Capítulo 35 | Vendetta


Navegue comigo no escuro

Sail | Awolnation

Diante do cenário, supus que um fodido nome, entretanto, não nos levaria até o autor do ataque, tampouco para quem realmente estava manipulando toda essa merda. Mas aquela mulher não parecia idiota, estava aqui com cartas ocultas e algum ardil.

    — Por meio de Muller pude ver o nível de dados que vocês tinham, que se resumem a nada. Acredito que quem ele consultou conseguiu isso ao jogar a digital parcial no sistema e chegou à divisão TOP SECRET e recebeu apenas o aviso de "CONFIDENCIAL", apesar de ter laços com a Segurança Nacional. — Muller assentiu. — Foi apagado seu rastro para o resto do mundo há um bom tempo, mas não tempo o suficiente para que escapasse por minhas mãos — ela iniciou. — Ninguém sabe exatamente quem é, o total de informação disponível que pôde chegar até mim foi que ele é um ativo vermelho do governo, embora também trabalhe por fora, um mercenário que dispõe de seus serviços para fodidos licitantes do alto escalão. Além dos altos, consegui descobrir que veio provavelmente da Sibéria. É implacável em dizimar chefes de Estados que são fortemente vigiados 24/7. Isso deve explicar como ele conseguiu quebrar a segurança impermeável que você colocou sobre sua mulher.

    — Russos? — Dante indagou, considerando a origem do desconhecido. — Isso deve ser uma hipótese que não pode ser descartada, mas não faz o mínimo sentido. Não há atrito entre as máfias. A única explicação poderia ser o controle desse território, mas, ainda assim, o líder iria precisar ter merda na cabeça para declarar guerra nesse tempo.

Meus olhos se encontraram com os seus em um questionamento; precisava saber se todos dessa sala eram confiáveis a essas informações. Se ela era. O aceno breve foi minha confirmação.

    — Sim — concordei. — Mas não sabemos por quanto tempo isso está sendo planejado, tampouco o quão preparado ele está. Além disso, ele pode ter pegado essa missão por meio de alguém daqui. O que preciso saber é quem está por trás dele.

    "Conheça a si mesmo e ao inimigo e, em cem batalhas, você nunca correrá perigo; conheça a si mesmo, mas desconheça seu inimigo, e suas chances de ganhar e perder serão iguais."

    Estavam em uma maldita vantagem por estarmos parcialmente no escuro, e isso trazia muito mais risco para ela.

    Informações. Informações iriam nós ser de valia para driblar esse embate, e, então, eles mal iriam ver quando fosse nossa vez de atacar.

    — O poder sempre é um combustível suficiente —a até então desconhecida disse, o tom de sarcasmo quase perceptível ao se referir aos supostos motivos que foram estopim para esse caos. — Nosso homem nunca deixa rastros, não se não quiser — voltou às explicações que antes seguia. — Mas, entretanto, acabou se conectando a idiotas ao pegar esse negócio, ao que vejo.

    Ela se aproximou de meu computador e, sem se importar em dar a mínima satisfação, começou a teclar coordenas no teclado. Observei as imagens que saíram em menos de um minuto na tela. Eram cenas de trânsito, um feed de seis vídeos apareceu diante de meus olhos.

   — Essas imagens já foram analisadas antes — sondei, fitando o percurso dos três carros que se movimentavam na rua de sentido único. Foram os malditos momentos antes de explodirem os dois Audis. Investigamos cada um que tinha permissão para o manuseio dos mesmos, tal como os que sequer tiveram contato com os veículos. A resposta para quem havia implantado os explosivos ainda estava vaga.

    — Observe com atenção — instruiu, ardilosamente, mesmo ciente de que eu já o fazia. Então, no terceiro vídeo, era possível enxergar que havia um fodido veículo que ultrapassava os três carros em sincronia e sumia em outras ruas. Seria um ato inocente, caso não tivesse o feito três vezes seguidas após fazer retornos apressados em outras ruas, detalhe percebido após ela ter refinado cenas de horas e transformando-as apenas em poucos minutos. Estavam sendo seguidos o tempo todo.

