapaz de vinte e cinco anos nas costas e não faz nada da vida, só quer saber de sair e beber. Quando você resolver crescer e assumir suas responsabilidades nesta casa não terá que cumprir minhas ordens, mas enquanto eu pagar suas contas vai fazer o que eu mandar e ponto final! Estamos entendidos? - ela disse visivelmente alterada.
Ele apenas assentiu, calando-se, mas antes de se retirar da sala me lançou um olhar de gelar a alma, como um aviso. Você me paga.
- Quanto ódio no coração priminho. - provoquei.
Ana riu e me pediu para, por favor, ficar de olho já que estava partindo naquele momento.
Despedimo-nos na soleira com um breve abraço e um "até logo", fechei a porta e meu estômago roncou, lembrando-me que eu ainda não havia comido nada. Caminhei lentamente até a cozinha, como Ana viajou, não tinha sobras do almoço. Estava decidida a não fazer nada que sujasse muita louça, já que nosso aparelho de lava louças havia pifado no dia anterior. Por culpa do Henrique. Bastardo! Veja a ironia do destino, eu era a riquinha mimada e aprendi todo tipo de serviço doméstico com a minha tia, já ele... Não sabia sequer colocar uma louça no lava louças...
Entrei na cozinha indo diretamente à geladeira, talvez tivesse algo pronto, revirei toda a geladeira encontrando diversas garrafas de cerveja aberta - mais uma vez culpa do Henrique, aquele filho de uma mãe, folgado! Mas nada de comida, claro as sobras do almoço foram para o lixo, por medo de azedar na geladeira Ana sempre jogava fora os restos do almoço. Mas minha tia não nos deixaria sem comida... Foi então que eu me lembrei das lasanhas no freezer. Isso teria de servir.
Abri o freezer e retirei uma lasanha bolonhesa de porção individual. Li calmamente as instruções enquanto fechava a porta e caminhava até o micro-ondas. Parei em frente ao aparelho e coloquei a lasanha dentro, programando-o no tempo necessário para ficar perfeita conforme as instruções.
Peguei um prato, copo e talheres, coloquei na mesa sobre a toalha de renda vermelha. Caminhei até a bancada ao lado do micro-ondas pensando no quanto ia ser um inferno só eu e Henrique nessa casa por pelo menos dez dias. Ao contrário do que foi com minha tia, meu relacionamento com Henrique era horrível. Em parte por ele ser um babaca completo, em parte por eu ter certeza que ele nasceu com algum problema mental, não é possível alguém ser tão irritante assim.
O micro-ondas apitou avisando que minha lasanha estava pronta, tirando-me dos meus pensamentos, retirei meu jantar do aparelho e depositei sobre a mesa, peguei o restante de suco que havia na geladeira atrás das dezenas de garrafas de cerveja e coloquei no meu copo, virei-me para guardar o suco na geladeira quando escuto a irritante voz:
- Que cheiro bom, priminha. Obrigado por fazer para mim, não precisava se incomodar - piscou um olho e se aproximou da minha lasanha como se fosse para ele, pegando um garfo e fincando bem no meio da comida deliciosa.
- Mas eu não me incomodei priminho - falei irônica - eu fiz para mim Henrique, tire as patas - disse batendo na mão dele, que me olhou assustado, talvez com a minha força adquirida com meses de academia, mas nem a minha força impediu que aquela maldita corrente elétrica passasse por mim. E era assim toda vez que nos tocávamos essa corrente estava ali.
- Sua louca! Por que está me batendo garota estranha?! - gritou irritado, segurando a mão que eu bati.
- Porque você é um abusado talvez? Quer comer faça pra você. Essa é minha. - terminei de falar tirando minha lasanha da mesa, segurando com uma mão e levando uma garfada generosa a boca com a outra. Estava deliciosa! E sim, eu fiz para provocar.
- Poxa, custa dividir? - ele ia abrir a boca para falar, mas eu o cortei.
- Custa sim! Não sabe ler não, imbecil? Eu leio pra você! - peguei a embalagem que estava sobre a mesa e mostrei - Aqui ó - apontei - "PORÇÃO INDIVIDUAL" panaca! Agora me deixe comer em paz! - o olhei com raiva. Ele estava atrapalhando um momento sagrado para mim.
- Você é bem irritadinha hein... Fico me perguntando se... - me olhou divertido
- Se? - questiono arqueando uma sobrancelha.
