Confraternização .
Anastasia on.
Chego em meu apartamento,e me jogo no sofá,fechando os olhos e repassando cada pedacinho de cena da noite passada.
—Que homem,que jantar e que sexo,foi esse?—sorrio,mas ao perceber o que acabei de fazer balanço a cabeça em negativa.—Não Ana,foi apenas sexo,sexo e só isso esse homem é problema.—Respiro fundo e tiro esses pensamentos da minha mente.
Me levanto indo até a cozinha pego um jarra de suco,volto pro sofá e ligo meu notebook,vejo alguns e-mails,e o relatório de tudo que foi gasto em matérias pra festa.
Me surpreendo muito em ver a quantia que foi gasta,e algo não estava batendo no inventário,o que estava errado?
—Isso de novo?— passo as mãos no rosto em frustração total.
Há algum tempo venho percebendo que as contas hora sim batem mais nem sempre conferem com os livros,isso está me incomodando e muito, tenho que analisar planilha por planilha, e o livro caixa pra ver se sou eu que estou cometendo algum erro,fico ali por horas a fio e não consigo entender o que está acontecendo o porque dos valores finais não se igualar com os gastos.
Me dou conta que é já são 21:00 HS ao olhar pro relógio de parede.
— Preciso levantar cedo— vou pro quarto me organizar pra dormir,me deito na cama faço minhas preces diárias e adormeço o mais breve possível que consigo.
Meu despertador toca,me dando um baita de um susto.
—Juro que um dia vou acabar com você no martelo seu malvado— digo olhando pro despertador ainda sonolenta,caminho devagar até o banheiro faço minhas higienes e vou escolher algo pra vestir, encontro um vestido branco com rendas na parte de baixo que se não fosse a renda eu estaria praticamente nua calço um salto preto e vou pra garagem.
Chego,subo o elevador e vou direto pra minha mesa,Kátia ainda não chegou deve estar atrasada ou sou eu que cheguei cedo demais,começo,a olhar os lucros das empresas filiais,todas elas,o monetário bate perfeitamente exceto as da empresa Holler's.
—Só pode ser os Carter.— Arregalou os olhos,o desespero toma conta de mim.—Se eles forem os causadores,temo pelo pior.
A mesma pessoa que administra aqui também é responsável pelas empresas Carter e isso me incomoda,não é possível que Luiz esteja desfalcando e desviando dinheiro.
Resolvo ir tirar minhas dúvidas,não posso trabalhar em cima do e "se",pego os livros e meu notebook,na pressa nem vi o que estava acontecendo acabei esbarrando com Pierre em um dos corredores.
—Bom dia— digo a ele que me trata friamente.
—Bom dia, senhorita.
Não sei o que esse homem tem,uma hora é doce como pudim de leite(amo pudim),outra é o Monte Everest completamente.
Segundos depois o encarando, percebo o motivo que o fez me tratar assim.
Cassandra estava ao seu lado,e com eles uma mulher linda que dava vontade de morrer de tão linda que é.
Seus cabelos cor de mel longos,em um corte sofisticadissímo,estava em uma saia bege reta,com uma camisa branca e um blazer bege com pérolas uma bolsa da GUCCI preta e um salto da mesma marca que a bolsa como sei disso?
—MULHER SABE DE TUDO SORRIO COMIGO MESMA.—Esse meu inconsciente,viu.
A mulher me olha com cara de nojo eu a ignoro, Cassandra como sempre me dá um sorriso falso assim como aqueles peitos dela,que saltam pelo seu decote escandaloso.
Juro que algum dia eu irei arrancar aquele sorriso dela na faca ou colocar uma bala no meio da testa dela.
Abro espaço e eles seguem rumo a sala de Pierre, continuo andando e me deparo com Luiz.
—Bom dia Luiz será que o senhor teria um minuto-—ele me olha com desconfiança.
—Entre por favor Anastasia —diz sendo educado,e dando passagem para que eu entre em sua sala.
—Bom Senhor Luiz eu gostaria de alguns esclarecimentos— digo assim que me acomodo na cadeira a sua frente.
—No que posso ajudá-la?Fala todo solícito.
—Bom é que...— pigarreio tentando limpar a garganta que parece estar com arames farpados.—Estive conferindo a lista dos gastos da confraternização de hoje,e alguns balanços e razontes não conferem com com as notas fiscais que tenho em mãos.—Ele me olha sério, prestando atenção em cada movimento meu.
