Ali em minha sala o tempo passa, já estou me recuperando da última lágrima.

—Ana? — ouço Kátia me chamar, olho em sua direção por cima do computador.

— Entre, Kátia — digo e vejo ela vindo em minha direção, com alguns documentos para que eu assine. Ela é uma mulher incrível, e não é só por ser minha amiga, não. Na verdade, é pelo seu coração bondoso, suas atitudes dignas e por ser fofas. Ela cora facilmente, principalmente quando o assunto é Diego.

— Ana, hoje o Presidente estará na empresa, e todos os acionistas e os funcionários responsáveis pelo seu setor terão que comparecer — sorri fraco. Ela sabe o quanto eu odeio essas reuniões; sempre a mesma coisa. Se cada um fizer seu trabalho direito, tenho certeza de que não haveria tantas cobranças. Vou ter que ir mesmo sabendo que nada estará aqui para o meu setor. Quanto a isso, faço o meu papel direito e tenho uma secretária que pode me substituir a qualquer momento, já que seu talento é indiscutível. — Como será só os responsáveis acho que você não vai precisar de mim.

—— De jeito nenhum você vai comigo! Você está me querendo abandonar agora, é? Depois da reunião, se precisar, pode tirar o dia de folga. — Me agradece e sai porta fora.

Passo a mão na cabeça; era só o que me faltava uma reunião com os acionistas metidos e um presidente que nunca vi em cinco anos que trabalho aqui. Na verdade, nem sequer sei quem é o sujeito.

Logo as horas se passam e saio para almoçar. Encontro Miah na saída, que diz que encontrou o melhor lugar do mundo para comer, um restaurante com comida brasileira.

Ao sentar, um rapaz moreno, de olhos verdes e, por sinal, muito elegante e bonito, vem em nossa direção. Cumprimenta Miah de uma forma um pouco sensual digamos assim.

Depois de almoçar, saio dali, deixando os dois juntos. A conversa era íntima demais e eu já estava atrasada também para a maldita reunião que uma idiota que nunca veio à empresa decidiu dar. Bufo de raiva

A TÃO ODIADA REUNIÃO COMEÇA.

Era exatamente 14:45 da tarde, quando Kátia entra em minha sala pálida acompanhada de Diego, que sorri e vem ao meu encontro e me abraça.

— Vamos, estamos atrasados— sorri, vejo Kátia suando frio ao olhar para ele que não percebe o quanto ela está sem jeito.

Dou um sorriso interno ao me lembrar do dia que Kátia desmaiou nos braços dele, por ele apenas abraçá-la e lhe desejar feliz aniversário.

—Ana vamos? — ele diz, e saio do meu transe.

— Sim só vou pegar meu casaco, a propósito não estou vestida adequadamente para uma reunião.

— Você está linda como sempre — se vira indo em direção a porta e para me esperando, penso comigo quem em sã consciência sai de casa com um vestido preto tubinho, escarpim preto com sola rosa e blazer rosa?

Bom essa sou eu Anastasia Verón, respiro fundo e saímos os três, Kátia me acompanha na reunião ela jamais me deixaria numa situação assim, sou grata.

Sento em um lado da mesa de mármore, que já estava bem cheia. A mesa deve ter uns vinte e cinco lugares. As cadeiras de tecido são confortáveis, e as janelas grandes fazem com que os raios de sol iluminem o ambiente. As cortinas em tom vinho combinado perfeitamente com a decoração dos vasos de plantas distribuídos pela sala, a sala vai se enchendo, e cada um toma seu lugar à mesa Diego mexe no seu caderno, e Kátia revisa a agenda. em cada membro deste lugar

Quando me viro para a esquerda, fico pálida e paralisada. Era ela. Não poderia me esquecer da mulher que estava com meu ex-noivo naquela noite maldita. Como esquecer aquele risinho debochado que ela tem? Aquele arrepio volta com mais intensidade, fingi que sua presença não me abalou em nada.

Me encarando com o queixo erguido e olhar de falsa abre o sorriso cínico mostrando seus dentes brancos, viro novamente para a frente e a ignoro completamente.

Por que maldição essa mulher está aqui?