Provação 1

Cheguei cedo hj hehehe. Esse cap ficou maior do que eu esperava, as fazer o que se eu amo escrever um drama.




"Katsuki corria o mais rápido possível pelos quartos de hospitais. Não acreditava que tinha perdido o parto do segundo filho.

O suor pingava pela testa e o coração disparava. Só torcia pra Eijirou e o bebê estarem bem, só isso.  Correu até se deparar com o quarto de hospital número 33. Abriu a porta rapidamente, completamente desesperado.

Ele estava trabalhando tranquilamente e quando chegou na agência recebeu a notícia de que o ômega tinha entrado em trabalho de parto a 6 horas atrás, o que o desestabilizou completamente, já que Eijirou tinha 8 meses de gravidez ainda. Ele saiu correndo, porém ainda pegou mais 2 horas e meia de trânsito até chegar no hospital.

—Eiji...— Chamou vendo o ruivo que estava deitado dormindo na cama de hospital. Respirou aliviado assim que viu que não tinha nenhum aparelho conectado a ele, o que indicava que não estava correndo risco nem nada. Olhou então para uma incubadora que estava aberta ao lado dele, vendo um pezinho se mover lentamente.

Os olhos encheram de lágrimas na hora. Oh meu Deus! Eram tão pequenos que mal dava pra acreditar.

Ele deu passos devagar se aproximando, sendo arrebatado pela sensação de amor que invadia seu peito e se espalhava por cada parte do seu ser, o fazendo transbordar em lágrimas de puro amor. Era algo tão forte e tão intenso que jamais conseguiria ser descrito em meras palavras, apenas sentido.

Avançou, podendo ver assim o ser miúdo que resmungava enquanto dormia dentro da incubadora. Segurando o dedo mindinho de Eijirou como se sentisse medo que tirassem o pai ômega de si. Katsuki não pode conter as lágrimas ao ver a cria. Aquela carinha redondinha, lábios finos e narizinho pequeno e arredondado.

Andou até a incubadora já chorando horrores. E então encostou o dedo na barriguinha pequena, em resposta recebeu um resmungou entre o sono. Katsuki riu admirando os fios pretos na cabeça dele.

Eijirou se remexeu abrindo os olhos só de ouvir o resmungo do bebê. Abriu os olhos prontamente para ver o que a cria queria.

—Quem tá aí?— perguntou abrindo e fechando o olho e se levantando, observando então Katsuki. — Suki...— Sorriu.

—Me desculpa Eiji...não poder estar aqui com você. — Disse indo ao encontro do ruivo, colocando as mãos nas bochechas dele o beijando docemente, em um ato de carinho e amor.

—Tudo bem...— Ele respondeu assim que saíram do beijo. — Não tinha como adivinhar que esse pirralho ia sair adiantado..— Disse olhando pro bebê que voltou a dormir.

—Vocês tão bem? Você está se sentindo fraco? Quer que eu busque algo?— Perguntou e o ruivo riu.

—Só que fique aqui e aromatize a gente ...— Pediu puxando Katsuki e o fazendo se sentar ao seu lado. O alfa no mesmo momento soltou seus feromônios fazendo Eijirou ronronar.

—Deita no meu colo...— Ele disse e o ruivo fez colocando a cabeça no colo dele e sentindo o alfa acariciar seus cabelos e o aromatizar.

Enquanto fazia isso Katsuki observava o pequeno filho que se mexeu satisfeito por sentir os feromônios dos pais.  Assim que fizesse Eijirou dormir e descansar ele iria pegar aquela coisinha fofa no colo.

—Eiji é melhor dormir, daqui a pouco os idiotas dos nossos amigos chegam e aí você não vai ter mais paz.

—O Denki vai fazer um escândalo por ser o padrinho dele..— resmungou sorrindo se ajeitando no colo, sentindo os dedos do loiro fazerem um cafuné em seu cabelo.

—Mas, tá tudo bem mesmo? Ele fez todos os exames já? E você? Tá com dor nem nada?

—Só falta fazer o do pezinho e dar banho nele. — Disse bocejando e fechando os olhos. Apesar de ter ficado só 7 horas em trabalho de parto estava exausto. Pelo menos não tinham sido 19 horas como o de Katsuo.  Os olhos se fecharam  e ele cedeu ao sono voltando a dormir.  Katsuki então  olhou para o bebê, parou o carinho em Eijirou e levou as mãos ao bebê o pegando com cuidado. Como ele ainda era muito recém nascido estava apenas de fralda.
O pegou no colo não aguentando e voltando a chorar, apesar de estar tomando cuidado para não acordar o pequeno, sabia que acordar um recém nascido que estava dormindo tranquilo nunca é bom, Katsuo o ensinou isso.

