Capítulo 27 | Alfas e Grãos em Névoa
Isso não é amor
É mais do que paixão
[...]
Lá vou eu de novo
Bagunçando sua cabeça
Fodendo com todos os seus sentidos
I Fucking Lust You | D'African
Magan me analisou em demora e, enquanto isso, eu assistia àquela sua imagem tão sensual. O corpo curvilíneo e gostoso encoberto pelo lençol negro. Seus cabelos jaziam bagunçados em um emaranhado de fios castanhos que caíam em seu obro nu. Os lábios carnudos entreabertos eram uma tentação à sanidade de qualquer homem. Ela era uma tentação.
E uma tentação deliciosa a qual tive o fodido prazer de ter sob mim.
Em um ato volátil, ela semicerrou os olhos ariscos e, segurando o tecido que a cobria, e veio em passos lentos e seguros até mim. Permaneci neutro. Ou me forcei para o fazer assim que ela chegou próximo o suficiente para que eu sentisse sua respiração tão próxima.
Puxando os lábios em um movimento carregado de volúpia, Magan passou a me encarar com um olhar predatório, como uma leoa pronta para seu ataque. Mas eu nunca seria sua presa, e ela sabia disso. Meu pau, que já pulsava sob a toalha no momento em que a vi deitada sobre a cama, agora estava duro como rocha com seu ato de ousadia.
— Não. — A pequena palavra reverberou-se pelo quarto da suíte.
E eu não estava surpreso, tampouco irritado. Talvez por já conhecer o suficiente aquela mulher. A que convivi por tempo suficiente para captar sua essência. A mesma a quem fodi há poucas horas. A mesma que gemeu meu nome por incontáveis vezes enquanto eu me enterrava nela. Minha esposa.
Ela estava comigo por um propósito. Apenas um fodido motivo, pelo menos era o que antes pensava. Sabia que esse momento iria acontecer, era mais que explícito, mas o que eu não tinha ciência era sobre como seria a sensação de tê-la. Foi uma colisão. Nossos corpos se chocando, movidos à fome ávida do desejo, causando estilhaços de prazer em cada átomo que me constituía. Tê-la foi como encontrar uma maldita utopia.
— Vai continuar se enganando e se prendendo? — disse.
— Eu não quero ser sua. Não quero ser de ninguém. — Fitei seu rosto determinado e seguro. Não havia nenhum resquício de hesitação enquanto ela disferia suas palavras tão perto de mim.
— Você disse que queria ser minha. — Estava intrigado com sua abordagem.
Magan tornou a sorrir, provocativa. Não parecia em nada a mulher assustada que me acordou pela madrugada aos gritos. Mas, porra, aquela versão dela era malditamente quente.
— Eu disse que queria você. Pedi para que me fodesse. Há uma diferença, a semântica não se aplica. — Resgatando memórias, via que cada sentença era verídica. Mas o jogo não estava perdido. — E não vou ser hipócrita e idiota dizendo que o que tivemos nunca mais irá acontecer, porque cansei disso. Apenas não vou ser seu brinquedinho sexual, estou dizendo que não vou me declarar sua posse como você quer. Se deseja que isso siga, tem que me dar o poder das cartas, querido. — Grunhi. Ela queria reger o jogo? Eu sabia muito bem qual clausula ela estava contestando. Ainda sorrindo, Magan depositou sua pequena mão quente em meu pescoço, causando maior aproximação. — O que você quer, Derek? — Era o limite.
Foda-se o controle.
— Você — declarei ao puxar minha tentação até mim com minhas mãos em sua cintura. Com expressão de triunfo e luxuria, ela trouxe sua boca atrevida até a minha.
Ela soltou a mão que segurava a peça que encobria suas curvas e ficou totalmente nua contra mim quando o lençol caiu em seus pés. Seus seios fartos rentes ao meu peitoral eram uma provocação que atiçava minha excitação em demasiado. Magan arfou sobre minha boca no momento em que firmei minhas mãos em sua bunda perfeita e sua coxa e a ergui sobre mim, ela logo cruzou suas pernas ao meu entorno. Apenas a maldita toalha me separava de sua boceta. Porra, eu precisava tê-la agora.
