O Santuário

Vocês estão prontos? Porque é aqui que a merda acontece  ͡⁠°⁠ ͜⁠ʖ⁠ ͡⁠°

~🖤~

Lalisa Manoban

(...)

— Você precisa comer algo — uma enfermeira disse em inglês, com um sotaque bem carregado pelo desuso. — Está aqui há muito tempo sem comer, sua amiga ficará bem.

"Amiga" sempre que ouvia aquilo seu estômago embrulhava, queria dizer a todos que ela era muito mais que uma amiga, porém tinha medo que o preconceito deles afetasse o tratamento dela.

— Irei sair por cinco minutos para comer algo, estarei de volta em breve — disse com um sorriso forçado, que pareceu convencer a enfermeira, pois assentiu e caminhou para longe.

Lisa estava agoniada, Jennie parecia melhor agora que havia sido hospitalizada, seu caso estava tendo prioridade por conta do pagamento que deu ao hospital. O médico que a entendeu disse que os sintomas dela eram parecidos com o de uma intoxicação alimentar, por isso deu remédios para que ela vomitasse, apesar de não haver mais nada em seu estômago. Jennie pareceu um pouco melhor após isso, mas ainda apresentava febre alta e reclamava de dores de estômago quando acordada. Ela estava tendo alguns episódios de alucinações, se debatendo na cama como se alguém estivesse tentando matá-la e tinha que acalmá-la, já que nenhuma enfermeira conseguia.

O pior de tudo eram os cochichos entres as enfermeiras sobre as tatuagens de Jennie, assim também como a bruxa revelando coisas pessoais ao ser tocada por alguém. O médico assustou-se quando ao examinar Jennie ela o segurou, dizendo que sua esposa estava grávida de uma menina e que ele deveria estar atento, pois a gravidez dela seria difícil. O médico ficou assustado, encarando Lisa com um olhar amedrontado antes de se afastar, mas ele e todas as pessoas que trabalham no hospital simplesmente esqueceram os acontecimentos estranhos quando pagou a eles dez moedas de ouro, para que ignorasse as "excentricidades" de Jennie. Por isso todos estavam simplesmente ignorando o fato de que ela era uma bruxa, com a promessa de que receberiam mais se a tratassem e a curassem.

— Voltarei em breve Nini — Lisa levantou-se e deixou um beijo sobre a testa febril de Jennie, ainda mais incomodada com o fato de não poder chamá-la de amor.

Embora não quisesse deixá-la sozinha, a enfermeira estava certa, não havia comido há horas, estava com o estômago vazio após virar a noite ao lado de Jennie no leito. Por isso caminhou para fora do hospital, precisava ao menos se manter saudável para que pudesse ficar ao lado de sua namorada. Quando saiu do hospital pensou no que faria, pois não falava mandariam e tinha certeza que a maioria das pessoas ali não falavam inglês, por isso tateou os bolsos de seu casaco, procurando algumas moedas de prata para comprar algum dos lanches que vendiam em barracas de madeira. Caminhou olhando para os diversos produtos que vendiam, até que viu uma mulher vendendo rolinhos que cheiravam muito bem.

Mesmo que não falasse mandarim, a mulher entendeu o que ela pediu apenas com gestos, separando três rolinhos para que levasse e entregando a ela as moedas de prata. A mulher pareceu muito satisfeita com sua venda, pois abriu um sorriso grande ao ver as moedas em sua mão, pois talvez a moeda que usavam eram diferentes e menos valiosas do que as americanas. Lisa sentou-se nos degraus de uma construção ao lado do hospital, comendo os rolinhos com verdadeira gula, sentindo o gosto da carne temperada que deixava tudo ainda melhor. Enquanto comia, notou a aproximação de alguém, o que a fez levar a mão até a espada sorrateiramente, olhando de esguelha para a silhueta de um homem, que agora sentava-se ao seu lado.

— Por favor, não me esfaqueie — Taehyung disse sorrindo, fazendo-a largar a espada com um sorriso pequeno. — Mesmo que eu já esteja morrendo...

— Está tão mal assim? — Ela perguntou, oferecendo um de seus rolinhos ao Capitão, que aceitou e degustou com tanto entusiasmo quanto ela.

— A cada dia pior — ele suspirou, fazendo-a encará-lo. — Jungkook e os outros Deuses partiram atrás do santuário.

— Eles vieram ontem a noite buscar Ryan e Lia, tentei ir com eles, porém o JK disse que os apenas Deuses e o Ryan poderiam entrar no santuário.

— Então foi por isso que ele partiu sem mim — disse olhando para as pessoas, distraindo-se em seus próprios pensamentos.

— Veio na esperança de encontrá-lo antes de ir? — Lisa perguntou, vendo Taehyung negar.

— Na verdade eu vim me internar — olhou em sua direção com um sorriso que não chegou aos seus olhos. — Jimin disse que era o melhor a se fazer no momento.