—Bem vindo ao mundo Akihiko..— Disse sorrindo olhando o bebê"

A memória saiu da memória assim que ele viu o filho tremer no seu colo. O menino começou a se remexer e chorar.

—Aki, hey Aki. — Chamou e o menino acordou com os olhos arregalados e derramando lágrimas. — Hey, tá tudo bem, já passou, já passou. — Disse acariciando os cabelos do filho.

—A gente tá na terra?— Perguntou se encolhendo no colo do pai.

Eles estavam no hospital, faltavam 5 horas até a cirurgia da caçula. Os dois meninos estavam ali com a irmã. A cirurgia dela seria às seis da manhã, então todos os 4 passaram a noite no hospital. Katsuo estava na cama com a irmã. Eijirou estava em um sofá que tinha no quarto e Katsuki estava na poltrona com Akihiko, tentando fazer ele dormir para colocá-lo com Eijirou.

—Me dá ele aqui..— O ruivo pediu se levantando no sofá. — Eu não consigo dormir mesmo. -- A ansiedade e frustração não o deixavam. Afinal, que pai estaria em condições de dormir tranquilamente quando sua criança de 4 anos estava prestes a fazer uma cirurgia?

—Dorme cabelo de merda, é melhor você descansar e eu cuidar dele. — Disse, ajeitando o menino no colo.

— Já disse que não consigo dormir. — Eijirou respondeu enquanto pegava o filho no colo. — Tá tudo bem suki, nós dois sabemos que eu só vou conseguir dormir depois que a cirurgia dela acabar e eu puder abraçar ela e me certificar que ela tá bem. — Akihiko se escorou no ombro do pai enquanto bocejava, estava morrendo de sono, eram 1 da manhã, e todos estavam exaustos de ficarem no hospital.

—Certeza?  —Questionou com dúvida.

—Certeza, suki.— Afirmou se sentando no sofá com o moreno. Esse que cedeu ao sono mesmo não querendo dormir, afinal era sempre a mesma coisa, ele dormir e sonhava que estava se afogando ou que os pais morreram afogados. Eijirou e Katsuki já estavam tratando isso com psicólogos, porém ainda demoraria até o menor se livrar do trauma.

—Eu também não consigo dormir..— Disse se levantando e sentando ao lado marido passando o braço por trás dele, o abraçando parcialmente. Eijirou se remexeu e escorou a cabeça no ombro de Bakugou respirando profundamente, com certa tristeza. —Não fica assim.. você vai ver, ainda hoje vamos encher ela de beijos assim que ela sair do pós cirúrgico.

—Espero que esteja certo suki...—E lágrimas caíram, em pura apreensão e medo. —Porque essa é só a primeira cirurgia que ela vai ter que fazer. — Disse fungando. Katsuki percebendo o choro apenas o abraçou mais forte, tomando cuidado para não apertar Akihiko e o acordar do sono. Estava tão apreensivo quanto Eijirou, porém ainda conseguia segurar as lágrimas. —Me..me dói tanto imaginar que em algumas horas ela vai estar em uma mesa cirúrgica com um monte de estranho mexendo no corpinho pequeno dela… — Disse olhando a filha que resmungava entre o sono por causa da mão de Katsuo que insistia em ir até o rosto dela.

—Mas é necessário Eijirou. — Bakugou disse, não em um tom de conforto, mas sim de desolação. Afinal, passar por aquilo era o único modo de salvar a vida dela. E sinceramente, talvez deveriam estar gratos,  por serem heróis e ganharem muitíssimo bem conseguiam e a  manter no melhor e mais caro hospital de Tokyo, bancar as radioterapias, enfermeiras gentis, os remédios caros nunca faltavam a menina, fora os agrados que faziam a ela lhe dando doces caros feitos com açúcar específico para não prejudicar a saúde dela. Quantas famílias estavam na mesma situação deles e dependendo do governo para que o filho tenha remédios? Tendo que enfrentar filas em hospitais, enfermeiras desagradáveis e tendo que se desdobrar para pagar o tratamento?

