13. Salut

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Oi amores! Estão bem?
Vamos ver se Taehyung vai fugir ou não. Boa leitura!
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JAKARTA, INDONÉSIA
2019
→ Antes do resgate

       
– Jiminie, isso deveria ser férias.

– Sinto muito, mas temo que isso não possa esperar.  – Jimin se senta na varanda com Seokjin, pegando o champanhe oferecido quando seu chefe o dá. Ele troca seus óculos de sol pelos de contato, mordendo o lábio de maneira fofa quando começa a pegar seu equipamento.

Seokjin vê seu computador e suspira.

– Você sabe que Jungkook vai me bater se começarmos a falar de negócios aqui. Aquele garoto não me pede muito, e eu tento acomodá-lo. Especialmente depois de tudo o que ele fez por mim.

– Eu sei, por que você acha que eu estou falando disso enquanto ele e Namjoon hyung estão na água fazendo suas pequenas excursões de wakeboard?

– Seja grato. – Seokjin dá uma palestra para seu amigo. Ele aponta para o oceano, a areia cintilante do outro lado do resort à beira-mar. – O fato deles sairem e fazerem passeios esportivos juntos significa que podemos relaxar ao sol e não fazemos absolutamente nada. Enquanto eles se divertirem, eu tenho as férias preguiçosas que mereço.

– Eu sei e sou. Mas não podemos nos sentar nessa informação. É muito crítico.

Seokjin suspira.

– Bem. Mas fale rápido, porque quem sabe quanto tempo levará até Namjoon torcer o tornozelo tentando esquiar na água e Jungkook precisar traze-lo de volta.

Jimin abre um de seus laptops, seus dedos voando sobre as teclas.

– Recebi correspondência esta manhã de Lee Minwoo.

– Da Kubaek? – Seokjin ri. – Parece que finalmente chegamos.

– Parece que finalmente conseguimos a atenção do submundo. – Jimin empurra seus óculos pela ponte do nariz. – Você está causando ondas... você veio rápido e nem todo mundo está feliz com isso.

– E Lee Minwoo é uma dessas pessoas? – Seokjin cruza as mãos no colo, dando a Jimin a atenção adequada que ele merece.

– Honestamente, acho que não. A mensagem parece amigável... parece que ele quer ter uma conversa sobre potencialmente fazer negócios juntos. Você tem interesses mútuos em alguns aspectos. Ele estendeu uma oferta para participar de um jogo de pôquer... apenas para convidados. Alguns dos maiores jogadores de Seul certamente estarão lá. Se você quer se conectar e fortalecer seus laços... é um bom lugar para se estar.

– E quanto a Lee Minwoo? Com que tipo de homem eu entraria negociando?

Jimin suspira.

– Sua vida profissional é bastante limpa. Ele parece seguir as regras, se você não o irritar... Kubaek parece ser legítimo, considerando as circunstâncias e o assunto, excluindo minhas próprias experiências passadas.

– Então por que você parece tão infeliz? – Seokjin estreita os olhos para ele. – Isso deve ser uma coisa boa para nós, e ainda  assim você tem uma carranca em seu rosto desde que entrou aqui esta manhã. Você sabe que está protegido.

– Sua vida pessoal não é... exatamente boa para o meu gosto.

– E o que isso significa?

Jimin encolhe os ombros.

– Eu não sei... ele tem um garoto mantido.

– Querido, se eu me recusasse a trabalhar com homens que mantém uma coisinha bonita do lado, eu não estaria nos negócios. Nós estaríamos hospedados em um AirBnB agora, em vez deste resort com tudo incluído.

– Eu sei disso. – Jimin suspira, clicando na imagem na tela. – Eu não sei por que esse me incomoda tanto.

– Então tente me fazer entender.

É por isso que Jimin adora trabalhar para Seokjin. Porque mesmo que seu hyung seja seu chefe, Seokjin ouve seus subordinados e valoriza suas opiniões.

– O nome dele é Kim Taehyung. Rumores dizem que ele está completamente sob o domínio de Minwoo. Nenhuma presença online... nenhuma mídia social. Nenhuma família viva. Eu... eu encontrei um registro médico bastante extenso registrado no Hospital Asan, em Seul.

– E que...

