Desesperar, Raciocinar

Olha, me doeu escrever a primeira parte.
Sim, eu também tenho coração, e tô me apegando a Liz, não sei se isso é bom ou ruim, mas né ಥ‿ಥ
Peço que se acalmem e confiem em mim, pois acabamos de chegar no meio da Fanfic, apartir de agora, até o desfecho, eu não garanto nada.
Votem e comentem, isso ajuda DMS a DK.


 Katsuki não sabia o que fazer, ou como agir. Era tudo tão angustiante e desesperador. 

Em seus braços ele segurava a filha, essa que estava roxa, e tentava a todo instante puxar o ar, enquanto sua mão agarrava a blusa de Katsuki, a torcendo e amassando. 

Katsuki a olhava apavorado, olhando ela morrer aos poucos em seu colo. Ele chorava de desespero, porém não conseguia raciocinar e pensar em soluções e salvamentos, tudo o que tinha aprendido nesses estudos simplesmente sumiu de sua mente, e ele só travou chorando a observando. 

— Pa… pa… — A voz saiu rouca, baixa e repleta de dor e desespero. 

Katsuki retirava tudo o que disse. Preferia que ela morresse em uma mesa de cirurgia, sedada e sem dor, do que morrer sem ar, sofrendo de modo inimaginável.  Ele retirava, ele retirava, está ouvindo universo? Ele permite que ela morra numa mesa de cirurgia, ele permite, é menos doloroso para ela. Só…

— Por favor..— Ele pediu fechando os olhos e chorando. Então, o barulho agoniante de Liz acabou, a mão dela parou de apertar a blusa de Katsuki. — O que ela tem? O-o que...

Um terror e medo se espalhou por Katsuki, saindo do peito tomando controle de todo o corpo dele. Ele não podia perder a filha. Não, não podia. Ele tinha três filhos, e queria ter os três consigo até seu último suspiro. Não podia perder a caçula, a-a criança que ele tanto ama. É doloroso, e incompreensível.

Diante do desespero de ver a filha morrer em seus braços, Katsuki fez o que jamais imaginou que faria, afinal nunca precisou. Caiu de joelhos,  com a criança quase morta em seus braços, olhou para a noite estrelada através da janela que havia ali.

— Por favor… sal-salva... — Pediu, esperando que qualquer grande divindade ou Deus, o ajudasse. Naquele momento ele se sentiu frágil, pequeno, e insignificante, como se realmente algo superior existisse e estivesse olhando para si. — De-de-culpa, nunca acreditar que você, ou vocês existiam, mas poha, salvem ela, me ajudem. — Pediu, se tivesse acreditado em alguma divindade sua filha estaria curada? Ele não sabia, mas aquele era seu último recurso, fazer uma prece e esperar que algo superior o atendesse. E verdadeiramente, estava arrependido, pensado que se acreditasse em algo, Liz não estaria quase morta  em  seus braços. — E-eu prometo, fa-faço qualquer coisa, passo A-a a-creditar, e-eu, poha, faço qualquer coisa! Ma-mas, me ajuda.

" Desengasgar " 

A voz soou em sua mente, não tinha tom feminino ou masculino, era indecifrável, e soou em outra língua também, uma que Katsuki não se lembra de existir, mas mesmo assim compreendeu.

Katsuki se levantou rapidamente, como se finalmente o pavor  passasse e ele conseguisse raciocinar para fazer algo.  colocou a menina de bruços na cama, colocando a cabeça pra fora. Em um jeito rápido começou a dar leves socos na extensão das costas dela. Eram um tanto fortes, mas necessários.

— Desengasga, desengasga — Pediu chorando enquanto aplicava os golpes. Ele se lembrou do que era aquilo. O tumor no estômago devia estar fazendo o fluxo de comida e remédios voltar, pra ela vomitar. O vômito deveria ter ficado parado perto da entrada da respiração, ou até mesmo entrado lá, impedindo a menina de respirar.

O corpo da menina deu uns espasmos, pelos golpes, era sinal que estava funcionando. 

