Bônus.
Richard Martine.
Eu sei que fui um cretino miserável,fiz coisas horríveis com as únicas pessoas que me amavam me iludi com a vida com as pessoas que diziam estar comigo em qualquer situação e lugar.
É olhe bem onde estou,em um puxadinho menor que meu dedo mindinho,e cadê aqueles que diziam estar comigo?
Bom devem estar em suas mansões,viajando ou bajulando aquela que tem dinheiro como eu tinha.
— Esse ser é o diabo em forma de homem— diz uma das funcionárias que contratei pra me ajudar com os preparativos—sua amiga escuta atenta e me olha— credo em cruz.—Faz o sinal da cruz.
Se não fosse pelo Pierre eu já tinha mandado essa mulher embora,odeio incompetentes.
—Bonito não?— paro na frente das duas que estão enrolando algumas flores— vocês não tem trabalho a fazer?— as duas ficam mudas e me olham com os olhos esbugalhados— se não tiver eu arrumo agora.
—Não senhor nós temos sim— encaro elas— já estamos terminando aqui e vamos pra ala oeste.
—E o que estão fazendo aqui ainda? Por acaso vocês não querem que eu faça o serviço de vocês não é mesmo.— cruzo os braços na frente do peito.
—Não senhor já estamos indo.— saem apressadas,dou um sorriso posso não ter dinheiro mas ainda sou o mesmo.
Me sento em um banco do jardim e olho o céu,a noite já está chegando o vento frio me traz uma paz interior passo a mão pelo rosto e lembranças tomam conta de mim.
Flashback on.
Eu te amei mais que a mim mesmo você sempre soube que tudo o que eu queria era o seu amor,eu te dei o céu eu te daria o mundo e até o mar.
Mas não você tinha que acabar com tudo Marie,todas as vezes que eu disse que te amava você me olhava com nojo o que eu tinha feito pra você?
Além de te amar feito louco?
Pra você nada era o suficiente,você preferia o meu irmão até o mesmo nome dele você pois no bastardo que nem meu filho é, você achou que eu não sabia não ?
Eu amo aquele menino tudo o que fazia era pra afastar vocês de mim e a dor. Que me consome dia a pós dia.
Você sempre foi a santa que todo mundo queria ser amigo porém ninguém sabia do seu passado sujo comigo.
Tudo o que te fiz sofrer doeu duas vezes mais em mim maldita seja você Marie.
Que tirou de mim alegria de viver.
— Por que você tinha que morrer sua maldita,por que— bato as mãos na mesa do bar que estou e as lágrimas molham minha camisa— eu te dei tudo, te dei todo o meu amor por que você fez isso?
— Por favor mais uma garrafa— peço para o garçom com a voz já embolada.
— Senhor não deveria parar?Já bebeu muito.— seu olhar me transmite pena e eu odeio ter esses olhares direcionados a mim.
—Só me dá logo que eu vou embora— ele me entrega mais uma garrafa de whisky,a pego de suas mãos e deixo o dinheiro em cima da mesa.—Obrigado pode ficar com o troco—me viro e saio pelas ruas,bebendo minha garrafa procuro matar essa dor que acaba comigo oito anos de sofrimento isso não é nada pra quem não tem mais pelo que lutar...
Flashback off.
—Tenho que recuperar o amor do meu filho,e já sei por onde começar—me levanto do banco e saio.
[2 horas depois]...
—Você poderia me encontrar?— digo ao telefone.
—Há alguma coisa errada nos preparativos?
Se eu falar a verdade ele não vem ao meu encontro.
— Sim,tem algumas coisas que estão erradas como os lugares e seus posicionamentos,tem como você vir até aqui em casa eu tô cansado.— tento convence-lo.
—Tudo bem me manda a localização que logo vou estar aí.
—Obrigado filho.
—Não me chame de filho, você não é meu pai— suspiro cansado.
— Tudo bem te espero aqui.—Desligo e me jogo no sofá,acendo um cigarro e espero o tempo passar...
Olho pro teto descascado e presto atenção nos detalhes desse apartamento alugado,as paredes estão velhas a tinha está descascando as cores que um dia foram um marron terra,hoje não passa de borrões,esse sofá velho com o estofado amostra,a cozinha onde só cabe uma pessoa por vez,nem se parece de longe o lugar onde já foi meu lar.
Tenho que me conformar aqui é meu lar não tenho opções o melhor mesmo é esquecer, talvez seja isso o que eu deva fazer esquecer,apenas esquecer.
