Capítulo 02
Todos estavam sentados na Grande mesa da família Armstrong. Não era uma casa com muito espaço, nem com muita elegância, mais tinha seu jeito delicado, e um toque de conforto para eles, que lógico, não fazia vergonha a ninguém. Cada um tinha sua própria expressão, e sua mãe parecia a mais animada e feliz naquele momento. Chegou a olhar bem para o rosto de sua irmã caçula que parecia se esforçar em mostrar animação, e Nell conhecia bem a pequena moça de cabelos castanhos claros, com seus olhos verdes puxando seu pai. Ander estava calado, brincando com sua ervilha no prato, mesmo ele sendo o segundo filho, as vezes se comportava como o mais velho ou até mesmo, uma criança.
Não sabia disfarçar a sua expressão zangada e com o rosto vermelho de raiva por Jerry. Ele sorria e dizia o quanto Mary cozinhava bem. Não conseguia aceita o absurdo de olhar para um homem que não possuía nenhum tipo de caráter, e sem pensar direito ,fixou-se em algumas batatas cruas que estava na mesa, e logo pegou atirando contra ele! Todos a encaravam,o lugar parecia mais silencioso doque realmente estava.
—Eleanor, oque isso significa? —Mais antes de responder sua mãe que parecia assustada com sua atitude, jogou novamente outra batata que acertou o rosto de Jerry. Era maravilhoso ver ele tentando se proteger naquela mesa enquanto tinha certeza que Ander segurava a sua risada. —Saia daqui!
—Oque você...
—Sai logo!— ela pegou outro batata ameaçando jogá-lo, caso não o visse sair daquela porta. Jerry se levantou rapidamente e começou a ir embora. Naquele momento ,ela não conseguia ouvir ou pensar no que acabará de fazer, mais sua mãe tentava se desculpar e fazê-lo ficar. Ficou parada encarando a mesa, e sentindo o julgamento de quem estava presente ali. Sentiu alguém segurar forte o seu braço. —Você ficou maluca?
—Não quero conversar agora, mãe. —Ela se soltou das mãos de sua mãe, subindo para seu quarto em rapidez.
Era óbvio que aquele comportamento traria consequência para sua família. Estragou um jantar aonde sua mãe acreditava que Jerry a pediria em casamento. Não sabia exatamente oque seus irmão estavam pensando naquele momento, mesmo sabendo que sua irmã com aquele sotaque, melódico e muito mais suave doque Ander, tinha a língua afiada para criticá-la, mais até mesmo ela havia se calado. Ficou deitada em sua cama com sua roupa branca de dormir, tão macio que sentia as vezes que estava nua dentro dele. Ouviu duas batidas na porta, Ander. — Posso entrar, ou vai jogar batatas em mim?
—Agora não.
— Batatas pode ser bem perigoso. Lembra dos pães do papai? Eram mais duros que a pedra e as batatas que jogou hoje . —Eles riram, e logo perceberam o quanto seu pai fazia falta, e o quanto isso afetava os dois.
Ele entrou no quarto e se sentou do lado dela, encostando na almofada. —Quer me contar porque agiu daquela forma?
—Não quero me casar com ele.
—Bem, isso ficou bem óbvio no jantar. Ah, e Me lembre de nunca pedir alguma moça em noivado, vai que ela me atira uma faca.
—Para, vai! —Ele parecia se divertir com a situação.
—Ela disse que não vai mais falar com você.
—Eu sei ,que oque ela queria era esse casamento.
—Sabe oque papai pensaria disso, não sabe? —Ander era igual ao papai, e até mesmo em ideias e pensamentos. Era impressionante como os dois pensavam tão iguais, e aquilo era tão natural que podia jurar que as vezes conversava com seu pai através do seu irmão de pele dourada por causa do sol e cabelos castanhos e olhos verdes escuro. —Mamãe disse que nunca mais vai falar com você se não se casar com Jerry. Papai não falaria com você se casasse com ele... E nem eu. —ficou a olhar para ele antes dos dois se abraçarem. Ander e Eleanor sempre brigavam, mais um sabia que podia confiar no outro, mesmo nos dias ruins.
—Vem cá, quando vai contar que vai embora? —ela empurrou ele.
—Veja bem, não posso contar isso agora Nell, mamãe surtaria, e não é justo ela surtar duas vezes. Deixa ela ficar brava com você, depois ela fica brava comigo.
—Ela vai matar você. —ele se levantou da cama.
—Vou me certificar que isso não aconteça. —ele lhe lançou um sorriso de quem estava aprontando alguma coisa. —Estou indo agora, preciso dizer a mamãe o quanto seu comportamento foi inaceitável, para ela não ficar tão brava comigo quando descobrir o meu plano.
—Você é um ótimo irmão.
—Boa noite.
...