– Que Minwoo tem um médico em sua folha de pagamento que está disposto a tratar Taehyung quando ele fica muito ferido sem se preocupar em alertar a polícia. – Jimin olha para a foto de Taehyung, e uma carranca aparece em seu rosto. – Nós dois sabemos que esse tipo de coisa acontece muito nos negócios. Eu não sou ingênuo. Mas ele é... ele tem a minha idade. Nós dois somos 95. Em outra vida... ele poderia ter sido meu amigo. – Jimin sorri tristemente. – Ele é realmente lindo. Ele tem olhos tão gentis, mas... não há luz atrás deles. –  O garoto mais novo respira fundo. – Mas isso é pessoal. E eu sei... eu sei que é impossível salvar todos. Então, se você está pedindo minha opinião profissional sobre se envolver-se ou não com Lee Minwoo será bom para os seus negócios, por mais que me doa dizer e por mais que eu odeie o cara, a resposta é sim.

– Então está resolvido. – Seokjin bate palmas. – Envie uma resposta que estaremos participando do pequeno jogo de poker de Minwoo e que estamos ansiosos para discutir uma possível parceria.

Jimin faz uma careta, mas assente. Seokjin é o chefe, e no final ele dá as ordens

– Sim, hyung. – Ele abre uma nova janela, digitando a mensagem criptografada e enviando-a. – Algo mais?

– Sim. E isso tem precedência. Preciso que você trabalhe para conseguir uma identidade falsa feita para mim. Pacote completo; passaporte, registros bancários, os trabalhos. Preciso de estatísticas prontas, para que ele possa viajar na próxima semana, quando retornarmos a Seul.

– Absolutamente. – Jimin já está realizando seus melhores programas de falsificação. – Qual é o nome verdadeiro?

– Kim Taehyung.

Jimin pisca em choque.

– Você está falando sério?

– Sim.

– Hyung. – Jimin diz, claramente perturbado. – Eu... eu quero ajudar esse garoto, acredite em mim. Mas... homens como Minwoo... homens que machucam as pessoas que afirmam amar não pensam racionalmente. É sobre propriedade mais do que sobre amor. Ele vê Taehyung como uma possessão, não uma pessoa, e quando ele desaparecer, ficará muito, muito zangado. Bravo o suficiente para querer sangue. E se ele descobrir que você está por trás disso...

– Ele vai entrar em guerra comigo?

– Sim! Exatamente! – Jimin tira os óculos, esfregando as têmporas, sem entender como Seokjin está discutindo a perspectiva de uma briga geral tão casualmente.

– Deixe-me fazer algumas perguntas simples. – Seokjin cruza as pernas, olhando para o amigo com um sorriso. – Posso ganhar uma guerra contra Minwoo?

Jimin empalidece.

– Quero dizer... com alguma sorte e alguns favores, sim. Mas vai ser caro. E não será fácil.

– Eu nunca me importei muito com coisas fáceis. Eu sempre gostei de um desafio. – Ele pega uma maçã da cesta de frutas, dando uma mordida generosa. – E esse garoto... esse Taehyung. Você acha que ele é importante o suficiente para salvar?

– Você está deixando esta decisão por minha conta?

– Jiminie, metade do motivo pelo qual cheguei tão rápido no topo é por causa de seus instintos. Se algo dentro de você lhe disser que vale a pena ir à guerra, então eu farei. Eu confio em você.

Jimin olha para a foto de Taehyung, respirando fundo. Ele sabe que essa decisão não deve ser tomada levianamente. Essa escolha pode potencialmente colocar todos eles em mais perigo do que nunca. E ainda…

– Eu sei... eu tenho sentimentos sobre as pessoas. Eu tive isso sobre você. E eu definitivamente tive sobre Jungkook. Isso geralmente acontece depois que eu conheco alguém pessoalmente. Mas esse garoto... – Ele clica na tela, aproximando o rosto de Taehyung. – Olho para ele e sinto... sinto que ele é minha alma gêmea. Como se ele fosse uma parte de mim e eu sei que isso não faz sentido...

Seokjin balança a cabeça.

– Não importa se você não pode explicar. Você sente o que sente. Seus instintos são o que o mantém vivo em nosso mundo, então não duvide deles.

– Eu quero que ele seja livre, hyung. E talvez isso seja egoísta da minha parte... mas é assim que me sinto.

– Então vamos fazê-lo. Eu só tenho uma condição.