- Nada, deixa quieto. Acho que você nem sabe o que é.... - e saiu balançando a cabeça rindo.
Ora, o que esse maldito quis dizer com isso? Comi tranquilamente, sem mais interrupções daquele babaca.
Levantei-me e caminhei até a pia com a louça nas mãos. Lavei tudo e deixei escorrendo. Limpei a mesa e sai da cozinha decidida a tomar um banho, para aliviar... tudo. Entrei no meu quarto, peguei meus pertences e fui para o banho. Coloquei meu celular para tocar, esperando assim que ninguém ouvisse o que se passava dentro daquelas paredes, como sempre fiz. Me despi lembrando mais uma vez de como minha vida mudou, de como sentia falta deles. A cada peça que caia era como se eu retirasse minha armadura e deixasse toda aquela dor me assolar mais uma vez. E mais uma vez eu fiz a única coisa que aliviava minha dor nesses últimos quatro meses. Peguei aquela pequena e fria lamina que sempre ficava guardada no pequeno vão entre o espelho e o armário e mais uma vez rasguei a minha pele já marcada, como se pudesse rasgar meu coração e arrancar essa dor, mas não, eu não podia. Eu sabia que mesmo me acabando em lagrimas, mesmo vivendo o luto todos os dias, isso nunca iria passar. Essa dor nunca iria me deixar. Chorei descompassadamente por algum tempo. Até que as lagrimas já não saiam e meus olhos ardiam intensamente abri o chuveiro na temperatura mais quente e me enfiei debaixo da agua, tentando me acalmar aos poucos debaixo da agua, como sempre esperando que ela levasse para o ralo a minha dor assim como levava meu sangue.
Mas isso nunca ia mudar essa dor nunca ia passar e o que restara de mim eram apenas as cinzas do que um dia eu fui. Enquanto parava de chorar desliguei o celular que estava tocando My Immortal, fiz um pequeno curativo no corte, me olhei no espelho analisando meus olhos vermelhos e inchados, não havia muito o que fazer então coloquei meu pijama e meu moletom de manga comprida que sempre usava para esconder minha dor e peguei minhas coisas para sair do banheiro. Sai indo para meu quarto abri a porta e quando estava entrando Henrique - não sei de onde essa peste saiu - segurou meu braço me olhando seriamente e ergueu a manga comprida do moletom expondo minha pele recém cortada. O olhei assustada, mas seu olhar era de pena e algo mais... Raiva, talvez?
- Que porra é essa Natalie? Que merda você estava pensando para fazer isso? Enlouqueceu? Fala logo porra! POR QUE. VOCE. FEZ. ISSO. NATALIE? - gritava, apertando meu pulso, que doía com a pressão.
- Me solta seu ogro! Isso não é da sua conta! - gritei de volta, enquanto lagrimas de raiva escorriam sem que eu percebesse.
- Natalie, isso é loucura, pra que chegar a tanto?! Acha que não sabíamos disso?
- Acha que é loucura? Isso se chama dor! - gritava - Uma dor que você nunca vai saber o que é!
- Puxei meu braço com toda a força possível, ele era forte, mas consegui me desvencilhar e virei-me secando as lagrimas insistentes.
- Pelo contrário Natalie, eu sei muito bem qual é essa dor! Ou você acha que foi fácil superar a morte do MEU PAI quando eu tinha a sua idade?! Fique sabendo que não foi e nunca será. Mas eu não perco meu tempo me mutilando! Não é assim, essa não é a saída! Eu vivo! Vivo a minha vida da melhor e mais alegre forma possível, porque eu sei que era isso que ele iria querer para mim! É isso que seus pais iriam querer par você! - ele gritou.
Virei-me novamente para ele, e o encarei. Seus olhos estavam marejados, e com expressão de dor e raiva. Não sabia o que dizer, nem o que fazer. Mas ele soube. Ele me abraçou, forte e protetoramente, e choramos. Choramos muito. Um consolando o outro, e me senti estranhamente em paz, como não me sentia desde que abracei meu pai pela última vez.
Depois de algum tempo perdidos nesse abraço, ele se afastou e me olhou intensamente, se aproximou do meu rosto, mirando meus olhos, perto demais.
