Surpresa.✅

Anastasia On.

O luau está ótimo, tirando o detalhe de que todo mundo se diverte e eu não, Kátia sorri a todo instante para Diego e esta nítido que ela o ama e não é pouco, Demétrio e Joe estão abraçados olhando tudo em volta, dá para sentir a cumplicidade entre eles, é um casal de se dar inveja.

Pierre já esta agarrado a uma ruiva de cabelos cor de fogo,nnão dá pra esconder que ela é linda mas não nego que me lembrei do curupira, dou um sorriso interno.

Aquele vento aquelas luzes o mar a lua tudo me faz lembrar Taylor, encontro uma moça que sofre de amor igualmente a mim, ficamos conversando por um tempo até alguns de seus amigos lhe chamar e ela ir embora, resolvo dar uma caminhada caminho sem rumo na beira do mar que parece entender o que meu coração diz ando alguns minutos e percebo que estou afastada da festa retiro minha sandália e me sento na areia um turbilhão de pensamentos vem a tona, pego meu celular e ouço a primeira música que estava na playlist, ela me deixa pior do que já estava.

Algumas lágrimas caem continuo de cabeça baixa e tenho a impressão de que uma voz me chama, as ondas do mar se quebrando logo a frente a melodia fina do ventoa canção ao fundo, tudo se torna um cenário perfeito para minha triste vida.

Novamente a voz me chama, aquela voz, aquela maldita voz achei que era imaginação minha mas não, ao erguer a cabeça vejo sua figura parada me olhando está sem camisa de bermuda branca e com os olhos mais lindos que já tinha visto em toda minha existência.

-Posso me sentar?-Estou com um nó na garganta não consigo dizer nada coerente, a única coisa que posso fazer depois de tremer tanto é balançar a cabeça em forma de sim.

Depois de alguns minutos olhando os dois para o mar, ouvindo a maldita música e o barulho das águas indo e vindo e se quebrando próximo ao nossos pés resolvo quebrar o silêncio.

-Taylor?-Ele faz sinal com o dedo indicador de que eu nada fale, e então começa.

-Aquela noite, eu estava confuso não sei o que me deu em ficar com aquela mulher, eu sempre soube o que meus sentimentos diziam, e eles sempre disse seu nome Ana você é a mulher mais incrível que já conheci-suspira alto- seus olhos são os que eu quero acordar e ver todos os dias, no momento mais difícil da minha vida você, só você estava lá pra me guardar e me amparar, eu sei que o que eu fiz foi horrível-lágrimas descem pelo seus olhos e meu peito doi-Me perdoa? Eu sei que não tem perdão, mas eu te peço eu te imploro volta pra mim Eu Te Amo Ana.

Ficando assim de joelhos, noto que ainda está usando nossa aliança.


As palavras me fogem, eu não acredito que ele está aqui, está aqui em minha frente de joelhos me pedindo perdão o que devo fazer o que devo falar?

Mas ao olhar pra ele me lembro dos sorrisos de Cassandra os sentimentos que tenho toda vez que surge com aquele sorriso na boca, me desafiando, me faz tomar coragem, eu até poderia perdoar e voltar, mas o sentimento de ser humilhada me faz ter ódio dele não consigo perdoar nem mesmo se minha vida dependesse disso.

-O que está fazendo aqui?- Olho em seu rosto vejo sua expressão triste, me fita incrédulo como se não acreditasse que em meio a tantas perguntas eu faria essa.

-Vim atrás de você.-Diz rápido em choque.

Apenas levanto e começo a caminhar não vou ficar ouvindo nada tudo o que eu tinha ele tirou e agora quer se redimir?


Eu dei minha vida inteira a ele, meus sentimentos mais puros e profundos isso não vai resolver, não hoje não agora ,ele para em minha frente me segurando pelos ombros em um movimento rápido me beija, retribui o beijo a saudade me faz balançar, a profundo ainda mais, só que em um movimento de troca de posições senti algo errado não tinha mais amor ali.

Aquele beijo que significou tanto pra mim um dia hoje já não fazia sentido, e fico me perguntando mentalmente a cada movimento que seus lábios fazia o porque de não significar nada.

Quando paramos de nós beijar encaro seus olhos passo por ele e saio andando, ele me segue e paraliso ao ver Pierre nos olhando, não sei o que fazer se vou atrás dele ou se deixo ele ir, nossos olhos se encontram e um brilho estranho se reflete nos dele enquanto me olha, mas não posso interpretar, ele se vira e sai andando pela areia eu estava ali entre a cruz e a espada, como dizer a Pierre que Taylor não significava mais nada para mim.

E por que dizer isso a ele?

Então paro me virando para encarar o homem que eu tanto amei, e que conseguiu me destruir de uma forma dolorosa e cruel.