Na manhã seguinte, acordou com uma baita dor de cabeça. Olhou para o lado e viu sua irmã dormindo. Se levantou e logo foi ao banheiro notando pelo relógio grande do corredor que ainda era 7 da manhã. Colocou seu vestido simples azul, com mangas macias aonde não a fazia sentir tanto calor. Tinha um acabamento em formato de V caindo na cintura. Foi cuidadosa ao descer as escadas barulhentas, mas nenhum sinal da sua mãe.
Pegou sua bolsa e saiu para caminhar um pouco pela cidade. A cidade era pequena ,mais servia de opções para muitos que desejavam sair da loucura diária da cidade grande. Era bem diferente do clima cinzento de Londres, com muito sol e pouca chuva em época de primavera.
Nell passou perto da livraria da cidade, e notou que a dona estava em reforma. Chegou perto olhando pela janela suja ,quase não podendo ver quem estava lá dentro. —Nell? —levou um susto se afastando da janela. —Perdão, não quis assusta - lá.
—Tudo bem. —Vejo que ainda não acabou a reforma.
—Sim, Charles foi a Londres e vai demorar cerca de um mês para retornar. Venha, vamos entrar. —as duas caminhavam pelo local que era de fato maior que sua casa, cheio de prateleiras enormes de madeira boa e bem organizada. Amava o cheiro de livros velhos e empoeirados que estavam esquecidos. Aquilo era mágico, tão reconfortante , e chegava a achar que aquele lugar era o único que podia lhe trazer calma em tempos de caos . —Estou fazendo algumas mudança, veja essa decoração. Oque achou? —A Senhorita Sofia era de fato alguém que amava oque fazia.
Lembrava da época em que mau lhe encontrava, quando ela perdeu seus dois filhos para guerra. Lucas era um rapaz alegre, cheio de vida, e o mundo não merecia ele. Era seu melhor amigo, tão doido por livros quanto ela era por escrita. Jack era o oposto dos dois. Sempre tão calado, cuidadoso em suas falas e jeito, eles brigavam, mais ela amava sua relação de brigas com ele . Era triste o fato ,de nunca mais vê-los implicando um com o outro na sua frente. Aquilo destruiu a família, e era o motivo de Chales nunca ficar mais de um mês na cidade. Respirou fundo ao se lembrar dos dois irmão ,olhando para as páginas de livros que estavam no ar , pendurados Por um fio ,quase não podendo ser notado,em uma altuma aonde ficava a estante menor, cheio de livros de escritores novatos. Sabia que um dia, o seu livro estaria bem ali.
—Eu adorei, ficou lindo e Lucas adoraria ver oque a senhora fez com esse lugar. —Ela tentou disfarçar desviando um pouco o seu olhar, notando que seus olhos estavam cheio de lágrimas e tentou sorrir gentilmente como sempre fazia.
— Me diga Eleanor, oque realmente quer me dizer. —Nell deu dois pulinho e colocou as mãos iguais como quem estava orando.
—Como teve coragem de rasgar todas essas páginas.... Que dor no coração Sra Sofia .
—Ai querida, são livros antigos que ninguém mais lê. Não vai me trazer lucros.
—Você não liga para lucros, sempre vinha aqui ler e nunca me cobrou nada.
—Eu estava te incentivando a leitura. —Nell percebeu 3 latas de tinta no canto do balcão. Uma vermelha e duas brancas.
—Certo, vou pintar sua loja.
—Como? —ela deu uma risada, mais parou quando notou a expressão séria de quem estava falando sério. —ESTÁ falando sério?
—Você está precisando de alguém que lhe ajude, e eu quero ajudar —Ela vai para mais perto. —Também quero retribuir pelos livros que nunca me cobrou.
—Não acho que seja uma boa ideia, você é.... Mulher.
—Tenho certeza que não se importa com isso.
— Nell, não sei não.
— Por favor, vai ser uma maneira de me sentir bem .
—... Tenta não fazer muita bagunça.
—Pode deixar. —Nell lhe deu um beijo na bochecha indo logo pegar as tinhas perto do balcão de atendimento. Ela ergueu suas mangas e amarrou com um lacinho ,seu vestido que era cumprido deixando a mostra suas penas e sapato de salto baixo, bem mais confortável doque costumava a ser obrigada a usar. Pegou as tintas e misturou deixando a cor vermelha clara, quase um rosa. Pegou uma escada e começou com cuidado a pintar a parede que logo já notava a diferença no lugar, dando cor à sala de livros de cor marrom apagado. Notou que no canto do balcão havia gliter de cor prateado e teve a brilhante ideia de jogar na tinta quase rosa.
Demorou cerca de 5 horas para pintar aquela parede, e já sentia suas costa doer e queimar. Desceu da escada firmando seus pés no chão e sentindo seu corpo suar por dentro do vestido quente e que precisava tomar um ar.
Ficou olhando para parede brilhosa por cerca de 5 minutos, e sendo um pouco atrevida pegou uma poltrona marrom e encostou na parede, dando um charme ainda melhor. —Ufa!
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