Noite de tempestade✅

Naquela manhã, levantei-me, fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal e saí para trabalhar, o que era de costume fazer todos os dias.

Ao chegar no edifício onde eu trabalhei, na empresa HOLLER'S, ouço a voz de Miah me chamar.

— Anastácia,

Olho para sua direção e vejo-a correndo como se o mundo estivesse acabando.

Sorrio fracamente para ela, que parece ler meus pensamentos e acaba desabafando:

— Ana, está na hora de deixar essas mágoas para trás e seguir em frente. Gostaria que tivesse dado certo, mas a vida tem que seguir. — Abre seu sorriso branco, me fazendo rir daquela situação.

Apenas confirmo com a cabeça e saio andando, antes que ela comece com seus sermões, mais longos que missa de domingo. Ela se despede ao longo e entra no elevador, eu vou pelas escadas mesmo, não gosto muito de estar em um ambiente fechado e sem movimento.

Sigo diretamente para a minha sala, que fica no mesmo corredor da presidência. Olho para Kátia, minha secretária, que sorri docemente para mim, como se estivesse dizendo: "Está tudo bem com você?"

Balanço a cabeça, fazendo um gesto de "não se preocupe". Logo em seguida, ela vem com a minha xícara de capuccino. Ela realmente sabia como me agradar nos meus dias mais difíceis.

Ligo o computador e vejo quanto trabalho tenho. Trabalho é o que não falta por aqui.

Vou até a sala de Diego, meu amigo e chefe, para ele verificar as procurações que o banco me enviou. Ao entrar, sinto o cheiro de madeira e hortelã. Sua sala é bem iluminada, sua mesa é de mármore branco, com uma cadeira em couro preto. As paredes são pintadas em azul-marinho e branco. Do lado esquerdo, há um frigobar. Na parede, estão seus diplomas e certificados. Um sofá de couro preto também está no lado oposto.

Assim que chego perto dele, seu sorriso ilumina o ambiente. Ele sorri para mim docemente e me abraça. Odiava essa sensação, como se todo mundo visse que eu estava sofrendo amargamente. Não que eu não fizesse, mas não gostasse da piedade de ninguém.

— Como está a flor mais linda dessa empresa? — Pergunta, me soltando dos seus braços.

— Bem, na medida do possível — sorrio e entrego os documentos para ele.

— Você é forte, linda, guerreira, e a melhor pessoa que já conheci na vida. — Ainda com os papéis na mão, encaro seu rosto fino, seu queixo pontiagudo, seus cabelos castanhos em tom avermelhado, que brilham como o sol em dia de primavera. Seu corpo é magro, não uma magreza exagerada, mas no ponto certo. Está vestido com um terno preto bem alinhado ao corpo, e sua gravata lilás o deixa ainda mais bonito. — Você merece alguém incrível, que te amará da maneira que merece.

— Eu sei, "Dih". Tudo acontece por um motivo e não vou me lamentar. — Seguro sua mão desocupada. — Obrigada por tudo — falo com a mais sinceridade. — Você é maravilhoso. — Solta minha mão e passa a dele em meus cabelos.

— Estarei sempre aqui, tá bom?

Sorrio com seu jeito.

— Tá bom, agora tenho que ir. — Me despeço e saio da sua sala, indo para a minha, retornando aos meus pensamentos.

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