Capítulo 38 | O Fogo que Cruza o Ar
A ascensão e a queda
Descendo na loucura
Os escritos na parede
Começando um incêndio
Porque tudo que você realmente queria
Era só para ver o mundo queimar
Então assista isso queimar
The Beginning of the End | Valerie Broussard
— Você não esperava, não é? — a voz sem face debochou, deleitando-se com o cenário diante de seus olhos camuflados pela penumbra. — Não esperava perder o controle, sentir as rédeas escorrerem por suas mãos como água, escapando. — Houve uma pausa para um riso que ecoou na sala como um hino sádico. — Tudo isso é consequência de suas merdas, Derek. Do sangue que você derramou, das vidas que jogou à mingua e do ódio que acendeu, tudo isso ao puxar aquele gatilho.
Retaliação. Era disso que se tratava.
— O sangue que derramei até hoje não me parece suficiente. — Desarmando, aos poucos, os tormentos que antes se instalaram sobre mim, pude replicar tal sentença em um reverberar firme, porém baixo o suficiente para projetar o tom que ansiava. — Mas isso mudará quando o seu ser o próximo a escorrer pelo chão.
— Tenho certeza que para você seria nostálgico. — O som de um passo se projetou, a tensão aumentando nos que estavam ao meu lado com objetos mortíferas a postos. — Um flashback, talvez. Resgatando a lembrança do dia em que você matou meu pai. — Após isso, a escuridão deu lugar a luz.
E, na mesma velocidade em que a luz preencheu aquele breu, a compreensão recaiu sobre mim — as miras também tiveram um alvo.
Aquele rosto.
Era como uma fodida cópia — inegavelmente semelhante. Tendo a capacidade de resgatar o ódio que havia enterrado junto com aquele desgraçado. Os mesmos olhos azuis, altura, até a porra do cabelo obscuro. O semblante doente.
Era como se Aaron Mitchell estivesse na minha frente.
O primeiro homem que matei na vida. O filho da puta que se tornou meu inferno antes que eu me prendesse no meu próprio. Meu tio.
"Primo".
Mas aquela merda era desconexa. A semelhança não fazia sentido. Ele não tinha um filho, porra.
— Seus jogos são entediantes. — Apertei meus dedos sobre o metal frio em minhas mãos enquanto estudava aquele terreno. — Já deve saber que não me abstenho a jogadas enfadonhas. Mostre-me logo a que você veio.
No mínimo aviso, seu corpo poderia ser reduzido a fragmentos de carne, ovacionado por tiros. Mas em seus olhos estava ali uma promessa de que esse comando seria como cair com a mão sobre um botão vermelho. Esse que me atingiria de alguma forma.
Através dela. Ele ainda a tinha em mãos, eu só precisava descobrir como.
— Sei que deve estar refletindo sobre qual caminho tomar — engatou em seu discurso provocativo. — Mas não ouse dar sequer um passo, Derek. A não ser que queira que esse espaço se dizime a cinzas. — Balançou um objeto pequeno que estava sobre sua mão, não maior que um dedo. — No mínimo movimento, essa peça cai ao chão e aciona todos os explosivos que residem nessa base.
Filho da puta.
— Você não pode ser nada dele, Aaron não tinha ninguém. — Escolhi contornar sua tática, precisava de tempo. Além de entender tudo aquilo.
Balançou a cabeça, deu mais um passo — mas em direção ao vidro que retinha Magan.
— Ele tinha, sim. Você apenas não sabia. Eu, Asher Mitchell, tinha apenas 15 anos quando você matou meu pai naquela noite e jogou o corpo em uma vala qualquer. Não muito menos que você, hum? Quantos anos tinha? 16? 17?
— O suficiente para conseguir me livrar daquele desgraçado.
O sujeito não recebeu bem a resposta.
