Capítulo 7- O Grito

 "A única forma de combater o que foi desencadeado é mergulhar nas profundezas da verdade que vocês não compreendem"

Terras do Fogo

No vasto deserto de areia cinza, poucos dias de viagem após a capital e o Palácio Imperial, Jaeris Valcor, montado em um cavalo branco, seguia rumo ao sul. Encoberto por um manto, ele refletia sobre a misteriosa mulher, Mysaria, que o libertou da prisão e prometeu devolver-lhe o Império Valcor. A magia, supostamente extinta, parecia ter ressurgido. Mysaria alertou Jaeris que, caso retornasse ao Palácio, Ugar o mataria sem hesitação, e isso atormentava sua mente.

Jaeris chegou a um pequeno vilarejo e puxou seu capuz para esconder sua identidade, especialmente seus cabelos surpreendentemente pretos, marca dos Valcor. Entrou numa taverna lotada de viajantes que retornavam da capital, onde presenciaram a disputa pelo trono.

Na taverna, criaturas de diversas origens conversavam. Havia humanos, criaturas mágicas com chifres e pele escamosa, e pequenos seres alados. Jaeris ouviu rumores sobre a quebra da maldição de Noakes e o ressurgimento da magia. Percebeu que a multidão não estava ali para celebrar, mas por desespero.

Nos fundos, dezenas de pessoas e criaturas agonizavam de dor, com peles cobertas de bolhas e feridas abertas, além de olhos embranquecidos de sofrimento. A peste arcana estava presente, e Jaeris se aproximou para ouvir mais claramente.

— Dizem que a magia voltou — murmurou um homem de cabelos grisalhos. — A maldição foi quebrada, e agora muitos estão sofrendo com essa maldita peste.

Jaeris sentiu um calafrio. Ele observou a sala e viu a dor e o desespero no ambiente. 

— Precisamos encontrar uma cura — acrescentou uma mulher.

Jaeris se sentiu impotente. A responsabilidade pelo despertar da magia não era sua, mas sabia que estava entrelaçado com aqueles eventos de uma maneira que ainda não compreendia totalmente. Ainda em conflito com seus próximos passos, Jaeris lembrava dos nomes que Mysaria havia dado para que ele assassinasse: Elara, Daelius e Kalista.

"Que droga eu tenho a ver com isso?"

Pensou uma última vez enquanto deixava a taverna repleta de agonia e continuava sua jornada rumo ao sul.

Longe dali, na capital, onde a peste arcana também se alastrava e a família imperial ruía devido aos conflitos de sucessão do trono após a traição de Ugar e sua armação em culpar Jaeris, Talindra Valcor se encontrava em uma ponte aberta que interligava duas partes do grande palácio. Ela olhava para a capital em aflição, pensando no futuro de seus filhos naquele lugar, frustrada por fazer parte de uma família que deveria ser responsável por manter a ordem em todas as Terras do Fogo.

Um soldado se aproximou rapidamente, convocando-a ao salão de conselho.

— Lady Talindra, todos os Valcor estão se reunindo no salão de conselho. É urgente.

Ela assentiu e seguiu o soldado. Quando chegou, encontrou sua família em um clima de tensão. Alara, a mais velha, com um olhar severo, ordenou:

— Sentem-se todos. Temos notícias graves.

Todos obedeceram. Alara, com a voz carregada de tristeza, disse:

— Assim como Ulgaris e Terissa sabem, a filha Calissa está muito doente. — A voz de Alara tremeu. — Quase morrendo, com a peste arcana... assim como grande parte da capital.

O choque foi imediato. Talindra e seu esposo Darian, irmão da mulher adoecida, se entreolharam, cientes de que o conflito familiar só iria aumentar. Ugar, com um tapa-olho preto que circulava sua cabeça devido ao corte que Darian fez em seu olho na reunião do conselho passado, levantou-se.

— Minhas condolências por Calissa — começou ele, com uma voz calma. — Tenho notícias dos outros povoados fora da capital. As Terras do Fogo estão em completo caos, assim como a capital. Em momentos, tudo irá desmoronar. Eu confesso que estava errado, a magia realmente despertou! Alguém precisa suceder Jaeris.