— Talvez seja — ela concordou ao notar como ele estava pálido e com a aparência muito abatida.

— A cama ao lado de Jennie ainda está vazia? — Perguntou, fazendo-a assentir. — Então é para lá que irei... onde você comprou isso? — Perguntou mostrando os rolinhos.

— Bem ali — apontou para a barraca da mulher.

Taehyung se levantou e caminhou até a mulher, ele apontou para o que queria e fez com os dedos o número cinco, lhe entregando uma moeda de ouro, fazendo os olhos da mulher saltarem das órbitas, junto a um sorriso imenso que surgiu nos lábios dela. O Capitão voltou a sentar ao seu lado, dividindo os rolinhos com ela, fazendo Lisa rir depois de dias de agonia. Ficaram um bom tempo conversando e comendo, aproveitando um pouco daquele momento de paz, até que Taehyung começou a tossir e sujou sua mão de sangue, fazendo o sorriso em seu rosto desaparecer. Decidiram voltar para o hospital depois que Taehyung colocou o lenço sobre o rosto, deixando-o um pouco mais cabisbaixo. Esperava que Jungkook conseguisse a cura, pois se não conseguisse, perderia seu herói e seu amor.

— Como eu vou explicar para eles os sintomas da minha doença, sendo que não sei falar mandarim? — Taehyung perguntou preocupado, ele caminhava ao seu lado pelo hospital.

— Tem uma enfermeira que fala inglês, ela pode traduzir — disse rindo, mas seu sorriso morreu assim que olhou em direção a cama de Jennie.

Apressou seus passos assim que viu um homem — que não era um dos médicos — tocando nela, o que fez Lisa segurar em sua espada, pronta para sacá-la e proteger sua namorada. Assim que estava a poucos metros de distância reconheceu a pessoa que tocava em Jennie, era Oliver, que naquele momento estava colocando alguma coisa na boca dela. O escudeiro estava distraído, focado em fazê-la engolir alguma coisa, Jennie mesmo que estivesse bastante doente, tentou impedi-lo, o que fez o sangue em suas veias ferver. Assim que chegou até ele, o segurou pelo colarinho e desferiu um soco certeiro em seu rosto com força suficiente para nocauteá-lo, derrubando-o no chão junto a um pequeno saco com diversas sementes. Antes que Oliver pudesse se reerguer, Taehyung colocou a espada sobre seu pescoço, imobilizando-o.

— O que é isso? — Lisa perguntou ao pegar o saco, colocando as sementes sobre sua palma. — O que é isso e porque você estava colocando na boca dela?!

— Responda! — Taehyung disse pressionando a espada em seu pescoço, fazendo um pequeno corte. Mas Oliver permaneceu em silêncio.

— Com licença... — a enfermeira que havia conversado com ela apareceu. — Estão assustando as pessoas... por favor, resolvam isso fora do hospital.

— Certo, nos desculpe — Taehyung concordou, encarando Oliver com as pupilas cobrindo suas escleras, usando o poder de sua runa para subjugá-lo. — Levante-se e caminhe para fora do hospital, se você ousar sacar a sua espada, farei com que você afunde no medo mais profundo da sua vida antes de matá-lo. — Oliver arregalou os olhos e fez o que ele pediu, caminhando devagar para a saída do hospital. Taehyung a encarou, com os olhos completamente escuros, mas Lisa não estava sendo afetada. — Estarei esperando no descampado.

— Obrigada Capitão — Lisa agradeceu, vendo-o assentir antes de caminhar para fora do hospital também. Encarou a enfermeira, que parecia assustada com a situação. — Desculpe a comoção, não irá se repetir. Você sabe o que é isso? — Estendeu o saco a ela, que o pegou e o analisou.

— Parece sementes de ricina — ela franziu o cenho, encarando-a. — Onde conseguiu isso?

— Aquele homem estava colocando isso na boca da Jennie — disse caminhando em direção a sua namorada, vendo que ela havia cuspido as sementes, deixando-a aliviada. — O que é?

— É uma semente extremamente tóxica aos seres humanos — ela se aproximou, abrindo a boca de Jennie e inspecionando-a. — Ela provavelmente acabou engolindo algumas pela quantidade que cuspiu... essa semente é usada como um veneno. Se foi a ricina que a deixou dessa forma, a situação é pior do que imaginamos.

— Tem cura para veneno de ricina? — Perguntou preocupada, vendo a enfermeira negar.

— Preciso conversar com o doutor, dependendo da quantidade que ela ingeriu, não vamos conseguir salvá-la — ela a encarou com pesar, fazendo uma dor aguda atravessar seu peito.

— Por favor, faça o que puder para impedir esse destino — pediu com os olhos marejados. A enfermeira assentiu, mas quando estava prestes a sair Lisa a impediu. — Poderia me entregar as sementes?

(...)

Lisa estava sentindo um misto de emoções negativas.