— Você sempre foi um verme, Mitchell! — ralhou, em um descontrole momentâneo, o rosto banhado por raiva. — Mas agora estou com a oportunidade de fazer você pagar na mesma moeda. — Maneou a cabeça na direção de Magan, que ainda se encontrava entorpecida no mesmo lugar. — Vai assistir a vida expirar do corpo da sua amada, e, o melhor, não vai poder fazer nada.
— O que te faz acreditar que não?
— O fato do ser humano ser tão egoísta que não aceita enfrentar a perda de forma rápida, prefere se agarrar até os últimos segundos que puder, porque é masoquista. Ela vai morrer aos poucos, aqui, com o ar contaminado com gás inflamável naquela sala, e você não vai fazer nada. É covarde ao ponto de não depositar uma bala no meu peito e acabar com toda essa situação com uma simples explosão.
Ele estava fazendo bem mais do que eu imaginava. Não tinha tempo, precisava agir de alguma forma. Cada segundo era significativo para Magan.
Não se deixe levar pelas fobias, cacete.
Eu ainda tinha uma carta.
— Toda essa merda que está fazendo por ele é em vão — cuspi. — Se é mesmo seu filho como diz ser, está se mostrando um idiota por quem claramente não quis você. — Não era um blefe.
Imaginar Aaron sob um papel de pai era algo que não tinha a mínima coerência. Talvez sob outros olhos, mas sob minha perspectiva — do pirralho que conheceu sua face podre, que aturou uma convivência torturante, que sobreviveu ao algoz da sua presença —, a imagem que Asher aparentava ter sobre aquele homem não se aplicava.
E por que ele nunca havia se prestado a comentar sobre nada relacionado. Nem para meu pai, seu irmão, enquanto estava em vida, nem mesmo para mim, que após ter que viver sobre seu teto tive que aturar suas merdas diariamente.
— Você roubou minha vida ao entrar na vida dele! Pisou no que lhe foi dado injustamente e jogou aos corvos o que me era de direito. É O CULPADO POR TUDO!
Estava desequilibrado. Tinha, sim, orquestrado um exímio plano, mas não conseguia assumir por completo as rédeas que tinha roubado.
Um homem em seu controle absoluto tinha direito à um momento de tremulação em seus sentidos, em sua plenitude. Mas, ao se entregar à histeria, não era mais capacitado para calcular seu jogo, para dominar suas táticas por completo. Ele se tornava escravo da mente.
Ele se tornava vulnerável.
O caminho do ataque.
— Tire ela de lá — ordenei, como o soar de uma lâmina no ar. — Só vou falar mais uma vez. Tire. Ela. De. Lá.
Asher ergueu o controle no ar ao rir, mostrando-me não ia ceder e que esse era seu triunfo.
— Por todo esse tempo, cogitei sobre qual caminho eu levaria essa vingança. Fiz muitas alianças, saí da miséria e, lidando com as pessoas certas, me ascendi sobre os lobos. Sempre estive a par de seus passos, apesar de toda dificuldade que era ter acesso à sua vida, contudo aquele lacaio traidor foi de bastante valia. E, quando você continuava a se manter inalcançável e atrapalhava todos os meus planos, ela apareceu. — Foi inevitável, movi meus olhos para a mulher novamente. Eu tinha colocado ela ali, independentemente dos meios. E, se nada fosse feito, o ar que por ali corria iria arrancar de mim a vida que a pouco tempo tinha se incrustado em meu ser. — Confesso que me surpreendeu, não de início, já que seus motivos foram bem condizentes com o Diabo que era, mas depois... Não era só mais sobre dinastia. Eu vi. Sim, eu captei em seu semblante a forma que você a tinha. Em sua mente, acreditava que era só carne, mas os olhos sempre são filhos da puta que refletem o sentir, o ser, o viver, então, através dela você ficou transparente. Não muito depois, se apaixonou pela mulher que comprou como um mero objeto. — Gargalhou alto. — Como foi tão estúpido e patético, Diabo? Uma decepção, mas não tenho sobre o que reclamar. Apenas agarrei a oportunidade que caiu para mim de bandeja!