Talindra, enfurecida, levantou-se rapidamente.

— Nem quando a ameaça atinge a própria família você se importa! — confrontou ela, com a voz tremendo de raiva. — O que realmente importa para você, pai?

Ugar sorriu de forma indiferente.

— Os Valcor vêm e vão. Sempre será assim minha filha. Nós nos matamos em duelos para assumir o trono há séculos. Por que só agora a morte de um membro de nossa família seria mais importante que a própria função do Império?

Alara interrompeu, diante a uma voz firme.

— Vamos continuar. Depois de uma longa conversa com Ugar, decidimos que algo devia ser feito a respeito da briga da última reunião. Darian será aprisionado nas masmorras do Palácio até que outra decisão seja tomada. Ele agiu com violência contra um membro da própria família imperial, fora das tradições dos duelos.

Talindra e Darian ficaram em choque, em estado de negação. Talindra, em desespero, começou a gritar.

— Não! Foi apenas um corte no rosto! Não pode fazer isso! Não houve uma votação de todos os membros da família, como... isso é muito errado.

Antes que pudesse concluir, soldados entraram e começaram a levar Darian. Ele olhou para Talindra uma última vez, com seus olhos refletindo dor e desesperança.

— Talindra... — sussurrou ele, enquanto era levado.

Talindra tentou correr até os soldados, mas foi contida. Seus gritos ecoaram pelo salão enquanto Darian era arrastado para as masmorras.

— PAI, PARE JÁ COM ISSO! — implorou ela, mas Ugar apenas observava impassível.

A reunião terminou em um silêncio pesado, com todos os Valcor mergulhados em choque e conflito. Talindra, frustrada e desesperada pela prisão de seu esposo, saiu do salão do conselho com um semblante de dor. Ela seguiu em direção ao corredor, determinada a confrontar seu pai Ugar.

Antes de se aproximar muito, ela foi surpreendida por dois homens que esbarraram com Ugar e começaram a conversar. De longe e escondida, Talindra observou a interação, mas não conseguia ouvir o que diziam. Viu Ugar entregar um pequeno papel a um dos homens. Intrigada, ela esperou seu pai sair dali e começou a seguir cautelosamente os dois homens, focando no que pegou o papel.

Seguiu-os até que se separaram em uma das saídas do palácio, perto de um celeiro de cavalos. Apenas o homem com o papel permaneceu à sua frente. Talindra correu rapidamente em direção a ele, empurrando-o contra a parede antes que ele percebesse sua presença.

— O que meu pai te disse? O que tem nesse papel? — gritou ela, pressionando-o com fúria.

O homem, meio em choque, tentou manter a postura.

— Não sei do que está falando, Lady. Não há nada aqui.

Talindra, tomada pela raiva, socou o rosto dele com força, fazendo-o sangrar.

— Não minta para mim! — repetiu, agora com mais intensidade.

Em um triz, Talindra percebeu que o homem tentava sacar uma adaga da cintura. Em um movimento rápido, ela pegou a adaga antes dele e voltou a pressioná-lo contra a parede, agora com a lâmina no pescoço dele.

— Fale! Fale o que tem nesse papel! FALE!

O homem, temendo por sua vida, finalmente cedeu.

— Está... está dentro da minha blusa.

Ainda em posição de ataque, Talindra abriu a blusa do homem e pegou o papel de um bolso interno. Enquanto ela se concentrava em abrir o papel, o homem tentou fugir. Em um reflexo, Talindra o golpeou com a adaga, sem nem perceber. Ele caiu no chão, sangrando e agonizando.

Com o papel já aberto, Talindra, em choque pelo que acabara de fazer, leu a carta. Era uma confissão incriminando Jaeris, como se ele tivesse escrito, admitindo que matou sua esposa Arya, irmã de Talindra. O horror tomou conta dela ao perceber a extensão da trama de seu pai.

