Capítulo 37 | Peças no Tabuleiro
Quando eu for para dentro da terra
Eu não vou em silêncio, vou levar minha coroa
Quando eu for para dentro da terra
Ah, eles vão ter que me enterrar virado de costas
Bury Face Down | Grandson
No xadrez existiam tantas possibilidades de queda, dentre elas várias ambiciosas. O rei, aos olhos de um tolo, pode ser inalcançável — assim pensam. Tão errados...
Usufruindo de manobras, com jogadas previamente articuladas, sacrificando um mero peão e fazendo uso de uma torre, ele chegou até a rainha.
E, ah, a ela era tão valiosa naquele jogo — a passagem para a vitória.
E ele sabia o porquê, claro.
O rei era forte. Sólido.
Mas não quando sua rainha não podia ser sacrificada.
E, para isso não acontecer, haveria outro sacrifício. O rei pela rainha, a assinatura da derrota.
O que, naquele jogo, significava a ascensão do jogador ambicioso e paciente, tal como seu aguardado êxito.
— Eu superei você, Mitchell — sentado e assistindo a rainha do oponente caída do tabuleiro, ele proferiu o sobrenome, o mesmo que ele também possuía e odiava, como um praguejar.
Era quase certo que naquela noite ele não saísse dali com vida, e isso já pouco importava. Mas não iria sozinho, isso era certo.
O sangue os unira. A ira cortaria esse laço.
— O que está aprontando? — indaguei com a voz rouca, certa noite em que a tinha em meus braços, na minha suíte, nossos corpos ainda suados pelos desejos que nos dissipou.
Magan beijou meu maxilar com luxúria, seus lábios macios sobre minha pele eram cálidos. Mas ela nunca era revestida pela calmaria. Por isso o ato sucinto logo se esvaiu no momento em que ela subiu sobre mim e se apoiou em meu peito, o rosto coberto por maldade. Firmei uma de minhas mãos em sua bunda e outra sobre sua cintura.
— Você gosta disso, não é? — Sua voz saía baixa, mas não deixava de ser provocadora. — Gosta de estar no controle. — Aproximou-se. Mordeu meu lábio vagarosamente. Traiçoeira. — Gosta do poder. De ver tudo sob seu comando. — Apertei sua nádega, querendo-a, necessitando-a. Mas ela se ergueu novamente e tirou meu toque de si com suas mãos, saindo de minha posse. — Mas, apesar de sempre retrucar, não vejo objeções quando eu tomo isso de você, aqui.
Apertei o punho quando ela se contorceu sobre mim, nada contra nossa pele. Porra. Estava embriagado por aquela mulher. Desejava cada fragmento seu. E ela não estava errada. Apesar de ansiar pelo controle, assistir sua afronta era como estar diante de um maldito banquete. Podia resgatar de minha memória a forma como entreabria os lábios quando erguia o rosto e destilava o que queria quando eu estava sobre ela, a sobrancelha erguida enfatizando as intenções. Magan também era viciada no poder — era tão explícito. Ambos os princípios naquela cama eram sujos, mas, ainda assim, válidos.
— Você também se tornou dependente disso — falei, percorrendo minha mão por suas costas e lavando-a até a extremidade de seu pescoço, entrelaçando, assim, meus dedos em sua nuca. — Gosta disso. Quer isso. — Puxei seu rosto até poucos centímetros do meu, nossas respirações arrastadas, seu hálito de menta e algo doce sobre minha boca. — E, não, eu não me importo em perder tal artifício aqui. — Ela gemeu quando fiz pressão na raiz de seus cabelos sedosos. — Porque, independente de quem está sobre quem, eu estou por entre sua mente. Eu tenho você para mim. Aqui você sempre é minha. Não importa o quanto negue.
Traçando suas unhas impiedosas sobre meu peitoral, as mesmas que sempre deixavam linhas rubras em minhas costas, Magan tocou meu rosto de vagar, cada segundo carregado de calor. Sua mão pequena se firmou, depois, em meu pescoço.
— E quem possui seus sentidos aqui, Derek? — Sua língua quente percorreu meu lábio inferior. — Eu sei que não é imune. Quer ser, mas não consegue. Eu estou em seu sistema.