Separei nossos lábios que davam forma a um beijo explosivo e sedento, e a fitei, ambos estávamos ofegantes.
— Como você está? — indaguei em um sussurro rouco ao lembrar que ela deveria estar sensível após a noite passada. Cacete, ela era virgem.
— Nada demais, não nos impede — esclareceu em um sussurro assim que percebeu sobre o que eu me referia.
Ao ouvir sua confirmação, segurei-a mais forte e segui em passos firmes até o banheiro o qual eu havia acabado de sair. Logo ela estava contra a parede firme revestida por mármore enquanto eu, novamente, tomava sua boca em um beijo duro, reivindicando-a. Envolvi Magan em minhas sombras, devastando seus sentidos, assim como ela fazia comigo — mesmo sem saber. Sua face não tinha nada de inocência, os olhos eram sedentos e vorazes, um reflexo dos meus. À essa altura a água do chuveiro já escorria sobre nossos corpos febris, nada mais estava entre nós.
Degustei aquela mulher com minhas mãos, língua. Seu cheiro, sua pele macia. As pequenas mãos hábeis exploravam minhas costas, meus ombros, como se estivesse mapeando minha pele com rastros lascivos. Faminto, levei meus dedos até sua entrada, penetrando e sentindo seu calor e toda a sua umidade. Estava molhada, deliciosamente molhada. Queria colocar outra coisa ali, naquele calor, lambuzar-me naquele paraíso. Meu corpo foi devastado por lembranças, não muito tardias, de como era estar dentro dela. Movimentei meus dedos, explorando, provocantes, torturando-a e despertando seus prazeres profanos. Também era uma tortura para mim, pois queria fodê-la naquele momento, a necessidade chegava a doer e eu queria ouvir mais daqueles gemidos que saíam por seus lábios rosados enquanto meus dedos a fodiam e encontravam seu ponto. Sua feição de êxtase a denunciava.
— Como você conseguiu tão rápid- — cessou a indagação após eu investir nela, masturbando com mais precisão. Magan arregalou os olhos, suas pupilas estavam dilatadas enquanto mordia seu lábio inferior. — Porra...
Ela ia gozar, eu via e sentia que ficava mais tensa. Já firmava suas unhas em minhas costas, como fez em ambas as vezes que gozou comigo dentro dela. Mas não agora.
— Puta merda, Derek. Por que diabos você parou? — Quase não conseguia falar, estava tão ofegante, o rosto em um tom vermelho. Olhei para seu colo exposto, o pescoço erguido, sua boca e, por fim, seus olhos em deleite, mas inflamados, a ira se refratando. Estava irritada. Bom. Bebi seu ar, mordisquei seus lábios macios enquanto firmava minhas mãos e sua bunda, puxando-a mais para mim. Meu pau rijo em sua barriga denunciava o nível exorbitante de minha excitação.
— Pode até guiar isso, mas, querida, quando eu tiver com você em minhas mãos, enquanto eu estiver te fodendo, você está à minha mercê. — Ela ergueu a cabeça, ainda irritada por estar insaciada. — Por isso você não vai gozar agora. — Aproximando-me de seu ouvido e sentindo seu cheiro divino, murmurei, por fim: — Quero que goze no meu pau, querida esposa. — Senti sua pele se arrepiar, e não por causa da água que caía sobre a mesma. Mas logo a risada desafiadora ecoou pelo box onde estávamos quando Magan, lentamente, selou seus lábios em meu pescoço, beijando, lambendo, chupando. Tentei conter o grunhido que queria rasgar minha garganta quando sua mão desceu e ela me segurou, ousada, seus movimentos me deixando louco, o prazer já estava em um nível que me corroía. O desafio era tão característico nela, com em uma... — Uma diaba.
Deixando mordidas prazerosas em meu queixo, ela chegou até minha boca e zombou com a voz baixa:
— Sem romantismo, baby.
