Capítulo 12
O PESO DO MUNDO NAS COSTAS
O dia começou como qualquer outro, mas o ar estava pesado, carregado de algo que ambos não conseguiam identificar até que já fosse tarde demais.
Maria estava em uma reunião importante na faculdade, tentando se concentrar no seu futuro como jornalista esportiva. Ela sabia que precisava seguir com a carreira, mas uma parte dela sempre se sentia dividida, querendo estar mais presente para João. Ele estava cada vez mais pressionado com a temporada no São Paulo, e as notícias sobre o time não ajudavam a aliviar a tensão. Além disso, havia os boatos sobre sua possível transferência, e o fato de que a mídia sempre o colocava como o culpado por tudo que não dava certo.
João, por outro lado, estava lidando com seus próprios fantasmas. Dentro de campo, ele se sentia como se fosse um peso para o time. A pressão pela vitória era insuportável, e a cada jogo, sua confiança diminuía. Às vezes, ele se pegava imaginando se valia a pena continuar lutando por um time que parecia não reconhecer o esforço dele.
Naquele dia, a situação tomou um rumo inesperado.
O Desabafo no Jogo - A Tempestade Chega
Era um jogo decisivo. A torcida estava com altas expectativas, e a pressão sobre os jogadores aumentava a cada segundo. João estava determinado a dar tudo de si, mas a situação estava se tornando cada vez mais difícil. No vestiário, ele olhou para seus colegas de time, que pareciam tão concentrados quanto ele, mas com um ar de desespero. O que acontecia com o São Paulo? Por que nada estava funcionando?
No campo, a tensão se multiplicava. A cada passe errado, a cada gol perdido, o ambiente ficava mais carregado. João sentia que tudo estava desmoronando ao seu redor.
Na arquibancada, Maria estava acompanhada de Bruna, sua amiga e irmã de João. Ela estava nervosa, acompanhando cada movimento do namorado com o coração apertado. Ela sabia o quanto ele estava sofrendo, mas o que podia fazer? Ela não queria ser apenas mais uma presença na plateia; queria ser a pessoa que o apoiaria a cada passo. Mas as palavras pareciam sempre não ser suficientes.
Quando o apito final soou, confirmando a derrota do time, João estava completamente arrasado. Ele não sabia o que fazer consigo mesmo. Sentiu que havia falhado não apenas com o time, mas com todos que o apoiavam, especialmente com Maria.
O Confronto - A Muralha Quebrada
A noite chegou com o silêncio pesando sobre a casa deles. Maria sabia que ele voltaria mais uma vez distante, mas não estava preparada para o que viu quando ele entrou. João estava visivelmente abalado, e seu olhar estava distante, como se algo estivesse faltando nele. Maria tentou se aproximar, mas ele a evitou.
"João, o que aconteceu?" Maria perguntou com voz suave, mas preocupada.
Ele virou-se para ela, seus olhos marejados. "Eu não sou bom o suficiente. Sinto que estou falhando a cada jogo. Não consigo fazer nada certo. Todo mundo espera tanto de mim, mas eu só... só estou perdendo. Perdi hoje e estou perdido também."
Maria tentou segurar as lágrimas que ameaçavam surgir em seus próprios olhos. "Você não falhou. Você é o melhor jogador do time, João. Só porque as coisas não estão indo bem agora não significa que você não seja importante."
Mas a frustração de João estava além do que ela podia entender. Ele se afastou dela, respirando pesadamente. "Você não entende, Maria. Eu só não consigo mais. Parece que estou carregando o peso do time, da torcida, e pior, do meu próprio fracasso. Tudo o que faço parece ser em vão."
Maria olhou para ele, o coração apertado. Ela sentia que o mundo estava desmoronando ao redor deles. Eles eram um time, mas agora parecia que ele estava se afastando dela, como se tivesse se perdido de si mesmo.
"João, por favor, não fala assim. Eu sei que está difícil. Mas a gente vai passar por isso. Nós dois. Não importa o que aconteça, você não está sozinho nisso." Maria tentou ir até ele, mas ele se afastou ainda mais.
"Eu não sei se consigo mais, Maria." A voz dele estava quebrada. "Eu... eu não sou o homem que você pensa que sou. Eu tenho falhado em tudo, até em ser o namorado que você merece."
As palavras cortaram Maria como uma lâmina afiada. Ela tentou falar, mas as palavras não saíam. Ela estava desesperada, mas ao mesmo tempo, sentia que precisava dar espaço para ele se encontrar.
"João, você é tudo para mim. Eu te amo, mas não podemos continuar assim. Eu preciso que você se encontre, que se recupere de tudo isso. Você não é só um jogador de futebol. Você é uma pessoa, e você tem que se lembrar disso."
Ele a olhou, sem saber o que dizer. O silêncio ficou denso entre os dois, como uma barreira que parecia impossível de quebrar.
O Peso da Culpa - A Decisão Dura
Na manhã seguinte, a relação deles parecia ter se transformado. João acordou antes de Maria, e ao olhar para ela adormecida, sentiu uma onda de culpa e desespero. Ele estava afastado, mas o amor que sentia por ela ainda era forte, mesmo que ele não soubesse como lidar com seus próprios demônios.
Maria acordou e tentou falar com ele, mas ele a interrompeu, com uma expressão de dor no rosto. "Eu preciso de um tempo, Maria. Não sei mais quem sou e... não quero fazer você sofrer mais com isso. Talvez eu precise ir para um lugar mais tranquilo, sozinho, para tentar me encontrar."
Maria não acreditava no que estava ouvindo. O amor deles estava em risco, e ela sentia que tinha perdido a única coisa que realmente importava para ela.
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