Colando, pois, nossas bocas, sabotei sua dissertação sórdida. As malditas chamas que nos consumiam clamavam por isso.
O nó em minha garganta impedia que a verdade saísse.
O fodido xeque-mate.
— A área é deserta, mas estamos falando de uma antiga base. A probabilidade de que seja de fácil acesso é pequena. — Dante tinha seus olhos focados na tela que exibia uma localização através de imagens via-satélite.
Era praticamente no meio do nada, em uma zona próxima à Nova York ainda — próxima em tese. Estava a consideráveis quilômetros de distância de alguma locação com vida. Uma coisa a nosso favor era que ficava entre uma floresta densa — o que significava que teríamos cobertura.
— Consegui os detalhes da construção — Panthír tomou a palavra, jogando uma planta 3D do local na tela. Obter a localização era algo que esperávamos, mas uma visão plena do campo o qual seria invadido era uma maldita carta surpresa. Muller não estava errado, afinal. — É guardada por cercas de 4 metros de altura, mas considerando o tempo desde que aquilo foi implantado é possível que tenhamos passagens nos arredores. E, ainda assim, não deixe de levar material para um possível corte.
— Dá para ver que existe uma extremidade no sul — Muller apontou, fazendo uma rotação no notebook e mostrando o local detalhado no projetor. — Seria a mais provável para uma invasão, aparenta ser um ponto fraco da propriedade.
— Por ser fácil se torna óbvio demais. Pode estar sendo monitorado.
— Só restam mais duas, se excluirmos essa e a parte frontal — continuou ele. — Uma entrada dos fundos que dá acesso à uma espécie de cozinha ou refeitório do lugar. E, também, a saída de lixo, segundo o que a planta informa.
— Ambas são válidas — a voz feminina decretou. — Podemos dividir em equipes.
Ele acenou, voltando a analisar a estrutura.
— Cuidei de toda o esquema antes do ataque. Os homens já estão cientes de cada passo a ser dado até chegar ao interior — tomei a palavra. — Eu, você e alguns outros iremos pela área do refeitório, Dante, Sebastian e mais alguns soldados irão pela outra.
Ela assentiu, não demonstrando qualquer reação perante o que ouviu.
— Devem evitar tiros nessa ala da cozinha. Pode haver recipientes com gás, o que pode levar a explosões. Não é uma boa experiência.
— Sabemos que existe a possibilidade desse lugar estar vazio ou que ela não esteja lá. Mas, se tivermos êxito, onde você apostaria que ela estará? — ouvi o questionamento do homem ao meu lado.
— É impossível ter uma noção certeira, mas não acredito que seja na ala dos dormitórios, tampouco nos lugares com grande espaço. Podia ser apenas momentaneamente, mas no vídeo vemos ela em uma sela aparentemente minúscula, totalmente lacrada, considerando a iluminação. Pode estar sendo mantida nas salas de interrogatório. — Suspirei pesadamente, sentindo, apesar das arrastadas horas sem dormir, a adrenalina se reverberando em meus ossos. Só mais um pouco, Mag. — O foco do meu grupo, após localizá-la, é caçar quem está por trás de tudo isso. Se ele estiver lá, e é esperando que sim, não vai escapar de minhas mãos. — Voltei-me para Dante Muller, o mesmo que significava bem mais que um mero sócio. Mais que um amigo. Quem, apesar de meus princípios, tinha uma fração significava da minha confiança. — Você vai tirar a Magan de lá. Sua missão, sobre tudo o que já fez para mim até hoje, é unicamente assegurar que minha mulher vai estar longe daquele lugar e segura. Desterre cada ambiente, mate quem precisar, faça o que for preciso e o que você mais sabe fazer, mas a resgate. Independentemente do que aconteça nessa base, não espere por mim, pegue ela e a deixe em segurança. Não olhe para trás, Muller.
Por trás dos olhos verdes determinados que me mediam com determinação, vi mais que um ex-fuzileiro em mais uma missão sangrenta. Vi um homem que conhecia muito, se não quase todas, as facetas traiçoeiras do mundo. Um amigo da morte. Meu irmão.
— Nem que eu tenha que dar minha vida por isso. — Seu tom rouco e pesado transmitia toda a veracidade inquestionável que o olhar glacial expressava.