— Vamos Liz, tente vomitar, tente vomitar. — Pediu chorando, sentindo medo de que aquilo não funcionasse. 

Em um ato repentino a menina voltou a consciência, ainda se sufocando e chiando de desespero e dor. 

— LIZ, TENTA VOMITAR, TENTA VOMITAR! —  Gritou aplicando o máximo que podia. 

Em um movimento rápido, um líquido verde musco saiu pela boca e nariz da criança, fazendo a garganta dela arder. Katsuki se sentiu aliviado, esperando terminar. 

Assim que parou de vomitar, ela começou a chorar alto, sua garganta estava ardendo e suas vias respiratórias também. Katsuki a puxou, a aconchegando no colo, enquanto acariciava a cabeça que tinha fios loiros de menos de 5 milímetros.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAHH — Liz chorou confusa, sua garganta parecia estar um carne viva, assim como seu canal respiratório, conseguia respirar agora, porém doía intensamente por causa da ardência no sistema respiratório, suas costas estavam doendo por causa do que Katsuki fez para ela desengasgar. E ainda por cima, ainda se lembrava da assustadora sensação de não conseguir respirar, nossa foi tão assustadora que ela nem podia se lembrar que já se arrepiava toda. 

— Passou, passou. — Bakugou a abraçou forte, chorando e a beijando, enquanto chorava emocionado. Quase a perdeu, quase perdeu uma de suas coisas mais preciosas nesse mundo.

A porta, que havia sido fechada por Bakugou, para os meninos não verem a irmã morrendo, foi aberta pelos dois, que olhavam assustados para a cena. Botaram a cabeça para dentro, olhando e começando a chorar aliviados no mesmo instante. Katsuki olhou os dois, e os chamou com a mão para virem até ele.

Os dois obedeceram, se juntando no abraço em torno da irmã e chorando. Katsuo sem dúvida era o que mais abraçava e olhava pra Liz, a imagem dela roxa sufocando ainda o perturbaria por um longo tempo. 

[...]

Kirishima não soube descrever o pânico que sentiu quando recebeu a ligação de Ashido, dizendo que Katsuki estava com Liz no hospital, e que a menina havia quase morrido. Eijirou se desesperou a um ponto extraordinário, a ponto de suar frio, mesmo sabendo que agora a menina estava bem e sem nenhum risco.

Pegou o primeiro voo e voltou para Tokyo, tentou ligar para Ashido o buscar, mas ela não atendeu, nem Denki, Jiro ou Deku. Ligar para Uraraka e Todoroki seria perda de tempo, pois os dois estavam trabalhando. A contra gosto, pegou um táxi e foi embora, demorando cerca de meia hora para chegar ao hospital. Havia conversado no celular com Katsuki, ainda no aeroporto, e o loiro parecia transtornado demais para explicar tudo, apenas informou o hospital.

Quando Eijirou chegou, mandou o táxi levar as malas dele até a casa de Deku, e entrou correndo no hospital, passando rapidamente pela recepção e indo para o quarto da filha.

— Cadê a Liz?  — Eijirou disse adentrando no local, vendo Liz em cima da cama do hospital, com uma enfermeira passando uma pomada em suas costas, nos locais um pouco roxos. 

— Papai… — Ela chamou com os olhinhos enchendo de lágrimas e esticando as mãos na direção do ruivo, pedindo colo. A enfermeira deu licença, vendo o ruivo se aproximar chorando e abraçando a criança em seguida. 

Ele agarrou o corpinho miúdo, chorando compulsivamente sobre ele. Quase perdeu a pequena, quase a perdeu. 

— Filha… me-meu Deus… —A criança retribuiu o abraço chorando.

— E-e-eu nu-nunca ma-mais v-vo pe-pedi pra m-morrer. — Resmungou esfregando o rosto no torso de Eijirou, procurando um contato maior.

A enfermeira sentiu o coração doer com a visão, porém, ainda sim saiu dando privacidade aos dois. Ela caminhou até topar com um homem de cabelos cinzas.

— Doutor Tetsu, eu não terminei de passar o medicamento na menina do quarto 4, poderia pedir outra enfermeira para ir daqui alguns minutos?