Era um alívio descobrir o que havia deixado Jennie doente, mas ao mesmo tempo estava sendo corroída de dentro para fora pelo desespero de ser um veneno sem cura, estava possessa com Oliver por ter envenenado ela, e estava segurando as lágrimas pela possibilidade de perder a pessoa que deu cores ao o seu mundo cinza. Estava a caminho do descampado após ter conversado com o médico de Jennie, a enfermeira traduziu o que ele havia dito, aparentemente a ricina era extremamente tóxica e apenas uma pequena quantidade era capaz de matar um ser humano, ele havia explicado que pela situação de Jennie e o tempo que estava doente, ela provavelmente estava ingerindo a toxina em pequenas quantidades regularmente.

"Pela quantidade que aquele homem tentou colocar em sua boca, ele estava tentando finalizar o trabalho" explicou a enfermeira.

Suas mãos tremiam de raiva, Lisa estava com o saco de sementes, apertando-as entre os dedos com todo o ódio que sentia, enquanto segurava a espada com a mão livre, tentava caminhar o mais rápido possível seguindo o caminho que os tripulantes do Nevrine fizeram para chegar ao centro da cidade. Ela quer espancar Oliver, cortar cada membro de seu corpo e atirar ao mar para os tubarões se encarregarem de seus restos, por ter feito tamanha atrocidade com alguém tão boa quanto Jennie. No caminho ela não conseguiu segurar, embora estivesse sentindo uma raiva que não cabia dentro de si, a dor era maior por isso acabou deixando a tristeza transbordar e tomá-la por completo.

Um soluço atravessou sua garganta, junto com as lágrimas que não conseguiu segurar, porque agora que finalmente encontrou a mulher que a completava estava a um passo de perdê-la. Conheceu Jennie há alguns anos, ela chegou na Aurora cheia dos sorrisos, imaginou que ela era apenas uma mulher que fazia amizade fácil, até notar que os sorrisos na verdade não eram para a tripulação e sim exclusivamente seus. Desde que Jennie pisou no navio ela estava tentando se aproximar, mas Lisa estava com medo de se entregar a um amor quando sabia que não poderia oferecer o que as pessoas exigiam dela em um relacionamento. Às vezes pensava se não era algum tipo de exagero essa ânsia por sexo.

Desde que chegara a sua vida adulta, Lisa pensava que tinha algum problema, pois não tinha ânsia por sexo, não sentia vontade de fazer como todos que pareciam adorar. Sua primeira vez fora tão sem graça quanto todas as outras, até que parou de tentar quando descobriu que o problema não era o sexo e nem a companhia, era simplesmente o fato de que ela não gostava. Porém mesmo depois de saber disso, Jennie não desistiu, até que a conquistou e conseguiu espaço em seus pensamentos. Durante uma das festas no navio Lisa não conseguiu manter-se longe e foi quando deram seu primeiro beijo, naquele momento ela já estava completamente tomada pela paixão, sequer podia manter-se longe por mais um mísero segundo.

Naquela noite Jennie abriu um sorriso tão lindo que Lisa soube que não conseguiria mais viver sem ele.

Por isso, disposta a vingar-se do homem que machucou sua namorada, Lisa secou as lágrimas assim que chegou ao descampado. Oliver estava de joelhos e sem sua espada, suas mãos haviam sido amarradas com um cinto, enquanto Taehyung se mantinha em pé com os braços cruzados e um olhar sério, conforme se aproximava conseguia notar que seus olhos ainda estavam tomados pela escuridão. Assim que colocou seus olhos sobre o escudeiro sua tristeza se foi quase que instantaneamente, deixando somente que o ódio a guiasse em direção a ele. Assim que se aproximou, os olhos do Capitão acompanhou seu trajeto, até que estivesse a poucos metros, o que a fez largar as sementes e a espada, cerrando os punhos antes de acertar mais um soco sem medir as forças contra Oliver, que caiu no chão.

— Por que você estava envenenando ela?! — Lisa perguntou sentindo o ódio quase cegá-la. O puxou pelo colarinho, somente para aceitar mais um soco em seu rosto, arrancando sangue do nariz de Oliver. — Responda!

— Por que? — Oliver sorriu, deixando-o ainda mais fora de si. — Eu consegui matar a bruxinha?

— Você conseguiu causar a própria morte! — Lisa disse antes de segurar a cabeça dele e direcioná-la em direção ao seu joelho, acertando uma joelhada certeira em seu nariz. Oliver gemeu de dor, mas ela não deu espaço para que ele sentisse nenhum tipo de alívio, puxando os fios de seu cabelo para que olhasse em seus olhos. — Eu te fiz uma pergunta, não vou matá-lo até conseguir a minha resposta, nem que eu tenha que torturá-lo até que não reste uma única gota de sangue em seu corpo.

— Vocês são tão idiotas por terem me deixado entrar no barquinho de vocês — Oliver continuou sorrindo, apesar de seu nariz nitidamente ter sido quebrado, o que fez o sangue escorrer desenfreado por seu rosto. — Foi tão fácil entrar que sequer precisei fingir ser amiguinho de vocês, como era o plano inicial.