    — Agiram em surdina, mascarando a corrida ao entrarem em outras rotas. A horda de carros deixaria tudo circunstancial — falei após deduzir a tática usada. Nunca iriam perceber, era um movimento aleatório demais. — Como conseguiu captar isso? — perguntei com a atenção voltada na cena, assim como a sua.

    — Tenho meus meios, e não culpe sua equipe de TI por não ter chegado até aí — sinalizou para o Nissan Versa que diminuía a velocidade ao compasso em que tudo iria acontecer. — Meus contatos são bem eficientes e versáteis. — Isso explicava o fato de ter conseguido esse material em tão pouco tempo.

    — Após essas informações, a identificação do carro, descobri que o veículo foi alugado em uma locadora na Filadélfia — Dante tomou a palavra, não deixando para trás sua eficiência. — Foram idiotas ao ponto de não usarem um nome falso ou até mesmo usar uma placa fria, provavelmente seguros de que nunca iríamos chegar até o veículo. — Sua expressão estava fechada. — Está o nome de Jeffrey O'Connor.

    — O'Connor? — Voltei meu olhar para o seu, uma pergunta que significava muito. Porra.

    "Não existe lugar em que a espionagem não possa ser empregada."

    Os ensinamentos ecoaram em minha cabeça, alertas.

    Muller maneou a cabeça, lentamente, consentido.

    — Jeffrey O'Connor. Irmão de Marco O'Connor — a voz fria da mulher ao meu lado sentenciou. — Um rato.

    Estava diante dos meus olhos o tempo todo. Ele esteve presente na tortura em nossas investigações gerais sobre os ocorridos recentes, apesar de não estar a par de nossos planejamentos, tinha livre acesso aos veículos e possuía informação suficiente para fornecer ao inimigo.

    Tinha.

    — Onde está o titular do aluguel?

    — Foi encontrado morto em seu apartamento, três tiros no peito.

    — E o irmão? — não fitei nenhum dos dois quando inqueri friamente.

    — Subsolo.

    Decidi que era hora de fazer uma visita ao mesmo. Abri e fechei as mãos, um formigamento familiar se instalando nas mesmas. Era a vontade de infligir dor, o anseio para fazer com que o fodido se arrependesse por ter participado desse monte de merda o qual Magan estava pagando as consequências, tal como Jacob. Por ter traído a organização. Ele iria saber e, principalmente, sentir o que por tantas vezes assistiu como um espectador.

    Após todo o tempo me controlando, senti os efeitos da ira incubada durante as últimas horas. Queimava. E, enfim, explodiu quando avistei o merdinha erguido por correntes. Seu rosto assumiu uma expressão zombeteira quando notou minha presença.

    Sentia a arma em meu coldre exclamar pelo fogo.

    — Então você chegou a mim. Aconteceu mais rápido do que imaginei. — Um sorriso surgiu nos lábios ensanguentados. Todo seu rosto estava, na verdade. Era o rastro de Dante, ele obviamente havia passado para ter uma boa conversa com o bastardo.

    Ainda calado, coloquei minhas luvas de couro, meus olhos não saíam dos seus. Encaixei o soco inglês em meus dedos.

    — Sabe o que me faz ignorar o ímpeto de estourar seus miolos agora? — fui até ele, selando minha mão livre em seu pescoço e apertando com força. Seus olhos escuros se arregalaram e seu rosto se contorceu, começando, depois, a mudar de cor pela falta de ar. — Meu anseio por ouvir seus berros pedindo por clemência enquanto eu acabo com sua vida aqui nessa cela.

    Ele não teve tempo de responder, pois, ao soltá-lo, meu punho direito foi em direção ao seu rosto. O som ecoou por meus ouvidos, algo em seu rosto se partiu. Sequer esperei para saber o que, logo vários outros golpes foram desferidos por mim. A raiva enfim estava sendo bombardeada por minhas veias em uma torrente após todos os momentos em que busquei o controle.

    Cessei o ataque e o peguei pela gola de sua camisa social, antes branca, agora ensanguentada.

    — Onde ela está?! — rosnei em seu rosto deformado pelo objeto em minhas mãos. A carne de sua face quase estraçalhada por completo, visível. — QUEM A PEGOU?!

