Você é Engraçada
Justin's P.O.V
- Me sentei na cadeira e peguei a garrafa de água na mesa ao lado dela. Deitei minha cabeça no apoio da cadeira e fechei os olhos, exausto.
- Justin, por que está tão cansado assim? Era mesmo pra você estar assim por não sossegar ontem, mas nem tanto. E olha que me disse que estaria cem por cento hoje. - falou a voz repreensiva do Scooter.
- Ah, sei lá.
- Seu celular. - ouvi-o mais perto e abri os olhos, ele me olhava com reprovação.
Só peguei o celular da mão dele e o atendi.
Será que era a belieber? Ah, eu a minhas ideias. Não que ela fosse chata, eu gostei de falar com ela, mas agora seriam vinte e quatro horas assim, sabia que estava demorando pra começar. E ainda vou levar bronca do Scooter.
- Alô?
- Alô? Jus, oi. - me disse a voz delicada.
Um sorriso se espalhou por meu rosto.
- Mamacita, como está?
Scooter revirou os olhos com humor e se sentou na cadeira ao meu lado.
- Oi meu amor, estou bem. Só liguei pra saber como está aí no Brasil.
Sempre atenciosa.
- Você sabe, é lindo, queria que você pudesse vir comigo.
- É, eu quero ir, mas você sabe que tenho trabalho. Mas e aí, como foi na praia? - a voz dela entregava seu ciúme no final.
Eu ri um pouco.
- Legal.
- E as brasileiras de biquíni?
Dessa vez eu gargalhei.
- Bonitas, mas você sabe que eu amo você.
- Uhum, cuidado mocinho. - ela tentou parecer severa.
- Pode deixar mamãe.
Ela riu um pouquinho.
- Jus, estão me chamando agora. Depois vejo se consigo te ligar.
- Aah, tudo bem.
- Beijo, bom show. Já estou com saudade.
- Obrigado, bom trabalho, também estou.
Ela me mandou um beijo por telefone e desligou.
Eu e a Selena somos uma coisa louca. Não conseguimos ficar separados, sempre alguma coisa nos une. Eu a amo.
- E aí amador, como está a mamacita? - Scooter me zombou.
Eu ri com ele e lhe dei um soquinho no ombro.
- Bem.
- Mas e aí, falando em celular, está na hora de trocar seu número não é?
- Por que? - lhe olhei confuso.
- A belieber.
- Aah. - compreendi. - Bom, eu falei com ela ontem a noite. - achei melhor confessar logo.
- Tá vendo, tem que trocar.
- Não foi ela que me ligou, fui eu, sem querer. Ela é legal.
- Hm, maneiro, mas tem que trocar. Ela pode passar seu número pra muitas amigas, até para a revista! E aí ficaria uma loucura.
- Não acho que ela seria capaz de fazer isso. - falei de testa franzida.
- Você só conversou com ela duas vezes, não pode saber quem ela é.
- Mas foi o bastante.
- Não dá pra ter certeza.
Disso eu não podia discordar.
- Então você troca o número.
- Mas olha, ela já tem meu número há quatro dias, e não me mandou nada.
- Ainda.
Suspirei, Scooter é meio a louca.
Ou ele pensa em tudo.
- Vai mudar Justin. Você vai mudar de número. - ele se levantou e saiu.
Tudo bem, então eu mudaria de número e nunca mais falaria com ela? Não que eu tenha me apegado a ela, só era estranho. Mas ela é uma pessoa legal que poderia ser minha amiga.
Mas eu ia mudar de número.
E acabar com os sonhos dela?
A única coisa que ela quer, é ser minha amiga, e eu vou acabar com isso?
Mas como o Scooter disse, não foi o suficiente o que conversamos, então tenho que deletar, por precaução.
Só que é crueldade. Acabar com o sonho de alguém, é crueldade.
6:00 p.m
- Sim, obrigado por vir. Eu amo você. - beijei a bochecha de Rafaela, a ultima belieber do meet de hoje.
Ela acenou e saiu chorando.
Suspirei com um sorriso bobo, eu amo essas garotas.
Fiquei olhando por onde as garotas estavam entrando e tive a sensação de que mais uma entraria.
Mas era só a sensação mesmo, Scooter havia acabado de avisar que tinha acabado.
Percebi o porque da sensação.
Estava me lembrando da Heloísa, em como foi a reação dela ao me ver. Todas essas garotas lembraram ela, a não ser pelo fato de que nenhuma quase desmaiou, nem teve uma crise sentimental ao sair.
Ela conseguiu marcar. Conseguiu o que queria, eu não me esqueceria dela.
Queria ter a oportunidade de falar com ela de novo, ela tem um papo legal. Se não tivesse, eu não ficaria quatro horas falando com ela ao telefone. Mas é claro que também fiz isso para deixá-la feliz. Não dava vontade de desligar o telefone só por ouvir a alegria dela por estar falando comigo.
E agora eu iria trocar de número e destruir isso?
- Hã...pessoal, eu vou no meu camarim, preciso esvaziar. - coloquei a mão na barriga com uma careta e todos riram.
Saí em direção ao camarim e fechei a porta atrás de mim.