-Quando você se foi pela primeira vez eu odiei a minha própria existência por acreditar que sua partida tinha mais a ver comigo do que com sua simples vontade -como ser humano -livre que é -de ir .-Fecho meus olhos sentindo a brisa marítima me dizendo que estava certa.

-Eu sei que eu errei, e me arrependo por favor não faça isso comigo não faça com a gente-suas lagrimas caem, mas levanto minha mão e ele entende que é para não me interromper.

-Eu me sentia -plutão e você a terra que me descartou do seu sistema solar porque eu era pequena demais pra ele e nada me livrou daquela dor, eu quis viver ela por noites em bares acreditando com todo ardor que em algum momento iria conseguir te vomitar junto com toda aquela bebida barata ou com qualquer boca que beijasse minhas mentiras de uma felicidade inventada.

-Mas você voltou, voltou e eu sentia os meus pulmões cheios de vida de novo, de paz
eu só pedia ao universo ou seja lá quem que estivesse me escutando pra aquela sensação não escorregasse pelas minhas mãos

Mas você foi mais uma vez

-E eu finalmente me dou a paz, me abdico porque te amar me fez olhar pra dentro de mim mesma amar cada pedaço meu e saber que foi por isso que você também
me amou, porque eu sou boa, não boa como as convicções sociais dizem.
Eu sou boa porque me abraço nos dias em que tempestades atingem a cidade do meu peito prometendo ser o fim de uma era e eu resisto, sou boa porque habita resiliência aqui dentro e uma força capaz de derrubar aos murros os muros da falta de amor.
Sou boa por motivos que não cabem em simples caracteres e a sua partida não retira de mim a minha humanidade e a minha capacidade de reerguer grandes cidades destruídas pelo desamor.
-Eu sou boa e fim de ciclo nenhum vai mudar isso! - sorrio para ele de forma calma e suave.- em paz, outras estradas aguardam o amor-gigante que carrego comigo.

Eu sou minha e demais ninguém.

Ele me olha não acreditando no que ouvia e me abraça, eu saio de seu abraço.

-Seja feliz Taylor!

Saio andando ate chegar na festa, procuro alguém conhecido, mas não encontro ninguém vou até um ponto de táxi, que me leva até o endereço da casa de Pierre abro a porta e não tinha ninguém, fico ali no sofá pensando no nada e sorrio pra mim mesma, por ter conseguido arrumar coragem para deixar ir embora alguém que um dia eu amei tanto, não consigo parar de pensar que a três semanas atrás eu estava perdida, sofrendo e acabada em um pote de sorvete.

E hoje eu sou uma mulher livre daquela traição, livre de qualquer vestígio de sentimentos que existia sobre Taylor Kim.

Kátia entra pela porta de entrada e sorri quando me vê, Diego me olha sem entender como cheguei aqui, sentamos no sofá ligamos o DVD e assistimos alguma coisa, não sei porque não prestei muita atenção, pegamos um pote de sorvete de Romeu e Julieta e começamos a comer, ouvimos um barulho forte vindo do quarto de Cassandra vamos correndo até lá e Diego abre a porta bruscamente, paramos de cara com Cassandra em cima de Pierre aos beijos.

-Desculpa foi o abajur que caiu, vocês sabem como o "Pi" é barulhento -Sorri com aquele sorriso maldito, que tanto odeio.

Diego os olha desconcertado, saímos dali em silêncio e todos resolvem ir para seus quartos.

Desço para sala e continuo a assistir o filme até pegar no sono.

Acordo com uma luz forte em meus olhos, vejo Pierre descendo as escadas quase caindo.

-Vou beber água-diz embolado, tropeçando nos próprios pés, ao chegar na cozinha ele mal consegue abrir a geladeira vou até ele que me empurra com o ombro, olho com os olhos arregalados sem entender, ele pega um copo e deixa cair no chão que se quebra em mil pedaços, resolvo juntar eles antes que ele resolva quebrar algo mais, ou pior se machuque vou até o quartinho que deve ficar perto pegar a vassoura e a pá e sem dizer nada começo a limpar enquanto ele presta atenção em meus movimentos.

-Eu não preciso da sua ajuda, sua traidora- grita comigo e vai sentido a escada.

Ao tentar subir o primeiro degrau ele se desequilibra e cai, vou até ele segurando o maxímo que posso o riso.

Ele parece não querer ajuda, é relutante no começo mas acaba cedendo.

-Acho que alguém bebeu demais hoje não é?- ele fica em silêncio, passo seus braços ao redor do meu pescoço e o carrego até seu quarto com muita dificuldade vamos ser sinceros-não sou a mulher maravilha-, chegando lá sento ele na cama e começo a tirar sua camisa ele segura a minha mão com força.

-O que está fazendo- pergunta rude e assustado-o que está fazendo?-Dou uma risada alta.

