Noite de Tormenta ✅


"Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas — Ariano Suassuna.


Saio de lá com raiva, com raiva de mim mesma e me sentindo ainda pior por descobrir o nome da infeliz que acabou definitivamente com a minha vida. E ainda com mais raiva de Pierre, que a levou até minha sala. Não posso acreditar que ela estava lá, não posso acreditar que ela disse aquelas coisas.

— Não posso, não posso — digo como se fosse um mantra que deveria repetir até eu esquecer minha vida.

Vou para casa andando, pois não tinha forças para dirigir. Minhas mãos tremiam, meu coração estava dominado pelo ódio e eu não podia correr o risco de fazer uma besteira. Além disso, poderia atropelar alguém ou bater o carro. Não posso ser imprudente.

Atormenta.

A chuva caia com tanta força, que parecia até com meus pensamentos pesados, molhados desajeitados, combinava com a mistura daquela noite chuvosa, sem motivos algum, ela caia como se quisesse dizer para mim mesma:

— Estou a cair, para lavar tua alma.

A noite já havia caído e a chuva cada vez mais forte, molhando todo meu corpo enxergo a cidade com olhos nublados quase não dá pra enxergar nada, há poucas pessoas nas ruas.
Algumas procuram refúgios em cafés, lanchonetes e bares, eu apenas seguia meu caminho perdida em meus pensamentos. Queria apenas chegar em casa e me esquecer do dia de hoje, ao atravessar a rua que morava, o sinal abriu, em um piscar de olhos fui atropelada, só senti meu corpo sendo arremessado no chão e girando duas vezes até eu bater a cabeça no asfalto e uma dor aguda se apossar do meu crânio, não tive tempo de me mexer apenas senti a chuva caindo molhando meu rosto as gotas geladas, o céu estava girando como se um sono rápido estivesse a chegar fui fechando os olhos devagar deixando a escuridão me levar, só consegui ver a silhueta de um homem me pegando, ele diz algo porém não escuto.
Fecho os olhos lentamente apagando ...

Pierre on

Naquela sala, todos me ouvem e me olham atentamente o que me deixa feliz, mas algo me incomoda uma mulher.

Ela não me olha não me ouve, é como se eu não estivesse aqui, minha presença é insignificante para ela.

Estou muito irritado, afinal, isso me intriga. Em todos os lugares que vou, as mulheres caem aos meus pés. Será que ela sabe que sou o presidente dessa porcaria toda? Paro de pensar e volto a olhar a sala.

Cassandra minha secretária, me olha provocante abre e fecha as pernas como se quisesse me convidar para sua cama, ela tenta se insinuar, mas é tão previsível. Cada movimento é uma tentativa barata de chamar atenção, como se eu não soubesse exatamente o que ela está fazendo. Não me impressiona mais. Ela acha que ainda tem algo que possa fazer para me seduzir, mas a verdade é que já perdi todo o interesse.

Continuo a reunião, assim que acaba todos vem ao meu encontro para me dar os cumprimentos e os funcionários novos, vem para que eu conheça todos, mas estava faltando uma pessoa e era aquela mulher passo os olhos pela sala e ela já tinha ido embora.

— Diego — o chamo tirando sua atenção do computador que está em sua frente, enquanto digita algo freneticamente, ao me olhar se joga pra trás na cadeira e deixa os ombros caírem, sinal que está cansado — pode me dizer uma coisa?

— Fala Pierre — voz cansada, me encara com seus olhos questionadores.

— Tinha uma mulher sentada naquela cadeira— aponto com o queixo — ela é loira olhos azuis claro, sua pele é branca, na verdade se parece muito com uma boneca — coço a cabeça sem jeito.

— Ah, Anastácia, lembra que eu falei dela milhões de vezes?

— Na verdade não — sou sincero.

— Claro que não, você é um puto que só está preocupado com sua troca diária de mulheres — revira os olhos e dá de ombros— mas vou te deixar ciente cara, ela é minha amiga e a única que não merece ser desrespeitada de forma alguma, está em um processo difícil da vida então não faça nada que a magoe.

— Hum — foi a única coisa que consegui dizer, fase difícil, sei, todos temos fases assim e nem por isso ficamos com aquela cara de " não to nem aí pra nada, que se exploda você e o mundo". — Tudo bem já deu minha hora estou indo.