Ergui minha visão novamente.
— Eu disse que só ia falar uma vez, Asher — brandi antes de puxar o gatilho do rifle novamente naquela noite.
Então, perante meus orbes oculares, o tempo congelou.
Os olhos do homem à minha frente se arregalaram.
Captei seu punho se abrindo.
Um baque então soou.
Fogo e estilhaços cruzando ar.
Ela conseguia ouvir e ver tudo. Sua audição absorveu cada palavra. Imaginou que aquilo fora de propósito — queriam que ela assistisse de camarote aquele show de ódio e horrores.
Houve um palpitar desenfreado em seu peito quando ele entrou na sala. Apesar das drogas que estava sob efeito e do sufocamento que aquele ar estava trazendo a ela naquela sala claustrofóbica, Magan pôde captar o momento em que Derek chegou até ela.
Ele a encontrou. E, apesar da tentativa de blefe para ganhar tempo onde ela atuou horas antes, fingindo estar contra Mitchell, a mulher sentia, lá no fundo, que havia a possibilidade que chegasse até ela.
Nunca fora a mocinha que esperava o seu príncipe vir ao seu resgate — no seu caso, o seu vilão.
Não.
Magan nunca seria a mocinha — ela não queria aquilo. Seu anseio sempre foi se erguer sozinha, achar seu caminho, viver sob suas vontades. Tudo dera errado, entretanto. Mas, apesar dos fracassos, sua resiliência sempre esteve lá. Da pior forma possível, conforme a metamorfose de sua vida, ela se habituou aos seus fragmentos e aprendeu a ressurgir a partir das partículas sem vida que adornavam seu destino — suas cinzas. Estava lá, sempre imergindo à superfície.
Contudo, sua matéria não era o ferro.
Após sondar e sondar qual saída tomaria para se libertar daquele tirano e ir embora, ela não conseguiu mais o fazer. Não tinha forças. Nem fisicamente, tampouco mentalmente.
Esgotada.
Então aceitou seu destino, embora por dentro estivesse em paz. Sabia que perdeu as chances de lutar quando jogaram baixo e roubaram seus sentidos mais vívidos. Restava apenas aceitar o fim, tendo em seu peito a certeza de que lutou até onde lhe foi permitido.
Só que o fim se dobrou no momento em que Derek adentrou no recinto — em seus olhos estava o fogo da ira queimando, na postura, a forma majestosa e única de sua pessoa, envolta por borrões negros. Sua aura sombria mesclada às vestes que ela nunca o usando.
O rosto foi o foco nos minutos seguintes. Ela enxergou nele, sequencialmente, a ira crua, a dor palpável, até o temor. Por meio das palavras dirigidas a ele, Magan quase não conseguiu acreditar no motivo daquele último semblante. Não parecia possível.
Por que ele não negou de vez? Não fazia sentido...
No meio de sua divagação, os olhos cansados puderam vislumbrar algo já conhecido ressurgir no rosto do homem que tanto ocupava sua mente com tamanha força.
Nos olhos azuis, se refratou a determinação.
Então tudo se transcorreu.
Para ela, em um borrão.
Atingindo sua perna exatamente como calculei em minha mente, Dante, que estava a menos de um minuto às costas de Asher ao aparecer por uma porta que se localizava atrás do nosso alvo, teve a distração necessária para, de modo hábil, avançar no objeto que tanto poderia ser destrutivo.
Mas, quando olhei para o lugar onde antes era a mão do fodido, apenas vi uma mancha de sangue cobrindo sua palma, motivo esse para os gritos que saíram por sua garganta.
E seguido de outro barulho. E dessa vez consegui captar o exato momento em que um projétil atravessou a testa de Asher Mitchell, o homem que lutou por minha ruína e que teve tudo em mãos, mas perdeu. O baque de seu corpo ao chão ecoou em meus ouvidos, um som mórbido.