Não que o Japão fosse ruim em saúde, realmente não era. Porém, tudo era pago, até em casos assim. O governo e projetos ajudam famílias que ganham um salário ou menos, mas ainda sim era difícil, pois mesmo com a ajuda a família tinha que se virar para conseguir o restante do dinheiro. Visto deste modo, eles eram até privilegiados. Se fossem pobres, muito provavelmente essa cirurgia seria de maior risco, visto que não teriam como pagar todas as seções de radioterapia.

—Humm!— A menina resmungou quando o irmão tornou a jogar uma mão no rosto dela em meio ao sono. Se sacudiu e ainda dormindo empurrou Katsuo, era uma tarefa difícil já que ele era três anos mais velho que ela. —Hum!—Com a carinha fechada ela deu um empurrão afastando o irmão de si, voltando em seguida a ter uma expressão angelical no rosto e dormir serena.

Bakugou e Kirishima ficaram ali no sofá, hora ou outra dando uns cochilos, mas sendo logo acordados por preocupações com a filha e com Akihiko acordando de algum pesadelo. Quando menos se deram conta viram enfermeiros entrando no quarto, e junto deles feixes suaves da luz solar que adentrava pela janela de modo sorrateiro.

Eijirou bocejou e se espreguiçou, olhando para os enfermeiros, esses que lhe fizeram uma breve mesura com a cabeça. Bakugou se ajeitou, coçando os olhos e em seguida olhando o relógio na parede. Eram 5 da manhã. Faltava uma hora até a pequena dele ser operada. Suspirou, deixando sua frustração escapar através do ato.

—Desculpe senhores, mas os meninos vão precisar se retirar. E precisamos acordar a menina— Um deles disse.

— Sim claro — Eijirou disse dando uma leve balançada em Akihiko, esse que acordou de modo calmo e bocejando. Ele estava exausto, a cinco dias não tinha uma noite de sono decente, já que era constantemente atormentado com pesadelos.  — Aki..— Chamou e o menino coçou o olho encarando o pai. — Levanta, vamo dá tchau pra mana.— O menino acenou um sim descendo no chão enquanto bocejava.

Eijirou foi até a cama onde o filho e a filha estavam.

—Liz, Kats, heeey..— Chamou delicadamente vendo ambos resmungarem se remexendo. — Heeey..— Levou a mão até o braço dos dois dando uma leve sacudida nós dois, os fazendo abrir os olhos e o encarar de modo sonolento. — Katsuo, você tem que ir embora. — Eijirou disse e o menino se sentou na cama.

—Já tá na hora papai?— Liz perguntou esfregando os olhinhos.

—Ta sim princesa, e seus irmãos tem ir embora agora, deem tchau pra ela. — Akihiko bocejou e subiu na cama hospitalar abraçando a irmã.

—Amanhã eu volto, e trago a fantasia de pirata pra nós brinca. — Disse como se aquilo fosse só um dia longe dela, e em sua mente de criança era mesmo.

— Trás o Kiko, não esqueçe!— Disse se referindo ao papagaio de brinquedo que falava.

Katsuo olhou a situação, ele tinha mais noção do que estava acontecendo. Ele entendia mais ou menos o conceito de cirurgia. Viu em alguns filmes e séries, parecia ser bem sério e complexo para ele. Ao contrário de Akihiko ele entendia que "cirurgia" era algo mais sério do que "levar a Liz pra uma sala pra tirar um dos três dodóis" - explicação que Katsuki havia dado ao do meio.-

Diante disso o loirinho se sentiu triste pela irmã, e em um ato inesperado começou a chorar baixinho, ele sentia que não estava tudo bem, conseguia ver a tristeza do pai ômega e a aflição do pai loiro, era pequeno para entender a complexidade de tudo, mas grande o suficiente pra entender que não estavam em uma situação tão boa e simples.

—Katsuo..— Eijirou o olhou, sendo seguido pelas outras duas crianças que os olharam assustados. O mais velho estava chorando? —Hey…

—A Liz vai ficar bem? Va-vai? E-eu se-sei que cirurgia... não, não é bo-bom papai. — Bakugou então se aproximou, do restante da família. Olhou pra Eijirou como quem diz "eu cuido disso, não se preocupe." Eijirou acenou pegando a mão de Akihiko e o descendo da cama enquanto Bakugou se sentou perto do filho.

—Katsuo, de qual família a Liz é?— Perguntou olhando a criança.