-Vou te dar um banho é óbvio não?-volto a tentar tirar sua roupa-mas ele impede segurando meu pulso-Não vou abusar de você fique tranquilo-tiro suas calças e seus sapatos o levando para o banheiro ligo o chuveiro e ponho em temperatura gelada enfiando a cabeça dele lá que grita de frio começo a rir, olho em volta é o banheiro mais lindo do mundo chega a ser mais bonito que o do quarto que estou ocupando.

Pierre grita e eu o pergunto o que foi?

-Maldito banheiro essas pedras me fizeram tropeçar-caio em gargalhadas sem perceber.

-O chão está normal é só você que não está se aguentando de bêbado.

Deixo ele em pé no quarto e vou procurar uma toalha de banho limpa, volto com ela na mão e começo a secar seu corpo.

Penso em tirar sua cueca, não acho uma boa ideia, estendo a toalha na cama forçando ele a se deitar jogo uma coberta nele que cai na cama logo em seguida, ele começa a sussurrar algo que não da pra entender, fico ali sentada ao seu lado olhando pra ele.

-Ana?-diz de olhos fechados.

-Sim-respondo.

-Por que beijou aquele homem?-Respiro fundo sem entender o motivo da pergunta, mas respondo.

-Aquele homem é Taylor Kim meu ex-noivo.

-Por que é ex-noivo?

-Uma semana antes de nosso casamento, eu peguei ele na cama com outra-olho pra ele, que me encara.

-Você conhecia ela Ana?

-Não, mas conheci quando você foi na empresa.

-Como assim, na empresa?

-Cassandra é a mulher com quem meu noivo me traiu-digo com um tom de voz mais baixo do que eu gostaria, vejo tristeza em seus olhos.

-Sinto muito Ana- segura a minha mão.

-Não foi nada Pierre.-digo soltando minha mão da sua.

Então ele dorme profundamente, vou para o quarto e também pego no sono, pela manhã todos já estão de pé dizendo que irão a praia.

-Obrigado Ana, por ter me ajudado- Pierre diz me olhando com brilho nos olhos, todos param o que estão fazendo e nos observam.

Cassandra parece ter entendido errado e me fuzila com o olhar, indo rapidamente na direção de Pierre e o abraçando.

-Não foi nada- ele sorri.

-Você não vem Ana?- Diego corta o clima estranho.

-Sim, só vou me trocar.

Subo me troco rapidamente usando um biquíni rosa com detalhe em metal e uma saída de praia transparente na cor preta, quando desço todos me olham boquiabertos.

Cassandra parece não gostar muito dou risada internamente.

Ao chegar a praia vejo que era a ilha particular de Pierre e não fazia ideia que ele tinha uma ilha atrás de sua mansão.

Kátia e Diego são os primeiros a saírem nadando e sumirem de vista, eu prefiro ficar só apreciando a paisagem, Pierre se senta ao meu lado e começa a puxar conversa.

-Vamos nadar?-viro o rosto na sua direção, e olhando assim ele se parece uma criança que sofreu por terem tirado seu pirulito, antes que eu responda sua pergunta Cassandra o chama para mergulhar-desculpa Ana-diz e vai nadar com ela.

Dou um mergulho rápido e saio já estava caindo a noite, decidimos voltar para casa já que amanhã retornamos para nossa vida medíocre.

No quarto coloco uma música e começo a dançar arrumando minha mala, Kátia bate e e fica parada na porta sorrindo, faço sinal para que entre e ela vem toda feliz e me diz quase em um sussurro.

- Diego me beijou- e ficou vermelha de vergonha, dou um gritinho e a abraço- foi um selinho mas já é alguma coisa né.

Digo o quanto estou feliz por ela ficamos ali conversando sobre isso, por horas e horas sem nem nos lembrarmos de que a hora já estava passando ela se levanta e se despede indo em direção ao seu quarto, alguém bate na porta.

-Entra- digo de costas.

-Oi- me viro e vejo Pierre parado no batente.

-Oi- falo sem saber o que dizer.

-Vou dar uma festa hoje, vem alguns amigos, alguns funcionários- coça a barba- você vem ne?

-Claro, só me diz a hora.

-Apartir das 22:00 tudo bem?

-Esta otimo- sorrio.

-Então ta, até mais - diz se virando para ir embora, mas volta e me olha nos olhos- Ana, eu...- a frase morre em seus lábios.

-Eu?_ digo encorajando ele a falar.

-Eu posso ser um idiota as vezes, então me promete que quando isso acontecer, você me batera?

-Tudo o que eu sempre quis- dou risada.

-Então ta, obrigado - se vai me deixando sem saber o que pensar.

Resolvo dormir um pouco.
Acordo com um barulho alto e me lembro da festa, Kátia adentra o quarto.

- Você ainda não se arrumou?

- Na verdade tinha me esquecido-fico sem graça.

-TUDO BEM, vou pegar minhas coisas e nos arrumamos juntas- sai pela porta apressada.
Então vou ao banheiro tomo um banho relaxante.

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