Ela olhou para o homem morrendo a seus pés, percebendo que seu pai tinha tramado tudo contra Jaeris.

— Meu Deus... — sussurrou ela.

Talindra caiu de joelhos ao lado do corpo do homem, com os olhos arregalados em descrença. Seu coração batia descompassado enquanto a dor da prisão de seu esposo Darian ainda queimava em seu peito. Agora, diante dela, uma verdade ainda mais cruel emergia. Seu próprio pai, havia tramado a morte de Arya, sua irmã amada, e usado Jaeris como culpado. 

Cada batida de seu coração reverberava com uma mistura de dor, desespero e um crescente desejo de vingança. A frágil esperança que ela nutria para o futuro de sua família desmoronava, deixando-a solitária em meio ao caos, com a terrível verdade pesando sobre seus ombros e a sede de justiça incendiando seu espírito.

Terras da Alma

Depois de dias extenuantes atravessando as áridas Terras da Alma, Kalista, Elara e Daelius finalmente avistam um conjunto de montanhas ao longe. Seus corpos estão desgastados pela fome e sede, e suas roupas estão sujas e rasgadas. 

Ao alcançarem uma abertura elevada nas montanhas, o grupo adentra uma caverna ampla, onde a luz filtrada cria um jogo de sombras que dança nas paredes. O ambiente é um misto de labirinto antigo e laboratório alquímico. O ar está impregnado com o cheiro de livros envelhecidos e ingredientes mágicos. 

A tensão no ar é palpável. Kalista examina um tomo antigo com fervor. Elara, com sua postura vigilante, se move cautelosamente entre os livros, enquanto Daelius examina um frasco suspeito em uma das mesas.

De repente, um som de passos pesados e ritmados ecoa pela caverna. O trio se volta para a entrada, onde um centauro imponente surge da escuridão. Metade homem, metade cavalo, com um corpo musculoso e peludo, o centauro brandia uma espada longa com um olhar de fúria.

Kalista, percebendo a ameaça iminente, começa a gritar desesperadamente:

— Viemos em paz! Não queremos causar problemas!

O ser, com seu corpo de cavalo robusto e metade superior humano, finalmente abaixa a espada.  Ele cruza os braços, com um sorriso de um louco se espalhando pelo rosto.

— Quem são vocês, meros mortais que ousam adentrar meu santuário? — a voz do centauro é áspera.

Kalista, visivelmente nervosa mas tentando manter a calma, dá um passo à frente.

— Nós somos viajantes em busca de respostas! — ela começa, com suas palavras rápidas e um tanto nervosas. — Sabemos que você é conhecido por seu vasto conhecimento sobre a ascensão e os eventos que sucederam a guerra ascendente. Viemos aqui porque acreditamos que você pode nos ajudar a entender o que está acontecendo.

O centauro ri.

— Ah, claro! Com certeza vocês me conhecem como o "alucinado" que vive nas montanhas, escondido do mundo. Não é mesmo? — sua voz transborda ironia. — Sim, sim, eu conheço a fama que me acompanha!

Kalista sorri timidamente, seu medo era visível enquanto tentava manter uma atitude positiva.

— Sim, conhecemos... — ela concorda.

— Hahaha! Ah, maravilha! Mas saibam que, se qualquer um de vocês cometer um erro, eu não hesitarei em cortar suas cabeças e usar seus sangues como tempero em minhas refeições. Hahaha! Agora, venham! Sigam-me!

O grupo avança com cautela enquanto o centauro, com um sorriso maníaco e a espada ainda na mão, os conduz mais fundo na caverna. Eles passam por estantes cobertas de poeira e poções quebradas, até chegar a uma escada que desce para um nível inferior da caverna.

Quando olham para baixo, são recebidos por uma visão espetacular. A caverna se estende iluminada por vagalumes cintilantes. As paredes da caverna estão cobertas de cristais que refletem a luz suave, criando um ambiente de um brilho místico. As estantes neste nível estão repletas de pergaminhos e tomos.

Kalista, com seus olhos brilhando de admiração, observa o local com um entusiasmo infantil.

