Capítulo 10



Leon estava confuso com as fêmeas, nunca recebeu tanta atenção, isso era incomum. A parte mais estranha era forma com que Dhália parecia furiosa com isso, não tem certeza se era com ele ou com elas, a informação deveria ser armazenada para analise mais tarde. Ô, lugar confuso, mas pelo menos conseguiu trabalhar. Como constava em suas informações precisava de dinheiro para se manter, assim teria um teto e alimento, ao visto parece que agradava visualmente as mulheres, então o passo três de conseguir amigos, não parecia tão difícil como pensou ao chegar, seu pai ficaria orgulhoso do progresso que fez em poucos dias.

Foi uma ótima ideia lavar animais, ele falou com cada um, explicando o processo e os animais se acalmaram. Ao que parece ninguém os tinhas informados antes, ficavam confusos e mordiam, Leon respondeu que se fosse com ele, também morderia se não compreendesse porque estavam jogando líquidos em cima dele. Estava rindo com Paçoca, o cachorro caramelo de pelagem curta, que latia junto com seu riso, quando Dhália entrou.

— Parece que estão se divertindo.

— Claro, paçoca conta excelentes piadas e agora está prontinho para sua mãe. — Passou a mão por seu pelo, o cachorro latia em agrado.

— Não sei como faz isso, parece com o dr. Dolittle.

Leon fica rígido, foi pego, tenta manter-se próximo da verdade.

— Não chego a tanto, sabe que é impossível, acontece que cachorros são bem expressivos, basta observar suas reações, como posicionam as caudas, orelhas, seu latido, mantenho a tranquilidade, eles sentem minhas emoções e assim sinto as emoções deles, passo a eles sensações não agressivas. — Ufa, uma explicação mais genérica possivel.

— Estou impressionada, está na hora do almoço, vamos? Edna falou que está preparando um prato especial para você.

Poderia ter gritado viva de punhos para o ar, mas apenas se juntou a ela em silêncio inexpressivo em direção a saída.

Na hora do almoço a lanchonete de Edna estava cheia e estavam em baixa temporada, teoricamente era para ter poucos clientes, mas as mulheres solteiras da cidade estavam lá, curiosas por seu hóspede. Languidos sorrisos são dispostos a Leon onde quer que olhasse. Algumas acenam para ele, era como se fosse uma celebridade e queriam disputar sua atenção, será que não tinham casa para cuidar, roupa para lavar? Ela encontrou uma mesa disponível, Leon arrastou uma cadeira para ela, oh, é um cavalheiro, as mulheres suspiraram em volta. Dhália nunca percebeu que as locais eram assim, Leon percebeu que era o centro das atenções.

— O que está acontecendo? — Leon sentia o pânico rastejar por ele.

— Não faço ideia. — Respondeu olhando em volta, confusa com a situação.

Edna apareceu com o cardápio.

— Todas querem te ver, acham que podem ter um bocado gostoso e talvez fazer o caminho sujo sobre você.

Ela ria gostosamente. Agora realmente estava assustado, querem tirar um pedaço dele? Algum tipo de povo canibal? Lembrou-se de seus arquivos, não encontrou nenhuma informações sobre tribos canibais no Brasil. Não neste século. Não havia nada sobre isso na região.

— É algo para ter medo?

— Nah, isso é muito bom para os negócios e agora tenho uma lista de mulheres que querem se apresentar a você, loucas para que eu arranje seu telefone, até me pagaram adiantado. Não vejo tanto movimente desde o dia que veio aqui aquele ator de novela.

— Tá até parecendo aquele episódio do Chaves, quando apareceu o Hector Bonilla na vila deles e todas a mulheres da série querem levá-lo a algum lugar. — Sarcasmo escorreu de Dhália.

— Ele não se parece com o Hector, se for para comparar com um ator, parece mais Nathan Fillion, o Castle da série, todo músculos e muito alto.

Agora que Edna falou podia ver alguma semelhança com o ator americano, quando este era mais jovem, no filme Serenity, é poderia ser duble do ator.

Edna estava divertida, Dhália desejava bater em alguém e Leon precisava correr de todos, como poderia se esconder se fosse famoso? Isso estragava tudo, logo agora que arrumou um lugar?

Será que se me esconder em baixo da mesa vão notar?

— Nem pense nisso. — Ele olhou assustado para Edna.

— Pode ler pensamentos? — Edna riu.

— Não seu bobo, precisava ver sua cara olhando embaixo da mesa. Eu faria o mesmo em sua situação.  

Leon suspirou.

— Estou aceitando sugestões. 

Edna encolheu os ombros.