Na hora certa, ela estaria em a salvo.
— Até como um enfermo você é irritante — resmunguei ao fechar o colete à prova de balas sobre meu torso.
— Minha missão de vida é irritar idiotas como você — Jacob falou através da chamada no viva-voz. Estava melhor, assim Adam, médico que estava acompanhando sua recuperação, havia informado. — Eu fui inútil, cara — confessou, depois, já em um tom baixo e carregado de culpa.
Não. Eu sabia que não havia sido. Tinha ouvido seu relato — a parte que ele lembrava, ao menos, e era claro que Sullivan não podia ter feito mais, foi um bote sem direito à esquiva — eu em seu lugar não teria conseguido impedir que a levassem.
— Você fez o que pôde, Jacob — eu disse, com sinceridade. — O alvo era nós dois, aquele carro estava preparado para me derrubar, sabiam que o veículo era minha preferência. Nada poderia ter evitado. E eu vou trazer ela de volta — garanti.
— Você percebeu, não é? — Não havia brincadeira em sua fala enquanto ele se referia à nossa conversa passada.
— Sim, só espero que não seja tarde. — Algo em meu âmago tomado por sombras se contorceu com a possibilidade. Ainda não, Mitchell. Foco.
Então, uma risada fraca, apesar da tensão e nervosismo nas palavras seguintes.
— Você vai garantir que não seja. Não a decepcione, Mitchell. — A linha ficou muda.
E, enquanto seguia como um rifle em mãos pelo corredor, reconheci que não importava o quanto fosse pagar. Ela valeria tudo.
Entrei em uma das quatro vãs negras, rumo às duas horas de viagem até a localização que tínhamos. No banco do carona enquanto ia ao lado de Muller, refleti sobre as chances de estar indo para uma falsa pista. Se aquela base estivesse vazia o cenário iria se agravar ainda mais. E se Magan não estivesse lá...
— Você não ficou vulnerável como supus que o fizesse. — A quebra de silêncio me salvou da minha própria mente.
— Estou por um fio. — Uma linha tênue que se estendia entre as coisas que eu sentia e entre meu auto controle fazia um balanço que me levava a vestir a postura que vinha assumindo há horas. — Todo o meu foco é ela, mesmo que eu não esteja gritando aos quatro cantos que essa merda está fora do controle. — Estava sendo sincero, mais transparente em uma conversa aberta do que há muito tempo não o fazia.
— Eles sabem o que ela significa. Mas, no entanto, subestimaram você ao pensar que simplesmente entregaria o jogo.
— À essa altura você já deve imaginar que, por ela, o preço não importa para mim, Dante.
— Isso já está claro. O que nem eles e nem você estão percebendo é que só vai recorrer à entrega das cartas quando já tiver tentando tudo. E esse "tudo" não se resume a pouca coisa. — Voltei-me para ele, assistindo de relance sua postura centrada enquanto conduzida o veículo em um limite de velocidade gritante. — Você é o Diabo, não é?
Por baixo do céu escuro e noturno, a visão que tomou meu foco cessou nossa conversa. O carro que a mercenária conduzia parou em uma cabana caindo aos pedaços, já afastada da estrada principal.
A partir daquele momento, estávamos em ação.
Desci da vã, sendo acompanhado por todos os outros que vinham no compartimento de trás.
Com exceção de nós três, 20 dos melhores homens que trabalhavam para mim estariam em campo, todos devidamente vestidos com roupas militares escuras e armados ao extremo. Outros cinco já haviam vindo poucas horas atrás, por outra rota e estavam, agora, em guarda, camuflados e sondando a área.
O manear que Sebastian nos deu era o sinal que, segundo eles, tudo estava neutro.
Guiados pelo GPS, imergimos mata à dentro, seguindo em uma trilha minimamente planejada, a qual evitava ao inimigo qualquer previsão de nossa chegada. Cada detalhe foi premeditado para que chegássemos em surdina naquela noite.
Seguimos, pois, cerca de meio quilômetro. Até que pude avistar um penhasco, o qual a visão plena da construção militar que contava com iluminação e cercas à sua volta.
— Não está vazia.
