Beijo Proibido

- O que está acontecendo? - perguntei de forma sussurrada.

     - Não sei. Só sei que... nada sei.

    Eu ri e ele riu junto.

    Ele tirou o celular do bolso, para não me incomodar, e eu percebi que o aparelho estava com o fone plugado.

    - O que tava ouvindo? - estendi a mão para o celular e ele me entregou.

    - Não me lembro.

    Tirei os fones do celular e soltei o play.

    - You are the only exception

     You are the only exception...

    - Ah! - eu sorri.

    - A música que nos persegue.

    - É.

    Ele se abaixou e pressionou os lábios contra os meus.

    Quando ele se afastou de novo, eu estava quase desmontada. Mas também sentia o erro.

    - A Selena. - disse sem aguentar mais.

   Eu sei que ele disse que pediu pra ela pra ele pensar hoje, mas mesmo assim continuo me sentindo como uma vadia no mínimo.

    Ele suspirou.

    - Está tudo bem. Não se sinta culpada. Eu já te disse.

    - Você é namorado dela, como não vou me sentir assim?

    - Para de falar disso, por favor. - ele pediu.

    Eu gemi.

    - Mas...

    - Por favor. Não pense nisso. Isso tudo é coisa minha. Por favor. - repetiu fitando meus olhos.

    Com ele me olhando daquele jeito, não tinha como eu negar-lhe alguma coisa.

    Expirei.

    - Ok. Mas depois vamos falar sobre isso.

    Ele arqueou a sobrancelha e eu ri.

    - Tá abusada moça. - ele apertou minha cintura, isso me fez cócegas, e eu me retorci.

    - Não faz isso, mongo.

    - Muito mongo. - ele esfregou o nariz contra o meu levemente e eu sorri.

  - Tenho que fazer o almoço, vem mongo? - me levantei do seu colo e já estava de pé indo dar o primeiro passo quando ele colocou as mãos em volta da minha cintura e me puxou, me fazendo cair sentada em seu colo.

   Ele beijou meu pescoço e me virou, para eu ficar sentada de lado em seu colo.

   - Você é muito fofa. - beijou minha bochecha.

   - Tá me chamando de gorda? - arqueei a sobrancelha.

   - Não sua bobona. Estou falando que você é fofa que dá vontade de morder.

   Franzi a testa com as bochechas coradas.

   - Acho que você não sabe se expressar.

   Ele riu e mordeu minha bochecha.

   - Ai. - reclamei.

   Mas na verdade eu gostei.

   Ele beijou onde tinha mordido.

   - Pronto.

   Revirei os olhos com um sorriso.

   - Agora posso ir fazer o almoço?

   Ele não me respondeu, só ficou olhando em meus olhos.

   - Juuus... - o chamei.

   Ele colocou a mão no meu queixo e o puxou, pressionando outra vez os lábios contra os meus.

   E toda vez que nossos lábios se encostavam, eu achava que ia desmaiar.

   - Você é tão linda. - ele afagou meu rosto ao se afastar.

   Eu abaixei a cabeça, sem graça.

  O rosto da Selena ficava vindo na minha mente. Respirei fundo, ele não queria que eu falasse sobre isso.

   - Posso ir agora?

  Ele levantou meu queixo, pra eu olhar pra ele, e ficou me encarando, tentando me decifrar, ao que parece. Em seguida, beijou minha testa.

   - Pode.

  Eu sorri e me levantei, mas senti seu braço ao redor da minha cintura, me abraçando de lado, e olhei pra ele.

   - Eu vou com você.

   - Vai fazer a comida?

   - Toda sozinho? - questionou.

   - Uhum.

   Ele sorriu, daquele jeito que ele sempre sorria quando eu falava "uhum".

   - Não, obrigado.

   Eu ri e chegamos na cozinha.

   - O que iremos fazer?

   - Hm... uma salada, arroz e bife.

  - Não sei porque vocês tem que comer arroz sempre. - ele me provocou enquanto eu pegava um canecão e enchia de água.

   - E eu não sei como vocês não conseguem comer arroz sempre.

   - Não precisa.

   - Por isso são obesos, só comem frituras.

   - Ei!

   Eu ri e coloquei o canecão no fogo, indo pegar o alho.

   - Eu não sou obeso. - ele protestou.

   Olhei-o pelo rabo de olho.

   Ele me encarou ofendido e eu ri.

   - Tá me chamando de obeso Heloísa?

   - Nããão, Jus. Imagina! Longe de mim! - eu brinquei com ele.

   Ele cutucou minha barriga.

   - Eu não sou obeso! - repetiu.

   - É sim! - mostrei a língua pra ele e abri a gaveta para pegar uma faca.

   Mas antes, ele me abraçou por trás, forte.

   Isso me causou reações.

   - Repete. - sussurrou no meu ouvido.

   Filho da Pattie. Isso quase me fez desmaiar ali nos braços dele.

   - Obeso. - repeti tentando deixar minha voz forte.

  - Só mais uma vez. - sussurrou no meu ouvido e me apertou mais forte, em seguida, beijou meu pescoço devagar.

   Corno.

   - Hm?

   - Me chama de obeso. - sussurrou de novo em meu ouvido e mordeu a ponta da minha orelha.