— Por que estava infiltrado em nosso navio? — Taehyung perguntou, fazendo o olhar de Oliver voltar-se em direção a ele.

— Fora me prometido uma vingança — respondeu, sem perder o sorriso zombeteiro. — Eu queria o sangue daqueles que mataram o meu irmão, mas havia um pequeno obstáculo a ser superado. — O olhar de Oliver voltou-se em direção a Lisa. — Eu precisava me livrar da bruxinha enxerida antes que ela estragasse meus planos.

— Estou ficando cansada de você — Lisa disse tirando um canivete de sua bota, usando-o para fincá-lo na coxa de Oliver, que gritou e se debateu, mas por estar com as mãos presas ele não conseguiu fazer muita coisa. — Tenho diversas facas, escondidas nas minhas botas e coldre, por isso não se preocupe, não irei remover as que eu usar em você, para que não tenha uma hemorragia e morra rápido. Você irá se desfalecer aos poucos, até lá posso arrancar a verdade de você.

— Não vai ser preciso — disse ainda sem perder o sorriso, apesar de estar sangrando e com dor. — Eu consegui matar uma pessoa importante, todos sentirão o que eu senti com a morte da bruxinha. Meus planos eram matar mais alguns de vocês até que eu fosse descoberto e morto, mas consegui alcançar meu objetivo como fantoche.

— Fantoche? — Taehyung perguntou confuso.

— Acham mesmo que eu faria tudo isso sozinho? Como alguém como eu teria acesso a um veneno tão raro? — Riu alto, manchando seus dentes de sangue. — Eu fui somente o executor, poderia ser qualquer um, por que eu mataria a bruxinha primeiro?

— Quem mandou você fazer isso? — Lisa perguntou, fazendo-o rir de maneira desdenhosa.

— Realmente ele estava certo, ninguém desconfiaria de um garoto doente com uma historinha triste para contar não é mesmo? — Riu alto, antes de olhar no fundo dos olhos do Capitão. — Assim como ninguém desconfiou da morte do antigo rei, vocês não desconfiaram dele, pobrezinho do rei doente e indefeso, um lobo em pele de cordeiro.

— Eu não acredito — Taehyung colocou a mão sobre a boca, parecendo subitamente muito nervoso. Lisa, no entanto, não sabia como reagir.

— Vida longa ao grande rei Ryan Magnus III, a benção dos Deuses — ironizou, fazendo tanto Lisa quanto Taehyung paralisarem ao ter a confirmação de Oliver. Até que o Capitão começou a rir e cruzou os braços novamente.

— Uma pena que seus oponentes são quatro Deuses — Taehyung riu, sentindo-se mais confiante. — Ele não tem chance, será morto assim que descobrirem.

— Você acha mesmo que o rei entraria em um jogo onde ele não pudesse ganhar? — Ergueu uma sobrancelha, fazendo Lisa encará-lo em confusão, a preocupação começou a tomar o lugar da raiva.

— Por que está revelando os planos dele? — Lisa perguntou, ainda atordoada. Oliver a encarou intensamente antes de abrir um sorriso ainda maior.

— Porque tudo já saiu como o planejado.

(...)

Jeon Jungkook

Jungkook estava sem palavras.

Avír havia dito que assim que estivessem na frente das pedras, a porta do santuário se abriria para eles, mas não sabia como isso seria feito. Porém não houve muito tempo para confusão, porque assim que estavam de frente para o paredão de pedras ele começou a se mover, criando rachaduras entre as pedras. Jungkook arregalou os olhos quando uma fenda começou a se abrir bem na sua frente, o que o assustou e o fez dar um passo para trás, assim como os outros também fizeram, assustados com o que estava acontecendo. A fenda não parou de se abrir, criando uma abertura grande o suficiente para que todos passassem juntos sem qualquer problema, por isso assim que os movimentos das pedras pararam, Jungkook encarou os outros.

— Vamos? — Ele perguntou, vendo todos assentir, nitidamente um pouco receosos em adentrar a caverna escura.

Jungkook foi o primeiro a respirar fundo e caminhar para dentro da fenda, vendo nada mais que a escuridão, tendo seus passos seguidos pelos outros. Assim que todos passaram a fenda nas pedras começou a se fechar atrás deles, embrenhando-os em um breu por alguns segundos após ser fechada, fazendo o coração de Jungkook quase saltar para fora do peito, porém, sendo novamente surpreendido, haviam diversas arandelas de metal com velas, cada uma delas começou a se ascender até que todo o caminho estivesse iluminado. Ao levar o olhar para Jayce, ele o encarou assustado, negando com a cabeça, silenciosamente dizendo que não havia sido ele a fazer aquilo, o que o deixou um pouco mais assustado. O caminho apesar de iluminado não revelava muita coisa, apenas um túnel por entre as pedras e a areia no chão.