— Posso saber o porquê de você não ter terminado o trabalho?

— O pai ômega dela chegou, e está emocionado, afinal, quase perdeu a prole, decide sair, por isso acho melhor voltarmos em alguns minutos. 

— Bom, não tem outra enfermeira disponível, me de o medicamento, precisa ser aplicada por agora para ter efeito. —

— Hum, ok… não seria melhor esperar o senhor Kirishima se acalmar? 

— Pra que? Ômegas são todos sentimentais e bobos. — Disse caminhando. Pegou os medicamentos das mãos dela e caminhou até o quarto, seria interessante ver Eijirou novamente, e dessa vez, sem a presença de Katsuki para atrapalhar eles a terem uma conversa. 

Abriu a porta, vendo a cena deplorável de Eijirou chorando em cima da criança, tanto quanto ela. Retorceu o rosto em desaprovação, Eijirou iria mesmo continuar a ser o sentimental de sempre? Era ridículo.

— Desculpe, mas tenho que aplicar a pomada nos hematomas. — Eijirou virou olhando o homem, surpreso e com uma cara de bravo. O que aquele filho da puta estava fazendo perto da cria dele? Não sabia, mas era melhor o acizentado sair o mais rápido possível.

— Saí. —

O tom agressivo e animalesco assustou um pouco Tetsu, Eijirou era sempre manso e calmo, até mesmo com os inimigos. Olhou o ruivo que automaticamente virou. Tetsu bufou.

— Olha, Eiji, voc..

— É Kirishima pra você. E eu mandei sair! Sai daqui! Não quero você perto da minha prole! —

— Eu sou o médico, e ela precisa da pomada nas costas, sei que é um burro e não me quer mais por perto, mas sei também que não quer que ela fique com hematomas que o pai alfa causou nela, não é? — Sua voz não demonstrava nem um pouco de compreensão ou interesse de agradar. Era curto e grosso.

— Chame a enfermeira que estava aqui e saia, eu não quero você aqui e nem quero discutir isso na frente de uma criança, sai! — 

Tetsu sorriu. 

— Você era mais manso comigo. — Ele se aproximou, em passos ousados e sorrindo. Eijirou respirou fundo, ele tinha acabado de quase perder a filha, não tinha saco para aturar alfa filha da puta. 

— Saí! — Pediu novamente, se levantando dessa vez. A criança olhou assustada, segurando a mão de Eiji, no intuito dele voltar pro abraço com ela. 

— Eu preciso passar o medicamento. — Disse, estalando a língua em tom de deboche. Aquela era uma boa hora para Katsuki aparecer, porém, Eijirou não era o tipo de ômega que precisava que o alfa viesse ao seu socorro.

— Eu sou o pai da paciente, e eu decido que médico encosta a mão nela ou não, então, é melhor sair, tenho certeza que não vai querer um processo por e encostar em uma criança indefesa sem a permissão dos pais, e também por se aproximar de mim quando você tem uma ordem de afastamento de no mínimo 30 metros. — Ele se endureceu, cerrando os olhos e olhando o platinado. — Se eu te meter um murro agora vão ser por legítima defesa. — 

Tetsu bufou, irritado. Aquilo era culpa de Katsuki, ele  que fez Eijirou virar um daqueles ômegas que não obedecem um alfa, e que não aceitam que são inferiores e fracos. Se Tetsu ainda fosse o alfa de Eijiro ele jamais ousaria falar naquele tom. Deveria ter batido em Eijirou quando teve a chance, se tivesse feito, Eijirou não teria tido a audácia de o largar.

A contra gosto ele se afastou, saindo do quarto, sentindo o medo de Eijirou o acertar um soco com o endurecimento. Ômegas, tão bobos quando estão tentando proteger a cria. 

Eijirou bufou ao vê-lo sair, voltando imediatamente ao encontro da filha, abraços e cheirando, soltando os feromônios para acalma-la e acalenta-la. 

— Desculpa ter soltado esses feromônios, bebê, já passou. — A menina o agarrou chorando.