— Pierre — ouço me chamar quando estou próximo a porta — não esquece, ela é uma amiga incrível e uma profissional maravilhosa, faz o possível e o impossível para essa empresa — apenas balanço a cabeça e saio fechando a porta em seguida.

Não engoli essa história

A única a ter a sua atenção é uma mulher de cabelos laranjas, e sei que tanto ela quanto Diego estão apaixonados, os dois ficam sem jeito perto um do outro sorrio imaginando meu amigo-irmão apaixonado.

[...]

Não contente fui a sala dela, eu e Cassandra afinal ela conhecia as salas como ninguém se já não tivesse transado em todas e com todos os homens desse maldito lugar, parado em frente à sua porta noto a plaquinha dourada com letras em negrito.

Anastácia Diretora Financeira.

Me assusto, pois não sabia que ela era a responsável por todo dinheiro que era administrado na minha empresa, então me dou conta de que sei pouco sobre meus funcionários.
—Senhor, deseja algo? — a mulher de cabelos laranja pergunta.

— Só falar com a responsável do setor— falo sério. — Não precisa me anunciar — vejo sua maçã do rosto ficar avermelhada quando encaro ela por muito tempo — pode ir já está na hora.

—Sim, senhor — ela diz, pegando seus pertences e saindo em direção à saída, como se fosse apenas mais uma tarefa cumprida, sem sequer uma palavra a mais. Sua atitude só me confirma o quanto ela é sem graça.

Cassandra me olha como se dissesse não vai bater?
Bati e logo em seguida ela abre com cara de espanto
Adentro a sala sem nem ao menos olhar em seu rosto.

Observo a sala, é clara tem um aroma incrível, mas não tinha muita decoração, é sem vida é como se eu estivesse na sala de um homem a não ser pelos detalhes lilás que tem em sua mesa.

Ela me olha, e eu a bombardeio com perguntas, fazendo-a ficar sem jeito. Percebo, então, que ela me fuzila com o olhar. Falo algumas coisas, sem nem mesmo entender o que estou dizendo, mas presto muita atenção em seu olhar sofrido. Porém, ao me aproximar dela, uma onda de calor me envolve. Seu cheiro me transporta para outra dimensão, um aroma que nunca senti antes. O perfume dessa mulher é capaz de enlouquecer qualquer homem.

Cassandra lhe ofende e eu pergunto se o que ela diz e verdade!

De repente vejo ela pular em Cassandra e arrancar seu Mega- Air, na verdade a mulher parece um touro com raiva, seus olhos estão vermelhos e suas mãos hábeis batem em Cassandra de forma desajeitada, seria isso desespero? Antes que as coisas piorem tiro ela de cima de Cassandra e a levo pro elevador.

Droga. Tinha que acontecer isso agora?
Volto e Cassandra estava na enfermaria, não perdi meu tempo de saber como ela estava e fui embora.
Entro no carro dando partida e saio a toda velocidade pelas avenidas, algum tempo depois me aproximo de um sinal que está aberto pra condutores, em fração de segundos uma louca entra na frente do meu carro e cai.

Desço perdido em pensamento a chuva forte cai, mal dá pra ver um palmo a minha frente achando que já tinha matado a pobre que quis se suicidar, me controlo pra não me desesperar. Desço e encontro um olhar perdido e me dou conta que é Anastasia, pego ela é ponho em meu carro não sabia se ela estava viva ou morta, penso em levá-la ao hospital, mais isso iria repercutir na mídia, não posso mais me envolver em nada e isso seria um bagaço total.

Levo ela pra minha casa.

Deito ela em minha cama e ela permanece desacordada como entrar não em pânico, será que eu a matei? Coloquei ela na minha cama e fiquei andando de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Ligo para um conhecido que é médico.

Enquanto aguardo sua chegada, chamo minha ajudante e peço para que ela tire as roupas molhadas e coloque uma camisa minha. Vinte minutos depois, entro no quarto e me sento ao lado da cama, esperando-a acordar. Sua respiração está baixa, e, olhando assim, nem parece a mulher que quase matou Cassandra há algumas horas.

O doutor chega e a examina, ela ainda está desacordada, penso se não devo leva-la ao hospital, que se dane a mídia.

Mas ele garante que ela está bem, e que está inconsciente apenas por estar cansada demais, faz um curativo em seu braço, receita alguns remédios para dores musculares e se despede.

Algum tempo depois ela começa a acordar. 

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