Capítulo 31
NORA
Viro o rosto na direção do seu, alinhando nossos olhares. Ele parece irritado, com a boca franzida em uma careta e olhar sombrio.
- Você não deveria estar aqui, Nora. Tão perto. Sinceramente, eu deveria te mandar para outro país, um lugar seguro e com poucapopulação. - ele sussurrou, seus dedos deslizando da minha cintura para o meu quadril. - Mas eu gosto que você esteja.
O toque dele era hipnotizante, descendo mais um pouco, queimando minha pele como um fogo lento. Eu estava sem ar, os lábios se entreabrindo involuntariamente enquanto um suspiro escapava. Minhas mãos voaram para os ombros dele, tentando me ancorar, mas a verdade era que eu estava caindo.
Zé inclinou a cabeça, os olhos brilhando com uma fome perigosa, enquanto deslizava as alças do meu sutiã pelos meus ombros, expondo minha pele sensível ao ar fresco. Ele parou, deixando a mão descansar levemente na minha garganta, seus dedos pressionando de maneira firme, mas controlada. Meu coração parecia um tambor desgovernado no peito.
- Você teve alguma coisa com ele? - Zé perguntou, a voz grave e carregada de algo que não consegui identificar.
Eu pisquei, confusa.
- Com quem?
-O segurança. - ele rosnou, o nome escapando dos lábios dele como uma maldição. Seu semblante endureceu, e a tensão no ar pareceu aumentar.
- Mikhail?
Seu aperto na minha garganta aumentou.
- Nunca mais diga o nome dele. Aliás, nunca diga o nome de nenhum homem perto de mim.
Engoli em seco, tentando acalmar minha respiração.
- Eu não tive nada com ele - sussurrei, a voz baixa, quase um pedido de paz.
Zé pressionou sua mão um pouco mais contra minha garganta, inclinando minha cabeça para trás. Meus olhos se fecharam, não de medo, mas de pura entrega ao momento. O toque dele, a proximidade, a intensidade que irradiava de cada gesto.
Ele inclinou a cabeça, os lábios encontrando a pele exposta do meu pescoço. A mordida era firme, marcada por uma mistura de possessão e desejo. O beijo que se seguiu parecia quente o suficiente para consumir o que restava de sanidade dentro de mim.
- Você o desejou? - ele perguntou contra minha pele, a voz grave e carregada de ciúme. - Em algum momento, você o viu como um homem? Vocês passaram muito tempo juntos, Nora.
Minha mente girava, as palavras dele eram apenas um som distante enquanto eu me permitia sentir. As mãos dele me seguravam como se eu fosse algo precioso, mas que ele ainda queria dominar completamente.
- Não - murmurei, a palavra saindo como um gemido. - Nunca.
Zé fez um som baixo, algo entre um rosnado e um suspiro satisfeito. Ele puxou minha cabeça para baixo, até nossos olhos se encontrarem, como se procurasse algum traço de mentira. Quando não encontrou nada, ele sorriu, mas não de forma doce. Era um sorriso que prometia o caos.
- Boa garota - ele murmurou antes de voltar a me beijar, dessa vez com uma intensidade que roubou todo o ar dos meus pulmões.
Com um movimento suave, ele me deitou na cama. A respiração de ambos estava ofegante, nossos corpos se buscando instintivamente. Suas mãos exploravam minha pele com cuidado, mas havia uma fome contida em cada toque. Eu não conseguia pensar, apenas sentir. Mas, então, uma batida seca na porta quebrou o momento como um copo que se espatifa no chão.
- Senhor José Luiz? - a voz de Justine ecoou, carregada de formalidade, mas com um tom que parecia de propósito.
Zé rosnou baixinho, cerrando os dentes enquanto me encarava. Eu me endireitei na cama, puxando o lençol para cobrir meu corpo. Era como se Justine soubesse o que estávamos fazendo e tivesse escolhido o momento exato para interromper.
- Vai embora, Justine! - Zé gritou, a irritação evidente na voz.
- Dona Cecília está no andar debaixo. Ela veio para uma visita. - O tom dela era quase condescendente, e eu senti minha raiva borbulhar.
Fechei os olhos ao ouvir aquele nome.
Cecília.
Eu a odiava sem reservas agora.
O que diabos ela está fazendo aqui?!
Zé se levantou, ainda olhando para mim, e começou a recolher as roupas espalhadas pelo chão. Meu sangue ferveu, e eu apertei o lençol contra o corpo, tentando controlar minha respiração.
- Se você descer para ver essa mulher - comecei, minha voz carregada de uma fúria que eu não conseguia controlar. - Você nunca mais vai tocar em mim.
Ele parou, me olhando como se eu tivesse acabado de desafiá-lo a atravessar o inferno. Em poucos passos, ele estava ao meu lado, me puxando pela cintura até que eu ficasse de joelhos na cama.
- Eu preciso falar com Cecília. É importante. Mas você não tem que ficar com ciúmes, boneca. - A voz dele era firme, mas havia algo em seu tom que parecia um apelo.
Afastei sua mão do meu rosto.
- Foda-se, José Luiz. O que você tem para falar com aquela mulher?
- Eu não posso te dizer.
Bufei, empurrando-o com força. Pulei da cama e comecei a vestir minhas roupas, os movimentos rápidos e desajeitados. Zé me observava com uma mistura de frustração e desejo, mas não tentou me impedir.
Caminhei até a porta, a mão já na maçaneta, mas antes que pudesse girá-la, Zé me puxou novamente. Suas mãos firmes me seguraram, e ele me beijou com tanta intensidade que me deixou sem fôlego. Meu corpo cedeu contra a porta, o calor dele me cercando completamente.
- Eu te amo, Nora - ele sussurrou, os lábios ainda colados nos meus.
Antes que eu pudesse responder, ele abriu a porta e saiu. Justine não estava mais ali, mas era quase como se eu pudesse sentir os olhos de julgamento dela observando de algum lugar escondido.
Após a saída de Zé, fiquei ali, encostada contra a porta, tentando recuperar o fôlego e colocar meus pensamentos em ordem. Minha mente estava em guerra, um caos entre o ódio por Cecília, o desejo por Zé e a sensação de que tudo estava desmoronando ao meu redor. O toque dos lábios dele ainda queimava na minha pele, mas o gosto amargo de sua ausência já começava a me consumir.
Sem pensar muito, caminhei até meu quarto e me joguei no banho, deixando a água fria escorrer pelo meu corpo.
Fechei os olhos, respirando fundo. Não podia continuar assim. Minha mãe logo voltaria para casa.
Após me vestir, mandei uma mensagem rápida para Talia, pedindo para nos encontrarmos.Ela respondeu quase imediatamente, sugerindo um café fora do condomínio. Concordei e saí em poucos minutos.
No café, Talia já me esperava, com óculos escuros enormes e um cappuccino em mãos. Assim que me sentei, ela tirou os óculos, me observando com atenção.
- Você está péssima, Nora. O que aconteceu? - perguntou, inclinando-se sobre a mesa.
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