— Qu-quem é ele, papai? — Perguntou.

— Ninguém, amor, ninguém, isso não importa agora, o que importa é que você tá bem. — Abraçou a criança, lhe beijando as bochechas. 

— Fo-foi culp-culpa minha papai E-e-eu pedi

— Não foi Liz, você não tem culpa nenhuma princesa, nunca pense isso, ok? — A apertou mais no abraço.

[...]

Bakugou adentrou no quarto, vendo Eijirou dormindo agarrado a filha, na maior proteção do mundo.  O loiro estava no refeitório, tentando engolir toda a situação que viveu. Ainda era desesperador lembrar dos acontecimentos, e saber que por um fio, não perdeu a filha.

Os meninos foram ficar com os avós, para que ele levasse a filha no hospital. Realmente, o tumor no estômago fez o fluxo intestinal dela voltar, e uma grande parte foi para as vias respiratórias, as tampando. O pior era que isso significava que o tumor estava se avançando cada vez mais, e iam ter que adiantar as cirurgias, antes que as chances dela sobreviver caíssem por terra. 

Ainda estavam em 50%, porém iriam começar a despencar caso não tirassem logo os tumores, e mais um começou a aparecer perigosamente perto do pulmão, se não retirassem os do estômago e acabassem com o menor, seria fatal se chegasse nos pulmões dela. 

Diante de tudo isso, Katsuki se viu atordoado, e sem conseguir raciocinar direito, ainda tentando digerir todas as informações e acontecimentos passados, e também, tentando se livrar da sensação se perda, afinal, ele quase a perdeu realmente. 

O loiro ficou lá em baixo, respirando ar puro e tentando se recompor, deixou os dois seguranças na porta do quarto da menina, para a segurança dela, esses que avisaram que Eijirou estava lá dentro quando Bakugou retornou. 

— Eiji… — Sorriu de canto, de modo triste, e se aproximou dos dois, sentindo os lábios tremerem e as lágrimas violentas voltarem a embaçar sua visão.

Eijirou poderia estar em volta de um caixão agora, não da filha viva…

E lá estava o coração apertado e doendo como inferno novamente, ele sentia que não passaria, que aquele puta susto não passaria, assim como a imagem dela roxa sem ar, sufocando em sua frente.

— Suki? — Eijirou questionou, abrindo os olhos com um pouco de dificuldade e o encarando. 

— Humrum. — Murmurou, se aproximando dos dois e se sentando ao lado de Eijirou. 

— Hey… tá tudo bem agora. — Ele disse terno, passando a mão na bochecha do alfa, limpando as lágrimas, embora ele próprio estivesse quase se desfazendo nelas. — Salvou ela. 

— Por muito pouco Eiji… e-eu vi… ela quase, Eiji, foi quase… —  O ruivo se remexeu, se sentando na cama, e então colocando a sua testa na de Bakugou, ficando com o rosto próximo e o olhando nos olhos.

— E-eu também tô assustado ainda… — Confessou, deixando as lágrimas caírem. — Ma-mas só vai fazer mal pensar no que qu-quase aconteceu, e… — Foi a vez de Katsuki passar a mão pelas bochechas dele, limpando as lágrimas. — Você salvou ela a tem-tempo, isso que im-importa agora, ela tá viva, mesmo que… — Um nó se fez na garganta. — Mesmo que… agora, ela esteja com um tumor ainda ma-maior. — Os dois se olharam, sentindo o peso daquela situação, e o medo do rumo que as coisas poderiam tomar.

50% 

Era um puta jogo de cara ou coroa aquilo, onde os dois cenários podem ocorrer.

— Acha que… vamos vencer essa batalha? — Perguntou, claramente desesperançoso.

— Nós não, ela, e-ela vai vencer, vo-você vai ver, é a Nossa Guerreira. — 

*******
Será que vai dar cara ou coroa?
Acharam mesmo que eu ia matar a menina? Se acalmem, se der cara serei obrigada a isso, porém será mais para frente, mas vamos torcer que dê coroa e ela viva bastante.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top