Esse homem me intimida.—Meu subconsciente grita.
—Como não batem?Posso ver?— cruza os dedos das mãos em cima da mesa.
—Como eu estava dizendo,eu estava fazendo um balanço financeiro e está faltando algumas células.—digo entregando os livros e ligando o notebook.
O silêncio na sala e ensurdecedor,ele está tão concentrado que posso ver seus olhos fazerem leves movimentos, ao ler cada linha espaçada do documento em sua frente.
Ele averigua tudo com muito cuidado,lendo e relendo cada vez que vê algo que não está certo.
—Todos os documentos que eu assinei não tinham nenhum a ver com esses valores.— sua face endurecida e seria me diz que ele não está mentindo.
—Desculpe não tinha?Como?Todos os balancetes, balanço finais não é o senhor que assina depois de passarem por mim?—Ele não me responde,apenas se levanta e vai em direção ao um arquivo móvel que está no canto da sua sala.
Olhando bem,vejo que a sala e muito bem iluminada com persianas brancas e creme,dois vasos de uma planta exótica está espalhados estrategicamente na sala,fazendo com quem entre as olhe de imediato,um sofá em couro marrom,um bar no lado esquerdo,um tapete marrom o mais lindo que já vi em minha vida,com bordados de flores.
Sua mesa de madeira bruta deixa tudo ainda mais vintage e charmoso,sob a mesa está dois quadros com uma mulher e um bebê,o que me faz acreditar que seja sua esposa e seu filho,no outro estão os três abraçados é visível o companheirismo entre eles.
Volta com uma pilha de documentos nas mãos,me entrega alguns se senta novamente e me observa analisar cada linha sinceramente não sei o que está acontecendo todos que mandei entregar a ele está perfeitamente em ordem.
—Como pôde ver está tudo aí, todo o balanço financeiro dos últimos anos.
—Não temos mais duvidas, alguém está interessado em nós colocar em uma situação difícil,mas vou resolver isso agora,me desculpe Sr.Luiz,e obrigada.— Me levanto da mesa e direciono minha mão direita até ele,que pega no segundo seguinte apertando com firmeza.
Se tem algo a mais que eu possa fazer pra safar meu pescoço me diga—caimos na gargalhada juntos.
—Não se preocupe o senhor já ajudou o bastante,mais uma vez obrigada.
Saio da sala de Luiz e vou até a do Pierre,não posso ficar ocultando uma coisa tão séria,até porque meu pescoço também está na linha,ao chegar próximo a sua sala vejo a naja descamada me olhar e levantar na mesma hora.
—Anastasia?—Cassandra se levanta.
—Onde está o seu chefe —digo impondo respeito.
—Ele está muito ocupado— ela frisa essa parte sorrindo com ironia, não espero ela fazer nenhum movimento, eu adentro a sala com tudo,e paraliso com aquela cena.
A mulher de minutos antes estava em cima dele,ambos como vieram ao mundo,fico ali parada olhando,como se fosse um Djavú,a sensação de quando fui traída por Taylor volta,saio do meu transe e reajo volto a realidade,nem ao menos percebi que Cassandra estava ao meu lado com um sorriso que seria fácil retirar dela agora.
(Porque eu não ando armada)
Peço que ela saia e ela o faz relutante.
—Ana —com os olhos arregalados,sai de baixo da mulher e vem em minha direção.
Apenas fecho a porta,estendo a mão pra ele parar ali mesmo.
—Por favor Pierre você deveria fazer essas coisas em um motel— ando a passos largos por sua sala—ainda bem que fui eu que entrei,já pensou se fosse Kátia,Camile ou alguém com timidez extrema?— Me sento na cadeira na frente de sua mesa,não teria coragem de me sentar no sofá que eles estavam a poucos segundos.—Por favor vistam-se.
E assim eles o faz,ele me olha não entendendo minha reação,mas não se opõe.
Ele senta na cadeira a minha frente,já vestido pronuncia-se.
—Ana,essa é Beatrice,ela é sósia majoritária,com 45% das ações dessa empresa—diz como se aquilo o incomodasse.
Sim esse é o nome da mulher linda, que ele estava fodendo a poucos minutos.
—Olá—digo a ela que tem um sorriso tão irritante quanto o de Cassandra.