— Da nossa, a  Bakugou. — Respondeu.

—Então seu merdinha, ela é uma Bakugou, é forte. Ela vai ficar bem, eu te garanto, não precisa chorar assim. — Disse limpando as lágrimas do filho..

—Jura papa?—

—Juro, agora dá tchau pra ela, você precisa ir pra casa. — O menino  acenou um sim e abraçou a irmã carinhosamente, tomando cuidado para não apertar ela demais, já que ela era bem mais miudinha do que ele.

—Não chora Kats, — Ela disse fazendo um carinho nas costas dele. — Eu vou tá mimindo, nem vai doer. —  Ela disse tentando animar ele. Nem ela entendia o que iria acontecer, só que ela ia dormir pros médicos ajudarem ela a melhorar. Aquela cena doía tanto nós dois adultos, porque inevitavelmente eles imaginavam que existia uma possibilidade de algum dia os meninos se despedirem dela pela última vez.

—Vem Kats, temos que ir. — Eijirou chamou por fim. O menino saiu do abraço e foi até o pai ruivo. Esse que pegou na mão dele e saiu. Eijirou iria ir até a recepção com os filhos, o motorista deles estava lá esperando para levar os meninos para casa dos avós.

—Bom, a senhorita pode tirar esse pijaminha? Temos que vestir outra roupa em você.— A enfermeira disse sorridente e carinhosa. Essa enfermeira era a que mais acompanhava a menina, estava ali no hospital durante toda a semana e só na quarta não atendia liz. A menina acenou um sim levantando os bracinhos enquanto olhava para Katsuki. Esse que logo retirou a camiseta do pijama do Garfield dela. Terminou de tirar a roupa dela e colocar aquele vestido hospitalar de costume.

Depois da roupa a menina teve que se deitar de bruços e um médico que estava cuidando do caso dela entrou usando uma máquina para ver exatamente onde o tumor estava e marcar com uma caneta onde deveria ser feito o corte da cirurgia. Eijirou voltou assim que o médico terminou o trabalho.

—Com licença..— Pediu fazendo uma leve mesura e  saindo. Eijirou respirou fundo encarando a filha

O coração estava doendo de um modo. Imaginar que tinha 30% de chance dela sair daquela sem vida era tão horrível e angustiante. Isso sem contar que essa era só a primeira cirurgia. Respirou fundo e sorriu indo em direção a menina.

—Tá com sono pequena?— Perguntou se sentando e abraçando ouvindo ela bocejar.

—Humrum..e com fome também papai. Quando eu acordar vou cume né?—

—Vai sim, e vamos trazer um curry bem gostoso e saudável pra você pentelha. — Ela o olhou e sorriu.

—Que bom! Eu amo curry papai! — Ela Exclamou. Eles ficaram um tempo  ali conversando com ela, e aproveitando.

Os médicos entraram em seguida dando a anestesia para ela, enquanto ela chorava no colo de Katsuki dizendo que estava doendo e que não gostava de agulhas.

Assina eu anestesia foi aplicada os médicos providenciaram o restante do equipamento, como o oxigênio e o aparelho de checagem dos batimentos cardíacos. Dois tanto nós dois ver sua menininha sendo submetida a aquilo. Se pelo menos pudessem trocar de lugar com ela…

  E quando perceberam só faltavam 20 minutos até a cirurgia, ela já estava sob efeito da anestesia, completamente apagada. Nem mesmo segurava a mão de Eijirou com um mínimo de força. Depois de tudo pronto os médicos empurraram a maca até o centro cirúrgico. Bakugou e Eijirou foram juntos, cada um de um lado da maca e cada um segurando uma mãozinha dela. E só soltaram assim que chegaram na porta, onde não podiam passar.  E lá se foi a pequena deles.

Eijirou mordeu o lábio chorando, sentindo que seu coração tinha ido junto dela para aquela sala. Bakugou segurou a mão dele enquanto também olhava para a porta do centro cirúrgico, sentido cada parte sua gritar para entrar lá dentro e ficar ao lado da cria.

[.....]

—PRONTO! —Mina exclamou sorridente assim que terminou. Kaminari se olhou no espelho estranhando a imagem à sua frente.

—Tá horrível, mas é por um bom motivo.— Disse por fim, contente pela atitude.