- Você precisa viver Natalie, viver de verdade, sair dessa bolha. O luto faz parte, eu sei o que é isso. Mas já chega! Você está viva, priminha, tem que agir como tal. Tem que se deixar viver. O luto é para ser só um período, não a vida toda. Está na hora de você ver isso. Seus pais gostariam de ver sorrisos ao invés de lagrimas. Chega disso. Serio isso está acabando com você, com a minha mãe que acha que você não gosta daqui e até mesmo comigo. Odeio essa situação, e ver você desse jeito, se mutilando é terrível. Não suporto isso. Você é jovem, bonita, vá aproveitar a vida! - disse sinceramente
- Rick, se fosse em um outro lugar, talvez isso não acontecesse, mas...
- Mas nada. Você não pode estar em outro lugar. Você precisa ficar aqui, não torne isso tão difícil Naty - ele me interrompeu - Sabe o que é a melhor coisa para se viver?! Uma festa! Eu estou indo a uma agora, vem comigo. Você vai se divertir.
Estava a ponto de recusar o convite, mas pensando por outro lado seria bom tentar me divertir. Olhei para ele e abri um sorriso, pedindo que esperasse eu me trocar. Ele assentiu, informando que me esperaria na sala.
Entrei no meu quarto, com a roupa que iria usar já em mente. Era um vestido preto, de paetês, não muito curto nem muito longo, era colado e de uma alça só. Mamãe me deu no dia do meu aniversário.
Caminhei até o guarda roupa e o peguei, troquei rapidamente de roupa, coloquei meus saltos e prendi meu cabelo em um rabo alto com fios soltos, esfumei meus olhos com sombra preta e passei meu gloss nude. Estava pronta. Sai do quarto decidida a ter uma noite bem divertida.
Caminhei até a sala tranquilamente, Henrique estava ao celular e não havia me visto.
- Estou pronta. - Anunciei.
- Não cara, já estamos saindo... Ok. Até - ele falava ao telefone enquanto bebia uma cerveja direto da garrafa, se virou em minha direção tomando um grande gole e quando abriu os olhos e me olhou engasgou-se com o liquido, colocando-o para fora num ataque de tosse. Corri até ele, rindo internamente, e bati com força em suas costas.
- Porra Natalie... você está...- ele se interrompeu abaixando a cabeça.
- Estou...? - questionei.
- Esquece. Vamos? - perguntou.
Assenti, e então ele pegou a chave do carro e saímos da casa.
Assim que sai da casa, prometi a mim mesma que iria ter uma noite memorável. Iria esquecer tudo ao menos uma noite e me divertir como eu merecia. Eu precisava recomeçar.
Entrei no carro e prendi o cinto, o som estava alto e pela primeira vez em meses eu estava animada. Abri um sorriso quando ele me olhou de lado, rindo também. Estava tocando "THE TIME OF MY LIFE" na versão do Black eyed peas , e cantamos como loucos, estava realmente sentindo como se fosse o momento mais divertido da minha vida, era como se eu estivesse me sentindo viva pela primeira vez e eu só queria curtir esse momento. O meu momento. Eu queria viver, ele tinha razão, não dá para ser assim. As coisas precisam mudar, eu preciso viver. Eu estava decidida a dar um novo rumo a minha vida e quem diria que isso seria graças ao Henrique?!
Fomos o caminho todo assim, cantando e rindo. Para quem via de fora nem parecia que nos odiávamos. Nós nos odiávamos certo? É eu acho que sim. Paramos em frente um grande muro alto com treliças adornando o grande portão de ferro batido com intrincados desenhos em espirais, de fora podia-se ouvir a batida da música alta que soava, luzes piscavam e cheguei a pensar por um momento que estava na Florianópolis de novo, que era uma festa qualquer na casa de um colega do colégio, mas uma batida na porta me fez acordar de meu devaneio. Henrique desceu do carro, deu a volta e abriu a porta para mim como um perfeito cavalheiro. Hein?! Serio mesmo que ele está se comportando assim?!
- Rick, eu tenho mãos sabe... Posso abrir a porta sozinha - eu disse enquanto descia do carro.
- Eu sei, mas não me custa proteger minha prima dos perigos. - ele piscou um olho enquanto sorria. - certo, deixe-me ver. Esses perigos são iguais a você? - perguntei mordendo o lábio, para segurar o riso.