Foi então que compreendi o barulho de vidro sendo quebrado. E, olhando rapidamente para a parede, estava ali a marca de um tiro de alto calibre.
Panthír.
Era o sinal de que havia neutralizado seu alvo e, sem margem de erro, usou sua mira para eliminar um outro alvo instável e em tamanha distância.
Havia destruído a peça que acionava os supostos explosivos.
Sem mais nada em mente além dela, não esperei mais nada para correr até Magan. Forçando uma porta emperrada que, após três tentativas de arrombamento, finalmente cedeu e me deu passagem para chegar até onde estava.
No primeiro inspirar, o que adentrou meu olfato era a representação da morte. Veneno em sua forma invisível.
— Porra. — Fui de encontro à cadeira que ela estava e, após tanto tempo longe, toquei sua pele pálida. Estava gélida, isenta do traço de seu calor.
Meus dedos levaram para fora de seus pulsos as braçadeiras que a prendiam na cadeira.
A sensação ao pegá-la no colo e ter certeza que a mesma estava viva ao perceber sua respiração lenta foi carregada de tamanho alívio oculto que mal poderia ser medido por mim.
Ela está viva. Está aqui.
Seu corpo inerte se projetou ao meu e, esquivando-se daquele ambiente contaminado, saí de dentro da sala.
— Estávamos certos; era uma emboscada. Ainda é — encarei os olhos impenetráveis de Muller quando o mesmo falou. Parecia inquieto, o semblante avisando que tinha pressa.
— Ainda é? O dispositivo foi destruído antes de ser acionado, e esse prédio não está sob nenhuma segurança armada.
Ele não me fitou ao continuar, seu foco era a mulher desmaiada em meus braços quando iniciou:
— Os dois andares dessa base estão carregados de explosivos pesados. Havia um painel no andar de baixo, não estava ligado, supus que fosse o que seria acionado manualmente. Mas há outro, Derek. — Olhou-me com algo que poucas vezes na vida vi em Dante: preocupação. — Essa sala, carregada por caixas e caixas de dinamite, possui uma contagem regressiva. No momento em que saí de lá restavam apenas 21 minutos até que tudo fosse pelos ares. Tentei desativar, mas o sistema era mais complexo do que já lidei na vida, não podia arriscar tanto assim. Então precisamos sair daqui. Agora.
O fodido havia planejado tudo. Um tiro nunca seria o suficiente comparado ao que Asher deveria ter recebido.
— Vamos pela rota que o nosso grupo veio, é a saída mais rápida — ordenei.
Sob uma escolta conjunta, fomos rumo ao andar de baixo, desviando dos corpos jogados no caminho e atentos a qualquer ataque inesperado.
Mas algo estava errado. Muito errado. Nunca era tão fácil.
Por que ele iria facilitar, então?
Meio minuto depois, no exato instante em que chegaríamos ao refeitório abandonado, eu tive a certeza de que isso não era apenas uma sensação. Principalmente quando luzes vermelhas cruzaram a escuridão que era contornada por lanternas. Houve um som de sirene adentrando em nossos ouvidos como um berro de guerra. Tudo indicava que alguma merda tinha dado errado.
— Puta merda! — alguém xingou quando portas automáticas de metal, aparentemente antes camufladas por dentro das paredes, começaram a fechar.
Elas nos selaram ali antes que tivéssemos chance de chegar à saída. Todos os acessos para nossa fuga haviam sido bloqueados.
— Mas que porra.
Menos de 16 minutos.
Firmei minhas mãos no corpo em meus braços, como se para ter certeza que ela estava perto. Magan não podia esperar, nenhum ali podia depender do passar do tempo. Parecia o fim da linha, mas o caminho precisava ser achado.
— Conferimos o suficiente; todas as entradas estão fechadas — um dos homens do comando de Dante reapareceu, confirmando o que já era esperado.