— O grupo Águia informou que pode vislumbrar movimentação e — Sebastian cessou sua fala ao levar a mão ao ponto alojado ao seu ouvido. Pareceu estar recebendo mais informações. — Há homens de guarda. Movimentações nos portões e vigias em uma torre.
— Nosso ponto está limpo? — a loira pediu, ajustando sua AK-40.
— Sim, nenhum sinal de patrulha.
Recebi um olhar positivo de Dante, o mesmo que possuía um ponto em seu ouvido que replicava para si a conversa que Sebastian havia ouvido.
— Vamos nos aproximar, em um número de 10, e quero todos os outros em ação após o sinal. — Não olhei para o rosto de ninguém ao sentenciar o plano antes discutido.
E, atentos, nos aproximamos em surdina, contornando o terreno íngreme e traiçoeiro tomado por vegetação e várias árvores.
Não demorou muito para que tivéssemos acesso à cerca que nos levaria ao interior — o buraco considerável que nos deu passagem foi um ponto positivo. Encontrei os olhos atentos voltados para mim e acenei, tomando a divisão como próximo passo. Nós dois e os demais que nos acompanhavam nos esgueiramos pelos pontos cegos pela iluminação, encobertos, também, por carcaças de veículos que ali estavam abandonados. Foi possível chegar até a entrada do refeitório, e, com a mulher com a mira centrada na porta e tendo escolta sobre nossas costas, toquei na maçaneta da porta consumida pela ferrugem e forcei a entrada.
Estava aberta.
Com o pé, Panthír empurrou a mesma em um baque surdo e adentrou, varrendo toda a sala deserta com a lanterna colada ao seu fuzil pronto para destilar munição no primeiro movimento perceptível oriundo de qualquer vida ali existente, tal como eu também o fiz.
O espaço estava vazio.
Diminuindo a frequência da iluminação, a procura iniciou. Tinha gravado em mente cada canto da planta que tive acesso. Tomando a frente, segui pelo corredor que dava acesso às outras alas.
— Muller para Mitchell — o microfone plugado ao meu ouvido soou.
— Na escuta — disse em um sussurro ao pressionar o ponto.
— Apaguei dois guardas. Fiz uso de um silenciador, ainda estamos em surdina. Nenhum sinal dela.
Porra.
— Nossa área ainda está neutra. O quão perto estão?
— Próximo à sala de treinos. — O prédio de um andar era consideravelmente grande. O que era uma coisa negativa.
— Mantenha contato se houver mudança.
Então um barulho ecoou no andar de cima. Parecia uma conversa, soube que era um caminho a se fazer. Subimos as escadas, encontrando uma luz fraca vinda do fim da mesma. Sinalizei para o lado, insinuando que nos escondêssemos atrás de duas colunas, ficando na penumbra. Cinco capangas estavam ocupados em uma conversa, todos com armas em mãos.
Mas não era um problema. Eu queria ver sangue.
Um troca de olhares e acenos foi o necessário para a chuva calculada de tiros deixar as paredes e o piso banhados do líquido vermelho e asqueroso. Mal tiveram tempo de reagir. Um filho da puta havia resistido, tinha tido a vida poupada por ora para que nos fornecesse a localização de Magan, caso ela estivesse ali de fato.
— Onde ela está? — questionei em fúria letal ao, após chutar sua arma para longe, pisar em sua perna ferida e analisar seu rosto contorcidos pela dor.
— Eu não sei! — brandiu. Mentira. Peguei a adaga presa à minha perna e finquei em sua outra coxa, puxando o cabo cravado até seu joelho, retalhando sua carne. O clamor sôfrego que veio dele poderia ser uma cena de terror para muitos, mas nunca para mim. — DESGRAÇADO! EM UMA SALA A DOIS CORREDORES APÓS ESSE!
— Vamos! Logo chegarão até nós — Panthír avisou quando ouviu o suficiente e atirou no meio do rosto do verme.
As câmeras coladas às paredes estavam desligadas, mas o som dos tiros era o suficiente.
E também um sinal, mas não só para eles.
Um barulho, seguido de uma explosão premeditada ecoou do lado de fora.
Haviam recebido o recado.
No momento em que explorava os possíveis locais que poderia encontrar Magan no andar de cima e aniquilava os malditos encontrados no caminho, mais passos pesados no piso de baixo diziam que tínhamos companhia.
