A única Exceção
- Isso serve de aprendizado pra você. Para aprender a não fazer o que lhe der na telha. - minha mãe repreendeu mexendo nas panquecas.
- Mas não foi o que eu fiz mãe! - ela me olhou de rabo de olho - Tá... talvez um pouco.
- Você foi para o Brasil assim do nada e...
- E me diz se isso não foi bom? Mãe, a Heloísa me livrou do mal caminho. Foi ela que me ajudou a me manter longe disso.
- Tá, é verdade, mas aí você foi querendo fazer agrados "porque ela é belieber" e acabou se envolvendo.
- Vai me dizer que eu devia tratar uma mulher mal dona Pattie?
- Não Justin! Seu erro foi... beijar ela. E depois ligar pra ela.
- Mas isso não foi impulso, foi sentimento. Já tinha sentimento. Ah mãe admite, a culpa não foi minha!
- Você magoou o coração da Selena. Devia ter pelo menos terminado com ela pra isso.
- Mas eu não queria perder um sentimento de muito tempo, mãe.
- Ai está seu erro, você queria as duas. Mas agora tem que decidir qual ama de verdade meu filho, se consulte.
- Qual você acha que eu amo de verdade? Quer dizer, não sei dizer se ainda amo a Selena, nem pensei na possibilidade de amar a Heloísa... - fui atrás dela para a sala de jantar.
- Está claro que você a ama.
- Quem? - perguntei confuso.
Estou perdido!
Heloísa's P.O.V
- Ah como eu amo o natal! - abracei minha mãe do nada.
Ela riu.
- Eu sei que sim, já arrumou sua roupa para a igreja?
- Claro, claro! Está tudo pronto. É o nascimento do melhor Cara que já existiu na face da terra, já estou preparada.
Meu pai riu.
- Dá onde vem essa alegria toda?
- É natal! Quem não se alegraria? - dei de ombros.
- Véspera. - Miguel me corrigiu.
- Exato. - sorri pra ele e voei para o meu quarto.
Estou toda arco-íris.
Eu não estava escrevendo IB, tudo bem que acabei a segunda temporada, mas óbvio que vai ter a terceira. Elas amaram tanto essa que eu sou incapaz de negar-lhes mais uma temporada, ainda mais quando já a planejei toda.
Hoje o fator Justin está tudo bem. Ontem nos falamos, então acho que é por isso - e por ser natal - que estou bem. Quer dizer, tenho certeza.
Me sentei na cama e peguei um novo caderno, fones e meu celular.
Selecionei a playlist do CD de natal do Justin e vamos lá.
"Eu não tinha certeza se era um sonho, mas provavelmente era. Simplesmente, porque quem estava na minha frente, era ninguém mais e ninguém menos que Bernardo.
Aquele Bernardo, que antes de vir para cá, eu havia me apaixonado.
[...]
- Sim senhora. - ele riu e começou a andar. Fechou a porta e a trancou, depois foi me carregando nos braços até sua casa, onde seu carro estava.
Eu tenho ou não o namorado mais perfeito do mundo?!"
Fechei o caderno após acabar o capítulo, aliviada.
Isso era mais do que tortura! Era masoquista da minha parte ouvir músicas como "você é meu único desejo de natal" " tudo o que eu quero de natal é você" " ei amor, os três magos seguiram a estrela, do jeito que eu sigo meu coração, e isso me levou a um milagre" e escrever a história com os dois namorando super fofos e perfeitos.
Enxuguei meu rosto e suspirei.
Eu odeio isso.
Odeio amá-lo.
Por que eu tinha que me apaixonar?
Por que tinha que ser tão difícil? Eu sabia que não ia tê-lo desde o começo.
E olha meu humor arco-íris indo para o além.
Justin's P.O.V
- Eu realmente não sei, Chaz.
Ele me encarou com a sobrancelha arqueada.
- Você é burro ou o que?
Eu ri e revirei os olhos.
- É serio. Com a Heloísa é diferente. Não sei. Eu tenho medo.
- Nossa, Justin Bieber com medo. - ele me zombou e eu dei um soco no ombro dele.
- É serio, bundão. Eu não sei, tenho medo de machuca-lá, mas, ela desperta tudo o que há em mim, todos os sentimentos e reações, de um jeito inexplicável, Chaz. Eu só sei que ela é muito especial, muito, e que eu quero estar ao lado dela.
Ele me olhou como se eu tivesse deixado escapar algo.
- É isso! Eu a amo! Chaz! Eu a amo! - eu peguei os ombros dele e chacoalhei-o.
- Nossa, descobriu isso sozinho? - ele revirou os olhos.
- Como não percebi antes?! Eu a amo, e muito. Chaz, eu penso nela todo segundo, eu a desejo a cada minuto, eu não consigo ficar longe dela. É ela Chaz, eu preciso dela! - levantei feito desesperado do banco, mas uma mão segurou meu braço.
Me virei para ver.
- Qual é Chaz, me solta cara, eu não posso perder tempo.
- Vai começar a festa do natal agora ô cabeça mole.
- Não importa, eu preciso dela. - me livrei do braço dele, mas ele me segurou de novo.