— Ainda lembra onde fica a sala de controle? — pedi a Muller, neutro, estudando a planta que ainda estava gravada em minha mente.
— Sim, o que está pensando?
— Ela fica perto da porta frontal, o acesso para sair daqui. Acha que consegue invadir o sistema e desarmar esse modo de bloqueio que nos prende antes que o lugar exploda?
— É possível. — Um homem que não se prendia a fobias, sempre fora um soldado que daria tudo si mesmo para cumprir sua missão.
— Você vai até lá, tentará destravar as portas e vai embora daqui o mais rápido que puder.
— E você? — Apertou os olhos verdes, chegando, enfim, à conclusão. — O inferno que vai para aqueles explosivos. Precisa ir com a gente!
— Você viu a quantidade, Muller. Nós, mais do que ninguém, sabemos a repercussão dessa merda. A explosão seria tão grande que sequer passaríamos da cerca sem ser atingidos. Não vai dar tempo. Precisa ser desativada.
Trabalhávamos com material desse tipo, sempre tive um fascínio pelas nuances de explosivos, e, por se afeiçoar tanto, meus conhecimentos na área se expandiram, tal como os dele, que fora treinado para lidar com inúmeras situações desse tipo. Dante sabia que esse seria o único caminho.
— Podemos chegar a tempo.
— Você sabe que não, porra!
Assumindo, pois, a promessa que havia me feito mais cedo, o homem depositou o rifle negro no chão e veio até mim, aceitando o que eu lhe ordenara.
Antes de entregá-la nos braços de meu irmão, aproximei meu rosto do dela e gravei sua imagem, a da pessoa que era guardiã de tantos motivos. A que se tornou tanto.
— Tire-a daqui.
— Senhor, eu posso tentar desarmar... — Sebastian se manifestou, mas foi cortado por mim.
— Não. Todos vocês irão tentar sair daqui. A única ordem que devem seguir é tirar minha mulher desse inferno em segurança.
Não olhei na face de Muller quando a entreguei.
Quando a levaram de mim, aquele vácuo voltou. Mas não me limitei a lamentar, era o que precisava ser feito.
Lutar até o último segundo.
eu volteeei <3
estavam ansiosos por esse capítulo? ainda vou trazer muitas respostas aqui, sendo uma delas sobre quem, de fato, foi Aaron Mitchell. acham que, como a música do capítulo diz, é o início do fim? perdão pelos erros, não tive a oportunidade de revisar corretamente.
agora, queria avisar algumas coisas.
primeiro, como antes dito, a continuação de Nova aquisição vai existir, simmm. e, para a felicidade de muitos (ou não kk) o próximo livro da trilogia Mentes Renegadas (não sei se o nome ficou bom, mas é isso ksdkj) será Legados de Sangue, onde contarei a História de dante muller. a obra já está em processo, inclusive.
segundo, estou no wattpad com uma nova história, um conto bem legal de ler que talvez ganhe vocês. o nome é Nebulas, e está disponível aqui no meu perfil. aos que farão a leitura, espero que gostem, acho que não irão se arrepender de conhecer o zane e a brooke.
o terceiro ponto não é bem um aviso, mas um agradecimento. nova aquisição chegou aos 100K, e, sério gente, ainda não caiu a ficha pra mim. eu iniciei essa história sem a esperança que sequer iria conseguir 100 leituras aqui. mas vocês chegaram até o universo de NA, e, apesar dos meus inúmeros deslizes como autora iniciante, não abandonaram a fic. daqui, conheci amizades verdadeiras, também conheci várias pessoas tão legais que provavelmente nunca teria uma interação, e eu tenho um carinho por todos, por cada um que lê, vota, comenta, compartilha, vocês fazem toda a diferença. então, obrigada. essa é a única coisa que consigo formular agora. obrigada por tudo.
©K. Lacerda
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top