– Diga. – Jimin diz feliz, sentindo-se mais brilhante agora que sabe que pode fazer algo para ajudar esse Taehyung.

– Você explicará a Jungkook por que passará o restante de nossas férias reunindo informações sobre Minwoo e sua organização.

– Oh vamos lá! – Jimin lamenta, mas Seokjin não aceita.

– Ei, essa é uma situação sua. Então assuma a responsabilidade. – Ele drena o resto da bebida, soltando um suspiro feliz. – Agora, deixe-me ver esse garoto pelo qual vou irritar um dos homens mais poderosos de Seul, tornando inevitavelmente toda a nossa vida muito mais complicada.

Jimin vira a tela do computador e as sobrancelhas de Seokjin se erguem.

– Bem? – Jimin olha para ele com expectativa. – O que você acha?

O garoto é lindo, certo; olhos arregalados e expressivos e lábios rosados ​​e macios... masculinos e delicados, ao mesmo tempo.

– Ele é bonito o suficiente para mim ir à guerra. – Seokjin admite, tentando não deixar transparecer o quanto a aparência do garoto o abalou.

– E o Joon hyung?

– O que tem ele? – Seokjin ri. – Seu coração é ainda mais suave que o meu. Jonnie dará uma olhada nesses grandes olhos castanhos e estará pronto para puxar a lua do céu para esse garoto.

– Bem, se eu estou explicando para Kookie, então você tem que explicar para o seu namorado. – Jimin coloca os óculos de volta e pega seu laptop. – Tenho muito trabalho a fazer, então estarei no meu quarto. Envie Jungkook para mim quando os meninos voltarem. 

– Sim. Sim. E certifique-se de usar uma foto bonita para a foto do passaporte.

– Duvido que exista uma imagem feia dele, mas farei o meu melhor. – Jimin ri, desaparecendo de volta para dentro da suíte da cobertura.

Seokjin enche seu copo e aprecia o sol na varanda, sua mente ocupada com a imagem do rosto bonito do garoto, enquanto se pergunta como conseguirá convencê-lo a fugir com ele para sempre.

De alguma forma, ele tem a sensação de que há muito mais em Kim Taehyung do que parece.

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SEUL, COREIA DO SUL
2019
→ De volta ao telhado

          
Seokjin puxa a mão, cortando um pouco a pele enquanto faz isso e joga o copo quebrado fora. Ele segura o rosto de Taehyung e olha nos olhos dele.

– Me escute. Ouça-me. Você acha que eu vim hoje à noite para jogar pôquer e fechar um acordo com Lee Minwoo?

Ele pode ver o pânico nos olhos de Taehyung, e Seokjin sabe que vai perder a chance se não chegar até ele rapidamente.

– Olhe nos meus olhos. Ouça o que estou lhe dizendo. Eu não lidaria com as besteiras de Minwoo se a porra da minha vida dependesse disso. Não... viemos aqui hoje à noite porque não gosto de ouvir sobre pessoas presas contra sua vontade com homens tão vis. Eu vim para resgatar você. Lee Minwoo teme homens como eu.

Taehyung olha boquiaberto para ele, com lágrimas escorrendo pelo rosto bonito, manchando as bochechas com rímel.

– Por que eu deveria acreditar em você? Por quê? Tudo que todo mundo já fez comigo foi mentir, porra, me diga o que eu quero ouvir, então eu farei o que eles quiserem. – Taehyung engasga com soluços. – Eu preferia ser prostituto, porque pelo menos os homens eram honestos sobre o motivo de me quererem. Mas não é mais o maior lance. Eu sou dele. Eu pertenço a ele. Ele vai queimar o mundo, se isso significar me manter nessa jaula. Não há saída para mim. – Ele bate os punhos no peito de Seokjin desesperadamente.

Seokjin agarra seus pulsos.

– Existe uma saída. Existe outro caminho. Eu sei que é quase impossível confiar em um homem que você acabou de conhecer. Mas olhe. – Ele enfia a mão no bolso e tira uma pequena bolsa. Ele abre o zíper e o entrega a Taehyung, que o pega em suas mãos trêmulas. Dentro, há uma carteira e um novo conjunto de cartões de identificação e cartões de crédito, todos com seu rosto, mas não o nome. Documentos ordenadamente dobrados descrevendo uma identidade que não é dele.

Seokjin sorri.

