November
- Jus...
Ele olhou meu rosto, encostando sua testa na minha.
- Eu te amo. - falou com os olhos intensos.
Aí a galera dentro de mim foi a loucura. A melhor coisa que eu já podia ter ouvido na face da terra.
- E-eu também te amo.
O sorriso dele se ampliou.
- Então me beija.
Eu tremia tanto que era impressionante, e estava atordoada, mas do mesmo jeito, inclinei minha boca para a dele. Ele já estava de olhos fechados, mas me afastei ao me lembrar.
Ele abriu os olhos e me olhou com reprovação, o que me fez rir.
- Meus pais. - lembrei-lhe.
Ele revirou os olhos.
- Eles já permitiram.
- Permitiram o que? - arqueei a sobrancelha, nervosa.
- Eu te namorar.
We are the champions my friends, And we'll keep on fighting till the end! We are the champions, We are the champions!
Era assim que eu me sentia, parecia que era aquele momento épico, e é o que era na verdade, o que eu tanto esperei. Agora ouvir ele dizendo, isso é mesmo real?
Meu queixo caiu.
- V-você o que?
Ele riu.
- Por que está gaguejando tanto shawty? - ele perguntou com um sorriso divertido - Olha, eles me permitiram namorar você.
- Mas.. - respirei fundo, para não gaguejar e tentar não ter um treco. Resolvi brincar com ele - e eu? Eles permitiram, mas quanto a mim?
- Você também permite.
- Como sabe?
- Porque me ama. - ele pressionou os lábios contra os meus levemente e voltou para me olhar.
Quase desmontei.
- Sabe desde quando?
- Eu suspeitava, mas confirmei quando você mesma disse né.
Eu sorri, mais largo do que qualquer sorriso que dei antes.
- E você, me ama desde quando?
- Acho que desde que eu te vi.
- Mentiroso. - eu ri.
- Eu só não sabia.
Eu ri pelo nariz.
- Sinto muito por você e a Selena.
Ele me encarou, descrente.
- Sente mesmo?
Nós sorrimos.
- Não.
- Então, Heloísa Ballarin - ele se ajoelhou na minha frente e eu coloquei a mão na boca, sentindo meus olhos encherem de lágrimas - Você aceita a namorar comigo?
Eu assenti, mal movendo a cabeça, e deixando algumas lágrimas escapar, que ele pegou ao se levantar sorrindo.
- Hã... agora você vai me beijar? - ele disse sorrindo.
Minha barriga se revirou mais ainda.
- Posso?
Ele revirou os olhos.
- Você pensa demais. - e colocou a mão no meu queixo e puxou-o, encostando nossos lábios.
O engraçado foi que nós dois ficamos parados, nossos lábios juntos, mas não nos mexíamos. Isso nos fez rir, mas com a boca fechada.
Então ele foi o primeiro a reagir, começando a mover seus lábios nos meus. Passei os braços ao redor do seu pescoço, tentando me colar mais a ele. Sua língua passou nas extremidades dos meus lábios, macia e quente, procurando uma brecha, que eu logo abri. Deixa-a percorrer minha boca toda enquanto eu percorria a sua. Eu sentia ele esquentando, igual a mim. Sua boca quente me deixava meio desconcertada e eu queria beijá-lo para sempre.
Ele se afastou e eu fiquei com um bico do tamanho do mundo, fazendo ele rir.
- Vem beijoqueira, seus pais te esperam.
- É mesmo. - franzi a testa e ele riu.
Tenho culpa se o beijo dele me faz esquecer as coisas?
Não.
Ele entrelaçou nossos dedos e foi me puxando até a sala, enquanto eu olhava seu rosto. Por simplesmente querer admirá-lo, e saber que ele é meu agora. Isso só pode ser brincadeira.
Caramba, isso tudo é meu?
- Êêêê! - ouvi minha mãe gritar e algumas palmas, então virei para frente com um sorriso envergonhado.
Meu pai estava com um meio sorriso, e eu diria que era forçado. A garotinha dele estava namorando, isso não o deixava empolgado. Miguel estava ao lado dele, com quase a mesma cara. E atrás, na parede... AI MEU DEUS... Estavam Kenny, Patrick e Chaz.
Aaaaaaaaaaaaah o Chaz!
- Então, já sabe. - meu pai arqueou a sobrancelha, olhando para Justin como aviso, mas ainda com o meio sorriso.
- Do que? - olhei para Justin, a tempo de vê-lo assentindo.
- Só algumas precauções. - meu pai respondeu e Justin sorriu para mim, para me passar segurança.
Eu soltei o Justin e fui cumprimentar Kenny e Patrick, com um abraço e depois o Chaz.
- Prazer Heloísa. - ele disse sorrindo.