— Estou com um mau pressentimento — Lia disse baixinho, atraindo o olhar de todos até ela. Jungkook não queria comentar, mas estava sentindo a mesma coisa.

— Vai ficar tudo bem — Ryan disse sorrindo gentil, segurando na mão de Lia, que abriu um pequeno e tímido sorriso para ele.

— Tem uma coisa que eu não contei a vocês — Jungkook disse voltando a caminhar, ouvindo o passo dos outros atrás dele.

— O que? — Jayce perguntou.

— Existe um guardião protegendo a entrada do santuário de intrusos — disse sentindo seu coração acelerar no peito. — Ryan comentou sobre ele no banquete no palácio, mas eu descobri que ele é um tipo diferente do que imaginávamos.

— Que tipo de guardião? — Eveline perguntou preocupada.

— Do tipo que irá matar qualquer um que não seja um Deus sem lhe dar chance de diálogo — disse o que o havia lido no diário do Avír. Ouviu o som das botas de alguém parando abruptamente, o que o fez olhar para trás e encontrar Ryan paralisado com os olhos arregalados.

— Ele irá me matar... — O rei disse com um estado preocupante de palidez.

— Você é uma exceção — Jungkook disse com um sorriso tranquilizador.

"Eu acho" quis completar, mas apenas voltou a caminhar rezando para que estivesse certo.

Tudo o que podiam ouvir no túnel eram seus próprios passos e respirações, não havia qualquer outro som para preencher o ambiente. Mas quando enfim saíram do túnel, viram pilastras e um espaço maior dentro da caverna, haviam arandelas e tochas iluminando o lugar. Mas o que chamou a atenção de Jungkook foi uma porta dupla há alguns metros deles, julgou ser a porta para a entrada do santuário, mas antes que pudesse caminhar até ela foi tomado por um arrepio, pois sentiu próximos a eles uma presença esmagadora, como a que sentiu em Jayce, Lia e Eveline antes de conhecê-los. Ao olhar para trás, notou que os outros Deuses também pareciam estar incomodados, apenas Ryan estava alheio a isso.

Junto a presença forte de alguém próximo a eles, uma outra sensação começou a se fazer presente, a sensação de estar sendo observado nas espreitas. Apesar das tochas e arandelas fazerem — precariamente — o trabalho de iluminar o ambiente, havia alguns espaços escuros por detrás das pilastras, lugares onde alguém poderia se esconder sem ser notado, pois a escuridão o manteria encoberto. Mas Jungkook sabia que quem estava escondido conseguia vê-los, pois estavam no centro do caminho iluminado, mesmo que não pudesse ver o que estavam observando-os, o que estava escondido conseguia seguir todos os seus passos, tendo a vantagem de estar nas sombras, sentiam sua presença, mas não sabia de onde estava vindo.

— Tem alguém aqui — Eveline disse olhando em volta. — Outro Deus.

— Que presença sufocante — Jayce disse junto a um suspiro.

— Acho que ele está esperando que nos aproximemos da porta — Jungkook disse ao notar que apesar de senti-la, a presença não se aproximava.

— E nós iremos? — Lia perguntou receosa.

— Acho que é o guardião que Avír mencionou — Jungkook disse ao caminhar, olhando para trás, pedindo com o olhar para que o seguissem. Assim que todos seguiram os seus passos, eles caminharam em direção a porta.

Porém, um som alto os assustou, fazendo-os parar ao sentir o chão sob seus pés estremecer.

— Esse foi o menor intervalo até agora — disse uma voz profunda e assustadora, que arrepiou todos os pelos de seu corpo. Jungkook virou o pescoço em direção ao som, vendo somente uma grande sombra se movendo à esquerda. — Não se passaram nem duas décadas desde o último visitante.

A voz era de um homem, no entanto a criatura que apareceu diante de suas vistas não era um humano, sua voz era tão rouca e profunda, que o eco da caverna a deixava ainda mais assustadora. Jungkook sentiu seu corpo tremer ao ver a criatura sair das sombras e ser banhada pela luz das arandelas e tochas, a pelagem branca foi a primeira coisa a chamar sua atenção, em seguida o seu tamanho, era como um enorme lobo que alcançava o topo das pilastras, mais um pouco e não caberia dentro da grande caverna. Assim que a criatura estava próxima o suficiente para distinguir completamente sua silhueta, Jungkook arregalou os olhos, pois o que estava diante de seus olhos, não era um lobo, mas sim uma grande raposa branca com nove caudas.

— Você é o guardião do santuário? — Jungkook perguntou. Apesar do medo que sentia, estava disposto a fazer tudo ao seu alcance para entrar no santuário, já que a vida de duas pessoas dependiam de sua busca.