Rindo em rouquidão, enrolei seus cabelos molhados em meu punho e, para sua surpresa, a girei, deixando-a presa entre mim e a parede, suas costas ficando arqueadas, a bunda empinada atiçando minha ereção. Meu sangue corria, pura luxúria.
Puxei sua nuca, deixando sua cabeça rente ao meu peito, e a respondi no momento em que me encaixava e penetrava nela sem nenhuma hesitação:
— Nunca há romantismo — brandi.
Enterrei-me em sua boceta quente e apertada até o fundo, e me movi. Era tão deliciosa como eu lembrava, ou até mais, como imergir em um turbilhão de sentidos e emoções.
Não houveram mais respostas. Ali novamente Magan estava arfando, em choque, com tesão, entregue. Toda minha.
Naquele espaço, sob o fluxo de água que nos cobria, nos fundimos um no outro. E assim se passaram as horas de nossa manhã. Os momentos que se estendiam em cada parte de nossa suíte nas horas seguintes se resumiam à gemidos entrecortados, ápices e entrega.
Nossa viciante loucura.
Magan revirou os olhos e murmurou algo desconexo baixo enquanto, absorta, provava os pratos do café da manhã atrasado que o mordomo havia trazido. Ficava extremamente difícil me concentrar em investimentos e balanços de ações quando ela estava a poucos metros de mim fazendo expressões daquela forma e com nada mais que um robe negro de cetim cobrindo seu corpo. Estava notoriamente faminta, uma vez que devorou praticamente toda a comida que estava diante de seus olhos. Talvez fosse resultado dos seus exercícios.
Ri com presunção.
A imagem de seu corpo exausto e sem energias durante os três orgasmos que teve durante essa manhã eram uma bela e tentadora distração para o trabalho.
Antes que eu voltasse a atenção para o notebook que estava diante de mim, o toque do meu celular me tirou de minha linha tortuosa de pensamento. Era Jacob.
— O que quer? — inqueri.
— Nem a lua de mel conseguiu adoçar esse seu jeito azedo? — riu, mas percebi que havia algo a mais em seu tom zombeteiro. Devia ser de madrugada em Nova Iorque, ele não estaria me ligando apenas para me irritar com suas provocações. — Aconteceram... coisas aqui, cara. — Sim, eu estava certo. — Muita merda.
— Estou ouvindo. — Inspirei com lentidão, o tom neutro. Ciente de que a conversa não teria cunho límpido, me levantei e saí da suíte e segui para o corredor.
— Houve uma explosão no galpão Ômega. Fogo nos blocos A, D e F. Os dois primeiros ainda possuíam mercadoria, grande parte já estava vendida e era uma quantidade fodidamente considerável. As chamas que se alastraram no bloco F dizimaram toda matéria-prima que havia no galpão e prejudicaram outras alas adjacentes, mas não houveram prejuízos nelas. — Ele suspirou do outro lado da linha. Fitei a vista de Roma através da janela do corredor, enquanto ouvia seu relatório. Não havia sequer uma mínima possibilidade de ser um acidente. — Ocorreu há poucos minutos, mas Dante deduziu que provavelmente bombas foram instaladas durante a noite e programadas para explodirem nesse horário, no momento da troca de turno, onde haviam mais homens no complexo. Perdemos 15, Mitchell. Isso foi uma fodida ação interna. — Porra. — Ele ativou seu modo-fantasma e está buscando qualquer indício que nos leve a um ponto de partida. E, você sabe, nada passa por aquele bastardo.
Apertei o punho — esse foi o único movimento que denunciava a ira pura e letal que se alastrava dentro de mim.
— Isole o caso, não é uma opção que as autoridades de sequer imaginem que esse lugar existe, e estar em uma localização deserta auxilia nessa merda. Somos invisíveis, mas nunca inalcançáveis, então não vacile. Evacue todo o local e reestabeleça, em forma fracionada, o complexo na instalação do Queens. — Era uma tática já orquestrada, o processo iria ser prático e útil. — Não quero que lá fique nenhum rastro nosso, então, quando o espaço estiver limpo, totalmente evacuado e Muller tiver tudo que precisa, reduza a construção a pó. Todos devem ficar no escuro, com exceção de Dante. Dê ordens, mas dite apenas o básico e de acordo com a precisão. Temos um fodido traidor, isso já está mais que claro, é requerido que ajam com cautela. Ninguém é confiável, Jacob. Façam o que for preciso e assumam as rédeas caso isso se expanda ainda mais, têm carta branca. — Movi meus olhos em direção à porta da suíte. — Estou voltando, temos uma caçada em vista.