— Uau! Olhem para isso! É tão mágico e lindo! — ela diz para seus dois companheiros, que sussurravam sem que o centauro percebesse.

— Sim, é um verdadeiro paraíso para os malucos... olhe pra essa merda, é como uma caverna de idiotices para um lunático. — Daelius murmurou com um tom cínico.

Elara, com sua postura firme e olhos sérios, mantém-se focada enquanto os três descem as escadas e se aproximam do centro da caverna.

— Precisamos entender mais sobre o que está acontecendo. A peste arcana está devastando os povos. — Elara diz, com um tom sério enquanto se torna para o sábio centauro.

O centauro, ainda com o tom de loucura, começa a falar.

— Ah, a peste arcana, claro! Uma velha conhecida. Antes da maldição de Noakes, era uma doença que afetava aqueles de sangue mágico que não tinham força suficiente para controlar a magia. Apenas os mais fracos adoeciam com feridas terríveis, hahaha! Agora, com a evolução e a proibição, muitos não têm a resistência necessária para suportar a magia na atmosfera.

Elara, com a expressão carregada de preocupação, pergunta.

— E qual é a solução para isso? Como podemos ajudar os que estão sofrendo?

O centauro ri novamente, com um tom de ironia cruel.

— Ah, soluções! Soluções são tão difíceis de encontrar, hahaha! Mas, se vocês realmente querem ajudar, terão que buscar mais fundo. 

Elara, com seus olhos fixos no centauro e no ambiente ao redor, tentava processar as informações enquanto observa o homem-cavalo com apreensão.

— Então, há algo que possamos fazer? Alguma forma de combater essa peste?

O centauro, com um brilho insano nos olhos, responde com um tom sério.

— A única forma de combater o que foi desencadeado é mergulhar nas profundezas da verdade que vocês não compreendem. Ah, e antes que eu me esqueça, meu nome é Malfier!

O ambiente mágico da caverna parecia palpitar com uma energia crescente quando Elara começou a explicar o que havia ocorrido na batalha de Valak. Malfier, com sua aparência excêntrica, observava atentamente enquanto Elara falava.

— Na batalha de Valak, que ocorreu a alguns dias nas fronteiras com as terras da Alma, Luz e Gravidade, algo devastador aconteceu — começou Elara, com sua voz firme e decidida. — Durante o confronto, sem querer, desencadeamos uma explosão mágica massiva. Foi uma erupção de energia que destruiu e matou muitos, quebrando a maldição que proibia a magia.

O centauro Malfier ouviu com os olhos arregalados, diante a seu corpo que começava a tremer de excitação e pavor. Ele se afastou ferozmente, correndo até uma prateleira cheia de pergaminhos e livros, vasculhando freneticamente. Quando voltou, sua respiração estava ofegante e ele parecia em choque.

— Isso... isso é terrível! — balbuciou Malfier, gaguejando. — Sim, sim... Vocês... vocês despertaram a magia! Através do "Grito"!

Malfier, com a voz agora tremendo e cheia de incredulidade, começou a explicar.

— O Grito é uma conjuração antiga, uma combinação das ascendências da Alma, da Luz e da Gravidade. Quando essas forças se unem, provocam uma explosão de proporções cataclísmicas. Foi uma das primeiras conjurações proibidas devido ao massacre e sofrimento que causava! Depois da Guerra Ascendente e da separação das ascendências, nunca mais se ouviu falar do Grito. Nunca mais se viu tal força!

Elara, Kalista e Daelius se mantiveram em silêncio, esperando Malfier se recompor. O centauro, ainda em choque, continuou a falar com uma urgência frenética.

— Imaginem! A quantidade colossal de tropas de Alma, Luz e Gravidade lutando simultaneamente... desencadeou a conjuração, fez com que o Grito fosse liberado novamente através do toque de vocês. Vocês quebraram a maldição e agora, com a presença da magia em Noakes, a peste arcana se alastrou!

— Então, é realmente isso que causou a peste arcana? — perguntou Elara, confirmando uma certeza que já possuía. — O despertar da magia trouxe de volta essa doença antiga?