– É claro que não levamos em conta o cabelo azul, mas... algo me diz que você seria charmoso o suficiente para poder passar pela segurança de qualquer maneira.

Taehyung balança a cabeça. Ele não entende. Ele não entende como o rosto no documento olhando é dele.

– Eu... eu não...

– É sua saída... Seu cartão de liberdade para sair dessa prisão, por assim dizer. – Seokjin diz suavemente. – Esta noite é tudo sobre isso. Esta noite sempre foi sobre isso. Joonie está lá embaixo, contando cartas e distraindo seu captor. Minwoo não gosta de perder, especialmente na frente de um novo rosto que ele está tentando impressionar, então ele não está pensando sobre onde você está. Os capangas dele pensam que você está aqui em cima sozinho, então não vão vim atrás de você. O único lugar para onde você poderia ir é pra baixo. – Ele acena com a cabeça sobre a borda do parapeito. – Mas nós dois sabemos que eles realmente não se importariam se você fizesse algo desse tipo. Você é apenas uma coisa brilhante no mundo de Minwoo. Se você se for, eles ficarão melhor ao lado do chefe.

– Mas... mas por quê? – Taehyung pergunta, olhando para ele desesperadamente, como se estivesse implorando por qualquer resposta que pudesse fazer isso ter algum sentido. – Você mesmo disse: não me conhece. Por que você arriscaria tudo para me salvar? Minwoo... ele poderá destruir você e todos que você já amou. Ele fará você sofrer. Por que você se envolveria voluntariamente com um garoto que é praticamente um estranho para você?

Seokjin sorri.

– Eu tenho um amigo. E esse amigo é tão bom. A alma dele é tão boa e ele é esperto e descobriu sobre você e me mostrou sua foto... e então eu contei a Joonie sobre você... e fizemos algumas investigações. – Ele olha nos olhos de Taehyung suavemente, mas de propósito. – Eu sei que ele te machuca. Bate em você e tortura você. Mas meu amigo também foi capaz de descobrir algumas das coisas mais horríveis que ele fez para mantê-lo sob suas asas. Eu sei o que ele fez com sua mãe.

Taehyung se afasta de Seokjin, segurando a bolsa que contém sua passagem física real para escapar da vida de Minwoo perto de seu peito, lágrimas caindo.

– C-como...?

– Porque eu conheço homens como Minwoo. O que eles estariam dispostos a fazer para isolar e controlar alguém. A autópsia não coincidiu com o resto de seus registros médicos. Sua mãe estava saudável, em remissão e mais forte do que nunca, mas de repente ela estava morta no dia em que ele o trouxe para visitar? Isso não é coincidência.  Ele a matou para lhe enviar uma mensagem. Ele queria que você soubesse que não havia mais ninguém no mundo para você, exceto ele. – Seokjin coloca uma mão gentil em seu ombro. – Mas isso não é verdade. E você sobreviveu. Você sobreviveu a ele. Deixe-me levá-lo embora daqui. Deixe-me te salvar. Se deixe salvar.

Taehyung está tremendo tanto que quase deixa cair a bolsa, mas depois a aperta ainda mais.

– Ele mataria você... mataria vocês dois por tentarem me resgatar.

– Ele pode tentar. – Seokjin encolhe os ombros. – Mas eu sou um bastardo duro. E pago bem às pessoas para garantir que eu seja difícil de matar.

Taehyung sabe que ele tem uma escolha.

Ele poderia correr de volta para Minwoo, realmente chorar e soluçar histericamente; contar a ele sobre a proposta de Seokjin, certamente condenando ele e o homem bonito com covinhas a uma morte horrível e confusa.

Ou, ele poderia ter a chance que lhe foi dada de sair de debaixo de Minwoo e desaparecer.

Ou ele poderia simplesmente subir na borda e pular.

De alguma forma, a última opção parece menos assustadora.

Ele olha de volta para Seokjin, olhos arregalados, selvagens e brilhantes à luz fraca da lua.  Seokjin não parece nada além de sincero, seu rosto cinzelado nas sombras. Mas de alguma forma, apenas o faz parecer etéreo, em vez de severo e assustador. Taehyung olha para Jin e ele não sente medo. Não é como quando ele olha nos olhos da maioria dos homens que conhece neste ramo.

Seokjin não olha para ele como um pedaço de carne nobre. Seokjin olha para ele como se ele pudesse ver a alma de Taehyung; como se sua alma estivesse procurando por ele também.

