1# - Cá vamos nós, outra vez!
Apesar de estar feliz por estar de volta para contar o meu cotidiano imprevisível, eu sempre fico me perguntando de onde veio essa habilidade que tenho de meter-me em cada situação inusitada, sendo uma atrás da outra e mais complexa que a anterior, acho que vocês irão entender o porque eu digo isto.
- Noby, vai mais rápido...
- Tens noção que poderei derramar tudo em você se eu realizar o teu pedido?
- É só teres o controle do teu negócio, agora faz mais forte.
- Entendido, mas eu já estou quase lá, Sill...
- Eu também estou quase..., espera aí, porque você tá metendo molho picante na omelete? - Gritou olhando para mim indignada, acho que a palavra "competição" não estava bem explicita em seu vocabulário.
- Mas eu sempre fiz assim, o que tem de mal?
- Sabes muito bem que não será você a comer isso.
- Esqueceu que estamos duelando pela função de cozinheiro da casa, e pude verificar que você meteu pouco sal na tua omelete.
- Foi mais do que o suficiente, agora cala-te e cozinha.
- Meninos, eu sei que estão dando o vosso melhor, mas eu tenho de ir trabalhar - disse calmamente a minha mãe sentada na mesa esperando por nós - Porque não fazem isso em outra...
- Terminamos! - gritamos em conjunto trazendo os pratos à mesa.
- Que rápidos... - pegou no garfo e olhou para nós, que exibiamos os sorrisos assustadores - Primeiro, a Sill.
Tirou um pedaço e colocou na boca, mastigando sem problemas.
- Então, sabe bem, não é? - disse Sill celebrando antes da hora.
- Eu poderia responder a essa pergunta se tivesse sal suficiente.
- O que!
- Eu bem que havia te avisado - dei uma palmada leve em suas costas tentando consola-la.
- Cala-te porque ainda falta o seu, vamos ver o que ela irá dizer.
Quando chegou a minha vez, a mãe meteu um pedaço na boca e começou a mastigar.
- Muito bom Noby, eu ado... - ela começou a tossir abanando a mão perto de sua cara como se algo estivesse a queimar dentro dela - A...gua!
- Não foi falta de aviso também - gritou Sill indo pegar um copo água, entregando rapidamente pra mãe - Agora olha o que fizeste...
- Eu sempre faço e como desse jeito, não tenho culpa que a minha querida mãe é tão sensível.
A nossa discussão havia ofuscado completamente a presença de Susan que entrou bocejando na sala, e depois foi na cozinha sem que ninguém desse por isso.
- Se acalmem, eu sei que vocês deram o vosso melhor para fazerem isto por mim - antes que ela pudesse acabar de falar, um prato desliza pela mesa chegando até ela, e quando todo mundo olhou, era Susan esfregando o olho, ela havia feito uma simples omelete.
- Mas pra que tanto alarido, parecem duas crianças discutindo por um doce - disse sentando na mesa - Às vezes, as coisas simples são as que mais agradam.
Após palavras sábias saírem da boca dela, a mãe faz as honras e mete um pedaço daquela simples omelete na boca, e pela sua reação, a nossa derrota estava oficialmente declarada.
- Parece que temos uma vencedora - disse continuando a comer.
E eu não pude acreditar naquilo, então virei a cadeira onde Susan estava e olhei ela bem nos olhos.
- Qual é o segredo? - perguntei a ela com uma cara séria.
- Pobre coitado, não há segredo nenhum, mas se quiseres posso dar-te um beijinho como consolo - Bem antes que eu pudesse responder a altura, a campainha toca - Acho que deverias atender.
- Certamente - levantei e fui abrir a porta, e era o Valick, que estava equipado o suficiente para entrar em Chernobyl - Não lembro de ter contratado um desinfestador para hoje...
- Engraçadinho - riu me dando a mão - Você esqueceu que hoje é dia que a tua querida Jika combinou com o diretor para que os alunos fizessem uma limpeza geral na escola.
- Ei, não me culpes, eu fui totalmente contra, mas ela insistiu.
- Tanto faz cara, vamos lá que eu quero despachar isto.
- Está bem, deixa-me só ir pegar as minhas coisas.
- Valick, porque você está parecendo um caça-fantasmas? - Perguntou Sill confusa vindo até nós.