    Ele tentou abrir os olhos, mesmo gemendo em dor no processo.

    — Aquela vadia? — cuspiu. — Acredito que já não resta muito dela nesse momento. — Riu baixo, sem forças. — É uma pena eu também não ter aproveitado a bocetinha deliciosa daquela puta.

    Raiva. Ah, a raiva e a fúria não chegavam nem mesmo a cobrir o que sentia agora.

    Dei três golpes em seu abdômen, ouvindo seu som de agonia em seguida. Uma melodia sádica. Foda-se os princípios que existiam, sua dor era um meio de apreciação nessa hora.

    — Onde. Ela. Está?!

    — Você nunca vai tê-la mais — murmurou baixo. — Sabe, Diabo, eu quero que você e aquela vadia vão ambos para o inferno. — Abriu ou olhos desfalecidos. — E, ainda mais, sabe por que traí você e toda essa escória?! Porque cansei de ser seu verme, filho da puta! Seu declínio está por vir, ficarei feliz por ter contribuído para isso. Para sua derrota.

    — Não me surpreendo por suas insatisfações de merda. — Ergui seu rosto segurando sua garganta. — É isso que fazem homens sem honra. Mas vai ter o que merece, O'Connor. — Sorri sadicamente. — Você se tornou a puta de quem? Quem está por trás disso tudo?

    — Eu não sei. — Voltou a rir, zombeteiro. — Tudo o que eu sei é superficial, tudo o que provavelmente você já sabe à essa altura. Não vai tirar nada de mim com suas torturas. Me assegurei disso.

    — Do que está falando? — Intensifiquei o aperto.

    — Sabia que se tudo fosse jogado no ventilador vocês iriam me interrogar, por isso não busquei saber de nada. Só que iria ganhar muito dinheiro e que você iria se foder. — Gemeu baixo, quase sem conseguir falar. — Não sabe quão satisfatório foi ver ela e aquele idiota entrarem naquele carro com destino à ruína. Como é saber que daqui a pouco tempo vai receber o corpo dela completamente abusado e destruído? — Seu semblante era de um maldito débil.

    Afastei qualquer hipótese disso, não iria deixar que acontecesse. Eu devia isso a ela Perdê-la assim nunca seria uma opção.

    — Eu sei o que está tentando fazer — decretei, largando-o. — Pensa que vou me descontrolar e acabar com sua vida rapidamente movido pela fúria. Seria fácil, não? Mas você não me conhece, o desgraçado que tem você como marionete não me conhece. Só sabem o que eu quero que saibam. — Afastei-me dele, indo até a mesa e pegando uma ferramenta em mãos, uma forquilha do herege. Olhei de relance para seu rosto. — Um líder nunca pode agir mediante sua ira, suas emoções, isso o deixa fraco. E um líder fraco, sim, está fadado ao declínio. — Ri macabramente. — Acha que sou fraco, Marco?

    — Ela é sua fraqueza.

    — Ah, não — neguei com a voz mansa. — Ela me fortalece, vocês me mostraram isso hoje. — Finquei uma adaga vagarosamente em sua perna, ouvindo seu grito logo em seguida. — E eu vou mostrar isso a todos quando trazer ela para mim novamente e destruir esses bastardos. Porque por ela eu vou fazer tudo, não existirão limites. Mas, sobretudo, vou ser o filho da puta implacável que nunca tem piedade.

    Sua confiança vacilou diante de minhas palavras frias e seguras. E ela logo foi embora quando ri em sua direção e destilei a primeira hora de sangue de muitas outras que viriam.

    Iria trazer o inferno até ele. E iria aproveitar cada minuto.

— Derek. — Dante entrou na sala, interrompendo o curso de dor que eu infligia com um alicate na pele de O'Connor.

    As horas se passaram em um sopro, havia perdido a noção do tempo. Os gritos roucos que preenchiam o ambiente eram uma distração. Apesar de terem sido reduzidos a sons sussurrados quando coloquei a forquilha em seu pescoço, incapacitando, com auxílio do garfo metálico abaixo de seu queixo, de movimentar essa região.