Seokjin olha para o relógio.

– É quase meia-noite. Não sei quanto tempo meu Joonie pode distrair a mesa antes que as pessoas comecem a suspeitar. – Ele gentilmente toca cuidadosamente o ombro de Taehyung. – É agora ou nunca, Kim Taehyung. – Sussurra Seokjin.

Taehyung fecha os olhos. Ele se imagina subindo na borda e pulando. Ele imagina se sentir livre por apenas um momento doce antes de cair no chão e deixar de existir. Parece tão doce.

Mas então ele se imagina voando para algum lugar distante, muito distante. Ele imagina viver apesar de Minwoo. Ele imagina, mesmo que pareça um sonho, estar vivo e ser feliz .

Se Taehyung se atirar deste telhado, ele sabe que Minwoo ficaria arrasado.  Mas, eventualmente, o homem encontraria outra "coisa" bem jovem para trancar em sua torre. Ele é substituível nesse sentido.

Mas se ele partir com esse estranho bonito, talvez um dia... um dia... ele possa ser insubstituível para alguém. Talvez ele pudesse existir mais do que apenas como um brinquedo ou uma obra de arte para Minwoo carregar em seu braço como uma bugiganga cara. Talvez... apenas talvez... ele pudesse viver novamente.

– Taehyung-ssi? – Seokjin pergunta, e Taehyung olha para ele corajosamente.

– Por favor... por favor. Tirem-me daqui.

– Você fez a escolha certa. – Seokjin sorri, batendo no relógio e falando nele. – Operação Helen em movimento.

– Helen?

– De Tróia. – Seokjin explica, seu braço deslizando ao redor da cintura de Taehyung enquanto ele o guia para o canto mais distante do telhado. – É apropriado, já que vamos lutar por você. Agora cubra seus ouvidos.

– O que? Por quê...

Há um barulho alto e Taehyung dá um pulo apesar do aviso de Seokjin quando uma garra de metal bate no cimento do prédio. Há um grito agudo e então ele fica boquiaberto quando um homem de repente entra em sua visão, pulando no topo do telhado e aterrissando com uma graça que não deveria ser possível.

– A cavalaria está aqui. – Seokjin sorri quando o homem se aproxima. – Como está meu Joonie?

– Ainda na mesa de pôquer. Meu garoto está de olho nele. – O homem puxa a máscara para baixo, revelando um rosto bastante infantil e bonito. – Eu sou Jungkook. Você tem medo de altura?

– N-não?

– Boa. Porque estamos saltando para baixo.

– O que? – Taehyung pisca, sentindo de repente como se tivesse entrado em algum filme de espionagem maluco.

Jungkook apenas ri, tirando sua mochila e rapidamente montando seu equipamento.

– Eu cuido disso, chefe. Vá e pegue Joon hyung antes que os idiotas no andar de baixo voltem para casa completamente falidos.

– Você está indo? – Taehyung pergunta de repente, e Seokjin assente.

– Encontro você no carro. Eles precisam ver eu e Namjoon saindo sozinhos. Isso não os tirará o cheiro para sempre, mas será apenas o tempo suficiente para ganharmos algum tempo.

– A corda está pronta. – Jungkook chama, segurando um cinto para Taehyung. – Prenda isso na sua cintura. Você vai se segurar em mim e vamos juntos.

– Isso é loucura. Vocês são todos realmente loucos.

– Sim. – Jungkook reconhece. – Mas também será muito, muito divertido. Este edifício tem pelo menos dez andares. Vai ser uma explosão quando passarmos.

Taehyung olha para Seokjin, que apenas ri.

– Jungkook é um caçador de emoções. Você aprenderá a apreciá-lo. Agora vá.

Taehyung não sabe o que está procurando no homem mais velho... o que ele precisa, mas ele diz seu nome um pouco desesperadamente.

– Seokjin-ssi.

– Este não é um verdadeiro adeus para nós. – Seokjin se aproxima, estendendo a mão para segurar a bochecha de Taehyung. – Eu prometi a você um futuro... agora deixe-me lhe dar um. Tudo o que preciso é que você dê um salto de fé.

– Literalmente. – Jungkook brinca, mas Taehyung não tira os olhos de Seokjin.