A raposa olhou no fundo de seus olhos, se aproximando devagar e sem lhe dar uma resposta ela passou a encolher, Jungkook franziu o cenho quando de repente uma névoa densa cobriu completamente a sua visão da raposa, deixando-os completamente às cegas. Assim como sempre que estava rodeado por água, ele sentiu a névoa, sabendo que ela era nada mais que minúsculas gotículas de água juntas, por isso a dispersou, não gostando de estar diante de uma criatura mística sem poder vê-la. Porém assim que desfez a névoa, tudo o que encontrou foi um homem vestindo uma espécie de túnica, ele tinha o mesmo tamanho que Jungkook, mas o que denunciava sua identidade, eram as nove caudas atrás de seu corpo.

— Que interessante — o homem disse ao juntar as mãos e se aproximar de Jungkook, encarando-o tão de perto que estava deixando-o desconfortável. — Tem os mesmos poderes, a mesma presença e aparência de Mayim, achei que fosse ela assim que senti sua presença. — Disse rodeando-o, analisando-o de cima a baixo. — É igual a ela.

— Ela é minha mãe — disse sem se mexer, deixando que ele o analisasse.

— Então é verdade que ela se relacionou com um humano — disse ao parar de frente ao seu rosto novamente, encarando-o. O homem era branco como o leite, não havia sequer outra cor compondo-o, seus cabelos, cílios, sobrancelhas e olhos eram brancos, nunca tinha visto um humano como ele. — Nunca entendi a afeição dela por seres tão fracos, talvez Deuses mundanos sejam mais amistosos com os mortais do que eu jamais entenderei.

— Deuses mundanos? — Jayce perguntou confuso, ganhando a atenção do guardião, que o encarou com bastante curiosidade antes de se aproximar, analisando-o como tinha feito com Jungkook.

— Sim, Deuses como você e seu antecessor, são chamados de Deuses mundanos, foram criados pelo cosmos para trazer a vida e serenidade a humanidade — disse olhando-o de cima a baixo. — Eles foram agraciados com a liberdade, eles nasceram do cosmos com um papel a cumprir entre os seres viventes da terra, não pertencem aos céus como a maioria dos Deuses. Seus poderes são terrestres, apesar de serem tão fortes quanto Deuses celestiais, é fascinante.

— Você é um Deus? — Jungkook perguntou, vendo-o caminhar por entre Lia e Eveline, observando-as.

— Sou a criação de um — ele disse antes de seus olhos focarem em Ryan, que pareceu assustado ao ter os olhos dele sobre seu corpo. — Você não é um Deus. — Disse ao se aproximar, deixando o rei paralisado, enquanto o guardião franzia o cenho e o rodeava. — Você é um humano, mas há algo diferente... o que você é criança?

— Meu nome é Ryan, nasci em um equinócio — embora nitidamente estivesse assustado, sua voz não falhou.

— A criança da profecia — o guardião ergueu as sobrancelhas, antes de direcionar seu olhar a Lia e Eveline. — Qual delas é sua irmã?

— Sou eu — Evie disse baixinho, fazendo um sorriso surgir nos lábios dele.

— Seu antecessor foi o último Deus a vir até o santuário — o guardião cruzou os braços. — Então essa foi a decisão dele? — Riu olhando para Eveline, que franziu o cenho. — O futuro definitivamente será interessante.

— Podemos entrar no santuário? — Jayce perguntou, fazendo o guardião encará-lo.

— Não posso impedir Deuses de entrarem no santuário, mas quanto a você — ele aproximou-se de Ryan, que pareceu estremecer no lugar. — Você recebeu um presente, mas você só pode reivindicá-lo uma única vez, não ouse voltar aqui ou irei despedaçá-lo criança, não importa quais bênçãos tenha recebido.

— Certo... — Ryan concordou com os olhos arregalados.

O guardião estendeu a mão e a porta dupla à frente deles começou a se abrir, mostrando um lugar tão bonito que Jungkook caminhou até lá por instinto, como se pertencesse àquele lugar. Sentiu uma brisa bater contra seu rosto ao passar pela porta, sentiu o cheiro de grama e terra molhada, seu coração se acalmou e parecia que um peso saiu de suas costas assim que suas botas tocaram a grama. O lugar era amplo e parecia imensamente maior do que deveria, pois ainda estavam dentro do paredão de pedras, que olhando de fora não parecia tão grande quanto aquele lugar. Havia vegetação por todo lado, árvores e cachoeiras, a luz do sol adentrava as pedras por uma fenda, que não existia nas pedras do lado de fora.

Jungkook notou que aquele lugar não ficava realmente na ilha Zhifu, apenas sua entrada, pois não havia como um espaço tão grande estar dentro de cavernas, aquele lugar passava uma sensação de segurança, de casa. Seus olhos vagaram por todos os lados, admirando a paisagem, imaginando que se existisse realmente o paraíso que os religiosos tanto acreditavam, aquele lugar seria a definição perfeita do que eles procuravam, pois até mesmo o ar era límpido e fresco. Quando lembrou-se que não estava sozinho olhou para trás, encontrando olhares tão fascinados quanto os dele, todos completamente encantados com a beleza do lugar, mas notou também que a porta atrás deles desapareceu, dando lugar a uma piscina natural repleta de carpas douradas.