A campainha está tocando deve ser quem eu esperava,vou até a porta a passos lentos a ansiedade apertando, sufocando me machucando,abro ela devagar e me deparo com a imagem de um homem cansado,mal humorado,e com a postura ereta.
—O que você quer?— você deveria ser bem mais educado penso comigo.
— Entre— abro a porta até seu limite.
—Não tenho tempo pra jogar conversa fora,ainda mais com você então quer fazer a gentileza— dá uma pausa suspirando alto— de ir longo ao assunto do que deu errado?
—Tudo bem —abaixo a cabeça colocando as mãos nos bolsos— você quer saber o motivo que fazia eu sempre bater na sua mãe e em você?—Seus olhos se alargam e escureceram ao mesmo tempo,a simples menção da palavra mãe, fez seus músculos enrijecerem e sua respiração ofegar.
—Você me chamou aqui pra falar da minha mãe?— me empurra pra dentro me fazendo cambalear pra trás,vem em minha direção feito uma fera pronto a atacar sua presa,para em minha frente me segurando pelo colarinho da blusa.
— Nunca mais nessa sua vida maldita e de merda toque no nome da minha M-Ã-E — desfere um soco no meu rosto me fazendo cair no chão com o impacto— Você não merece ter as lembranças dela nada dela,você a matou e eu te odeio por isso— o choro entalado na garganta faz sua voz ficar mais grosso que o normal,seus olhos marejados refletem uma mistura de dor, saudades e de ódio, tenho certeza que o ódio é meu...
— Me deixa explicar— levanto as mãos em sinal de calma— eu amava a sua mae— grito perto do seu rosto— ela era tudo pra mim. As lágrimas caem é a maldita dor me consome— Ela foi a única mulher que amei nunca fiz mal por querer, ela sempre me tirava do serio— falo firme tentando fazer com que ele entenda.
— Olha aqui Richard não venha colocar a culpa em cima de uma pessoa que não está aqui pra se defender— se levanta e vai em direção a porta aberta.— Não tenho tempo a perder com você...— antes que diga mais alguma coisa eu o interrompo.
—Eu tenho provas do que digo— falo alto pra ele me ouvir— e sei que quando você descobrir a verdade, você irá se decepcionar.—Me levanto do chão me sentando no sofá.
Ele se vira e ergue uma sombrancelha,voltando a ficar de costas minutos depois de me encarar.
—O que disse?— a expressão de dúvidas e de curiosidade é nítida.
—Só posso te dizer meu filho que eu sei que você também tem dúvidas,e que eu posso ter as respostas que você tanto procura— cruzo a perna esquerda por cima da direita e me ajeito no sofá,passo meus braços abertos por cima do encosto e o encaro sério.—Não deixe as dúvidas te assombraram Pierre.
—E quais seriam essas provas,e o que eu e você ganha com tudo isso?— diz ainda de costas pra mim.
— Eu ganho seu perdão,e você ganha as verdades que jamais lhes foram ditas o que acha?— sorrio cínico.
—E se eu não quiser te perdoar?— dessa vez ele se vira pra me olhar— E se eu não acreditar nessa provas?
—Posso te dá uma amostra dessas verdades agora se assim preferir!—Fico esperando sua resposta que não chega.—Entao o que me diz Filho?
— Você tem apenas 5 minutos,nada mais que isso.— sorrio internamente.
—Sente-se e me espere— digo me levanto pra ir pro quarto,mas não antes de ouvir ele dizer.
—Estou bem em pé,vai logo.— Pego o diário que guardei por tantos anos e levo pra sala,paro a uma certa distância,seus olhos caem sobre a minha mão que segura o diário e por fração de segundos seus olhos parecem reconhecer o que é.
—O que você está fazendo com isso.— seu rosto fica vermelho— porque está com isso— diz apontando.
—Aqui estão todas as verdades que precisa saber,tenha o tempo que quiser pra se preparar não vou ter presa— estendo o diário em sua direção— esperei por muito tempo,não faria diferença esperar um pouco mais.
— Isso pertence a minha mãe e não você— diz tirando o diário com força de minha mao— não vou ler nada,irei guardar em um lugar seguro.—Diz e sai porta a fora sem me dar chances de dizer nada.
Fecho a porta e volto a me sentar no sofá,as coisas estão se encaminhando e logo eu terei meu filho de volta um sorriso brota em meus lábios e a esperança em meu coração.
—Você ficará decepcionado filho— falo sozinho— mas eu estarei aqui pra te acalentar.
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