– Eu sei que você sonhou em cair dessa borda... Eu sei que às vezes parecia que era a única maneira de sair do que eu sei que era um inferno. Mas isso é diferente. Você está pulando para alguma coisa. Você está finalmente lutando. E eu prometo... se você confiar em nós, você vencerá. Juntos, vamos fazer com que você nunca precise ver o Minwoo novamente. Você não acha que depois de tudo o que ele fez... que seria bom vencê-lo para variar?

Taehyung quer, oh como ele quer, mas seria uma mentira dizer que ele não tem medo. Ele não quer que pessoas inocentes se machuquem por causa dele novamente... ele não quer lamentar outra pessoa da mesma maneira que fez por sua mãe.

– Você... você realmente acha que podemos vencer?

Seokjin sorri.

– Vai ser uma bagunça... complicado. Mas sim. Sim, eu realmente faço. Eu nunca teria me aproximado de você se não estivesse confiante de que poderia tirá-lo daqui.

– O tempo está passando, chefe.

– Certo. – Seokjin acaricia o polegar sobre a bochecha de Taehyung. – Eu sei que você está assustado. Eu sei que somos estranhos. Eu sei que estou pedindo que você confie em mim. Mas prometo que isso não é um jogo e nunca serei um monstro para um anjo como você.

Há um momento pesado, onde parece que o mundo está parado e Taehyung percebe que ele é o único no controle. Pela primeira vez em muito tempo, ele é realmente aquele com o poder.

Ele poderia dizer aos meninos para deixá-lo em paz... ele poderia se afastar de tudo isso. O medo do desconhecido é forte, mas Taehyung descobre que está disposto a correr esse risco. Quando ele olha nos olhos de Seokjin, ele sente uma chama acender em seu coração, algo quente e perigoso, e naquele momento ele toma sua decisão.

Ele estaria disposto a arriscar tudo, apenas para continuar sentindo essa faísca.

Taehyung acena com a cabeça e, assim, o mundo começa a girar novamente e o plano está em movimento.

Jungkook coloca Taehyung amarrado e preso a ele, e Taehyung é capaz de lançar mais um olhar para Seokjin, que lhe dá um sorriso gentil e encorajador.

– Vejo você do outro lado, Seokjin-ssi. – Taehyung diz com uma confiança que ele não sabia que ainda tinha antes de Jungkook o erguer e carregá-lo sobre a borda e o homem mais velho desaparecer de vista.

Taehyung não tem medo de altura, mas a vista olhando para baixo é suficiente para fazer seu sangue esfriar. Ele fecha bem os olhos e se concentra na respiração, agarrando-se a Jungkook que agarra a corda e os caminha até a borda. Taehyung sente o vento quente chicoteando contra seu rosto, mas ele não se atreve a abrir os olhos até que seus pés estejam tocando concreto. Então ele está sendo desamarrado e rapidamente colocado na traseira de uma grande van preta.

O interior é de couro e caro, mas há laptops e outros aparelhos eletrônicos espalhados por toda parte e um garoto de cabelos loiros macios e óculos redondos caindo sobre vários deles ao mesmo tempo. O garoto olha para cima e sorri.

– Kim Taehyung. Você não tem idéia de como é bom vê-lo. Eu sou Park Jimin.

– Oi?

Jimin embaralha suas coisas, limpando um pouco.

– Haverá uma chance de conversarmos mais tarde. Kookie, traga-o para dentro. Verifique se ele está confortável. Eu tenho olhos em Namjin. Eles estão dando desculpas para sair agora.

– Namjin? – Taehyung pergunta, e Jungkook ri.

– Meu bebê gosta de pensar em maneiras cativantess de ser eficiente com suas palavras. Aparentemente, somos Jikook .

– Mais rápido do que dizer Jimin e Jungkook. – Diz Jimin, agora totalmente voltado ao seu laptop. – Por que você digitaria 'rindo alto'? Palavras levam tempo.

Jungkook deixa Taehyung confortável antes de engatinhar e sentar no banco do motorista, dando partida no motor.

Alguns minutos depois, a porta é aberta novamente. Taehyung tem certeza de que ele está prestes a ser arrancado do carro para enfrentar a ira de Minwoo, mas Seokjin e Namjoon entram, seus olhos brilhando.

– Você viu o rosto de Minwoo quando Joonie sacou? – Seokjin ri. – Fodidamente impagável. Se ao menos pudéssemos ver seu rosto quando ele perceber que esse não é o único golpe que fizemos com ele hoje à noite.