Encantado com a beleza do lugar, Jungkook decidiu caminhar a procura do Seiryu, olhando para seus pés, vendo a grama verdinha contrastando com o marrom de suas botas, mas o som de um rugido o assustou, fazendo seus olhos se fixarem a sua direita. Havia um grande — muito maior que o normal — tigre branco, assim como todos os outros Deuses e o guardião, sua presença era forte e ele tinha detalhes prateados e brilhantes em seu pelo, ele os encarou com curiosidade antes de simplesmente se levantar e caminhar para longe deles. Jungkook teria ficado admirando a visão do grande Tigre branco se afastando, porém o som das asas de um pássaro batendo sobre suas cabeças chamou a sua atenção, vendo uma enorme ave pairando sobre suas cabeças, exibindo suas penas escarlates.

— Aquele é o Suzaku, o Pássaro Vermelho do Sul — Ryan disse atraindo a atenção para ele, antes de apontar em direção ao tigre, que agora sumia por entre a vegetação. — Aquele é Byakko, o Tigre Branco do Oeste... dois dos quatro Deuses celestiais, só os vi em ilustrações nos livros sobre mitologia chinesa, nunca achei que os veria pessoalmente.

— Quais são os outros dois? — Lia perguntou, admirando o pássaro sobre eles. — Sei que um deles é o dragão que procuramos, mas e o outro?

— Genbu, a Tartaruga Negra do Norte — Ryan respondeu, olhando em volta à procura dela, até que a encontrou e apontou em direção a ela. Assim como todos os outros, ela também era imensamente maior do que uma tartaruga comum, sua coloração era toda negra e ela também os encarava com curiosidade, mas não parecia sentir vontade de se aproximar, apenas permanecia dentro de uma piscina natural. — Ela tem uma cobra no lugar do rabo, dizem que ela é uma grande sábia.

— É linda — Eveline disse encantada. Jungkook não pôde discordar, pois sua concha era repleta de desenhos dourados e seus olhos cintilavam em um azul ciano lindo, como os seus ficavam ao utilizar seus poderes.

— Encontramos os três Deuses celestiais, onde está o Seiryu? — Jayce perguntou olhando em volta.

— Bem ali — Jungkook apontou para uma grande criatura que emergia das sombras.

Jungkook achava que o guardião e o Peixe do Diabo fossem os maiores seres sobrenaturais que já tinha visto, mas percebeu que ele só não tinha parâmetros para comparar, pois o Seiryu era certamente a maior criatura que já tinha colocado os olhos. Apenas sua cabeça era do tamanho do guardião que guardava a entrada do santuário, tinha certeza que Seiryu poderia engoli-lo por inteiro com uma só mordida, mesmo que a raposa de nove caudas fosse realmente muito grande. Sua coloração era toda em azul e branco, ele era comprido como uma serpente, parecia um animal aquático a julgar por seu tamanho e escamas, seus braços e pernas eram curtos, mas suas patas eram grandes e deixavam uma enorme pegada para trás.

Jungkook não soube explicar o porquê, mas ele sentiu o Seiryu se aproximar antes mesmo de vê-lo, ele sentia o dragão e seus passos, como se ele fosse uma extensão da água. Era uma sensação estranha, tinha certeza que se fechasse os olhos e se concentrasse poderia ouvir o som do sangue do Seiryu correndo por debaixo de suas escamas, ele era um ser da água como Jungkook, talvez por isso o sentia como sentia o mar. O dragão também o encarou, parecendo sentir o mesmo, eles dividiram uma conexão estranha e inesperada, se perguntava se ele e sua mãe tiveram algum tipo de interação no passado, se ela também sentia o que ele estava sentindo naquele momento.

Enquanto Seiryu se aproximava deles, mostrando toda a sua grandeza, seu coração acelerava em seu peito, sentia a adrenalina correndo por suas veias, tudo por conta da euforia e pelo medo de encontrar o dragão que salvaria a vida de Taehyung e Jennie. Sentia o sangue dele correndo como uma correnteza do oceano, era uma sensação quase palpável, precisava daquela correnteza, uma única gota era capaz de fazer um milagre que agora era tudo o que ele precisava. O Seiryu parecia ser uma criatura serena, se aproximava deles com uma expressão neutra, parou a poucos metros deles, encarando-a com seus olhos perscrutadores, lendo-os de dentro para fora. Estava na presença de um Deus celestial, não sabia ao certo o que fazer.

— Jayce, você está sentindo isso? — Jungkook perguntou confuso, era estranho sentir outro ser, era como se Seiryu fosse uma outra metade sua.

— Sentindo o que? — Perguntou baixinho.

— Não, ele não sente — o Seiryu respondeu, fazendo-o arregalar os olhos. Sua voz, embora grave, era serena e suave. — Somos criados pelo mesmo elemento, por isso você sente tudo o que me compõe, assim como também o sinto.