- Longa história - E eu não estava a fim de ouvir ela. Em poucos minutos já estávamos em minha mota a caminho da escola. Normalmente o transito na baixa da cidade de Tokyo é infernal, mas hoje era sábado, então estava tudo livre e tranquilo - Aquele não é o beco onde você e Shizuki tinham sido assaltados?
- Isso mesmo, e foi nesse mesmo dia que voltei a reencontrar-me com a Susan.
- E de acordo com o GPS, este é o único atalho para conseguirmos chegar rapidamente a escola - Respondeu olhando para o celular - Acho que não tem problema em passarmos por lá, é sábado.
- Eu não acho boa ideia, mas se dizes isso - virei a moto e entrei no beco espaçoso, e tenho de admitir que aquela foi a pior decisão tomada por mim naquele dia. Uma van preta aparece do nada fechando o nosso caminho e vários de terno preto saem dele - Droga, se segura que temos companhia.
OK, tive culpa por ter avisado apenas 5 segundos antes de dar um giro brusco com a moto fazendo Valick cair com o traseiro no chão, e um dos homens encosta um rifle na cabeça dele.
- Sr. Noby, sugiro que pare se não quiser que o seu amigo sofra - disse ele formalmente.
- Eu acho que terei de dispensar a tua sugestão - acelerei com tudo, deixando o meu amigo e a última coisa que lembro antes de apagar foi que tinha ido contra outra van que apareceu do nada.
E logo após acordo com as mãos algemadas a uma mesa em uma sala iluminada por uma lâmpada incandescente bem barata, e Valick estava do meu lado com uma cara de poucos amigos.
- Onde nós estamos? - perguntei pegando na cabeça onde havia uma bandagem cobrindo um ferimento na minha cabeça.
- Isso não interessa agora, você ia me abandonar, o seu melhor amigo - disse ele olhando pra mim visivelmente magoado.
- Para com a chocadeira, eles estavam atrás de mim, não fariam nada com você.
- Como é que tens tanta certeza?!?
- Estares aqui não é o suficiente para te convencer?
- Cavalheiros, desculpem por interromper a vossa briga de casal, mas temos assuntos importantes para tratar - disse uma voz infantil no canto sala que estava escuro, então não tinha como indentificar ele ou ela.
- Kazumi, se for você, só posso dizer que esse teu sotaque britânico precisa de mais prática, até parece que acabaste de sair de um filme do Harry Potter feito por fãs.
- Por acaso foi mesmo ela que me convocou por motivos específicos, e eu queria que você me ajudasse com um problema, pode ser?
- Acho que eu não tenho muita opção, não achas, mas quem é você?
- Depende de ti, posso ser a tua fada madrinha, ou o teu pior pesadelo - após dizer isso, ela se aproxima da luz revelando ser uma menina na faixa etária dos 12 anos pelo seu tamanho. Eu e Valick não conseguimos conter as risadas após vê-la - Disse algo engraçado por acaso?
- Não, é que eu esperava algo completamente diferente, isto é uma pegadinha, certo? - perguntei tentando limpar as minhas lágrimas de alegria.
- Vamos ver se os sorrisos vão continuar nas vossas caras por muito tempo, podem trazer! - gritou a menina abrindo a porta - E eu sou Elizabeth, muito prazer.
- Espera aí, trazer o que?!? - perguntou Valick desesperado, e logo de seguida dois homens entram carregando uma espécies cubo coberta por um pano e pousaram sobre a mesa, e retirando o pano começou a emitir várias cores com pouca intensidade - Que droga é essa!
- Só para confirmar, Nathan Galaxy foi seu bisavô? - eu fiquei surpreso com a pergunta, seria ele a razão por eu estar aqui? - O destino das vossas vidas vai depender da tua resposta.
- Sim, ele foi! - De repente vejo um par de olhos luminosos dentro do cubo aparecem olhando fixadamente para mim - Onde vocês foram pegar isso!?!
- Acalma-te, que tudo vai correr bem - Apesar do jeito dócil que ela havia dito, só conseguiu acalmar-me por uns segundos, mas quando eu vi uma mão luminosa saindo do cubo, eu queria sair correndo, mas estava preso - Ela está saindo, preparem-se.
- Ela? - logo que a mão tocou no meu rosto, vi várias cenários e rostos estranhos apagando logo de seguida. Acordo deitado na minha cama, era como se tivesse acordado de um sonho, mas eu sabia que não era o caso - Como é que eu vim parar aqui?
- Mestre Noby?
- Ahm?...
Fim de Capítulo.
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