– Estou feliz que você veio, Taehyung-ssi. – Namjoon fala, parecendo envergonhado enquanto entrega uma pilha de dinheiro realmente impressionante para Jimin.

Seokjin bate as portas atrás deles.

– Vamos lá, Kookie. Direto para Incheon. Dirija como o inferno.

– Você manda, chefe.

Jungkook sai para a noite. Taehyung olha para cima e descobre que o homem bonito com covinhas - Namjoon - está sentado bem ao lado dele, olhando para ele com olhos preocupados.

– Você... você tem... – Ele estende a mão, os dedos pairando apenas  alguns centímetros acima da bochecha de Taehyung, antes de se retirar, respeitosamente cruzando as mãos no colo. – Você tem um pouco de rímel embaixo dos olhos...

Taehyung pisca. Ele está tão acostumado aos homens apenas... tocando-o sem sua permissão, pegando o que querem dele, a ação gentil o pega desprevenido.

– Oh... O-obrigado.

Ele estende a mão e rapidamente enxuga os olhos, puxando um pequeno espelho compacto da bolsa para verificar.

Os olhos vermelhos que ele vê olhando para ele estão arregalados e assustados, mas também piscam com algo que ele não vê há muito tempo.

Esperança.

Para o bem ou para o mal, ele está longe de Lee Minwoo pela primeira vez em quatro longos e miseráveis ​​anos.

Ele se vira para Seokjin.

– Então... para onde vamos?

Seokjin bate no queixo, olhando-o com curiosidade.

– Nós? Você não vai fugir na primeira chance? Poderíamos parar o carro agora e deixar você sair. Você tem seu passaporte... e há dinheiro nas contas vinculadas a esses cartões de crédito. Para todos os efeitos, você pode seguir seu próprio caminho.

Taehyung cora.

– Eu sei que você disse que eu poderia ir sozinho e posso não ter sido muito bom na escola... mas não me lembro de Helen de Troia lutando sozinha.

– Vamos mantê-lo seguro. – Namjoon promete calmamente. Mesmo que ele estivesse falando de um grande jogo na mesa de pôquer, Taehyung observou, ele é definitivamente o mais suave dos dois.

Taehyung assente uma vez, olhando para Seokjin.

– Então, repito, para onde estamos indo?

– Onde você sempre quis ir? – Seokjin pergunta, e Taehyung apenas o encara, sem entender a pergunta.

– O que?

– Diga um lugar que você sempre quis ir, desde que era pequeno.

Taehyung pisca rapidamente, olhando para as mãos cruzadas. Faz tanto tempo desde que ele se preocupou em sonhar acordado, que na verdade leva alguns segundos para se lembrar.

– Paris. – Ele diz calmamente. – Eu... eu sempre amei arte...

– Ah... la vie d'amour (a vida do amor). – Seokjin sorri. – Jiminie?

– Feito. Cinco bilhetes de primeira classe para Paris foram reservados e contabilizados sob nossos respectivos pseudônimos.

– Espera. – Taehyung fica cômica de olhos arregalados. – O que?!

Seokjin ri.

– Bem, se vamos fazer você desaparecer, é melhor fazê-lo em grande estilo. Jiminie, confio que você já tenha nos adquirido uma casa segura em Paris?

– Claro. – Jimin cantarola. – Com todos os sinos e assobios.

Taehyung não sabe o que fazer a não ser chorar. Ele não sabe se realmente pode confiar nesses homens, ele não sabe se ele não vai acabar fugindo de uma gaiola para outra, mas por alguma razão inexplicável, ele se sente seguro.

Ele se sente livre.

Nenhum deles faz um grande negócio dele chorando, respeitosamente, permitindo que ele tenha seu momento.

– Obrigado. – Taehyung sussurra trêmulo através das lágrimas.

Seokjin sorri e compartilha um olhar secreto para Namjoon.

Ambos sabem que tirar Taehyung de lá é apenas a primeira batalha.

A longa guerra está à frente.

          

⊹⊱••Continua••⊰⊹

Meu coração. Estou totalmente destruída. Esse capítulo foi tão intenso... O que vocês diz sobre isso? A guerra está a caminho, mas antes vamos dá a Taehyung um merecido descanso. (。◕‿◕。) ♥

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