—Sou Anastacia,Diretora Financeira.—Ela me olha de cima em baixo e sorri.
—Beatrice.—Estende a mão pra mim— é um prazer querida.
— Todo meu querida—digo sorrindo sinicamente.Então volto minha atenção a Pierre que me encara petrificado.
—Pierre temos um probleminha.—Lanço um olhar debochado.
—Beatrice você poderia se retirar— diz gentilmente.
Ela se despede e Pierre pareceu não se incomodar com a ausência dela.
—Voltando ao que eu dizia,ontem quando sai de sua casa—me arrependo de ter dito isso.—Eu comecei a fazer o inventário e o balanço patrimonial da sua empresa.—Encaro seus olhos—Porém ao ler e fazer alguns cálculos eles não batem.
—Como assim não batem — grita.
—Não batem—rebato.
— Você é a responsável por isso como não batem ?—Espalma as mãos em cima da mesa.
Dou a volta em sua mesa e fico parada ao seu lado,me abaixo e começo abrir alguns livros,entrego alguns documentos pra ele que fica lendo atentamente.
Ligo o notebook,e mostro as planilhas que já tinham sido feitas no decorrer de todos os anos que trabalho aqui,e todas autenticadas e reconhecidas em cartório.
—Aqui, está vendo?—aponto para a tela do notebook,com a caneta que peguei em sua mesa—Esse e o balanço dos últimos meses,antes deles os outros estão tudo em ordem.—Ele me olha incrédulo.
—Esse valor é muito alto Anastasia,como você deixou isso passar?— dou de ombros,pega o telefone retirando do gancho digita alguns números.
—Na minha sala agora—Bate o telefone.
—Já falei com o Luiz —se ele disser pro Luiz é perca de tempo me olha sem jeito.
—E?Continue—diz,entre dentes.
—Ele me mostrou os documentos no decorrer desses últimos meses,e não tem nada irregular assinado por ele.—Pego alguns papéis em cima da mesa organizando—E todos foram redigidos e assinados por você Pierre.
—Ele dá um soco na mesa.
—Então você está dizendo que eu estou roubando minha própria empresa?—Seus olhos brilham,ódio emana de sua Áurea e me sinto mal,medo talvez.
-—Não, eu não disse isso Pierre,só estou dizendo que tem alguma coisa errada e que você ainda vai ter dores de cabeça!—Ouço a porta abrir e bater,me viro pra ver quem entra na sala,Diego entra feito um furacão.
—O que está acontecendo?— pergunta levando a mão até o nó da gravata,e afroxando o aperto,um sinal claro de que está nervoso.
Pierre explica tudo com muita calma, detalhes por detalhes e Diego parece entender cada palavra.
—Ana— Diego me olha e continua—como você nunca percebeu os desfalques?Olho pra ele.
—Todos os dados que me foram passados estão corretos,me dei conta ontem mas tem uma coisa que eu ainda não disse.—Faço voz de suspense,eles me olham atentamente.
—O valor desviado daqui,eu encontrei nas empresas Carter —digo— e todos foram redigidos por Pierre e assinados por Luiz,só ainda não sei como esse dinheiro está na Russia.—Eles parecem não entender então eu termino.—Pierre quem é que faz os contratos pra você, e quem revisa os cálculos que eu repasso?— ele me olha.
—Todos esses anos Diego sempre me passava os balanços,eu fazia as revisões,e entregava pra Cassandra redigir.— Põe as duas mãos nas têmporas,ela me entregava,e eu assinava,enviava pra Diego que pedia ao Luiz pra assinar um documento oficial e outro cópia.—Respira—Feito isso eu dava baixa e arquivava.
—Então você não tem ideia de quem possa ter feito isso?—Diego interfere.
—Não!
—Vamos abrir uma sindicância—anda de um lado pro outro da sala,com a mão no queixo— mas vamos fazer isso sem que ninguém desconfie,os acionistas e sócios não podem saber desse furo,ou iremos perder clientes e investidores.
Eu e Pierre concordamos com todo o plano,Diego tem uma mente aberta e investigativa,ele consegue analisar várias situações em ângulos totalmente diferentes,não é atoa que ele é bom no que faz.
Cada um de nós resolvemos investigar por conta própria,e quando tivermos provas o suficiente entregar o caso as autoridades.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top