— Fizemos a coisa certa amor.— Jirou disse também se olhando no espelho. —

—Você ficou linda, mais do que o normal. — Ele disse sorrindo bobo pra ela enquanto pegava um gorro e colocava na cabeça. Jirou sorriu e o beijou, ele era um idiota, mas era um idiota com o coração mais bondoso desse mundo. Aquela ideia tinha vindo dele, e todos os que podiam fazer estavam fazendo.

—Agora é a vez da Momo. — Mina disse olhando a grávida. Essa que lhe sorriu sentando na cadeira à sua frente. —Quer mesmo fazer isso?— perguntou olhando a morena.

—Humrum, se é pela minha afilhada, então vale a pena. — Disse sorrindo, determinada.

No mesmo momento o casal Tododeku entrou sorrindo para ambos.

—Chegou o brócolis e a bandeira do Canadá!— Mina brincou.

—Estamos muito atrasados? — O esverdeado perguntou enquanto ajeitava colocava o bebê conforto no chão, onde o filho dormia tranquilamente.

—Sim, agora não dá pra gente ficar muito tempo com o bebê!— Mina protestou olhando aquela neném com mais bochecha que tudo.

—Amada, é só você fazer o seu. — Todoroki disse pendurando o casaco de neve em um gancho que tinha ali na casa de Jiro.

—Ainda não tá na hora. Tamo reformando a casa. — Uraraka disse.  — E convenhamos, ser titia é bem melhor que ser mãe, quando chora eu posso simplesmente entregar pra vocês dois. — Ela disse se agachando no chão e segurando a mãozinha do bebê, tomando cuidado pra não acordar.

—Mas é bom se acostumar com a ideia, porque assim que aquela casa ficar pronta, tu só sai de lá de cadeira de rodas e grávida. — Mina disse fazendo a morena corar. E os outros rirem da insinuação.

—Mudando de assuntooooo, quantas horas?— A morena perguntou.

—10 da manhã. — Jirou respondeu. —Falta duas horas pra cirurgia da Liz acabar. — A roxeada suspirou triste. —Nem posso imaginar como o Bakugou e o Eiji devem estar uma hora dessas, esperando a 4 horas naquele hospital.

—Pelo menos o Mirio e o Tamaki estão lá com eles enquanto a gente não vai. Tenho certeza que estão dando muito apoio. —

—Espero que tudo dê certo, eu nem imagino como aqueles dois ficariam se perdessem ela, ou qualquer um dos meninos. — Momo disse.

—Bate na madeira peituda.— Kaminari disse batendo na mesa de madeira tentando descontrair ao usar aquele apelido. Tomando um tapa na nuca de Jirou logo em seguida. —Aí amoooor!— Disse olhando para Kyoka que estava prestes a  matar ele.— Sabe que eu amo as suas azeitonas.—  Disse rindo, e todos olharam para ele assustados.

—Corre Kaminari!— Ela disse abrindo a gaveta que tinha as facas da cozinha.

[...]

2 horas, 3 horas, 5 horas, 6 horas, 6 horas e 47 minutos…

Esse era o tempo que estavam ali naquela sala de espera. Com Eijirou andando de um lado pro outro e virando um copo de água na boca a cada meia hora. Aquilo era mais uma tortura do que tudo para eles. Cada médico que passava ali ouvia as perguntas dos dois sobre a menina. E ambos recebiam sempre a mesma resposta.

"Ainda estamos realizando a cirurgia, e até agora sem complicações."

Aquilo deveria acalmar eles, né? Mas não acalmava, saber que não havia tido complicações ainda era um alívio, mas e se tivesse depois? Ou no final? Ou alguma infecção que os médicos ainda não haviam percebido?

—Senhores Bakugou e Kirishima..— Um médico moreno disse entrando no local, fazendo os dois o encararem imediatamente. —É um alívio dizer que a cirurgia foi realizada sem nenhuma complicação. A filha dos senhores já está no pós-operatório, ainda em estado de alerta, mas ela passa bem.

Eijirou sentiu um peso ser tirado de seu peito o permitindo respirar direito e se sentir mais aliviado. O coração que antes batia acelerado em ansiedade se acalmou, e toda a angústia dentro do peito dele saiu. Ele sentou na cadeira que tinha respirando aliviado. A primeira batalha tinha sido superada.

Bakugou puxou o ar para dentro do pulmão e o soltou em seguida, sentindo a aflição e medo também saírem de seu corpo.