Peguei meu celular no bolso, me sentei na poltrona todo jogado e disquei o número.
Heloísa's P.O.V
- Heloísa, vai tomar banho vai! - minha mãe gritou.
- Ok, estou indo. - fechei o caderno de IB e o guardei.
Ia me levantando para ir ao guarda-roupa e meu celular começou a tocar.
Atendi sem olhar nele.
- Alô?
- Ei, Heloísa.
Parei de respirar.
- J-Justin?
Ele riu.
- Eu mesmo. Como vai shawty?
Comecei a tremer.
- Espera. - me sentei na cama, com a boca seca - É você mesmo? Cara, não é possível.
- Você sabe que sim, está meu número aí dia 02 de novembro boba. - respondeu risonho.
- Juuuuuuuuuuuuuuuuustiin! - dei um meio grito e pude ouvir sua risada.
- Menos Heloísa e eu já pedi pra você ir tomar banho, pare de ficar vendo coisas do Justin!- minha mãe gritou.
- E aí belieber? Como foi hoje?
- Justin, desde quando você quer saber de mim? Mano, isso é insano! - coloquei minha mão congelada em meu rosto.
- Você é engraçada. Lembrei de você hoje no meet.
- Justin seu lindo, eu sabia que você tinha problemas, mas não sabia que era tão grave assim.
Ele riu.
- Você me faz rir. Isso é legal.
- É, eu não sei como. Era pra eu estar tendo um ataque convulsivo e não conseguir falar nada. Mas não sei o que acontece que começo a dar uma de palhaça.
Ele começou a gargalhar e eu dei uma risadinha.
- Não sei do que você ri tanto. - mostrei a língua para o telefone e espero que ele tenha interpretado o barulho corretamente - Sabe, eu queria ir no meet.
- Mas você já teve um meet, e foi melhor do que os normais.
Parei refletindo.
- É verdade. Que bom então. - me animei.
Ele deu uma risadinha.
- Sabe, estava me perguntando. Qualquer um que tivesse meu número, sairia distribuindo para os amigos, jornais, faria uma bagunça aqui. Por que você não fez nada?
Fiquei confusa.
- Justin, querido, não sou "qualquer um" estou ofendida.
- Oh! Não quis dizer isso, me desculpe. Eu...
- Eu sei. - eu ri - Você se preocupa demais! - ele riu comigo - Olha, é que sou uma belieber deeer.
Ele ficou em silêncio, refletindo, espero.
- E sei como isso seria ruim.
- Hmm, obrigado, então. Quer dizer que meu número está seguro com você?
- Claro que está. Eu hein Justeeen.
Ele riu.
- Dá pra parar de me fazer rir? - ele disse rindo.
- Desculpa. - disse seria.
Ele riu, mais ainda.
- Menino, assim não dá.
Ele continuou rindo e eu me pergunto porque.
- Acabou ? - perguntei.
Ele respirou fundo.
- Acho que sim. - eu ri - Me diga, como foi hoje?
- Hmm... faltei da escola. Porque dormi na tigela de cereal.
Ele começou a rir de novo. Olha o que eu fiz.
- Justin! - e ele não parava, então comecei a rir junto com ele.
- Por que fez isso? - ele riu.
- Não dormi. Culpa sua. Não consegui.
- Mas quando eu disse pra você dormir, era pra você dormir.
- Eu sei, não consegui.
- Tisc, tisc. - ele desaprovou - Se for assim, não te ligo mais. - disse brincalhão.
Parei de respirar.
- Você pretende me ligar mais vezes?
- Hmm...acho que sim, Você disse que estaria disponível quando eu quisesse rir. Não está mais?
- Estou gato, só marcar a hora que estou indo. - brinquei, mas meu coração estava na garganta.
Ele riu.
- Estou falando, você é engraçada.
Eu ri e depois limpei a lágrima que escorreu. Não de rir, de emoção. Sou belieber, licença.
- Mas e aí, tem show em Porto Alegre hoje não é?
- Uhum, daqui a uma hora e meia, então daqui a pouco tenho que desligar.
- Ah. - murmurei decepcionada.
Ficou um pouco de silêncio.
Toda vez - é só a terceira - e ainda fala só, nossa - que eu falava com ele, era como se fosse a ultima vez, porque podia ser mesmo. Mas quanto mais eu falava com ele, mais eu queria. Eu o amo né, é isso. Mas não é amor de se apaixonar, história de amor - apesar de eu fazer histórias assim - mas é um amor de querer bem, mas como se fosse da mesma família. Amor de belieber para Justin.
- E aí, você sonha em ser a OLLG? - ele perguntou tentando me distrair, ao que parece.
Funcionou.
Ou não.
- Claro que sonho! É um dos meus maiores sonhos!
- Gostaria de realizá-lo?
Franzi a testa.
- Mas que pergunta! Claro que sim, mas não é possível, o show já passou, e aliás, minha amiga foi a OLLG.
- Serio? Que legal. Ela é bem simpática e é linda. Mas e então, não vai ter só esse show, vou voltar no Brasil, e fazer mais shows. E aí, quer ser?
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