Se eu estava louca por entrar nesse enlace?
Provavelmente.
Mas não queria mais me sufocar, autossabotar a mulher que sempre deu um foda-se às coisas e pessoas que a inibiam de ser quem era. Entregar-me a prazeres carnais os quais me tentavam era uma escolha que, de pouco em pouco, me arrebatou. Então dei um tiro no escuro, resgatei vestígios de quem já havia sido um dia e contra-ataquei. Talvez minha dignidade já estivesse desfalecida, mas essa havia sido a única rota considerável. Considerável por ser a menos pior que as outras.
Declarar-me dele e simplesmente aceitar ser um receptáculo para seu plano insano? Sem chances.
Fingir demência e viver inibida mediante os desejos? Parecia autoflagelação.
Então joguei como ele e impus uma alternativa, uma menos fodida. Sem herdeiro. E, mesmo diante de uma negativa iminente — afinal, Derek nunca abria mão de seu poder — ele cedeu. Cedeu porque não era apenas eu quem era afetada pela atração corrosiva. E eu não tinha muito mais que a palavra dela para confiar. Mas fui mais insana do que antes imaginaria possível e a aceitei. E pareceu tão certo enquanto nos entregávamos sem nenhum pudor, mesmo eu sabendo que nada ali era certo, apesar de sublime. Porque, naquela cama, poderíamos ser alfas em meio a cascalhos, mas, inegavelmente, sempre iríamos ser grãos em meio à névoa turva e tempestuosa que nós éramos.
Suspirei, exausta.
Já estávamos de volta à Nova Iorque, a visão dos arranha-céus de Manhattan pelo vidro do carro constatava isso. Foi um retorno repentino. Não sabia do motivo, mas deduzi que a ligação que Derek recebeu tinha total ligação com o mesmo. Ele voltou frio e, apesar de aparentar estar pleno, seus olhos não me enganavam. Eles estavam sombrios, leitais. Não nos falamos desde o momento em que ele avisou que voltaríamos, mas o silêncio que havia se instalado durante a viagem e ainda se fazia presente agora dentro do carro não era desconfortável. Eu estava precisando dele para organizar meus tormentos.
O som de seu celular foi ouvido novamente. Derek pegou o mesmo do bolso e atendeu a ligação. Desviei meus olhos de seu rosto.
— Mitchell. — Sua voz era um bloco de gelo, mas eu sabia que por dentro ele estava em chamas. A voz do outro lado era grossa, mas não consegui captar o teor da fala. — Deixe-o entrar, chegaremos em poucos minutos. — E, assim, desligou. — Você tem visita.
Ele falava comigo, mas o fitei confusa.
— Não faz sentido. — Aust não sabia que eu tinha voltado, então o que estaria fazendo lá?
Mitchell nada disse, apenas continuou silencioso.
E não precisou que ele me respondesse, pois, poucos minutos depois, quando desci do veículo ao chegarmos à mansão, tive a certeza de que não era meu amigo quem me esperava sentado no sofá da sala. Meu corpo ficou trêmulo, abri minha boca, fiquei completamente em choque.
— Mas.... Como?
PANIC KKJAKDKAKHKCISSFK
foi aqui que pediram capítulo novo? tá aí, e não sou a responsável pra pagar a terapia de ninguém kkk.
a paz aqui nunca é plana. alguém já consegue estipular quem é o inimigo que tá tocando o terror? ou quem está na sala do Diabo nesse momento? quero teorias.
spoiler: no próximo capítulo teremos lágrimas e risadas, e pode não ser necessariamente nessa ordem.
até breve, diabinhas.
e não se esqueçam de votar \o/
©K. Lacerda
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