— Finja que nada aconteceu, em dois dias acabará toda essa atenção. — Respondeu com um sorriso cúmplice — Elas não mordem, a menos que peça, — Leon fica mais ruborizado. — Foi assim com o ator e ele sobreviveu. — Com isso Edna sai para pegar  as refeições deles.

Voltou com os pratos e dispôs de maneira elegante a mesa, Leon sentia o aroma  maravilhoso  e esqueceu seu mal-estar, estava mais do que grato com as porções generosas de comida caseira. Só pelo cheiro estava disposto a travar uma luta corporal pela posse dos pratos. Segundo Edna o nome da refeição era vaca atolada, embora não tenha o animal todo no recipiente, mas se tivesse o comeria com gosto. E arroz com pequi, Dhália disse que era uma fruta típica do serrado e apesar de presente no prato, a bolinha amarela tinha espinhos, foi informado que não deve mordê-la.

 Parecia apetitosa, mas a exclui, apesar de deixar um sabor incrível no arroz. quando Edna perguntou se alguma vez havia comido pequi, respondeu que não, então lhe disse que era uma das coisa que as pessoas ou amavam ou odiavam, ele teria que decidir isso, agora que provou definitivamente no time dos caíram de amores pelo prato. Realmente estava no paraíso, se soubesse que existia comida assim, teria dado um jeito de fugir antes.

Dhália suspirou, pedindo controle aos céus, quando começaram a chegar bilhetinhos em sua mesa, apesar disso o almoço transcorreu sem incidentes, mesmo com os sorrisos intencionados, as piscadas e insinuações das moças presente. Tinha que dar a mão à palmatória, Leon não parecia interessado nesse tipo de atenção, parecia muito mais disposto a sair correndo e mesmo assim permaneceu, até que chegou o almoço, aí não se importou com mais nada.

Notou que ele apreciava muito a comida de Edna, não parou de elogiar desde que pegou os talheres, como conseguia comer tanto? Agora estava com inveja, não tinha um grama de gordura era tudo músculo, a vida poderia ser muito injusta, só de respirar o cheiro da comida já estava ganhando umas gramas. Então lembrou-se que ele devia ter passado todo o tipo de privação, enquanto estava preso. Seu coração quebrou por ele, ao que parece nunca provou nada tão delicioso, nisso teve que concordar, estava para nascer uma cozinheira melhor que Edna. Depois do almoço poderia saber mais do seu passado.

Leon estava satisfeito com sua vida como nunca esteve, poderia morrer agora, provou doce de abóbora. As pessoas se alimentam assim todos os dias? Edna lhe entregou um saco de papel com bolo de fubá e uma térmica de café, informou que era para seu lanche da tarde, apreciou o som da palavra "lanche", conceito maravilhoso. será todos tinham acesso a toda essa comida? E como não ficavam felizes, em estado de êxtase sempre?Quando estavam andando pelas ruas da cidade, percebeu que nem todos eram felizes, talvez não tivessem almoçado. No entanto como estudou em seus registros, nem só de alimento vive o homem, existem coisas melhores que uma refeição, isso o fazia lembrar-se de sua doce anfitriã cheia de curvas, que o aquecia com tanta generosidade.

Apesar de toda atenção que as mulheres lhe dispensam, somente a pequena veterinária despertava seus sentidos, lhe roubando o ar, quando se aproxima, agora caminhavam lado a lado, despertava nele sensações adormecidas, partes em seu corpo que nunca esteve tão ciente de existirem, talvez ela fosse feita de doce de abóbora.

— Você vai ligar para alguma delas? — Parecia aborrecida com a pergunta.

— Não. Porque faria isso? — Que pergunta estranha.

— Mas, tem moças muito bonitas que te enviaram telefone. — Chutou uma pedrinha.

— Não sei como agir em torno de uma mulher. — Há poucos dias, nem havia visto uma. — Acho que sou muito tímido para falar com uma.

— Você conversa comigo  e não sou uma batata. — Oh, já via tudo, esse era o papo para entrar na friendzone.

Ele pegou suas mão juntas, gostando muito da sensação do toque, a encarou.

— Por que você é especial. — Mais do que isso, a sentia dentro de si, o aquecendo, espantando o frio da solidão de todos esses anos. – É diferente com você.

— E? — Essa conversa não estava indo onde ela deseja.

— Está me ajudando muito, não tenho palavras de como lhe agradecer, nunca antes foram gentis comigo, obrigado. — Talvez pudesse lhe dar uma parte vital de sua anatomia, fazia parte de sua pesquisa na internet a noite. — Obrigado por me acolher, eu vou te pagar quando receber.

— Não há necessidade disso, só faça um bom trabalho.

Então era isso, fato, estava na friendzone.    

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