Desde que perdoei Pierre e aceitei seu pedido de casamento,tenho vivido dias incríveis ao seu lado e ao lado daqueles que me amam.

Colocamos tudo em pratos limpos,sem mentiras sem omissão sem nenhuma pedra em nosso caminho pra nós atrapalhar,ele veio morar no meu apartamento já que foi uma das minhas condições,sim não dava pra ficar no mesmo ambiente que a Cassandra,iria me fazer muito mal além de que ela poderia tentar fazer algo de ruim comigo e com a minha filha.

Ainda não disse pro Pierre o sexo,e também não deixei ele entrar no quarto dela,desde que chegamos só fico lá quando ele está na empresa,no começo ele tentou me convencer de comprarmos uma casa maior,onde nosso bebê tenha total liberdade e segurança, totalmente desnecessário pra mim.

Outra coisa também seria como ficaria a situação da Naja Mãe,bom ele disse que abriu uma conta no nome dela temporariamente,e que deixou a casa pra ela também.
O que é justo já que ela não tem onde ficar,ou iria parar na sarjeta ou na rua da amargura como preferirem,ela fez um escândalo e disse que ele tinha que ser dela deu até polícia.
Eu como boa pessoa que sou fiquei vendo tudo de camarote e comendo pipocas,pela primeira vez na vida eu me senti bem em ver alguém sofrer,ela me fez tanto mal que agora só está colhendo o que plantou.

O plantio é opcional,mas a colheita é obrigatória!

Ela deveria saber disso,sou tirada de meus pensamentos quando.

— Ana,você viu o meu relógio?— Pierre entra feito um furacão pela  porta.

—Não vi—seguro o riso,como sempre ele procura algo que está com ele.

—Deixa pra lá, tenho uma reunião com o Luiz e já estou em cima do tempo— vem em minha direção com o terno na mão e a maleta no braço.-— Eu te amo pequena até mais tarde— agacha em minha frente e beija minha barriga.—Até mais tarde meu brotinho do pai.

Me dá um beijo casto nos lábios e sai correndo porta fora,fico ali parada olhando a porta e não contenho o sorriso bobo nos lábios,talvez agora seja a hora de realmente ser feliz.

Depois de um tempo colocando em ordem a casa e as coisas da bebê,vou até seu quarto abrindo a porta, ao entrar no quarto dela me deparo com o um aroma que só bebês podem ter,um calor diferente se apossa do meu corpo,uma saudade inexplicável também.
Caminhando lentamente vou até sua cômoda,abro e vejo suas roupinhas limpas passadas e higienizadas.
Tudo por ordem!

—Você vai ter uma madrinha incrível minha Liz— as lágrimas caem dos meus olhos no mesmo instante,da onde surgiu esse nome meus pensamentos vagueiam entre as épocas da minha vida,desde quando brincava no parque de casa até quando tive meu coração quebrado ao perder minha vó,os afagos de papai nas noites em que tinha pesadelos,e o cheirinho de comida fresca que mamãe sempre fazia.

Flashback on.

—Mamãe,a professora na escola disse pra você me ajudar com a tarefa de casa.— uma menina de cachos loiros e olhos azuis falava pra mulher que penteava lentamente com carinho seus cabelos.

—Então vamos ver— mamãe diz se levantando e indo até a parede cor de rosa com detalhes de laços de fita,volta e se sentar ao meu lado na cama.—Interessante — olha o meu caderno sorrindo.

— Você tem que responder isso aí mamãe— pisco os dois olhos em sua direção,arrancando um super sorriso.

—Vamos ler as perguntas,tá bom.
—Ta bom mamãe.

1:Quantos filhos você pretende ter?
2:Qual seria o nome da Anastasia se não fosse esse?
3:E porque Anastasia?

Façam essa lição junto com seus pequenos,e a tarefa será mais divertida aguardamos ansiosas(os) pelas respostas de vocês mamães.

— Isso é fácil né, mamãe— ela tira os olhos do caderno e sorri um sorriso que transborda em seus pequenos olhos.

—Mas é claro que é minha fadinha,seu nome seria Liz,mas como seu papai gosta muito de um clássico da Disney,colocamos Anastasia por você ser delicada e bondosa como a Cinderela era,mas vamos pular a parte da madrasta má,e ir direto para o principezinho que vai salvar você de todo mal.

Flashback on.

Chorando descontroladamente pego a roupinha da Liz e cheiro,faço uma prece mentalmente.