    Nenhuma informação. E, aparentemente, ele não mentiu ao dizer que não tinha informações necessárias — ou estava sendo forte o bastante, esse era um pré-requisito para os que estava na minha folha de pagamento. Tudo o que havia confessado sob pressão de técnicas agonizantes com agulhas, mutilação e flagelamento não era sólido o bastante. Ele havia se vendido por nada. Era patético.

    — Algo novo? — perguntei sem fitá-lo.

    — Entraram em contato.

    As três palavras ecoaram em minha mente como um alarme, captando minha atenção.

    — O que temos? — virei-me em sua direção, depositando o alicate sobre a mesa, vagarosamente, e retirando as luvas.

    — Um arquivo criptografado. Panthír está descodificando no momento. — Diante das 24 horas do ataque era provável que seria uma ameaça velada a ela, estavam atiçando.

    Ao sair pela porta e me voltar para o homem de guarda a mesma, dei instruções claras.

    — Vigie essa porta até meu retorno. Se possível mantenha-o lúcido até lá.

    — Está feito, senhor — ele assentiu, mantendo o olhar centrado.

    Acompanhei Muller pelos corredores, em passos silenciosos, e logo chegamos à sala.

    A mulher — chamada Panthír, segundo Dante — estava diante de um notebook negro, o som ritmado das teclas ecoando no lugar.

    — Consegui chegar ao que há dentro — informou sem nos fitar. — É um vídeo de quinze segundos e uma mensagem. — Direcionou a tela em nossa direção.

    Era ela.

    Ao dar play, as imagens mostraram-na em uma sala escuro e mal iluminada. Estava sentada e usando suas próprias roupas, ainda do dia anterior. Seu rosto estava sereno, abatido, e havia algo diferente nela. Apertei o punho ao notar a seringa no chão próximo à Magan.

    — Ela está drogada. Estão aplicando drogas nela. — Meu punho foi em direção à mesa, criando um eco grotesco em meus ouvidos. — Fodidos. — Expirei uma raivosa respiração frustrada.

    — Porra — Dante deixou escapar.

    Toda essa merda era culpa minha, o perigo que havia chegado nela por meio de mim. Magan não merecia passar por aquilo novamente, seus estilhaços... Eu não sabia até onde conseguiria suportar.

    Nem iria esperar para saber.

    — O que a mensagem diz? — sondei, ainda com os olhos presos na tela.

    Aguente só mais um pouco, diaba. Tudo vai acabar logo., murmurei em meu interior, o mesmo que estava oco.

    — Parece uma citação ou algo assim. Mas há uma mensagem dentro das entrelinhas. — Panthír logo nos mostrou o texto que estava anexado ao vídeo.

    — "O único veredito é a vingança; uma vendetta, mantida como votiva, não em vão, pelo valor e a veracidade de tal, deverá um dia reivindicar o vigilante e o virtuoso." — recitou Dante. — De ontem infernos isso veio? Algum livro?

    Neguei com um manear de cabeça.

    — Não. É de um filme — expliquei vagamente, resgatando de minha memória. — V for Vendetta.

    — Então isso nos leva a um cenário bem mais nítido, Mitchell.

    — Aparentemente não se trata de poder, é notório que é pessoal. — A loira me fitou com seus olhos claros, condizentes à impermeabilidade deles.

    Levantando o perfil parcial de quem está por trás disso, percebemos que é ardiloso, se preparou há um bom tempo, além de ter um assassino de elite ao seu lado. Quem?

    — Consegue rastrear a origem dessa mensagem?

    — Preciso de algum tempo, a proteção deles é forte, ainda assim. Apesar de ser uma anomia. Eu esperava mais resistência, considerando as circunstâncias deles.

    — Talvez esse seja o plano. Eles possuem a isca, que é sua mulher, agora nos jogam essas migalhas que fazem o rastro até eles. Até uma emboscada. — A voz de Dante não passava de um sussurro em meus sentidos.

    — Quanto tempo vai demorar? — inqueri, firmando as mãos na mesa novamente e tirando os olhos do vídeo em minha frente.

    — Talvez horas.

    — Prepare todo o armamento necessário, reúna os melhores homens, e me aguardem na sala de operações. Vamos orquestrar esse cerco.