Malfier assentiu, com a mente ainda girando com a revelação.

— Sim, exatamente! Hahaha! Uma ironia horrível, não é?

Daelius, com uma expressão de frustração e raiva, murmurou:

— E agora, o que fazemos para reverter toda essa merda? É possível corrigir essa bagunça? E quanto a esse tal grito, ele pode voltar a acontecer?

— Bem, eu... eu não tenho todas as respostas, mas há uma chance de restaurar o equilíbrio. Para isso, vocês precisarão buscar respostas no passado, investigar profundamente Noakes e sua maldição. A chave pode estar em selar novamente a magia, deixar que ela seja usada livremente por todos aqueles que sobreviverem à peste... isso poderia, ah, ah! Isso poderia desencadear uma segunda Guerra Ascendente em nossas terras.

Kalista, com a voz cheia de preocupação e uma pitada de desespero, interrompeu:

— Uma segunda guerra? Isso é um desastre! E como exatamente vamos encontrar essas respostas antigas? Não quero que sejamos culpa de algo assim, isso é terrível... terrível!

Malfier riu, enquanto balançava a cabeça ironizando a situação.

— Hahaha! Sim, a situação é bastante complicada!

— Então? Diga! O que exatamente precisamos fazer? Onde devemos começar? Estamos sem rumo, só temos uns aos outros! — Elara acrescentou.

Malfier, estava com uma expressão preocupada e um tom sombrio.

— Antes de mais nada, saibam que agora serão caçados por todos os comandantes de Noakes. Suas cabeças valerão ouro, e a caçada será implacável. Hahaha! A notícia de sua presença aqui se espalhará rapidamente.

Ele fez uma pausa, olhando para os três com um olhar de pesar.

— Infelizmente, não posso ajudá-los diretamente. Meu conhecimento sobre como selar a magia novamente é limitado.

Os três trocaram olhares desanimados, com a frustração evidente em seus rostos. Elara, com um tom cansado, perguntou:

— Então, podemos passar algumas noites aqui na caverna até decidirmos para onde ir? Precisamos de um tempo para planejar nossos próximos passos.

Malfier balançou a cabeça em concordância.

— Muito bem, vocês podem ficar. Mas lembrem-se, qualquer passo em falso e não hesitarei em... bem, você sabe. Hahaha! Agora, descansem. Vocês terão uma longa jornada pela frente pombinhos!

Após comerem e beberem bastante água a noite ia caindo e a caverna se enchia de um silêncio quase opressivo. Os três se deitaram em lençóis no chão frio e úmido da caverna, exaustos. Elara, envolta em seus próprios pensamentos, logo adormeceu, mas seus sonhos foram assombrados por um pesadelo inquietante.

Em seu sonho, Elara se viu em um campo vazio, com uma atmosfera pesada e carregada de tensão. Seu irmão Alistair apareceu diante dela, com um olhar de desapontamento e dor.

Por que você fez isso, Elara? Por que fugiu do reino tentando salvar a mim? Ou será que tudo não passou de uma tentativa de escapar do seu próprio destino de rainha? 

A culpa e a confusão se misturaram dentro de Elara, e ela tentou responder, mas as palavras não saíam. A cena mudou rapidamente, e o ambiente ao redor começou a se distorcer, tornando-se mais escuro e ameaçador.

Então, um barulho súbito a despertou. Ela se levantou rapidamente, observando ao redor da caverna. Kalista e Daelius não estavam mais em seus lençóis no chão. O coração de Elara começou a acelerar, e um frio gelado percorreu seu corpo.

Enquanto ela tentava entender o que estava acontecendo, um braço se contornou ao redor de seu pescoço, e uma voz sinistra sussurrou em seus ouvidos.

— Eu disse que vocês valiam ouro agora, não disse?

O terror tomou conta de Elara ao perceber que a voz era de Malfier. Antes que pudesse reagir, o centauro a golpeou com força, fazendo-a desmaiar e cair no chão frio da caverna. 

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