— Alguém na escuta? Câmbio. — Dessa vez não foi Dante quem entrou em contato. Reconheci ser Leblanc, um atirador de elite que fazia parte dos que haviam vindo para o terreno em nossa frente.
— Fale, soldado. Equipe A na escuta — com a voz de uma general que provavelmente já havia sido um dia, ela disse.
— Há um elemento em um raio de 450 metros de distância da base, no lado leste. Está sozinho, com um sniper em posição, a mira está pronta e deve ser na mesma direção de vocês. O que intriga é o fato dele provavelmente ter visto a invasão e não ter reagido.
— Deve estar esperando um comando. — Olhou para as janelas de vidro, as mesmas que poderiam se estilhaçadas por um projétil .50 a qualquer momento. — Leia seus passos e me passe atualizações. Esse cara é meu.
— O que? — ralhei.
— Não tenho dúvidas que esse é o nosso homem. Faz parte de um plano maior, Mitchell. E vai fazer a porra da cabeça de alguém explodir agora mesmo se não for sanado. — A voz era morta, glacial.
Porra.
E isso também significava que não seria qualquer um a derrubá-lo.
— Evite essa merda, mas não seja idiota, Panthír — destilei a advertência velada, um aviso para o caso dela não fosse esperta ao escolher em qual lado ela estaria naquele tabuleiro.
— Você não me conhece, Diabo, mas não sou apenas uma máquina de morte volátil. — Deu-me as costas com passos firmes. — Você tem minha palavra, e ela é bem mais do que alguém como você merece.
Cadela arrogante.
Movimentando-me distante das janelas, continuei a busca em direção aos corredores dubiamente informados. Não encontramos mais ninguém no caminho, entretanto.
Eu estava indo em direção à uma armação, sabia disso. Estava sendo fácil demais.
Mas não temia o que poderia achar por entre aquelas paredes.
Quando invadimos algo que parecia uma sala de reuniões grande, a última entrada do corredor, as luzes que antes nos guiavam estavam apagadas.
Apenas uma parede de vidro que parecia com uma tela transmitindo uma cena de horror estava iluminada.
Era uma janela de vidro que dava a visão de um quarto.
Dentro dele havia uma mulher, sentada em uma cadeira. Os ombros caídos.
Ela tinha o olhar fosco, a vida parecia não habitar nas íris que me lembravam um oceano.
Aquela visão foi recebida como um bombardeio dentro de mim. Foi diferente. Foi novo. Foi mil tiros à queima-roupa.
Foi como arrancar minha vida.
A dor, anestesiada desde décadas, veio. Nunca tinha sentido ela tanto como naquele momento.
— Magan — chamei, ciente que ela não estava ali. Sua mente e sentidos estavam perdidos em outro universo.
— Eu fiz você sentir — uma voz masculina pesada saída da escuridão se reverberou. O som das armas sendo apontadas por meus homens para a direção da mesma preencheu o silêncio sufocante. Fechei os olhos, acompanhando o buraco negro que por baixo da carne do meu peito devorava minha alma fodida. — Eu fiz o rei cair. Estou cobrando minha dívida, Derek. — Riu, então. — Ou devo dizer querido primo?
NOTAS
AK-47: fuzil de assalto de calibre 7,62x39mm.
.50: cartucho; foi usado para se referir ao calibre de um fuzil de precisão (sniper).
hi!
qual é, exatamente, o nível de vontade que vocês estão de tirar minha preciosa vida? kssksks eu amo vocês, apesar de >raramente< não parecer.
esse capítulo pode ter ficado um pouco maçante ou chato, mas a parte da ação que tanto amo teve que vir. e me desculpem pelos erros kk
vou me esforçar para voltar com mais na próxima semana, juro. e também quero agradecer por todos os comentários que vocês deixam aqui. sempre tô acompanhando quando vejo as notificações, me emociono com muitos, assim como tenho surtos de risos com outros. sério, obrigada, vocês são demais, e não estou muito presente respondendo como costumo fazer, mas eu vou tirar um momento pra responder todas as interações que me motivam tanto a escrever.
bye, amores.
©K. Lacerda
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