- Justin, raciocina ok? Você ia magoar sua família, é importante para eles te terem aqui. E a Selena? Esqueceu que só deram um tempo? E não é fácil assim, amigo, ela está do outro lado do oceano.
- Através do oceano, através o mar, começando a esquecer do jeito que você me olha agora. Por você eu andaria mil milhas, para estar nos seus braços, segurando meu coração.
- Legal você usar a música que se inspirou na Selena para a Heloísa. Mas e as outras perguntas?
Eu sorri meio sem graça e com culpa e suspirei.
- Acalma aí Romeu, a vida não é um livro ou um filme em que você pode largar tudo e sair correndo.
- Filme é baseado na realidade.
- Cala a boca Justin e liga pra Selena, você deve uma resposta a ela.
Mordi a boca.
- Vai me dizer que...
- Eu... foram tantos momentos, acho que isso vai ser doloroso.
Ele só balançou a cabeça e foi saindo.
- Boa sorte aí.
Suspirei e fui para o quarto, fechando a porta em seguida. Eu devia fazer isso depois? Era natal...
Mas, eu não suportava a ideia de pertencer a quem eu já não amava mais, e assim acabaria logo com a agonia da Selena pela resposta.
Por favor que ela não chore.
Olhei a agenda e disquei.
Vamos lá.
- Selena. - a chamei nervoso.
- Já se decidiu? - ela perguntou fria.
- Selena,... tudo o que passamos foi mágico. Foi... maravilhoso, você me fez muito bem.
- E qual a decisão? Olha Justin, se for ficar comigo tem que ser sem ela, porque vimos que com ela não dá.
Respirei fundo.
Não, eu não suportaria ficar sem ela.
- Eu ou ela Justin? - ela perguntou com a voz trêmula.
- Selena, não veja assim. Eu pensei muito e... não consigo.
- Não consegue...? - ela me incentivou a continuar.
- Não consigo... ficar mais assim. Selena, está claro que entre nós acabou e eu sinto muito que seja assim.
Ela ficou quieta do outro lado da linha e eu engoli em seco.
- Sel?
- Dessa vez é definitivo né? - ela concluiu com a voz abafada.
Isso me apertou o coração outra vez.
- Sim. - falei e tentei respirar, minha garganta se apertando.
Tudo o que passamos juntos começou a se passar na minha cabeça para ajudar.
- Bom, então só te desejo um feliz natal e que seja muito feliz com ela. - seu tom me quebrou ao meio.
Ela é mesmo especial, está claro porque a amei tanto.
- Desculpa, eu te desejo o mesmo.
- Um dia vai passar a mágoa, um dia vou parar de ser idiota. Adeus, Justin. - ela desligou, mas antes pude ouvir seu choro.
Eu percebi duas lágrimas pingando no meu rosto e uma sensação de vazio no meu peito.
Limpei meu rosto e respirei fundo, me recompondo.
Passou. Acabou.
Fechei os olhos e pensei no que poderia me fazer bem agora.
Heloísa.
O rosto dela veio na minha mente. Eu precisava ir atrás dela. Eu estava livre para ficar com ela.
Abri a porta correndo e corri pelas escadas, indo até a porta, mas Chaz parou na minha frente antes que eu a abrisse.
- Ela, Chaz, ela sempre foi minha única exceção! Eu achava que não poderia ser feliz sem a Selena, mas ela é a exceção, ela é a exceção pra tudo! - quando fui tirá-lo do meu caminho, ouvi minha mãe um pouco atrás:
- Que bom que desceu, querido, vamos começar as comemorações.
Ah, merda.
Me virei devagar para ela, com um meio sorriso.
- É.
- Planejava sair? - ela arqueou a sobrancelha.
- Hmm...
- Esqueça, vem. - ela me puxou pelo braço, para ir me juntar a família.
Agora que eu podia ter a Heloísa, parece que meu coração gritava por ela, no modo louco como corria, parece que minha respiração só se normalizaria quando eu a tivesse em meus braços.
Eu a amo. Eu preciso que ela saiba disso.
Ela me ama também, não é?
Heloísa's P.O.V
Aaaah como eu o amo.
Pressionei meu celular contra meu peito, onde estava aberta uma imagem dele. Eu queria ele pra mim. Só pra mim.
Me chateia não ter falado com ele hoje. E ainda mais que ele nem me mandou um "feliz natal".
- Filha, vamos. - minha mãe me chacoalhou.
Me levantei do sofá sonolenta e me apoiei nela.
- Que horas são? - perguntei com preguiça até de falar.
- Quatro horas.
Fiz careta.
- Precisávamos ficar tudo isso na vó mesmo? Estou morrendo de sono. - resmunguei.
Nos despedimos dos loucos que ainda estavam na casa da minha vó. Os primos já estavam todos dormindo por algum canto, como eu estava tentando, mas como estava pensando nele, não consegui.
Essa coisa de amor dá trabalho.
Minha mãe me colocou no carro e eu deitei no colo do Miguel, que estava com a cabeça encostada na janela. Viramos todos zumbis.
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