   -  Para com isso. - murmurei e minha voz tremeu.

   Eu corei de vergonha.

  Ele me puxou para o lado e me virou, me encostando na pia e me puxando contra seu corpo. Colocou as duas mãos apoiadas na pia ao lado do meu corpo, e me olhou nos olhos, com o rosto perto do meu.

   - Você quer que eu pare?

   Se ele parasse de sussurrar dessa forma sexy, eu agradeceria.

   - Jus. - repreendi, mas ao invés de sair um tom firme, saiu como um sussurro falhado.

Ele deu um meio sorriso e aproximou os lábios dos meus, pressionando-os de forma leve e afastando-se em seguida. Olhei pra ele com a respiração acelerada e ele sorriu outra vez, voltando em seguida a encostar os lábios nos meus, mas agora, com mais pressão. Eles começaram a se mover nos meus um pouco mais rápido que das outras vezes. Minhas mãos foram para seu pescoço e eu acariciei sua nuca. E lá estava ela de novo, sua língua buscando espaço para entrar. Eu permiti sua entrada e me vi mais presa ao beijo.

   Suas mãos que estavam anteriormente na pia, foram para o lado do meu corpo e desceram passando a mão por ele até a minha cintura, para abraçá-la, mas um pouco mais abaixo da cintura.

   Uhum, bem nas partes indevidas.

   Eu recebi pequenos choques de todas as partes, com a barriga revirando e um desejo enorme dele. O beijei com todo o amor que eu tinha, puxando-o cada vez mais para perto e enterrando os dedos no seu cabelo. Ele puxou meu lábio, sugando-o pra ele.

   Eu podia jurar que ia cair, mas suas mãos me seguravam.

  Ele puxou meu lábio outra vez, mordendo-o levemente. O puxei mais pra mim, ofegando, mas nós já estávamos colados, então não tinha como nos aproximarmos mais. Nossos lábios se moviam como se fossem se tocar pela ultima vez, numa urgência tremenda.
Um pigarrear indicou minha ruína.

  - Heloísa.

  Dei um pulo e tremi ao escutar a voz do meu pai.

  Ferrou tudo.

  Ai caramba.

  Cacetada.

  Vou morrer.

  Não acredito.

Me virei para a entrada da cozinha, já desgrudada do Justin, que havia me soltado, e vi ele ao lado da minha mãe. Os dois surpresos, indignados, eu podia jurar que tinha aqueles pinos de panela de pressão acima da cabeça deles. Meu pai estava muito vermelho.

Me coloquei na frente do Justin, só para garantir que aquele não seria seu fim.

Minha mãe virou para o meu pai, se controlando melhor, naquela conversação silenciosa de pais pada definir o tratamento adequado a um filho flagrado.

Apertei os lábios, só esperando começar. Queria cavar um buraco na terra e sumiu para a China.

- O-oi pessoal. - dei um meio sorriso.

- Heloísa, cadê o Miguel? - Questionou em uma voz instável.

- Na casa do Lucas. E Justin estava indo embora agora.

O dito cujo me olhou em dúvida, não gostaria de me deixar encrencada, mas não desejava ficar ali a mercê do meu pai e seus instintos homicidas. Sua mão estava fechada em punho.

- Vai - eu disse entredentes, deixando subtendido o "salve-se quem puder".

- Se precisar de alguma coisa me liga, tchau shawty - sussurrou e olhando para os meus pais - Eu... hã... desculpa qualquer coisa. Tchau.

Ele foi saindo da cozinha com os olhos em nós três, enquanto minha mãe segurava o braço do meu pai, parecia uma boa ideia caso ele tivesse cinco minutos de insanidade.

Quando ouvimos a porta da frente se fechar, os dois olharam pra mim.

Agora que eu morro.

- Heloísa.... - meu pai rosnou.

- Pai, foi.. só um beijo - a ultima palavra saiu a força dos meus lábios.

Ele bufou.

- Eu não posso acreditar numa coisa dessas... Eu estou... Acho melhor você sair da minha frente agora.

Era a melhor oferta que eu teria. Peguei o bote salva vidas e escapuli da cozinha.

                                            ♡ ♡ ♡ ♡
              De castigo. Estou de castigo.

Mas eu nem saio mesmo.

Só que ele tomou meu Netbook, e graças ao Céus, - e minha mãe, a intercessora - não tomou meu celular. E tinha a pior parte de todas: ele proibiu o Justin de vir aqui. Minha mãe ia falar com ele, pra tentar mudá-lo de ideia.

Isso por causa de um beijo. Imagine se fosse outra coisa?! Tudo bem que era um beijo proibido... mas ele não sabia isso.

Justin tinha me mandando uma mensagem, perguntando se eu estava bem, mas era na hora que eu estava por supervisão, então mandei-o esperar. Eu fiquei preocupada com ele lá fora a espera do Kenny, mas ele disse que o Kenny demorou uns cinco minutos só.

  "Pronto, estava em supervisão paterna!" - mandei pra ele.

  "E aí? Ele brigou muito? Você demorou. Estou preocupado."

  "Ele... tá muito bravo. Minha mãe vai falar com ele."

  "Não se preocupe, tudo vai dar certo."

  "Eu sei. Desculpa :/"

  "Repetindo: não se preocupe"

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