Ele é fofo, sim ele é. Isso não podemos negar. Principalmente pessoalmente.
- Prazer Chaz. - eu disse sorrindo também.
E cara, que vontade de apertar a bochecha dele.
Senti a mão - que só podia ser do Justin, na minha cintura, abraçando-me e virei pra ele.
- Ok, tudo certo. Heloísa, vai se arrumar, vamos almoçar na sua vó. - minha mãe avisou.
Sempre almoçamos lá no natal. Mas...
- Eles vão conosco. - ela me garantiu, adivinhando minha expressão.
Minha barriga se retorceu em nervosismo. Apresentá-lo para minha família. Mas a gente começou hoje! Onde tem aqueles criticadores infalíveis. Mas também, onde ouvi muito "ele nem sabe que você existe".
Isso seria... interessante.
- Vai, Heloísa. - minha mãe me despertou.
Assenti, dei um beijo na bochecha do Justin e corri para o meu quarto.
Tudo bem. Vou tomar um banho rápido para estar logo com ele.
Entrei correndo no banheiro com a minha roupa separada, uma calça Jeans Skinny, uma camiseta branca com estampa dourada do Mickey e um all star preto, e entrei rápido embaixo do chuveiro. Hora de pensar.
Cara.
Alguém me belisca.
Isso tudo é tão louco. E parece ser coisa da minha cabeça.
Eu era uma mera belieber há dois meses atrás, com o simples desejo de tocar a mão dele, aquela que chorava ao ver que algo de ruim havia acontecido com ele e que não poderia ajudá-lo. A que orava - e ora - todos os dias para Deus protegê-lo de todo mal. A que não tinha muitas esperanças de ganhar um abraço dele, e hoje, me tornei nada menos, nada mais, do que a namorada dele.
Isso é muito Imagine Belieber. Não é possível. - hehehe- Ele está lá. Na sala. Por mim. Me esperando. Não acredito.
Espera. Me esperando!
Desliguei o chuveiro e me enxuguei correndo.
Me vesti com a mesma rapidez e dei uma ajeitada no que faltava, prendendo meu cabelo num rabo de cavalo alto e deixando a franja solta, e depois corri para a sala. Quando cheguei, eles começaram a rir, acho que pelo meu desespero. o que me fez corar.
Fiquei de pé ao lado do Justin e chamei a cambada para ir logo.
- Paaaai, posso ir com o Justin? - pedi quando chegamos lá fora.
Ele só suspirou e assentiu, revirando os olhos. Eu ri e dei um beijo na bochecha dele e fui para o carro do Justin, com ele e os garotos, que também almoçariam conosco.
- E aí, como é a sua família? - ele perguntou me acolhendo nos braços quando nos sentamos.
- Hmm... - não pude deixar de perceber que ele também estava nervoso, então era melhor facilitar - compreensivos.
Eles eram tudo, menos isso.
Justin me olhou pelo rabo de olho. Acho que pegou minha mentira.
Eu ri e dei de ombros.
- Seja o que Deus quiser. - falou sorrindo.
Em seguida, pressionou os lábios contra os meus.
Aaaah que paraíso. Ainda mais sem o sentimento de culpa.
Chegamos na casa da minha vó e eu já fui descendo e entrelaçando os dedos nos de Justin, puxando-o para trás dos meus pais. Eu queria que ficássemos sozinhos, poxa, acabamos de começar.
Ele riu, mas sua mão suava.
- Não precisa ficar nervoso. - sussurrei em seu ouvido e ele beijou minha testa, como resposta.
Quem foi abrir o portão, foi....
Não acredito.
Meu queixo caiu.
Soltei a mão do Justin e corri na frente dos meus pais, pulando em cima dele.
- Gabriel! - gritei pendurada em seu pescoço. Com a força que ele tem, não me derrubou. Minhas pernas balançavam suspensas no ar.
Ele riu, nos balançando de um lado para o outro.
- Heloísa, sua louca! Quanto tempo!
- Eu que digo! Menino quantas saudades! - o apertei forte e depois lhe dei um beijo estralado na bochecha.
Ele me soltou e me deu dois tapinhas no topo da cabeça.
- Continua baixinha. - me zombou.
- Shiu, gigante. - cutuquei sua barriga e ele riu de novo.
Escutei pigarrearem atrás de mim e me virei.
- Posso falar com ele também? - minha mãe arqueou a sobrancelha.
- Só um pouco. - brinquei e eles riram.
Meus pais foram cumprimentá-lo e eu estiquei a mão para o Justin, que já estava dentro do portão, com uma cara enigmática. Ele pegou minha mão e me olhou de um jeito que não entendi.
Franzi a testa.
- O que foi?
Ele só balançou a cabeça.
Virei para Gabriel de novo e puxei Justin comigo.