Ele pareceu segurar a respiração, e me olhou intensamente antes de responder um "sim" para mim. - Ah, então está tudo bem. Sei lidar com cavalos- pisquei e dei-lhe as costas, deixando-o embasbacado. E para piorar um pouco a situação para o lado dele, sai rebolando no melhor estilo Beyonce até o grande portão adornado. Podia sentir os olhares direcionados a mim, principalmente do babaca do meu primo. Mas meu "alvo" era o loiro forte e alto parado na frente do portão, como se estivesse esperando por alguém, ele estava de costas quando o vi, mas enquanto me aproximava ele virou-se ficando de frente para mim. Olhou-me com um meio sorriso lindo que se abriu ainda mais quando parei a sua frente.
Mesmo do lado de fora da casa a batida estava incrivelmente alta, e ele teve que se inclinar até estar terrivelmente perto para perguntar se eu queria dançar. Olhei para o lado, e vi que o Rick estava vindo ao nosso encontro, definitivamente eu iria dançar.
- Claro! Sou Natalie, prazer - disse sorrindo e já segurando em seu braço enquanto entravamos na casa.
- Sou Thiago e gata, o prazer é todo meu. - ele disse com um tom de malícia na voz. Mas não me preocupei, apenas me entreguei ao momento. Aquela batida me envolvia, era como se fizesse parte de mim, e eu dançava muito, não olhava para nada e nem ninguém, queria apenas sentir, e eu estava feliz.
Senti mãos na minha cintura, me abraçando por trás, já havia perdido a noção do tempo, vez ou outra via Rick do outro lado, bebendo sua cerveja e olhando com cara de poucos amigos para Thiago e eu.
Thiago me apresentou algumas bebidas, uma de cada cor, elas eram doces e deliciosas, eu simplesmente adorei, eu nem sei mais quantas eu bebi, eram tão deliciosas.... As coisas estavam começando a rodar um pouco, eu me sentia estranha, sentia como se minha visão estivesse turva, eu tinha vontade de rir de qualquer coisa. Mas não me importava, queria só continuar dançando, balançando meu corpo de um lado para o outro.
Meu cabelo estava grudado em meu rosto devido ao suor, mas não importava. As luzes piscavam e trocavam de cores a batida estava cada vez mais animada, e as mãos que antes estavam em minha cintura agora deslizavam por todo meu corpo no ritmo da música. Meus membros não respondiam aos meus comandos, eu estava entorpecida pela bebida e pela música envolvente. Thiago me virou de frente a ele, colando nossos corpos e me beijou intensamente. Não havia espaço entre nós e continuamos dançando assim, agarrados, até que eu senti minhas costas contra algo duro e gelado. Uma parede. Ok. O beijo ficou mais urgente e selvagem, ele me segurava com força e suas mãos tomaram rumos que eu queria impedir, tentei empurrar ele, mas ele era muito forte, e pareceu gostar, me prensou ainda mais, colocando suas mãos entre minhas pernas, ofeguei de surpresa, empurrando-o ainda mais forte, mas quanto mais eu empurrava mais ele me prensava contra a parede.
- Não se faz de difícil, gata, vamos lá, você vai gostar - ele falava ainda me apertando e tampando a minha boca. Esse foi seu erro, cravei meus dentes em sua mão com tanta força que cheguei a sentir gosto de sangue. Seus olhos demonstravam o quanto ele estava furioso, sua mão desceu até meu pescoço, fazendo pressão com sua mão. Eu tentava me desvencilhar, socando seu tórax, mas em vão, era como bater em aço.
- Para com isso garota, você está chamando atenção demais. - Ele falou enquanto apertava ainda mais meu pescoço, comecei a me sentir mole, e o ar me faltava. De repente a pressão se foi, e a única coisa que eu vi foi um Henrique furioso puxando-o com força e dando-lhe um soco no rosto, Thiago cambaleou para trás com o lábio partido levando a mão ao queixo.
- NUNCA MAIS ENCOSTE NELA, OU ESSE SOCO SERÁ UM CARINHO PERTO DO QUE FAREI COM VOCÊ! - gritou Rick e as pessoas da festa ficaram olhando para nós, Thiago fez menção de vir para cima de Henrique de novo, mas dois amigos dele vieram e o levaram para longe.
Henrique virou-se para mim e me abraçou, dizendo para ficar calma, que tudo ia ficar bem. Só percebi que estava chorando quando estava abraçada a ele, e sua camisa ficou molhada por conta das minhas lagrimas.
- Obrigada, por me ajudar - disse em um sussurro.