Aproximei-me do homem com um galão de gasolina em mãos. Não demorou muito para ele ficar alerta enquanto eu despejava o líquido em todo seu corpo. Estava antes apenas em um transe, uma vez que a peça alocada a seu pescoço impedia o mesmo de ceder a guarda.

    Depois, já novamente com minhas luvas e uma adaga em mãos, fitando seus olhos exasperados e banhados em raiva pura, eu cortei seu membro, ouvindo em seguida o grunhido aterrorizado pela dor aparente, suas feições também gritavam, de certa forma. Um pedido de clemência. Mas não esperei que isso se estendesse mais. Puxando sua cabeça para trás, coloquei a parte medíocre de seu corpo em sua boca, fazendo com que, no processo, o metal pontiagudo contra sua pele por fim fincasse.

    — Está aqui o que você merece, filho da puta — despejei ao me deslocar para ter em mãos um maçarico logo depois. Ri diante de sua imagem. — É o seu fim. — Falei ao liberar a onda de fogo.

    Toda sua pele foi preenchida por chamas, seu corpo começou a se contorcer, ainda pude vislumbrar o momento em que as chamas crepitaram, assíduas, ao seu entorno e adentraram sua pele. Nenhum sinal de gritos altos e exauridos, não quando estava incapacitado de o fazer.

    Seria a primeira morte hoje — a primeira de muitas outras que viriam.

Z O N A   D E S C O N H E C I D A

0 6 : 0 2  P M

Seu corpo estava inerte. Ela não sentia muita coisa, tampouco podia. Não quando o sangue escarlate e vívido que corrida por entre suas veias não estava tão limpo. Aquela coisa lhe roubara parte de seus sentidos, mas não todos, no entanto.

    Apesar de mal poder ter controle sobre seu corpo enquanto depositada naquela cadeira, ela ainda conseguia, mesmo com o oco dentro de si, pensar.

    E apenas uma coisa se permutava sólida perante seus pensamentos embaraçados.

    A raiva.

    Ah, ela tinha raiva do curso das coisas. De como tudo saía do controle. Da forma em que tomavam sua vida de suas mãos.

    Seus olhos piscaram, causando um apagão em sua visão por um segundo. A mesma visão turva que encarava uma parede escura, e, como pudera sentir antes de ficar na inércia que se encontrava, o odor de mofo era inebriante e deixava tudo aquilo mais miserável.

    Teve a sensação de ter ouvido alguma coisa distante, mas não se prestou a sondar o que. Talvez nem conseguisse.

    — Olá, querida — alguém disse.

    Talvez fosse uma alucinação? Ela não sabia, e como poderia? Por cerca de três horas atrás teve mais delírios do que poderia contar.

    — Está tão serena, não? — Um riso. — Tão diferente daquela figura selvagem que queria minha morte.

    Ela pôde, agora, não apenas pensar na raiva, mas senti-la.

    — Tudo está mais perto agora. Logo vai acabar. — O desconhecido segurou seu queixo com força, levando os olhos opacos de encontro até sua face. — O fim de vocês está próximo.

    Ela não disse nada. Embora tivesse imaginado que ele estava errado.

    Ela iria viver, havia tomado essa decisão — era o seu alvedrio. E não seria ele a acabar com aquilo. Se preciso, ela mesma acabaria com ele antes. 

NOTAS

V for Vendetta (V de Vingança): é um filme de ação e um suspense de 2005, e narra a história de um defensor da liberdade que luta contra a tirania de um governo na Inglaterra, sendo considerado por muitos um anarquista e até mesmo terrorista por seus feitos.

Forquilha do Herege: objeto de tortura usado na idade média. Era basicamente um "garfo" de metal com duas extremidades pontiagudas anexadas ao pescoço da vítima.

Como avisado antes, as duas frases entre aspas e em itálico são citações de Sun Tzu.

OI, VOLTEI ^^

eu sei que ninguém sente minha falta, mas ok jakhkh gostaram do capítulo? a ansiedade tá on? pioraria se eu dissesse que nossa garota vai dar as caras no próximo capítulo? espero que si... digo, fiquem calmos kakkkk

obrigada por ler, e não esqueça de deixar o votinho (nunca canso de pedir, eu sei).

©K. Lacerda



Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top