- Biel.
Ele estava desfazendo o abraço com meu pai, e olhou pra mim. Na hora, arregalou os olhos e seu queixo caiu, me fazendo rir.
- J...
- Justin Bieber. Namorado da Heloísa. - ele estendeu a mão para o Biel.
Eu olhei-o com emoção, segurando o choro.
Tem noção do quanto já sonhei em ouvir isso?! E ainda mais que ele falou em português, só pra me matar mesmo.
Biel apetou a mão dele e olhou pra mim pasmo. Ele sabe que eu sou belieber. Aliás, quero achar ainda alguém que não saiba.
Assenti pra ele e ô droga, meus olhos encheram de lágrimas.
Ele me estendeu os braços e eu fui de novo abraçá-lo. Era aquele abraço: você conseguiu. Então chorei.
- Nossa, Heloísa, que legal. Serio. - ele sorria pra mim - Quero saber tudo.
- Pode deixar. Mas agora tenho que ver o restante. - me soltei dele e peguei de novo a mão do Justin, beijando-a e olhando pros olhos dele sorrindo, ele retribuiu o sorriso.
- Essa eu quero ver.
Nós rimos.
Justin passou o braço em volta da minha cintura. Olhei pra ele e ele estava com uma careta.
- O que? - perguntei de novo.
- Ele é o que seu?
- Primo.
- Hmm.. - sua expressão relaxou um pouco - Já teve algo com ele?
- Ô bobão, esqueceu que você foi o primeiro que beijei?
Ele riu.
- Ow, é mesmo. Obrigado por me esperar. - beijou minha testa.
Eu sorri.
- Pena que não pôde fazer o mesmo.
Ele só mostrou a língua e eu ri.
Chegamos dentro da casa, e todos, repito, todos, paralisaram. Ficou aquele: cri, cri, e eles ficavam nos encarando. Até que eu pigarreei e meu pai disse:
- Olha aí quem tá namorando. - com uma careta.
Foi risada geral, mas eles continuavam nos encarando. Depois começou a muvuca. Mil perguntas pra mim e duas pessoas coradas: eu e Justin, sorrindo com vergonha. Kenny, Robert e Chaz rindo. Minha mãe teve que pedir para todos se acalmarem. Vieram nos abraçar, e as crianças ficavam todas em volta dos estrangeiros: Justin, Chaz, Kenny, Patrick. Mais em volta do Justin. Tivemos que sentar e eu tive que explicar toda a história, mas contei meio por cima, aliás, era uma coisa intima. Não contei que nos beijamos enquanto ele ainda namorava a Selena, mas disse que rolava troca de olhares. Ou seja, nosso almoço e tarde foram cheios de olhares sobre nós, então só ficamos de mãos dadas. Eles tentando falar com os garotos e vice versa, era o melhor. E o tempo todo que eu podia, eu o olhava.
Ouvi muitos " não acredito que você conseguiu" risadas e zoações dos tios e tias para os meus pais, alguns - principalmente os primos "não é que era homem mesmo", mas tranquilo. Porém, eu fiquei aliviada em voltar pra casa. Eu comecei a namorá-lo hoje e nem aproveitei nada.
Quando chegamos, foram todos para dentro, Miguel e os garotos foram para o vídeo game, eles sabiam se virar com o Robert, e eu fui com o Justin para a área, onde tinha um canteirinho de rosas da minha mãe, para ter um pouco de privacidade. Me sentei com ele lá e deitei a cabeça em seu colo, mas virada para seu rosto. Ele sorria.
- E aí, o que achou? - perguntei mexendo nas suas mãos.
- Legal. Mas acho que recebi algumas zoações que não pude interpretar.
Eu ri e ele me olhou desconfiado.
- Tiveram zoações não é? Sabia, todas aquelas risadas tinham algum motivo.
- Ah, nem foram tantas pô.
- É isso que dá falar a língua diferente da namorada. - ele reclamou.
- Você nasceu no país errado, querido.
Ele riu e abaixou a cabeça, para encostar os lábios nos meus, me beijando levemente. Mas não foi um beijo rápido. Para minha felicidade.
- Olha. - falei quando ele se afastou, pegando meu celular do bolso.
A única coisa que precisei fazer, foi apertar o play, após achar a música.
Ele sorriu, identificando-a.
- When I was youger I saw...
- Nossa música. - pontuei.
Ele concordou.
- Sim. Lembro que éramos cheios de carinhos desde o começo. - ele passou a mão no meu cabelo, acariciando-o - Já estávamos destinados.
- Claro que sim. - beijei sua mão na minha.
- E essa vai ser a história mais perfeita de todas... Espera, falando em história, sou seu namorado, você agora tem que ler uma pra mim.
Eu ri, constrangida.