- Natalie, eu nunca deixaria que acontecesse algo a você, nunca. - ele baixou os olhos, perto. Muito perto. Eu podia sentir a sua respiração, podia sentir aquela corrente elétrica. Eu não queria sentir isso, mas ao mesmo tempo era tão bom. Era algo inexplicável. E a música soava, como as batidas do meu coração. Isso não podia acontecer. Vi quando ele fechou seus olhos e suspirou, entreabriu os lábios e quando nossos lábios estavam prestes a se tocarem, baixei o rosto, desviando do beijo iminente.
Ele respirou pesadamente, passando a mão nos cabelos e se desculpando. Pegou minha mão e começou a me puxar em direção à saída. - Vamos embora. Chega de festa por hoje. - ele disse calmamente, enquanto me arrastava.
- Ah não Rick! Vamos ficar mais, por favor. Eu estou me divertindo tanto! - comecei a falar sendo interrompida por um Henrique muito bravo.
- Se divertindo? Você quase foi violentada, e diz que está se divertindo?! Não sabia que era masoquista Natalie! - ele gritava próximo ao meu ouvido para que eu pudesse escutá-lo.
- Rick, não aconteceu nada. - ele começou a abrir a boca para me interromper, mas o cortei antes - Ok, eu sei que foi graças a você que nada aconteceu, mas eu nunca tinha me divertido tanto. - o puxei para perto de mim, e o olhei suplicante pedindo - Por favor, vamos ficar mais um pouco?
Ele me olhou seriamente antes de abrir um sorriso e dizer que precisava de mais uma cerveja.
- Traga para mim também! - gritei rindo.
Ele fez sinal de positivo e seguiu rumo ao bar, voltei para a pista de dança e me deixei levar pela batida. Rick chegou com nossas bebidas e assim ficamos, bebendo e dançando por um longo tempo, eu nunca havia bebido cerveja antes, tinha um gosto meio amargo era gasosa, mas eu não me importei, era interessante, quantas eu bebi? Eu não sei dizer, foi quando ele trouxe algo diferente.
- Hey Naty, experimenta isso! Você vai adorar - disse me entregando um pequeno copinho de dose com um liquido dourado - É tequila, experimenta.
- Isso é bom? - perguntei desconfiada.
- É ótimo! Bebe! Faz assim, põe sal na língua, vira o copinho e depois chupa esse limão. Você vai gostar.
Depois de falar ele tomou o liquido exatamente como falou, e eu o imitei. A bebida desceu rasgando em minha garganta e eu fiz uma careta depois de colocar o limão na boca. Henrique riu e pediu um drink que era feito com tequila, esse eu gostei mais, ao final do drink voltamos a pista de dança. Dançamos e bebemos tanto, que certo momento acho que até bebemos nossas tequilas um no corpo do outro. Foi engraçado e instigante.
Não sei dizer como foi exatamente que isso aconteceu, minha visão estava turva e eu mal conseguia para em pé sozinha, e acho que num desses momentos devo ter passado dos limites porque quando dei por mim Rick e eu estávamos agarrados no meio da pista de dança, e nos beijávamos como se um fosse o ar que outro precisava para respirar. Eu não tinha forças para me afastar, eu não queria. Me deixei levar pelo momento. Estava tão bom...
Não sei a que horas e nem como saímos de lá. De uma coisa eu sei. Os beijos não pararam em momento algum. Nem enquanto entravamos em casa, não conseguíamos nos separar nem por segundos.
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A luz que entrava pela janela já estava me irritando. Tentei abrir meus olhos e gemi com a claridade. Merda, esqueci de fechar a janela. Espera, eu nunca abro as janelas do meu quarto. Onde diabos eu estou?! Tentei me mexer, mas tinha algo fazendo peso sobre mim. Olhei cautelosamente, e o que vi me assustou. Um braço musculoso e moreno pairava protetoramente sobre minha barriga coberta apenas por um lençol fino e ao meu lado, Rick estava largado, dormindo pesadamente e completamente nu, assim como eu.
Merda! Merda! Merda! O que foi que eu fiz?
Nota final da autora: então? que acharam???
como eu disse, temos novidades! e é o seguinte, agora temos um grupo no face, para voces interagirem, trocarem teorias e claro ficarem sabendo das ultimas novidades e ate de alguns spoilers!
quem quiser o link segue abaixo!
https://www.facebook.com/groups/900573143334264/900585106666401/?comment_id=900600499998195¬if_t=like
também tem grupo no Whatsapp, quem quiser entrar pode mandar o numero para a gente que adicionamos ok?
beijos e ate semana que vem!
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