Capítulo 5
Por um breve momento sua mente fica em branco, respira procurando o melhor cenário para sua história, um plano se forma, não que fosse falar a verdade, mas a deixaria mais próxima do fato, começaria com um sorriso, as pessoas sentem-se mais solidárias, quando recebem sorrisos, tem que... Como a internet disse? Parecer legal.
— Eu estava andando. — Ele tem que achar um jeito de despertar a simpatia dela, naturalmente fêmeas tem um profundo sentimento maternal. Ela arqueia uma sobrancelha.
— Isso eu posso ver, mas para onde ia? Andando de que? Estava a pé? — Aparentemente estava sozinho.
Ele a está confundindo de propósito.
— Sim, não possuo veículo algum. Eu queria chegar à cidade mais próxima. — Apontou para a direção na estrada.
— Eu estou indo para lá também, mas de onde vem? — Isso não pode estar certo.
Leon olhou por cima do ombro dela, como se a explicação surgisse de lá, ela nota a indecisão, por detrás daquele rosto lindo deve ter uma grande história.
— Olha, estou em apuros pode me ajudar? — Existe uma apreensão na voz dele, que não existia antes, que lhe desperta todos os sinais de perigo.
Oh, não. Será que é um criminoso procurado e por isso está aqui no meio do mato? Normalmente não é assim que criminosos escapam? Agora quem gostaria de escapar é ela, correr o mais longe possível, daqueles olhos azuis penetrantes.
— Se está fugindo da polícia, não vou ajudá-lo, sei que deve estar com problemas, mas não faço nada fora da lei, acho que está bem agora, pode seguir seu caminho. — E recua uns três passos, para se aproximar de seu carro.
Pode apelar pelo seu sentimento de justiça, isso pode funcionar.
— Estou fugindo sim, mas não é da polícia, — Suspirou esmagado por lembranças dolorosas. — Fui feito de escravo por muito tempo, fugi e estou me escondendo aqui, preciso de ajuda. De sua ajuda.
Wow, isso é diferente, ela viu uma reportagem, não fazia muito tempo, que falava que alguns donos de fazenda prendiam trabalhadores em regime de escravidão. Forçando-os a ficar longe da família e os ameaçando. Vergonhoso que em pleno século vinte um, ainda existisse coisas assim.
— Então vamos à delegacia mais próxima e você relata o caso, tem também o ministério do trabalho podemos fazer uma denúncia.
Ele endurece seu corpo com o impacto da resposta dela.
— Não posso fazer isso. — Tem que ficar próximo da verdade.
— Por que não? — Está indignada com ele, se foi agredido tem que denunciar. Mas em seus olhos existia tanta tristeza e viu um sentimento que não achava possível em um homem daquele tamanho, ela viu impotência, o que teria acontecido com ele?
— Por que se for a polícia, vão me matar e quem estiver comigo. — Isso é verdade qualquer alarde de sua presença e cairão sobre ele como chacais, matar é meio difícil, devido a sua preciosidade, mas o prenderiam e adeus sua liberdade recentemente adquirida, que não teve tempo de saborear um pouquinho dela.
— Ora, o cara não pode ser tão poderoso assim, aqui pode ser o Brasil, mas temos leis.
Ele pegou suas mãos juntas, pondo seu melhor tom de suplica.
— Por favor, me ajude não tenho ninguém que possa me ajudar, não preciso de muito só preciso ficar fora do radar, encontrar um emprego, um lugar para ficar, algo que não me destaque, se for às autoridades não vai demorar muito, me encontrarão.
Ele parece sincero, não tem cara de assassino em série ou criminoso procurado. Isso se assassinos tivessem algum tipo. Que mal há em ajudar um perfeito estranho que pode me matar com suas mãos nuas?
Oh, não parece tão triste, será que é verdade o que diz?
— Olha amigo, sei que foi muito mal te atropelar, sinto muito de verdade. Mas como vou saber se não vai me estrangular jogar meu corpo em uma cova rasa e roubar meu carro? — Ou fazer coisa pior.
Ele se moveu muito rápido e a pegou em seus braços, empurrando seu corpo sobre o dela, a sujeitou sobre o capô do carro, mantendo suas mãos presas acima da cabeça, ela respira com dificuldade, o peso do seu corpo sobre o dela, a mantém no lugar, sente a suavidade de seu corpo de encontro a sua rigidez.
— Porque se fosse minha intenção já teria feito há vinte minutos e não estaríamos tendo essa conversa.
Ela engolia com dificuldade, estava tonta e ofegante, o calor do seu corpo enviava arrepios apreensivos por toda sua pele, como um gesto tão rude pode ser tão excitante?
— Me largue. — Sua voz é um sussurro feroz.
— Claro. — Ele a larga como se isso o incomodasse também e ela se afastou o mais rápido que pode, respirando pesadamente.
Furiosa apontou o dedo em sua direção, tocando em seu peito.
— Nunca mais faça isso.
— É claro, só queria provar meu ponto.
E provou mesmo.
Ela não sabe o dizer, está de boca aberta, realmente não está ferido pelo o atropelamento, o que era um milagre, já que tinha vistos muitos acidentes, alguns fatais por menos. Ninguém ferido se moveria tão veloz e poderia quebrar seu pescoço, como disse, mas não o fez. Achava que poderia dar um voto de confiança, já que não a violou ou matou.
Ajudar ou não ajudar eis a questão.
Ele aguardou sua decisão por alguns instantes, ela se aproximou do carro e ele de cabeça baixa foi se afastando sem dizer uma palavra, parecia um filhote abandonado que foi chutado por seus donos, isso partiu o coração mole de Dhália.
— Olha devo ser a mulher mais burra que existe, mas entre — Apontou para a camionete enquanto se dirigia a mesma. — Vou levá-lo até a cidade, posso te dar pouso por hoje, preste atenção — Levanta o indicador — "só por hoje", amanhã estará por sua conta.
Ele sorriu, exibindo as covinhas em sua bochecha, tão lindo que poderia derretê-la. Não fará isso, não iria permitir que se aproximasse tanto assim, afinal só estava ajudando alguém em dificuldade, alguém que ela feriu terrivelmente e que tinha sorte de não ter matado, o fato dele ser lindo não influenciou a sua decisão.
— Tenho certeza que não irá se arrepender de me ajudar. — Estava muito aliviado, pois finalmente poderia cumprir o que prometeu ao seu pai, dar um propósito a sua vida.
Eles entraram no carro, ela deu partida.
— Assim espero. Acho que já estou arrependida.
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