— Isso é... estranhamente familiar — Jungkook disse admirado, Seiryu pareceu sorrir e assentiu.

— Os quatro Deuses celestiais também tem seus elementos, apesar de não ser esse o nosso principal domínio — o dragão olhou em direção a Jayce. — Você provavelmente sente algo em Suzaku, por serem duas criaturas advindas do fogo. — Jayce olhou para cima e assentiu, olhando para o pássaro que os observava do céu.

— Eu o sinto como se ele fosse o próprio fogo — Jayce disse voltando a encará-lo.

— Suzaku era um grande amigo de Esh, vocês provavelmente se darão muito bem — Seiryu disse voltando sua atenção a Jungkook. — Assim como Mayim era uma grande amiga.

— Ela o visitava com muito frequência? — Jungkook perguntou curiosidade, porém o dragão negou.

— Mayim sempre foi apaixonada pelo mundo humano — ele pareceu divagar olhando para o céu. — O santuário era como uma jaula para ela, não se encaixava entre nós, a encontrava raramente quando eu ia visitar o mundo humano.

— Então vocês também podem visitar o mundo humano — Lia disse parecendo entender algo em sua cabeça. — Quando ouvi histórias sobre os Deuses Celestiais, pensei que estivessem presos aqui.

— Podemos sair, porém essa é nossa casa, sempre voltamos para o santuário — Seiryu explicou a ela com um sorriso. — Porém tentamos mediar no mundo humano uma vez ou outra, tentamos extinguir o sofrimento de alguns mortais. Mas o papel principal é de vocês, por isso não interferimos com frequência.

— Espero fazermos um bom trabalho — Jayce disse junto a um suspiro e Eveline assentiu.

— Vocês farão — Seiryu disse ainda sorrindo, porém seu sorriso se desfez ao focar-se em Ryan. — Vejo que trouxeram a criança da profecia até mim.

— Você me conhece? — O rei arregalou os olhos.

— Sim, eu tinha uma dívida de sangue com o Deus que o abençoou, lhe fiz uma promessa que jamais posso quebrar — Seiryu pareceu triste ao revelar aquilo, o que fez Jungkook franzir o cenho. — Ele lhe presenteou com ela.

— Ele deu a sua promessa? Contra a sua vontade? — Eveline perguntou, fazendo-o assentir.

— Até mesmo Deuses podem cometer erros e serem injustos — seu olhar voltou-se a Ryan. — Não o culpo por isso criança, aceitarei meu destino, seja ele qual for.

Jungkook olhou para Ryan, assim como os outros Deuses, o que o fez assentir e caminhar em direção a Seiryu, que o observou se aproximando sem esboçar emoções ou mostrar resistência. Mas Jungkook não pode deixar de notar o quão triste Seiryu parecia ao aceitar seu destino, o que o levava a pensar que não havia como realmente ser feliz sabendo uma pessoa poderia controlá-lo, que sua liberdade estava nas mãos de uma criança. Não sabia qual dívida seria tão séria a ponto de Seiryu entregar a si mesmo a uma servidão eterna, mas achou extremamente rude um Deus ter entregado essa promessa a outra pessoa. Aquele Deus traiu a confiança que Seiryu depositou nele.

— Seiryu — Ryan disse seu nome com convicção, olhando-o nos olhos. — Eu reivindico o meu presente.

O dragão abaixou sua cabeça assim que as palavras de Ryan foram proferidas, ele curvou-se em direção ao humano, antes de um brilho estranho adornar seu pescoço e um grilhão dourado surgir ali. Jungkook arregalou os olhos, pois estava claro a qualquer um que Seiryu havia acabado de se tornar um prisioneiro de seu próprio destino, aquele grilhão era um elo rompido com sua liberdade. Quando o dragão voltou a levantar a cabeça, seus olhos estavam tristes, olhando em direção a Ryan, que respirava ofegante, parecendo eufórico com o que estava vendo. Jungkook sentiu um aperto no peito ao ver Seiryu daquela forma, sentindo-se culpado pelo o que estava acontecendo, porque agora que conheceu o dragão, sabia que não precisaria controlá-lo para conseguir o que precisava.

Bastava apenas pedir.

— Jungkook — Ryan o chamou, ainda com o olhar fixo no dragão. — Nossos planos eram conseguir o sangue do Seiryu, para salvar minha vida e a de Taehyung não é?

— Sim? — Respondeu confuso. Mas o que o fez franzir o cenho foi o sorriso que Ryan deu em sua direção quando virou-se em direção a ele, era um sorriso malicioso, quase zombeteiro antes de ouvi-lo dizer:

— Houve uma ligeira mudança de planos.

~🖤~

Um grande filho da putinha não é?

Pois é galera, agora vocês sabem quem é o traidor entre eles :)

O único aviso que eu darei sobre o próximo capítulo é: bebam bastante água.

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#dentesdodiabo

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