Mamãe, Papai onde quer que estejam obrigada, obrigada por tudo, obrigada por terem sido os melhores pais do mundo,por sempre estarem comigo em meus piores momentos por nunca desistirem de mim,por me fazer a pessoa que sou hoje.
Quero que onde quer que estejam saiba que meu amor por vocês nunca diminui,posso não pensar em vocês como antes,a cada segundo do meu dia,mas isso não significa que eu os esqueci não conseguiria nem se tentasse.
Hoje mamãe é um dia memorável pra mim,eu estou prestes a receber em meus braços a mesma dádiva que você,daqui alguns dias eu vou pegar minha bonequinha nos braços,eu gostaria tanto que você e o papai estivessem aqui vocês seriam os melhores e mais babões avôs do mundo.
Sinto muito a falta de vocês,onde quer que eu vá eu levo e sempre levarei vocês comigo.

Eu amo vocês.

Ao abrir os olhos me vejo ajoelhada com as mãos no coração,minhas vestes molhadas de lágrimas,mas meu coração leve e transbordando amor.
Me seguro na cômoda a fim de tentar me levantar,consigo depois de muitas tentativas e resolvo voltar pro meu quarto,pra escolher a roupa do jantar de gala que terá hoje em homenagem ao Pierre.

[...]

—Ana,Ana?

—Oi estou aqui em cima— grito e ouço Pierre subir as escadas apressado.

—Oi amor— me beija na curva do pescoço,já que eu estava com um grampo na boca tentando terminar o meu penteado— vou ter que ir agora,surgiu um imprevisto no restaurante e vou ter que ir pra lá agora.—O olho frustrada,não queria chegar lá sozinha até porque eu sou a noiva dele não é?

—Tudo bem,seu smoking está sob a cama— aponto com o dedo mostrando.

—Obrigado,me perdoa por ter que ir agora,se não fosse urgente eu não deixaria você— me dá um beijo quente na testa— o Anderson vai vir te buscar— suas bochechas ruborizam na hora desde do incidente ,onde ele e o Richard me fizeram passar poucas e boas e eu dei um chute em sua região baixa ele tem me evitado,claro ele disse que eu precisava de ajuda pra subir no carro,que podia ser perigoso pela condição física.
Não pensei duas vezes,dei uma joelhada nele, Anderson não terá filhos por um bom tempo.
Onde já se viu chamar uma senhorita como eu de gorda?

—Tudo bem,só diga pra ele não vir com aquele perfume barato ou vômito no sapato dele novamente— acabamos rindo juntos.

—Ok,só me lembre de comprar um protetor pro meu amigo aqui.—fecho a cara, fingindo estar irritada e vejo ele sair correndo até a porta e gritar.—Eu também te amo amor,até daqui a pouco minha vida,antes que eu me esqueça use aquele vestido que te dei de presente pisca o olho e sai porta fora.

A porta de fecha e volto a atenção para os meus cabelos,depois do que presumo quase uma hora estou pronta, então resolvo ver o vestido que ele me deu de presente,quando abro a caixa me deparo com o vestido mais lindo que já vi na vida,ele é de um tom salmão longo com mangas cumpridas,pedrarias tão brilhantes e tão suaves ao mesmo tempo,na barriga tem uma linha fina e delicada onde não apertara minha pequena Liz.

—Até em você seu pai pensou minha bonequinha—sorrio feito boba.

Desço até a entrada do condomínio e avisto Anderson me esperando com sua habitual pose de homem inabalável, vou até ele que sem me dizer uma única palavra abre a porta,paro em frente a ele e olho de cima em baixo,e novamente repito o movimento parando em seu par de olhos brilhantes.

—Está elegante senhor— sorrio sabendo que ele não vai poder me ignorar.

—A senhorita também— faz a mesma coisa que eu,me olha dos pés a cabeça— está deslumbrante,admito.

Sorrio de forma cortês,entrando em seguida no banco de trás do carro,ele dá a volta fazendo uma corridinha nada sexy na frente do carro,entra fecha a porta e logo da partida.

—Podemos fazer uma parada antes do restaurante?—pergunto ansiosa pela resposta.

—Tenho que avisar o meu senhor,senhorita.— Me olha pelo retrovisor.

—Não vejo motivos para avisá-lo,será uma parada rápida— meu tom de voz sai um tom mais alto do que deveria.

—Não me entenda mal senhorita, não podemos fazer uma rota sem o Sr.Martine saber,se algo acontecer com a senhora a corda estará no meu pescoço.—O desconforto é visível em seu rosto.

—Eu preciso comprar um presente pra ele— me dou por vencida.

—Tudo bem,mas tem que ser rápido.

OBRIGADA