—Onde ela tá? — Perguntou imediatamente. — A gente pode ir lá ficar com ela, não é?—

— Infelizmente só deixamos a entrada no pós-operatório em últimos casos, quando o paciente já está morrendo. Não permitimos a entrada a não ser por essas circunstâncias. —

—Mas porque não caralho? Somos os pais dela, e ela é uma criança.— Bakugou perguntou não escondendo a vontade absurda de ficar com a cria depois desse susto.

—Fazemos isso por bem do paciente senhor, ela acabou de sair de uma cirurgia, se ela pegar qualquer doença, bactéria, infecção que seja, pode deixar ela entre a vida e a morte. E mesmo os senhores sendo pais dela podem levar alguma coisa daqui de fora para ela. Mas se acalmem, em algumas horas ela irá pro quarto e vocês serão comunicados para poderem ficar com ela.— Informou de modo cético, já estava acostumado com aquele desespero em ver o filho depois de cirurgias.

— Ok então, daqui quanto tempo ela vai ir pro quarto?— Perguntou então.

—Algumas horas, acredito que não mais do que 10. Isso depende, se ela tiver algum problemas com os pontos, infecção ou qualquer coisa assim ela fica mais tempo, se não ela pode ir pro quarto com até 5 horas pós cirurgia.

[....]

Eijirou e Katsuki não pouparam as bochechas da filha na hora de a encher de beijinhos. Enquanto Eijirou atacava a bochecha esquerda Bakugou atacava a direita. A menina soltou uma risadinha pelo contato afetuoso.  Ela reagiu super bem e não demorou a ir pro quarto. Acordou ainda no pós operatório e foi levada de cadeira de rodas pro quarto. Como a cirurgia era na medula óssea ela foi proibida de andar nos próximos 5 dias por causa dos pontos.

Mas os dois não se importaram nem um pouco com isso. O importante agora é que ela estava ali, viva e sem nenhum aparelho para isso. Rindo e sorrindo feliz pelo carinho que recebia dos pais.

—Aaah, coisa linda. — Eijirou Exclamou antes de dar mais um beijo na bochecha dela, obviamente tomando cuidado para não a machucar nem nada.

—Que gude papai, hihihi— Disse rindo.

—Você, foi muito forte, sabia?— Bakugou disse a abraçando.

—Fui mesmo. Tiveram que enfiar aquelas aguia de novo no meu braço!— Protestou e Katsuki sorriu.

—Licençaaaa..— Ouviram a voz de Denki e a porta sendo aberta. — É aqui que a senhorita Eliz está? — Disse entrando com um sorriso bobo no rosto, sendo seguido de Momo, Izuku, Mina e Jiro.

Só que…

Não, eles não tinham feito aquilo, né?

Os olhos do casal Kiribaku se encheram de lágrimas na hora em que Izuku e Denki retiraram as toucas, exibindo assim uma bela careca. Momo estava com o cabelo cortado Chanel, a altura da orelha e Jirou estava com o cabelo curto e uma parte raspada.  E mina estava com os cabelos bem curtos também, igual um corte masculino.

—Oh!— Ela disse com surpresa e alegria. —Ces cortaram o cabelo?—

—Sim, agora você não é a única carequinha. — Denki disse brincalhão. — Somos três agora. — Disse se referindo a Izuku também.

—Três e meio. — Kyoka completou se referindo ao fato de metade do cabelo dela estar rapado.

—Ge-gente...— Kirishima disse levando a mão na boca chorando. Puta que pariu, os amigos eram uma família pra ele, nossa.

—Seus merdas...— Bakugou resmungou segurando o choro. —Quase me fizeram chorar...— Resmungou secando as lágrimas assim que elas saíram dos olhos, evitando que caíssem nas bochechas, mas todos perceberam que ele chorou.

—Fizeram isso por mim?— Ela perguntou felizinha.

—Claro, — Momo disse. — Afinal é só cabelo, cresce de novo. —

—E agora a gente vai esperar o nosso crescer igual você vai esperar o seu. — Denki disse. —Assim você não tá sozinha nisso.

O casal Kiribaku não podia estar mais emocionado com a atitude dos amigos. Até Momo que tinha uma apego nos cabelos compridos cortou curtíssimo para dar apoio.

—Olha, fizemos o biribinha chorar. — Mina disse sorrindo pro amigo. Esse que revirou os olhos com a insinuação, porém também sorriu, feliz por ter aqueles idiotas como amigos.



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