- Quer que eu leia a Ultima musica? - tentei escapar.
- Não espertinha, você sabe que é o Imagine Belieber. Love me.. não é?
Eu sorri ao ver que ele se lembrava.
- Sim, é.
- Então, como anda com ela?
- Estou na terceira temporada.
- Legal, tem muito pra ler pra mim. - ele deu um sorriso largo.
- Eu tenho vergonha. - coloquei as mãos no rosto e ele riu.
- Não precisa ter. - tirou minhas mãos do meu rosto e me deu um selinho - Aliás, vai ter que escrever um Imagine com a nossa história.
Eu refleti.
- Pode ser. E falando em nós, vai ser complicado não é? Ainda tem o ano novo, se vamos passar juntos, quando você vai embora, quando vai voltar.... - estremeci ao pensar nisso.
Ele deu de ombros.
- Nada que não possamos resolver.
- Vida pública, distância... - franzi a testa.
- Nosso amor consegue superar tudo isso.
- Não sei se me ama o bastante. - mostrei a língua pra ele.
- Ah tá, só terminei um namoro de dois anos e atravessei o oceano pra te ver porque te considero pouco. - ele revirou os olhos.
- Pensando por esse lado...
- Boba. - apertou a ponta do meu nariz - Vai ser uma história linda sabia? Ainda mais com a gente superando tudo por amor.
Eu sorri com ele.
- Tem razão.
- Já pensou como pode ser o nome?
Parei para pensar um pouco e arregalei os olhos empolgada com a ideia.
- November! Sabe, foi quando a gente se conheceu e tal...
Ele deu um sorriso largo.
- Perfeito.
Sorri pra ele e me levantei do seu colo, puxando seu pescoço e colocando sua boca na minha. Deixei meus lábios deslizarem sobre os dele, macios e vermelhos, e ele envolveu minha cintura, me puxando para sentar no seu colo e me deitando um pouco, me apoiando em seus braços, como aqueles beijos de filme. Nós sorrimos entre o beijo, e ele já aproveitou para passar a língua em meus lábios, sabendo que eu abriria a passagem. Depois de explorar os cantos da minha boca, me levantou de novo e afastou nossos lábios, mordendo o meu levemente. Olhei pra ele com os olhos brilhando.
- Posso fazer uma coisa?
Ele assentiu sem hesitar e me deu um selinho.
Coloquei as mãos em seus braços, passando os dedos por seus músculos, depois coloquei as mãos por baixo da sua camiseta, passando por seu tanquinho até o peito. Senti muito bem ele se arrepiar.
- Meu sonho de consumo realizado. - comentei suspirando.
Ele gargalhou e colocou a mão em meu rosto, apertando minhas bochechas e me dando um selinho.
- Sua boba.
- Boba não, esperta. - sorri maliciosa fazendo carinho em seu peito, ainda embaixo da camiseta.
Aaaaah sonho realizado.
Saudável esse meu namorado.
Ele riu de novo e passou a mão por baixo da minha blusa, mas deixando-a fixa em minha cintura. Imagina se eu me arrepiei toda.
- Também posso.
- Mas parado por aí. - avisei-lhe.
Ele riu e concordou, me beijando em seguida e se afastando com vários selinhos.
- Shawty?
- Hm? - olhei pra ele curiosa por sua voz manhosa.
- Eu te amo. - ele disse sorrindo e meu sorriso quase pulou fora do rosto.
- Eu te amo. - respondi e encostei de novo os lábios nos seus.
Nos afastamos e ele colocou a mão no meu rosto.
- Lê Love Me pra mim? - pediu com cara de cachorro pidão.
- Aaaai Jus. - desviei o rosto pra não cair na armadilha.
Ele virou meu rosto de volta.
- Por favor? Por favoor? - e começou a me dar selinhos.
Vê se posso com isso.
- Jus.
- Por favor shawty.
Olhei-o emburrada.
- Tá bom, mas não faça nenhum comentário.
Ele riu e eu me levantei.
- Obrigado. - mais um selinho.
Isso me fez sorrir.
- Só porque amo você.
- Eu também te amo. Agora vem. - puxou minha mão, me levando pela casa - Me leia Love Me, mulher.
Eu ri dele.
- Sem abusar!
Ele riu.
- Uhum. - me olhou sorrindo e eu ri de novo. "Uhum" - E aí começamos November.
- Juntos?
- Sim, sou ótimo escritor.
Ri pelo nariz.
- Eu sei, vem, vamos começar.
- Primeiro ler Love Me.
Revirei os olhos.
- Ok. Mas vai demorar muito.
- Sem problemas.
- E depois November?
Ele assentiu como bebê.
- November. - e puxou meu rosto, para me beijar.
Essa com certeza vai ser a melhor história de todas.
Goodbye November.
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